sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Reflexão Salesiana para o 26º domingo do Tempo Comum - 26 de setembro de 2010


As leituras de hoje nos recordam que devemos constantemente estar aberto para receber o amor de Deus e trabalhar pelo amor que lhe devemos.

São Francisco de Sales observa: Ricos e pobres são chamados a cumprir com o serviço devido a Deus. No Evangelho de hoje vemos como Lázaro, através do sofrimento, perseverou no amor fiel a Deus e morreu feliz. Enquanto o rico se agarrou com tanta força na sua riqueza, que a transformou no seu deus.

Como os ricos podemos tornar-nos obcecados com as nossas posses. Quando isso acontece, nós oramos para que Deus faça a nossa vontade em vez de orar para cumprirmos a vontade de Deus. Em outras palavras, tentamos usar Deus como meio para os nossos fins, que é uma ilusão. Deus é o nosso verdadeiro fim.

A ganância não é a única inclinação desordenada que podemos experienciar. Existem outras, que incluem o egoísmo, a raiva, o orgulho ou a inveja. Mas, se nos abrirmos para receber o amor de Deus nem nosso temperamento nem nossas inclinações irão entorpecer os nossos contínuos esforços para levar uma vida santa. No entanto, não importa quão abundante seja uma fonte de água. A força da água para regar as plantas do jardim é diretamente proporcional ao tamanho do canal que a transporta. O Espírito Santo é como uma fonte de água viva que flui em nossos corações tentando encharcá-los com Sua graça, sempre e quando consentirmos com ele. A graça não nos faltará, pelo contrário, nós é que perdemos a graça. O amor vivificante de Deus nunca é mau, se tivermos a vontade de recebê-lo.

Após sua conversão, São Paulo, que, por natureza era sagaz, rude e grave se abriu totalmente para receber a graça de Deus. Então, o amor de Deus, aproveitando a severidade de Paulo, tornou-o um homem determinado a fazer o bem e invencível para que pudesse enfrentar todos os tipos de sofrimento e trabalhos. Por acaso, o amor de Deus não está acima da natureza? Sejam perseverantes e, com a ajuda de Deus convertam todas as suas inclinações de forma racional. Então nos tornaremos mais atentos ao amor que devemos a Deus e todas as nossas boas ações darão os primeiros frutos que procedem do Espírito de Deus, que é a fonte de nosso próprio espírito .

(Adaptado a partir dos escritos de São Francisco de Sales)

Destaque:

"Combater o bom combate da fé".

Perspectiva Salesiana

Tanto a leitura do profeta Amós como a parábola do Evangelho de Lucas nos chamam a atenção para o fato de sermos complacentes com aquilo que se define como “não estar satisfeito como se deveria”, isto é, a autossatisfação e a falta de preocupação. A primeira e a terceira leitura sugerem que aqueles que estão satisfeitos são aqueles que correm maior perigo de sofrer um desastre pessoal.

São pouquíssimas as pessoas que estão "satisfeitas como se deveria.” Geralmente isso acontece lentamente e sutilmente. Nós permitimos que os bons momentos e as experiências nos transmitam uma falsa sensação de segurança. Então nós começamos a acreditar que, de alguma forma, estamos acima das provações e tribulações dos outros. Por isso sentimos que de alguma forma "chegamos," “concluímos,” mesmo quando a viagem da vida - com as suas responsabilidades, demandas e desafios - está longe de terminar.
São Paulo certamente reconheceu a tentação de “não estar satisfeito como se deveria.” Qual foi o remédio que indicou? "Combater o bom combate da fé. Busquem a justiça, a piedade, a compaixão, o amor, a fé e a mansidão."

Justiça - A adesão a um código moral ou ético.
Piedade - A devoção religiosa ou reverência a Deus e aos outros.
Fé - A crença na verdade, a coragem e a confiança de uma pessoa, ideia ou coisa.
Amor - A emoção profunda, doce, inefável carinho e solicitude pelos outros, um sentido de ser a gente mesmo.
Firmeza - Fidelidade, perseverança, algo imutável.
Mansidão – Ser considerado doce, sem gravidade.

Combater o bom combate requer um esforço constante. Requer energia. Requer vigilância. É uma preocupação constante. São Francisco de Sales diz: "Fazer o que é certo é bom, de maneira cuidadosa, frequente e prontamente."

Simplificando, a vida espiritual é um processo que dura toda a vida. Não importa quanto progresso estamos fazendo num determinado momento do caminho. Devemos evitar tornar-nos complacentes ou tornar-nos "satisfeitos até por não ter o suficiente.” Não importa quanto estamos realizando individualmente e coletivamente no amor de Deus e do próximo. Sempre aparecerão mais coisas boas para fazer.

...de maneira cuidadosa, frequente e prontamente.

Padre Michael S. Murray , OSFS é o Diretor do Centro Espiritual de Sales. 

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