segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Vida de São Francisco de Sales - Preboste de Genebra

Francisco se debate em dúvidas. Era chegado o momento de responder ao chamado do Senhor: Francisco vinha prestando atenção para vários fatos estranhos que lhe aconteciam. Certa vez, ao andar a cavalo, o mesmo se empinou e o jogou por terra. A espada e a bainha caíram ao chão, formando uma cruz. Isso aconteceu por três vezes.

O jovem de Sales ficou intrigado com esta tríplice coincidência e pensou: “será que isso é um chamado de Deus? será um aviso para que eu deixe o mundo e me consagre ao espiritual?” Conversa com o P. Déage. Consulta a mãe. Ela se emociona e se enche de alegria. Promete que lhe dará todo o seu apoio e que estará pronta para suavizar os ataques de ira do pai, quando souber da notícia. E sem mais começa a fazer as vestes sacerdotais: batina, alva, etc. Ela não esquece que antes deste seu primeiro filho vir ao mundo, o viu, em sonhos, convertido num pastor que devolvia ao rebanho do “Bom Pastor” muitas ovelhas que andavam extraviadas. Agora começaria a realizar-se este seu sonho. Conversa também com seu primo, o Cônego Luís, que lhe promete ajudar na sua decisão vocacional.


Com a morte do Preboste dos Cônegos de Genebra, Francisco Deronis, o representante da Cúria Episcopal escreve para Roma solicitando que Francisco de Sales seja nomeado Presidente dos Cônegos. As Bulas de nomeação são firmadas em Roma no dia 7 de março de 1593. Põe condição: que seja ordenado sacerdote. Com isso foi mais fácil falar com seu pai e comunicar que Deus o chama para ser padre. Através da mãe, Francisco tenta obter a autorização do pai, que é negada num primeiro momento. No dia 9 de março Francisco fala diretamente com o pai, mostrando as Bulas e suplicando que aprovasse e abençoasse a resolução de ser padre. “Quem te aconselhou isto?


Esperava que irias me sustentar na minha velhice... Tens irmãos aos quais deves ser pai! Por que recobrir tantos estudos com uma batina? E a cabeça com um solidéu eclesiástico?  De qualquer modo, um pensamente deste requer um pouco mais de reflexão.”

“Pai – respondeu Francisco – te servirei até o final da vida, prometo servir em tudo os meus irmãos... Me falaste para refletir. Posso dizer que a ideia do sacerdócio a tenho desde quando era menino.”  O pai chora. Luís apresenta as Bulas. A Mãe diz: “é necessário dar licença para este filho antes que faça como Santo Aleixo e São Bernardo: fugir de casa.”  Fez-se um silencio. Depois o pai lhe disse: “Meu filho, faça em Deus e por Deus aquilo que Ele te inspira. De minha parte, te dou a minha bênção.”



 No dia 10 de maio de 1593, na igreja da Vila de La Thuile  foi realizada a cerimônia da vestidura clerical. No dia 12 de maio de 1593 foi investido no cargo de Preboste dos Cônegos da Catedral de Genebra (Annecy). Do dia 18 de maio até o dia 7 de junho de 1593 ele fez um retiro espiritual preparando-se para receber as ordens menores e o subdiaconato. No dia 08 de junho de 1593 ele renuncia ao direito de primogenitura em favor do irmão Gallois e no dia seguinte, 09 de junho de 1593 recebeu as ordens menores de D. Granier. Foi ordenado sacerdote no dia 18 de dezembro de 1593.



domingo, 27 de fevereiro de 2011

Pensamentos de São Francisco de Sales



"Seja o que for que teus amigos te escrevem, lembra-te de que nossos amigos tantas vezes exageram o que há de bom em nós, assim como os nossos inimigos aumentam nossas falhas. Afinal de contas, somos só aquilo que somos diante de Deus".(DASal, 8,32)

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

8º Domingo do Tempo Comum (27 de fevereiro de 2011)

Destaque


"Pode a mãe esquecer-se do filho pequeno,a ponto de não ter pena do fruto do seu ventre? Se ela se esquecer, eu, porém, não me esquecerei de ti.

Perspectiva Salesiana

Escusado será dizer que todos nós já passamos por momentos em nossas vidas nos quais nos sentimos plenamente identificados com as palavras de hoje, tiradas do capítulo quarenta e nove do Livro do Profeta Isaías: "O Senhor abandonou-me, o Senhor esqueceu-se de mim!"  Quaisquer que sejam as circunstâncias - a perda de um emprego, uma doença grave, a morte de um ente querido, o fim de um relacionamento - cada um de nós talvez tenha se perguntado se não desaparecemos da tela do radar do divino Deus. No entanto, o que experimentamos nos momentos difíceis e desafiadores não é o de termos sido esquecidos por Deus. Ironicamente, pode ser que nós é que realmente nos esquecemos Dele.

Na Introdução à Vida Devota de São Francisco de Sales diz: "Deus está em tudo e em todos os lugares. Não existe um lugar ou objeto neste mundo onde Deus não está realmente presente. Nós todos sabemos desta verdade, mas nem todos a mantemos em nossas mentes. Os cegos sabem achar-se na presença de um príncipe, embora não o vejam, conservam-se em posição respeitosa; mas, porque não o veem, facilmente esquecem a sua presença, e, uma vez esquecida, ainda com maior facilidade perdem o respeito que lhe é devido. Infelizmente, não podemos ver Deus que está presente em nós: pois, conquanto saibamos que ele está presente em todas as coisas, a falta de atenção produz em nós os mesmos efeitos que se o ignorássemos de todo". (Parte II, cap. 2).

A questão não é se escolhemos intencionalmente nos esquecer de Deus. O que acontece é que na maioria dos dias, como diz o ditado, o que está "longe da vista, está longe do coração". É certo que os tempos difíceis e as preocupações aguçam nossa percepção naquilo que nós interpretamos como a ausência de Deus. Mas o que realmente acontece, e muitas vezes, especialmente nos momentos da vida cotidiana, é que nos esquecemos de que sua presença é real e constante. Dito isto, a realidade é que às vezes não sabemos lidar com coisas, e por isso nos sentimos abandonados por Deus. Francisco de Sales nos dá o seguinte conselho: "Lembre-se que Deus está presente não só onde você está, mas também está presente num momento muito especial em seu coração, no centro de sua mente ... Isto  não é um produto da imaginação,  é a verdade absoluta. Mesmo se não podemos ver, a realidade é que Deus está nos observando de cima. " (Ibidem )

Durante os tempos difíceis - durante os bons tempos -  tratem de lembrar (sem intenção de brincadeira) que Deus não se esqueceu de você: Ele nunca vai te esquecer. Mesmo se não podemos ver com nossos próprios olhos, Deus sempre mantém o olhar fixo em nós, por assim dizer. Mais importante, Deus habita em nós, muito próximo, em nossas mentes em nossos corações, nos nossos corpos, nas nossas almas, em nossos espíritos. Deus está sempre conosco, em nós e entre nós.

Tente se lembrar disso... sempre.

O P. Michael S. Murray, OSFS é o Diretor do Centro Espiritual de Sales.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Sétimo Domingo do Tempo Comum (20 de fevereiro de 2011)


se levado pela ira, cometeste alguma falta, repara-a sem delongas, por um ato de mansidão e brandura...

Destaque:

"Vós ouvistes o que foi dito... Eu, porém, vos digo..."

Perspectiva Salesiana

No Evangelho de hoje Jesus retoma as palavras do último domingo, acrescentando alguns aspectos a mais. Jesus proclama que não é suficiente certificar-se de que as represálias que fazemos são justas. Simplesmente não devemos fazer qualquer tipo de retaliação. Não basta amar os nossos vizinhos e, ao mesmo tempo, odiarmos nossos inimigos. Devemos também amar nossos inimigos, orar por aqueles que nos atormentam. Quando alguém nos pede para andar certa distância, devemos tentar ir ainda mais longe. Quando alguém nos pede ajuda, temos que fazer tudo o que está ao nosso alcance sem esperar nenhuma compensação, pela nossa generosidade. Se alguém nos atinge numa face, ofereçamos a outra também.

Mesmo assim, seria um erro que chegássemos a interpretar as palavras de Jesus como um convite para sermos fracos, para sermos objeto de decoração, ou tapetes onde todos pisam. Há certos momentos na vida de uma pessoa (como aconteceu com Jesus durante sua vida) que - mesmo com todas as nossas tentativas para sermos pessoas corajosas diante do mal, devemos apenas defender o que é certo. O desafio é aprender a defender os outros, mas sem permitir que isto gere ódio em nossos corações em relação a eles. Como nos recorda o livro do Levítico: "Repreende o teu próximo, para não te tornares culpado de pecado por causa dele. Não procures vingança nem guardes rancor dos teus compatriotas".

Em sua Introdução à Vida Devota Francisco de Sales observa: "Nada pode aplacar tão facilmente um elefante irritado do que ver um cordeirinho (nota do escritor:! Você em primeiro lugar). Nada diminui a força de um canhão tão facilmente como a lã. Não demos muito valor para as correções que surgem da raiva, mesmo quando não têm um pingo de razão, como as correções  que são o resultado da razão. Quando os príncipes visitam com suas famílias os seus Estados em tempo de paz, os povos julgam-se muito honrados com a sua presença e dão largas à sua alegria; mas quando passam à frente de seus exércitos, esta marcha muito lhes desagrada, porque, embora lhes seja de interesse, sempre acontece, por mais disciplina que reine, que um ou outro soldado mais licencioso cause danos a muitos particulares. Do mesmo modo, se a razão procura com mansidão seus direitos de autoridade por meio de algumas correções e castigos, todos aprovarão e a estimarão, ainda que seja com exatidão e rigor ". (Parte III, cap. 8)

Se formos obrigados a nos defender, não o façamos derrubando os outros. Se precisarmos corrigir, repreender ou censurar os outros, façamos sem permitir que o ressentimento nos corrompa. Se trabalharmos em prol da paz, façamo-lo, mas sem usar qualquer meio injusto. Sabemos por experiência, que isso às vezes é mais fácil dizer do que fazer. Quando a justiça exige realmente que impeçamos que alguém nos bata, ou que bata em outra pessoa, na outra face, é mais provável que, involuntariamente, batamos neles em primeiro lugar! Francisco Sales dá o seguinte conselho para aqueles momentos quando fazemos a coisa certa da maneira errada:  "Logo que mostrares que, levada pela ira, cometeste alguma falta, repara-a sem delongas, por um ato de mansidão e brandura para com aquela pessoa contra quem te irritaste. Pois, se é uma precaução salutar contra a mentira retratá-la mal a houvermos pronunciado, também, contra a ira, é um remédio eficacíssimo repará-la imediatamente por um ato de brandura: as feridas recentes são, como se afirma sempre, mais fáceis de curar do que as antigas”. (Ibid)

Como temos visto claramente na vida de Jesus, vivendo um "amor maior", muitas vezes não é tanto o que fazemos - ou não fazer "para os outros. Tem mais a ver com a forma como o fazemos - ou não - com os outros.

P. Michael S. Murray, OSFS - Diretor do Centro Espiritual de Sales.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Pensamentos de São Francisco de Sales

"Muitas pessoas deixam de fazer progressos porque não desvendam com sinceridade o seu principal defeito, a verdadeira raiz de suas faltas".
"Eu gostaria de fazer isto; eu gostaria de fazer aquilo; Deixe Deus dispor de nós como quiser. Ele sabe melhor do que nós o que mais nos convém". 

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Francisco Senador e as dúvidas vocacionais...


Por meio de seu amigo o Barão de Hermance, governador da Sabóia e homem de confiança do Duque Carlos Emanuel, seu pai tenta conseguir do Sereníssimo as cartas patentes senatoriais em favor de Francisco e a benevolência do príncipe para ele. Sua fama se espalhou por toda a Sabóia e Piemonte após o brilhante exame realizado em Chambéry, para ser Advogado no Senado local: é declarado “Doutor com todos os direitos para exercer advocacia naquelas regiões e Advogado do Soberano Senado”. Aos 24 anos é nomeado Senador da Sabóia. Para ser senador a pessoa tinha que ter trinta nos. O Príncipe fez uma exceção para Francisco. Porém, não era isso que ele queria. Desejava muito ser padre, vocação que alimentava dentro do próprio coração, sem dizem nada para ninguém. Sentia uma grande angústia de comunicar tal decisão para o Pai.
Neste ínterim, o pai “arranjou” uma noiva para ele, como era costume naquele tempo. E foram visita a noiva, Francisca de Vegy, filha do Sr. João Suchet de Vegy, conselheiro do soberano da Sabóia e Juiz Maior do Chablais. Porém, Francisco não demonstrou nenhum enamoramento para com a jovem.  O pai se enfurece... “Nem uma cantada, nem um louvor a sua beleza, nenhum proposta para estabelecer amizade... que classe de homens são estes de agora?” Francisco foi deixando o tempo passar... Sempre acreditando que Deus lhe mostraria o caminho a seguir. No final da primavera apareceu outro pretendente para a noiva, Pedro de Grailly, de Ville-LaGrand. Em dezembro de 1592 ele se casou com Francisca.
Francisco de Sales começou então a falar, com um pouco mais de abertura, a várias pessoas, do seu desejo de se tornar eclesiástico. Para Amedeo Bouvard disse: “Deus é a minha porção para sempre!”

sábado, 12 de fevereiro de 2011

6 º Domingo do Tempo Comum (13 de fevereiro de 2011)

Destaque

"Ouvistes que foi dito ... mas eu digo a você."

Perspectiva Salesiana

No Evangelho de hoje Jesus nos chama a uma vivência "maior" do amor. Jesus nos exorta a evitar a certo tipo de prática espiritual que faz apenas o mínimo que é exigido: viver a vida pelo método do "bom e suficiente". Jesus diz que para cumprir o mandamento, não basta evitar matar o vizinho, mas evitar viver com raiva - ou guardando rancor contra - o vizinho. Na verdade, devemos nos reconciliar com o próximo. Não é o suficiente não cometer adultério; também devemos evitar olhar os outros de maneira que possam ter como objetivo a nossa própria gratificação ou vantagem. Na verdade, ao invés de desperdiçar nosso tempo olhando para os outros, usemos nosso tempo para no examinar a nós mesmos. Não é suficiente evitar fazer juramento falso; evitemos colocar-nos em situações que precisemos jurar por nada. Basta dizer o que deve ser dito.

São Francisco de Sales procurou viver Jesus como "amor maior" e escreveu na Introdução à Vida Devota: “A verdadeira devoção, Filotéia, pressupõe o amor de Deus, ou melhor, ela mesma é o mais perfeito amor a Deus. Esse amor chama-se graça, porque adereça a nossa alma e a torna bela aos olhos de Deus. Se nos dá força e vigor para praticar o bem, assume o nome de caridade. E, se nos faz praticar o bem frequentemente, pronta e cuidadosamente, chama-se devoção e atinge então ao maior grau de perfeição" (IVD, Parte 1, Cap. 1.)

São Francisco de Sales também nos desafia para evitar o minimalismo espiritual. Não seremos bons somente porque não mentimos, temos que ser verdadeiros. Não seremos bons somente por evitar a gula, precisamos ser disciplinados. Não seremos bons somente porque somos austeros, mas devemos ser generosos. Não seremos bons porque evitamos ferir os outros, é preciso curar os outros.

Pedimos a Deus que nos ajude a viver este grande amor. Ajude-nos a evitar a tentativa de simplesmente 'sobreviver' na vida, nos ajude a entender o que significa realmente viver plenamente... por amor.

P. Murray S. Miguel, OSFS, é o Diretor Executivo do Centro de Espiritualidade Sales.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Reflexão domingo Salesiana - Quinto Domingo do Tempo Comum - 06 de fevereiro de 2011


As leituras de hoje nos lembram que somos a luz do mundo. Para São Francisco de Sales, isso significa partilhar a nossa vida em Cristo com os outros, a fim de glorificar a Deus:

Assim como Jesus iluminou o mundo com o resplendor da Sua vida, nós também devemos fazer o mesmo com nossas vidas. Deveríamos nos sentir honrados por termos sido escolhidos para esta missão. Consideremos a nobreza e a excelência do ser humano. Está dotado com o dom da compreensão com o qual conhece este mundo visível e que existe um Deus. Sabemos que existe a eternidade. Sabemos também qual é a melhor maneira para viver bem neste mundo visível, para poder desfrutar de Deus por toda a eternidade. Além disso, temos uma vontade mais nobre que pode amar a Deus e ao próximo. Olhemos nossos corações e vejamos como ele é generoso. O amor de Deus nos chama para amar os outros.

Nós não podemos amar nosso próximo demais, pois o amor de Deus ocupa o primeiro lugar no nosso coração. A imagem de Deus em todos nós é a nossa motivação mais forte para amarmo-nos uns aos outros. Amar o próximo nos dá a oportunidade de fazer muito para Deus. Não digamos que eu não somos virtuosos o suficiente ou que não temos talento para falar bem. Isso não importa. Vamos em frente. Façamos o que temos que fazer. Deus vai nos inspirar o que dizer e o que fazer. Se alguma vez tivermos medo, digamos: "O Senhor proverá." Nosso coração só encontra descanso em Deus, que cuida de nós.

Não se preocupe se você não está produzindo os frutos que você deseja. Você só será julga-do se não cultivar fielmente estas terras secas e áridas. Outros terão uma vida mais abundante pelo exemplo que dão. Caminhe, pois, na simplicidade e cheio de coragem. Nosso Salvador estará sempre com você enquanto você trabalha para a glória de Deus. Assim como as estrelas estão escondidas sob o sol, assim "A nossa vida está escondida em Cristo com Deus." Andar na luz de Deus e compartilhar a abundância do amor de Deus em nós, pois so-mos luz do mundo.

(Adaptado dos escritos de São Francisco de Sales)

Destaque: "Vocês são o sal da terra. Vocês são a luz do mundo".

Perspectiva Salesiana

Jesus proclama a todos que desejam segui-lo que devem ser luz para o mundo e sal da terra. Estas são imagens poderosas, tão fortes hoje, quanto o eram quando Cristo as proclamou pela primeira vez. Para os discípulos de cada tempo e lugar, essas imagens não são meros reforços. Não, elas são um constante desafio para entregar-se para Deus e para os outros, o que Jesus fez.

Para ser luz para o mundo é preciso iluminar os outros com a verdade e a misericórdia de Deus. Da mesma forma, essa mesma luz, deve expor os pecados do orgulho, a inveja, a mes-quinhez, a indiferença, injustiça e tudo o que nos cega da verdade e da misericórdia divina que Cristo conquistou para nós. O pecado é algo que torna mais difícil ver em nós mesmos e nos outros a luz e o amor de Jesus Cristo, não somente nos libertando das trevas, mas também não permitindo fazer tudo o que é bom e vivificante.

Na luz de Jesus, vemos a fonte de toda luz. Vemos o amor criador do Pai, recebemos o amor redentor de Jesus, experimentamos o amor de inspiração do Espírito. Isso, porém não é suficiente para fazer a luz brilhar sobre os outros: é preciso também permitir que a luz penetre e permeie todas as fibras do nosso ser. Deus-luz deseja mostrar aos outros como a luz pode nos transformar.

Para ser sal precisamos aceitar o fato de que, para seguir a Cristo, nossos esforços - ou a falta deles - têm um impacto sobre os outros, independentemente de estarmos conscientes disto ou não. Existem momentos em nossas vidas onde perdemos o nosso gosto por Deus e/ou as coisas de Deus. Algumas vezes somos tentados a acreditar que nossos esforços do dia a dia no seguimento de Cristo simplesmente não fazem uma diferença positiva na vida dos outros, sem falar no plano global de Deus para a salvação. Ao contrário do sal, no entanto, podemos recuperar o gosto em fazer o que é justo e bom por meio da oração, dos sacramentos e, talvez, muito mais pela prática das virtudes, que muitas vezes somos tentados a deixar.

P. Miguel Murray, OSFS, é o Diretor Executivo do Centro de Espiritualidade Sales.