Destaque:"Esses enviados
anunciarão às nações a minha glória".
Perspectiva Salesiana
A primeira
leitura de hoje, tirada de Isaías, fala sobre a missão que é confiada a cada um
de nós. Cada um é enviado a anunciar a glória de Deus, com a própria vida, com
o testemunho e de acordo com a vocação recebida, seja leigo ou leiga, seja
religioso ou religiosa, seja padre. É como que a conclusão do mês vocacional
que vivemos. Todos nós que fomos batizados somos chamados a evangelizar, a
anunciar boas notícias! Esta é a maneira
de entrar pela "porta estreita".
O Papa Paulo VI
definiu a evangelização como "levar a Boa Nova a todos os estratos da
humanidade e através da sua influência transformando a humanidade a partir de
dentro e tornando-a nova. "
Em seu livro intitulado
Criando a Paróquia Evangelizadora", os padres Paulinos, Frank de Siano e Kenneth
Boyack nos desafiam a aceitar esta simples verdade: cada um de nós é chamado a
ser um evangelizador, a "sair ao mundo e anunciar a boa notícia", a
dar testemunho do poder e da promessa do amor redentor de Deus em nossas
vidas. (Paulinos, 1993)
Embora a boa
notícia é essencialmente a mesma, os autores insistem que a maneira e o método
pelo qual cada um de nós evangeliza deve ter origem no estado e na etapa em que
nossas vidas se encontram atualmente. Para se ter uma compreensão mais
profunda do que isso significa, eles recorrem ao nosso velho amigo e
companheiro São Francisco de Sales: "São Francisco de Sales escreveu
um livro maravilhoso chamado Introdução à Vida Devota. Nesse livro São
Francisco faz o simples e profundo argumento de que um seguidor (discípulo) de
Jesus deveria observar sua situação de vida e de acordo com isto deveria viver
uma vida cristã. Uma esposa e mãe encontrará a santidade na maneira como ela
vive, em relação ao marido e na forma como ela cuidar de sua família. Ela não
poderá deixar sua família várias vezes durante o dia, como os monges ou
freiras, para participar da Liturgia das Horas... A sua espiritualidade, sua
maneira de seguir a Cristo é determinada pela sua vocação e estilo de vida... e
se ela trabalha, deverá viver a sua vocação como uma mulher casada e ser
testemunha de Cristo em seu local de trabalho."
Nós somos
feitos à imagem e semelhança de Deus. Nós somos redimidos pela vida, amor,
morte e ressurreição de Jesus. Somos inspirados e fortalecidos pelo
Espírito Santo. Estas são realmente boas notícias! Estas boas notícias
deveriam fazer diferença em nossas vidas e nas vidas daqueles que amamos, com
quem trabalhamos, rezamos ou nos divertimos. Estas Boas Novas deveriam
transformar-nos e renovar-nos. Através de nós, estas Boas Novas oferecem a
possibilidade de transformação e renovação dos outros.
A forma como partilhamos
essas boas notícias, como evangelizamos, depende de quem somos, onde estamos e
quem somos. Deve ser compatível com o estado, a etapa, as circunstâncias, as
responsabilidades, as rotinas e os relacionamentos que nos deparamos todos os
dias. Seguir a Jesus não significa abandonar nossas vidas comuns: não,
trata-se de realizar a vida e o amor de Deus em nossos pensamentos, nossos
sentimentos, nossas atitudes e nossas ações.
A evangelização
tem muito a ver com o que dizemos: afinal de contas, é "contar"
alguma coisa, neste caso, as Boas Novas de Deus. Mesmo assim, também tem
muito a ver (talvez mais) com aquilo que fazemos: o que dizemos é um sinal convincente
do amor de Deus somente se for consistente com a forma como nos relacionamos
com os outros.
Por todos os
meios, por qualquer meio, "saiam pelo mundo e contem as Boas Novas" do
amor de Deus, do perdão de Deus, da justiça de Deus e da paz de Deus, mas,
sobretudo, contem nos lugares e com as pessoas onde vivem, trabalham, rezam e de
divertem todos os dias.
Padre Michael S. Murray, OSFS - Diretor do Centro de
Espiritualidade de Sales.
Tradução e adaptação: P. Tarcizio Paulo Odelli
Dos
escritos de São Francisco de Sales
O Evangelho de
hoje nos recorda que para poder entrar no reino de Deus precisaremos a mesma
força que tiveram Abraão, Isaac e Jacó, ao confiarem na bondade de
Deus. Aqui estão alguns dos pensamentos de São Francisco de Sales sobre
como podemos desenvolver a nossa confiança na bondade de Deus:
A confiança em
Deus é a vida da alma. Para desenvolver a nossa confiança Nele, primeiro devemos
aprender a amar Sua bondade. Só podemos experimentar a bondade de Deus se
abrirmos os nossos corações e permitirmos que Ele entre neles. Devemos aprender
a falar com Deus e a ouvir quando Ele nos fala profundamente em nossos
corações. É então que começaremos a sentir amor pelas coisas de
Deus.
Às vezes,
quando passamos por circunstâncias difíceis, parece que a nossa confiança em
Deus se enfraquece. Quando nos sentimos assim, devemos dizer ao Senhor:
"Mesmo que agora eu sinto que eu não confio em Ti, eu sei que és o meu
Deus, e por isso coloco-me completamente em tuas mãos, esperando em tua
bondade." Mesmo que isso nos pareça difícil dizer, não é
impossível. Quanto mais reconhecermos que não temos a força para confiar
em Deus, mais razões teremos para confiar na sua bondade e
misericórdia. Nossas almas darão vida a Jesus Cristo. Até o momento em
que Ele nasça em nós, não poderemos evitar o sofrimento no cumprimento do nosso
trabalho. Mas tenham a certeza de que Deus será tão gentil e misericordioso
para conosco em nossos momentos de fraqueza e imperfeição, como o é nos nossos
momentos de força e perfeição.
Quando nossa
força e nossa confiança no amor pelas coisas de Deus aumentam, conseguimos
despojar-nos daqueles afetos menores que não provém de Deus. Buscar apenas
o reino de Deus, e desejar apenas dar testemunho de nossa confiança na bondade
de Deus, através do tratamento aos outros, é algo gratificante. Quando
aprendemos a confiar em Deus, colhemos os frutos de nossa confiança em Sua
bondade. Da mesma forma como os marinheiros que chegam ao porto de destino
olham para o céu que se estende acima de suas cabeças, em vez de observar o mar
por onde navegam, vocês devem observar Deus. Ele irá trabalhar com vocês,
em vocês, e para vocês. Como resultado, sua confiança na bondade de Deus
será fortalecida.
(Adaptado a partir dos escritos
de São Francisco de Sales)
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