sexta-feira, 26 de julho de 2013

Reflexão para o 17º Domingo do Tempo Comum - 28 de Julho de 2013


Destaque: "Vou descer para verificar se as suas obras correspondem ou não ao clamor que chegou até mim"!

Perspectiva Salesiana

As Escrituras de hoje mostram-nos que o juízo de Deus é reto, mas também compassivo. O livro do Genesis descreve a indignação de Deus por causa do clamor contra Sodoma e Gomorra. Mesmo assim, antes de agir, Deus tem a intenção de determinar pessoalmente ou não se os protestos estão ou não baseados em fatos. É o que faz Abraão.
Os juízos de Deus nunca são apressados.
São Francisco de Sales diz em sua Introdução à vida devota: "Como ofendem a Deus os julgamentos precipitados! Este é o tipo de apreensão espiritual que faz tudo parecer mal aos olhos daqueles que foram infectados." (IVD, Parte 3, capítulo 28) 
Os julgamentos precipitados têm menos a ver com o comportamento dos nossos vizinhos e mais a ver com as maquinações e disposição de nossos corações. Os julgamentos precipitados são um símbolo da presença da arrogância, da autossatisfação, medo, rancor, amargura, ódio, inveja, ganância e condescendência naqueles que emitem esses julgamentos. 
Os juízos apressados raramente se preocupam com os fatos. Os julgamentos precipitados são baseados em aparências, impressões, fofocas e boatos. Os julgamentos precipitados são feitos num instante (é por isso que usamos o termo juízos "repentinos"), e não se baseiam na razão, mas na emoção. 
Os juízos precipitados não promovem a reconciliação e a paz, ao contrário, os julgamentos precipitados produzem divisão e injustiças. Francisco de Sales escreveu: "As conclusões precipitadas tiram conclusões de uma ação para poder condenar outra pessoa." (Ibid.) 
Finalmente, julgamentos precipitados raramente, talvez nunca, resultam em atos de compaixão. Francisco de Sales escreveu: "Quem quer ser curado (de fazer julgamentos precipitados) deve aplicar remédios não nos olhos ou o intelecto, mas nos afetos. Se os seus afetos são generosos, seus julgamentos também serão." (Ibid) 
Ser como Deus - viver como Jesus - ser instrumentos do Espírito Santo - exigem que nossos julgamentos para os outros sejam feitos com retidão. Que estejam baseando em fatos, não em ficção. Que sejam enraizados no sentido, não nas suspeitas. Que estejam focados no comportamento, e não em preconceitos. Os juízos divinos estão sempre consumidos com a verdade, sempre estão comprometidos com a justiça e caracterizados pela compaixão. 
Como são os nossos juízos?

Padre Michael S. Murray, OSFS é o diretor do Centro de Espiritualidade de Sales.
Tradução e adaptação: P. Tarcizio Paulo Odelli - SDB 

Dos escritos de São Francisco de Sales

As leituras de hoje nos ensinam que precisamos suplicar, procurar, bater diariamente na porta de Deus. Como disse o Papa Francisco na sua chegada ao Brasil, bater delicadamente. Deus deseja atender-nos!

Aqui estão alguns dos muitos pensamentos de São Francisco de Sales sobre a oração: Nosso bom Mestre nos mostra muito claramente no Pai Nosso que primeiramente devemos pedir que Deus seja reconhecido e adorado por todos. Depois, então, pedimos o que é o mais importante para nós: que o Reino de Deus venha até nós. O Reino é o começo e o fim para o qual vivemos. Queremos ser os habitantes do céu. Em seguida, pedimos que a vontade de Deus seja feita. Depois destas solicitações, Nosso Senhor deixa muito claro que devemos pedir o pão nosso de cada dia para cada dia da nossa vida. 

Na oração Deus vem para o jardim da nossa alma e planta Amor Divino. Com o tempo, como nós cultivamos, através da oração, aquilo que Deus plantou em nossos corações, nós ganhamos confiança em nossa crescente amizade com Deus. 

Estamos tão perto que a nossa flor de amizade nos motiva a pedir a Deus que nos dê o que desejamos. Então, além de louvarmos a Deus na oração, nós também pedimos a Deus por tudo o que é bom. Podemos pedir a Deus qualquer coisa com a condição de que o que pedimos está de acordo com a vontade e é para a maior glória de Deus. 

A oração nos mostra como executar bem todas as nossas ações. Quem reverência a Deus faz é uma oração contínua. Aqueles que dão esmolas visitam os doentes, e praticam outras boas obras, estão orando. São vozes louvando a Deus com suas boas ações. 

Nosso Salvador deseja plantar em nós uma abundância de graças e bênçãos e até mesmo um coração completamente inflamado através de um amor incomparável por nós. Vamos nos colocar na Sua presença todos os nossos desejos para que Ele possa nos transformar inteiramente em si mesmo. 

Por que não abrir nosso coração com a oração, para que o Espírito Santo possa inundá-lo com o amor divino?

(Adaptado a partir dos escritos de São Francisco de Sales)

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Perspectivas Salesianas 18 - Leve a vida na brincadeira!... ou tudo à sério

















Fotografia tirada em Joinville, durante o Congresso Inspetorial da AJS em 2012.

"Um sentido de humor é suficientemente sutil para ensinar ao homem seus próprios absurdos tanto como daquelas pessoas que o afastariam de cometer todas as falhas, ou quase todas." (Samuel Butler)
"O humor é uma afirmação de dignidade, é uma declaração da superioridade do homem ou de tudo que lhe acontece."
"Não é enganado por outros aquele que ri de si mesmo." (Thomas Carlyle)
"O dia perdido é aquele em que nós não rimos." (Chamfort)
O humor em geral e os risos em particular não só são saudáveis​​, mas também podem produzir a cura. Talvez seja por isso que a seção mais popular do livro de Seleções (Reader´s Digest) continue a ser: "O riso: o melhor remédio"
São Francisco de Sales no século 17 foi um dos primeiros escritores espirituais a reconhecer o grande valor do senso de humor. Ele o viu a partir de uma posição vantajosa. Ele argumentou, dizendo que para conseguirmos ser melhores, precisamos nos conhecer a nós mesmos e muito bem. Para conhecermo-nos muito bem, precisamos estudar e aceitar não só nossos bons pontos, mas especialmente os aspectos da nossa natureza, que não são tão bons: nossos fracassos, nossas falhas e defeitos.
Quando reconhecemos nossos defeitos e nossas imperfeições percebemos que temos apenas duas opções: podemos chorar ou rir delas. Chorar é bom, mas temos que ir mais longe. Precisamos chegar ao ponto de aceitar que os erros e as coisas tolas que fazemos sem sentido, são parte de nossas vidas e que não temos o controle de tudo o que acontece. Temos que aceitar o fato de que Deus está no controle e, portanto, procurarmos descobrir sua vontade e nos entregarmos a ela.
São Francisco de Sales nos faz desenvolver a "Santa Virtude da Eutrapelia." Esse nome é usado pelos gregos e significa apenas rir de si mesmo, ou modo de gracejar sem ofender, zombaria inocente. Mas deve ser praticada de maneira certa, para contar histórias de nós mesmos a nossos amigos e membros de nossa família. Todos nós fazemos coisas bobas. Em alguns dias cometemos um bom número delas. Se reagirmos de modo contrariado a esses erros, isso poderá nos levar à ansiedade e a insegurança. Não obstante, se relevarmos tudo, perceberemos que não somos as pessoas perfeitas que sempre achamos ser e que dependemos de Deus para consegui-lo.
Contando estas histórias permitimos que os outros vejam que somos humanos. Nem sempre aparentamos ser o que somos. "Não nos vemos como melhores do que os outros nem queremos nos impor sobre eles. Isto também incentiva os outros a partilhar as coisas engraçadas e às vezes até mesmo sem sentido que eles disseram ou fizeram. Todos podem rir de nossas fraquezas e apreciar o mesmo nos outros. Pode ser uma ótima maneira de sermos livres e de "relaxar".
No entanto, a prática desta "caritativa piada" pode tornar-se muito além de nobre, quando não estamos nos sentindo tão bem conosco mesmos. Nestes momentos somos tentados a apontar de forma sarcástica ou maliciosa as faltas dos outros simplesmente para nos sentirmos melhor. Quando fazemos isto, perdemos o valor e a simples alegria de Eutrapelia. Tal risada perde o sentido do humor e deixa de ser medicinal. Ao contrário, se tona zombaria e venenosa.
A capacidade de brincar conosco mesmos e com os outros é como a energia nuclear: pode ser um instrumento de cura ou pode ser uma fonte de grande dor. Que Deus nos ajude a usar esse poder com sabedoria.

Para reflexão pessoal

1. Com que frequência você ri diariamente?
2. Normalmente, você ri das suas fraquezas e erros e também das fraquezas e erros dos outros?
3. Você é capaz de dar sentido de humor em sua vida espiritual?
4. Quando você reconhece suas fraquezas e erros, deixa Deus dirigir a sua vida?
5. Você vê como um valor o fato de render-se espiritualmente a Deus?
6. Você se alegra pelo fato de que tanto você como seu próximo são simplesmente seres "falíveis", mas humanos e amorosos?

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Reflexão Salesiana para o 16º Domingo do Tempo Comum - 21 de julho de 2013





















No evangelho deste final de semana, somos convidados e desafiados a ter o coração hospitaleiro de Maria e as mãos laboriosas de Marta. São Francisco de Sales escreveu na Introdução à Vida Devota: "Quando Nosso Senhor repreende Santa Marta, diz: 'Marta, Marta, estás solícita e te perturbas com muitas coisas'. Vede, se ela fosse simplesmente cuidadosa, não se teria perturbado. Mas como estava cheia de inquietações e ansiedades, ela se apressa e se perturba, e é disso que Nosso Senhor a repreende". (IVD Parte 3, cap. X)

Destaque: A história de Marta e Maria

Salesiana Perspectiva

Estamos todos bem familiarizados com este Evangelho de Lucas. Muito familiar, porque é muito fácil ver neste trecho do Evangelho como ele minimiza a ação e a atividade em relação à oração e à contemplação.
Precisamos rever essa interpretação. Precisamos entender como o Evangelho fala de Marta e Maria. É importante considerar qual é a mensagem que queremos dar a este trecho do Evangelho. 
Jesus não critica Marta por se preocupar tanto com os detalhes da hospitalidade. Em vez disso, Jesus critica o fato de que Marta fique ansiosa por causa destas atividades. Da mesma forma, Maria não é exaltada por causa de sua inatividade, mas porque ela não sente o peso da ansiedade. Resumindo, Marta está chateada e nervosa, enquanto Maria é calma e focada. 
Tanto Marta como Maria nos ensina algo a respeito da hospitalidade. Em Marta, podemos ver a importância de atender aos detalhes quando recebemos pessoas em nossas casas. Em Maria, podemos ver a importância de chegar às pessoas em nossas vidas, em nossos corações, nas profundezas do que somos.
Não se trata de escolher entre a atividade e disponibilidade. Trata-se de incorporar, integrar as duas coisas.
Francisco de Sales certamente sabia disso quando ele descreveu as duas grandes faces do amor: amor por complacência e amor por benevolência. A complacência é o amor que se encanta apenas ao estar na presença da pessoa amada. A benevolência é o amor que se deleita em expressar essa complacência fazendo coisas para a pessoa amada. 
Ser e Fazer. Fazer e ser. Esta é a dança da hospitalidade. Esta é a dança do amor... uma dança que desafia-nos a ser livres, tanto quanto pudermos, da ansiedade, da autoabsorção e preocupação. 
Para estarmos verdadeiramente abertos, para sermos verdadeiramente hospitaleiros, temos que ter algo de Marta e de Maria em nós. Precisamos estar igualmente em paz com os detalhes do fazer e com as demandas do ser. 
Como estão as nossas tentativas de fazer - e  de ser ao mesmo tempo? 

Padre Michael S. Murray, OSFS - Diretor do Centro de Espiritualidade de Sales. 
P. Tarcizio Paulo Odelli - SDB - Tradução e adaptação.

TAREFAS HUMILDES...

Aproveito a oportunidade para publicar um pequeno trecho do livro "Às fontes da alegria com São Francisco de Sales" do Con. F. Vidal.
Ao falar de tudo o que São Francisco de Sales fez em prol da Madre Chantal, ela nunca quis se dispensar das tarefas humildes que se faziam no Convento. Mas fazia como Francisco tinha ensinado... sem pressa, com amor, com docilidade... ao contrário da Marta do evangelho.
"Ensinou-lhe o preço da moderação que mortifica a atividade natural, e o valor das coisas pequenas a que se aplica o esforço com amor. Formou-se na renúncia à vontade própria e à prática da obediência. Nunca, consequentemente, quis ela dispensar-se destas tarefas humildes em que as Irmãs se revezavam, nas comunidades. Ela tem quase 70 anos e no seu mosteiro de Annecy, que deixará dois dias depois para visitar as suas casas e para onde não regressará mais, está ocupada em varrer. O seu nome está nesse dia, escrito no quadro que designa a cada uma o seu ofício. Enquanto desempenha sua tarefa, não percebe uma irmã que "a esperava à porta para algumas cartas urgentes". Esta a vê acabar de ajuntar o pó, "mas com tanto cuidado e tempo para fazer isso direito" que se espanta e logo se impacienta: "Minha Madre, exclama ela, parece que achais pérolas, tal o cuidado com que ajuntais o lixo". Madame de Chantal lhe responde docemente: "Ajunto mais que isso, minha filha, e se soubéssemos o que é a eternidade, gostaríamos mais de ajuntar o lixo na casa de Deus que pérolas na do mundo". 

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Reflexão Salesiana para o 15º Domingo do Tempo Comum - 14 de julho de 2013























Destaque: "Na verdade, este mandamento que hoje te dou não é difícil demais nem está fora do teu alcance... está em tua boca e em teu coração para que o possas cumprir" (Dt 30, 11;14)

Perspectiva Salesiana

No filme "Indiana Jones e a Última Cruzada", Indiana Jones pergunta ao seu mentor, Marcus Brody: "Você acredita Marcus? acredita que a arca exista?" Seu velho amigo e mentor sóbrio e gentilmente responde: "A busca pela Arca é a busca pelo divino em todos nós."
Para encontrar o divino não precisamos ir a lugares remotos. Não encontramos o divino olhando para o céu. Não precisamos atravessar grandes oceanos para encontrar o divino. Não. Buscar o divino é a mais grandiosa, e às vezes a mais difícil aventura de todas: encontrar dentro de nós mesmos. É o caminho para o coração. É o caminho para a alma, para a essência e o centro do nosso ser.
Francisco de Sales certamente acreditava nisto. Ele escreveu em sua Introdução à vida devota: "Deus está em todas as coisas e em todos os lugares Não há lugar ou coisa do mundo na qual Deus não está realmente presente."  Mas isso, diz Francisco de Sales, não é suficiente, pois "Deus não só está no lugar onde você está, Deus também está presente de uma forma muito especial em seu coração, no centro do seu espírito." (Parte II, capítulo 2)
É claro que a busca pelo divino em todos nós não está limitada a viajar para o coração. A busca e o reconhecimento do divino em nós se encontram quando nós fazemos outra viagem: ao nos aproximarmos e cuidar dos outros. 
Jesus fala sobre isso em sua parábola do Bom Samaritano. Duas pessoas que deveriam ter comportado melhor (dado o seu conhecimento) passaram ao lado de um vizinho em necessidade e o ignoraram. Esta não é, certamente, uma forma de reconhecer a presença do divino em nós. Claramente, e mais tragicamente talvez esta seja uma indicação de que eles falharam em reconhecer a presença de Deus dentro de si mesmos.
Um terceiro homem, ao contrário, é "movido pela compaixão" que sentia pela miséria do homem caído. Ele é capaz de acercar-se a uma pessoa necessitada porque, primeiro teve a coragem de olhar para dentro de si mesmo e ver a presença de um Deus que o ama e cuida dele. A presença de um Deus que o chamou para fazer o mesmo para os outros. 
Deus tem sua morada em todos os lugares, sobretudo em nossos corações. Francisco de Sales nos desafia: "Olhe para o seu coração e pergunte a si mesmo muitas vezes, se o seu coração se preocupa com o seu vizinho, da mesma forma que você gostaria que o coração de seu vizinho cuidasse de você."
Tudo o que resta para nós é que o pratiquemos. Que estendamos o nosso coração, e o coração de Deus, ao nosso próximo em necessidade. 
Sempre. E em todas as partes. 

P. Michael S. Murray, OSFS - Diretor do Centro de Espiritualidade de Sales
Tradução e adaptação: P. Tarcizio Paulo Odelli - SDB. 

terça-feira, 9 de julho de 2013

Perspectivas Salesianas 17 - Escutando a Palavra de Deus... e obedecendo
























"...mais felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática" (Lc 11, 28)

"Nós levantamos bem alto o lecionário da Bíblia na procissão de entrada ao iniciar a celebração da Eucaristia, o incensamos antes da leitura em ocasiões solenes e com o "Aleluia" fazemos o prefácio da leitura do Evangelho. Este não é um livro qualquer. Na verdade, todas estas palavras e ações demonstram o respeito que temos ao texto bíblico e que esperanças temos em lê-lo e interpretá-lo",  escreve Lawrence S. Cunningham.
Muita coisa mudou com a leitura das Escrituras desde o século XVII de São Francisco de Sales. É uma regra do século XXI a sede dos leigos cristãos por um sentido cristão na Bíblia através de um estudo dedicado, escutando e partilhando as leituras. A Bíblia, uma biblioteca de livros, é a Palavra de Deus expressa numa forma única, excepcional, o que não se pode dizer de nenhuma outra composição humana. O Concílio Vaticano II afirma que a Igreja cumpre e reverencia a Palavra de Deus.
É muito interessante ler as palavras de São Francisco de Sales uns quatrocentos anos atrás, sobre a Escritura. "Seja fiel à Palavra de Deus, seja aquela ouvida nas conversas familiares, com amigos espirituais ou nos sermões. Escute-a sempre com atenção e respeito; faça bom uso dela, não deixe que se perca, mas carregue-a em seu coração..."
"Devemos preparar-nos para ouvir a Palavra com a atenção que merece, não como se fosse qualquer outra palavra."
"Devemos abrir os nossos corações   à presença da Majestade Divina, receptivos ao seu orvalho celeste."
"Quando ouvimos a Palavra de Deus numa homilia ou quando a lemos  num livro, devemos colocá-la espiritualmente em nossa mente... em obediência, submetamo-nos às coisas concernentes à vontade de Deus que são ensinadas para a nossa perfeição e para o nosso progresso espiritual."
"Receba a Palavra com um espírito  de devoção, humildade e reverência.  Ouça-a com atenção."
Sua mensagem enfatiza a preparação  e ação quando ouvimos a Palavra. Como fazemos isso?
* Reverência: Escutar com confiança  é aceitar a palavra do Pai. As Escrituras não são tanto uma fonte de informações como uma palavra que requer uma resposta. A Bíblia não é lida para satisfazer a uma comunidade, mas para descobrir um chamado de Deus e requer a nossa resposta. Se aceitarmos, mudamos. Se rejeitarmos, erramos redondamente e acontece o que disse São Jerônimo: "A ignorância da Escritura é ignorância de Deus".
* Preparação: Comece por estudar as leituras do domingo nas Escrituras.   Nossa igreja proporciona um ciclo bem estruturado que nos oferece a oportunidade para ler e usar mais de 80% da Bíblia e nos prepara para ouvir o esperado e o inesperado.
* Atenção: Concentre-se realmente em ouvir a Palavra. Escutar é estar alerta para aquilo que o Espírito está dizendo ao mundo hoje. Limite as distrações para estar preparado.
Cada um de nós leva para a Missa experiências e perspectivas diversas no que concerne a leitura da Bíblia. São Francisco de Sales gostaria que lutássemos para sermos cristãos de verdade, que levam a inesgotável  riqueza da Palavra de uma forma séria e reverente, aplicando-a em suas vidas. Ele sugere que, com um espírito de devoção e atenção ouçamos e escutemos as verdades da Escritura assim como buscamos a perfeição em todas as nossas práticas espirituais. Lembre-se que a presença de Deus está na Palavra e a presença da Palavra está na Criação. Lembre-se especialmente do nosso chamado a ser Palavra de Deus na vida dos outros.

Para reflexão pessoal

1. Está a minha mente tão distraída que tenho dificuldade em permanecer  atento à Palavra de Deus?
2. Qual é o impacto que tem a palavra  de Deus na minha vida?
3. Como me preparo para receber a Palavra de Deus?
4. De que maneira eu posso receber a mensagem de servir e amar a Deus?
5. Levei a "Boa Nova" aos outros?
6. Neste momento da minha vida, que parte de mim tem maior necessidade do poder de cura  da Palavra de Deus?

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Reflexão Salesiana para o 14º domingo do tempo comum - 07 de julho de 2013





















Destaque: "Tudo o que importa é que fomos criados de novo."

Perspectiva Salesiana

A maioria de nós, num dia qualquer, gastamos o nosso tempo, o nosso talento e energia lidando e tentando equilibrar todas as coisas da vida que são mais urgentes: manter os compromissos, prazos, sobrevivendo ao deslocamento diário de um lugar para outro, ir/voltar do jogo de futebol, pagar contas, comprar comida, administrando a própria casa, monitorando tarefas, comer, dormir, etc, etc, etc... 
Quando é que vamos encontrar o tempo para fazer aquilo que São Paulo nos diz na 2ª leitura de hoje: "o que realmente importa é ser criado de novo?"
Buscar as coisas que realmente importa na vida não significa que estamos dando as costas para as coisas que são mais urgentes. Muito pelo contrário. Francisco de Sales dizia: "Tenha cuidado e prestem atenção a todas as questões que Deus confiou. Porque como Deus confiou a você, Deus quer que você cuide delas com muito cuidado."  Você sabe quais são e algumas já foram descritas acima. 
Manter na mente as coisas que realmente importam significa manter em perspectiva todas as coisas que nos mantêm ocupados: "Não se preocupem, eu quero dizer, não deixem que estas coisas os inquietem, que produzam ansiedade", observava Francisco de Sales. "Não se preocupem com essas coisas, por que a preocupação perturba a razão e o juízo e não nos permite fazer bem essas mesmas coisas pelas quais tanto estamos preocupados em primeiro lugar." 
Viver uma vida feliz, saudável e santa não significa ter que escolher entre cumprir nossos deveres e responsabilidades ou buscar as coisas que são mais importantes: esta não é uma posição entre isso e aquilo. Na tradição salesiana, é somente quando mantemos nossos olhos fixos no que realmente importa - "que sejamos criados de novo" - que realmente podemos fazer justiça a todas as coisas que tenhamos que suportar todos os dias.
O mais importante para Jesus era proclamar o poder e a promessa da Boa Nova da salvação, da redenção, da vida e do amor. No entanto, como demonstra claramente o Evangelho de hoje, buscar as coisas que realmente importam gerou mais de uma "lista de coisas a fazer" para Jesus e seus discípulos. Ele disse que "a messe é grande e que os trabalhadores são poucos". Mandou anunciar a paz, síntese de todos os seus dons.
Através de cada dia tentem manter na mente e em seu coração as pequenas coisas que realmente importam. Permaneçam firmes no desejo de Deus: que vocês sejam criados novamente. Mantenham diante de seus olhos a imagem de Cristo, manso e humilde que caminha com vocês através a cada momento de cada dia. Recordem o convite de Deus para encarnar a Boa Nova nas modalidades que são apropriadas para o estado e as circunstâncias em que vivem suas vidas. 
Mas, não demorem muito. Afinal, temos muito a fazer hoje!

P. Michael S. Murray, OSFS - Diretor do Centro de Espiritualidade de Sales
Tradução e adaptação: P. Tarcizio Paulo Odelli - SDB 

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Perspectivas Salesianas 16 - Paciência... Nosso pão de cada dia

























Nos tempos de São Francisco de Sales, o santo modelo de paciência, não existia este remédio. É claro que nem hoje existe... é uma montagem. Mas bem que poderia existir. Quem sabe seria um dos "remédios" mais vendidos no mundo!"  Existem outros meios para se conseguir paciência do que tomar comprimidos químicos...  a Espiritualidade Salesiana está cheia de indicações.

"Vocês necessitam apenas de perseverança, a fim de cumprirem a vontade de Deus, e assim alcançarem o que ele prometeu" (Hb 10,36).  
"É difícil numa época em que qualquer gratificação atrasada é vista como ruim ou ao menos  como um impedimento para uma vida boa. Forças culturais tremendas encorajam-nos a conseguir o que quisermos neste momento e a adiar   as consequências," escreveu Eugene Kennedy em "A Time for Love". 
Homens e mulheres sábios sabem  que a paciência e o sofrimento são características essenciais da vida. É surpreendente ver como São Paulo coloca em primeiro lugar a paciência na sua descrição das características do amor.
Paciência é a resistência necessária que se requer quando se espera que as relações mantenham sua vitalidade.
A Espiritualidade Salesiana finca pé nessa verdade do nosso relacionamento com Deus, com o próximo e conosco mesmos. Nosso caminho para a santidade requer paciência. O cerne da questão é dar nossas vidas para este fim. Uma mudança total de prioridades e de motivações. É estar preparado para morrer para nós mesmos a fim de dar vida a outros. É o eterno mistério da vida de Cristo que é a verdadeira religião.
A paciência não é preguiça ou indiferença,  ou falta de bom senso. A verdadeira paciência não só aceita as grandes e pesadas provas que ocasionalmente atravessam o caminho, mas pequenos problemas  e os contratempos irritantes que enfrentamos todos os dias. Isto significa que devemos ser pacientes não só com uma doença, mas com os pequenos aborrecimentos que Deus envia ou permite.
Isto significa ter paciência no local onde a vontade de Deus nos envia. Ter paciência com aqueles que, por vontade de Deus nos rodeiam, ter paciência em todas as circunstâncias que Ele permite. A lição final e mais excelente sobre a paciência, escreve São Francisco de Sales, é "quando a paciência com o nosso próximo se torna parte dos nossos corações. Estamos sempre ansiosos para que os outros tolerem nossas dores e que eles nos tolerem. Parece, no entanto, que as faltas dos nossos próximos sempre são muito grandes e insuportáveis."
Devemos ter paciência e pouco a pouco eliminar nossos traços inaceitáveis assim como controlar as nossas emoções. A vida é uma luta contínua entre a esperança e o medo. Deus está sempre pronto para ajudar-nos. Nunca se canse de lutar para crescer na perfeição. A pessoa verdadeiramente paciente não fica queixando-se nem deseja que os outros sintam pena quando passa por momentos difíceis.
A Espiritualidade Salesiana nos diz que devemos ter paciência com todos, mas acima de tudo, conosco mesmos. "Não se perturbe com suas imperfeições e sempre tenha coragem de se levantar após uma queda. Não existe caminho melhor para a perfeição na vida espiritual do que sempre começar novamente, sem pensar que já fizemos o suficiente."
A prática da paciência impulsionará nossa energia diária para o crescimento espiritual. A repreensão simples e carinhosa de um pai paciente tem feito muito mais do que o xingamento e a raiva. Basta lembrar que Deus tem paciência incrível para conosco. Nesta vida, a paciência deve ser o nosso pão de cada dia.

Para reflexão pessoal

1. Minhas relações com os outros são equilibradas?
2. Existem relações na minha vida que provam que sou bastante paciente? Por quê?
3. Eu preciso fazer tudo de uma vez?
4. Eu realmente ouço os outros? Sou considerado e cuidadoso  quando respondo?
5. Como reajo com as mudanças na minha vida?
6. Como gerencio os "golpes" diários da vida?