sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Reflexão para o 22º Domingo do Tempo Comum - 1 de Setembro de 2013


Destaque: "Filho, realiza teus trabalhos com mansidão e serás amado mais do que um homem generoso. À medida que fores grande, deverás praticar a humildade e assim encontrarás graça diante do Senhor."

Perspectiva Salesiana

Como encontramos graça diante de Deus através da nossa humildade? Neste caso, quando nos humilhamos, o que estamos realmente fazendo?
Em primeiro lugar, e acima de tudo, a humildade nos desafia a evitar dois extremos da vida: as tentações de autoexaltação, ou de nos desprestigiar-nos. Francisco de Sales deu exemplos concretos de como fazer isso. "Quanto a mim, não quisera fazer-me de louco, nem de prudente, porque, se a humildade me impede de fazer-me prudente, a sinceridade e a simplicidade me devem impedir de fazer-me de louco; Com efeito, a humildade esconde as virtudes e as boas qualidades e só as mostra pela caridade, que, não sendo uma virtude humana e mortal, mas celeste e divina é o sol das virtudes; deve sempre dominar sobre todas; de sorte que, se a humildade prejudica a caridade em alguma coisa, é, sem dúvida, uma humildade falsa. Se a caridade o exige, cumpre ajudar o próximo com bondade e doçura em tudo o que é necessário para a sua instrução e consolação." ( Introdução à Vida Devota, Parte III, Capítulo 5) 
Num nível mais profundo, humildade é reconhecer nossa pequenez e a grandeza de Deus. "Consideremos o que Deus fez por nós e o que nós fizemos contra Deus, e quando refletimos sobre nossos pecados, um por um, devemos considerar também as graças de Deus, uma por uma. Não há necessidade de temer que o conhecimento dos dons de Deus nos tornarão orgulhosos, se só nos lembramos desta verdade: o bem em nós não vem somente de nós mesmos." ( Ibid. )
Finalmente, ter uma visão equilibrada de nós mesmos significa reconhecemos nossa pequenez e a grandeza de Deus, e dar graças à fidelidade de Deus para conosco, que nos leva a viver uma vida de generosidade. "As mentes generosas não se divertem com brinquedos insignificantes de classe, honra e de títulos. Eles têm outras coisas para fazer. Tais espetáculos pertencem às mentes preguiçosas. Aqueles que possuem as pérolas não estão preocupados com as conchas, enquanto que aqueles que aspiram à virtude não se preocupam com as honras." ( Introdução à Vida Devota, Parte III, Capítulo 4) 
Humilha-se não é desprestigiar-se. Não, ser humilde é encontrar nosso lugar na vida: como beneficiários do amor de Deus por nós, como instrumentos do amor de Deus na vida dos outros. 
Finalmente, ser humilde significa conhecer o nosso lugar no plano de salvação de Deus... e ter a coragem de assumir este lugar. Esta é a verdadeira humildade, que, a seu tempo, deve levar-nos suavemente e respeitosamente, a incentivar outras pessoas em sua luta para que da mesma forma cheguem a conhecer seu lugar no plano de salvação de Deus... e para que também tenham a coragem de assumi-lo. 
Qual a melhor maneira de encontrar graça diante de Deus?  Juntos. 

P. Michael S. Murray, OSFS - Diretor do Centro de Espiritualidade de Sales
Tradução e adaptação: P. Tarcizio Paulo Odelli - sdb 

Dos escritos de São Francisco de Sales

As leituras de hoje nos ensinam que a humildade e a generosidade são valores que garantem a vida eterna. Aqui estão alguns dos pensamentos de São Francisco de Sales sobre essas virtudes, que estão presentes em vários de seus escritos: 
A humildade é bastante generosa, e nos faz assumir todas as tarefas que nos foram confiadas, armados com uma coragem invencível. Quando somos humildes, temos muita coragem, porque estamos colocando toda a nossa confiança em Deus e não em nós mesmos. Ao mesmo tempo a confiança em Deus dá origem a um espírito generoso em nós. 
Nosso coração generoso pode estar cheio de dúvidas sobre a nossa própria capacidade de fazer qualquer coisa. Mas não devemos ficar atolados nessas questões, mas temos de continuar a fazer aquelas coisas que sabemos que irão agradar a Deus. Ao executar uma tarefa, nossas dúvidas surgem porque valorizamos demais nossa reputação. Nós desejamos ser professores que nunca cometem um erro. Mas, são as nossas amadas imperfeições que nos obrigam a reconhecer nossas deficiências, e fazem com que coloquemos em prática nossa humildade, o amor sacrificado, a paciência e a vigilância. No final, os processos que vivemos em meio a dor engrandecem nossos corações e aumentam a nossa coragem. Deus sempre se agrada quando, estando fracos, somos capazes de levantar-nos. 
Não devemos nos preocupar se percebemos que ainda somos novatos na hora de colocar em prática as virtudes. Toda a nossa vida está ligada a um processo de aprender a amar de modo divino. Nossa obrigação de servir a Deus, e avançar no caminho do amor a Deus, continuará até o dia em que morrermos. Embora seja verdade que Deus deseja que façamos todo o possível para adquirir as virtudes sagradas, nosso trabalho é fazer crescer corretamente as nossas almas. Portanto, devemos cuidar delas fielmente. Mas no que diz respeito aos cultivos e colheitas abundantes, desejamos que nosso Senhor cuide delas. O agricultor nunca será culpado por não ter tido uma boa colheita, a menos que não tenha lavrado ou semeado suas terras com o cuidado necessário. Portanto, avancemos com paciência, e em vez de nos preocuparmos por termos conseguido pouco progresso no passado, tentemos ser mais diligentes, a fim de obter melhores resultados no futuro. 

(Adaptado a partir dos escritos de São Francisco de Sales) 

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