sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Reflexão Salesiana para o 19º Domingo do Tempo Comum - 11 agosto de 2013


Destaque: "A fé é um modo de já possuir o que ainda se espera, a convicção acerca de realidades que não se veem."
  
Perspectiva Salesiana

Como seguidores de Jesus, somos chamados a viver uma vida de fé. Cada dia, cada hora, cada momento de nossas vidas deve ser cheia de oportunidades de fé para crescer no nosso amor e em nossa compreensão de Deus, de nós mesmos e dos outros.
As leituras deste domingo nos questionam: o que exatamente é a fé? 
São Francisco de Sales fez a distinção entre fé viva e fé morta: "Examinem seus trabalhos e ações. Quando não existem sinais de vida, consideramos uma pessoa como morta. As árvores no inverno parecem estar mortas, mas, no tempo certo produzem folhas, flores e frutas. Da mesma forma, mesmo quando a fé morta possa parecer estar viva, apenas esta última poderá dar frutos de fé em todas as estações. A fé viva é excelente porque estando ligada ao amor e sendo vivificada pelo amor, é forte, firme e constante."
As pessoas que estão cheias de fé, sugere Francisco de Sales, estão vivendo uma vida vigilante, forte, prudente e atenta ao aceitarem a verdade de que Deus é amor, que elas foram criadas, redimidas e inspiradas no amor e que elas são chamadas a partilhar esse amor para os outros. Pessoas que estão cheias de fé são pessoas de ação, de coragem e de perseverança, sempre seguem em frente, mesmo em relação às coisas que elas não podem ver.
Comparem esse poder e esta promessa com a alternativa: a decisão de viver com medo.
As Escrituras de hoje nos fazem pensar: o que é exatamente o medo? Medo: "estado afetivo suscitado pela consciência do perigo ou que, ao contrário, suscita essa consciência; temor, ansiedade irracional ou fundamentada; receio; apreensão em relação a (algo desagradável)". Assim define o dicionário Houaiss.
As pessoas que vivem no medo não confiam na verdade de que Deus é amor. Não se atrevem a acreditar que foram criadas e sustentadas por este amor. E mesmo assim, não se arriscam a partilhar esse amor com os outros. As pessoas que vivem com medo são pessoas que não agem, que estão sempre desanimadas e tímidas. Essas pessoas sempre desejam poder dar volta e regressar. Elas têm medo de olhar para frente. No sentido real, as pessoas medrosas estão mortas, desde já.
Não se enganem: as pessoas de fé não estão imunes ao medo. Elas temem sua própria infidelidade. Elas temem as suas próprias fraquezas. Elas temem seus próprios pecados.  Da mesma maneira, às vezes, elas temem as infidelidades, as fraquezas e os pecados dos outros. Mas, no final, as pessoas de fé optam por não viver no medo, mas para viver na verdade de quem é Deus, que Deus as chamou para existir e o que Deus as desafia a ser na vida dos seus irmãos e irmãs. 
As pessoas de fé são seres humanos que tentam ser plenamente humanas. Mesmo sabendo que o medo faz parte da vida, as pessoas que tem fé sabem que existe muito mais na vida - muito mais - do que o medo. 

Padre Michael S. Murray, OSFS  - Diretor do Centro de Espiritualidade de Sales. 
Tradução e adaptação: P. Tarcizio Paulo Odelli - SDB

Dos escritos de São Francisco de Sales

As leituras de hoje nos chamam a sermos fiéis servos de nosso Senhor. Este é um tema recorrente nos escritos de São Francisco de Sales: 
As Escrituras nos dizem que devemos nos agarrar firmemente naquilo que temos. Ainda assim, somos como os corais que facilmente se dobram pelo movimento das correntes oceânicas. Como ainda vivemos no mar deste mundo, estamos propensos a nos dobrar de um lado para o outro. De um lado para o amor divino, e do outro lado para ceder à tentação dos bens que, embora vazios, parecem ser benéficos. 
Estes supostos bens são como as raposas encarregadas de destruir nossa vinha. Ao contrário, o amor divino nos impele a fazer do nosso coração um lugar fértil, através das boas obras. Portanto, devemos usar as nossas mentes na prática do amor sagrado, de modo que estes bens pressupostos não exerçam sua influência real sobre nós. A vontade de Deus não é nos proteger dos falsos bens. Ao contrário, Ele deseja que pratiquemos plenamente o amor sagrado, resistindo a tentação que eles representam. O que Ele quer é que, combatendo, obtenhamos uma vitória, e que por meio de uma vitória obtenhamos o triunfo.
Sempre haverá bens falsos, como a riqueza e as honras, que despertam a avareza em nós. Se mantivermos nossa fé centrada na Palavra de Deus ela distinguirá entre os bens verdadeiros para os quais trabalhamos, e os falsos que devemos rejeitar. Nossa fé nos fará ativar um alarme diante da aparição de um falso bem, por mais atraente que possa parecer. Imediatamente o amor divino recusará esta falsidade, porque nossa fé nos permite ver as coisas que são verdadeiramente eternas. 
Continuemos pertencendo a Deus, mesmo em meio às muitas ocupações que envolvem a diversidade das coisas terrenas com as quais temos de lidar. Que melhor oportunidade para dar testemunho da nossa fidelidade nos momentos em que tudo dá errado?  As dificuldades nos oferecem a oportunidade de colocar em prática nossas virtudes e nossa confiança em Deus, que deseja nos ajudar. Basta apenas pedir sua ajuda. Quão felizes nós seremos se andarmos na vida e nos colocarmos nos braços de Nosso Senhor apenas para andar e fazer todo o possível, para colocar em prática as virtudes e as boas obras, sempre segurando nas mãos de nosso Salvador! 

(Adaptado a partir dos escritos de São Francisco de Sales) 

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