1573 – Francisco tem 6 anos. Luís de Sales, irmão do Sr. de Boisy decide colocar os três filhos na escola de La Roche, pequena cidade que ficava a três léguas do castelo. O Sr. de Boisy decide que seu filho irá acompanhar os primos. Se revela aluno perfeito, dado como modelo aos colegas. Sua piedade causa admiração e seduz. Quando saiu desta escola, em 1575, “a maioria das pessoas o acompanharam e choravam dizendo que lhe tiravam o que era a bênção de sua cidade”, diz a senhora Chaugay.
cidade de La Roche
1575 – Frequenta o Colégio de Annecy, fundado em 1551 pelo Cônego Eustáquio Chapuys para receber alunos da distinta juventude da Sabóia. Neste período Francisco recebe a primeira comunhão e a confirmação pelo Monsenhor Angelo Justiniani, a 17 de dezembro de 1577 na igreja de S.Domingos de Annecy. Recebe também a tonsura a 20/12/1578. Já alimenta a ideia de tornar-se sacerdote. “Desde meus doze anos, resolvi-me tão fortemente pertencer à Igreja que não teria mudado de resolução nem mesmo para possuir um reino.” (dirá mais tarde, numa conversa com a Madre Angélica Arnaud)
1578-1588 – PARIS – O HUMANISTA
No outono de 1578 (setembro) seu pai decide enviá-lo para Paris. Irá estudar no Colégio de Navarra, freqüentado pela elite da juventude parisiense. Francisco tinha ouvido falar que ali “a juventude não se dava à virtude quanto no Colégio dos Jesuítas, cujo renome e estima tinha cheios os ouvidos”. Através da mãe consegue ir para o Colégio Clermont, atual Liceu Luís, o grande.
Foi matriculado na classe de humanidades. Entra na fortaleza do ultramon-tanismo: os jesuítas ensinam que a autoridade do Papa tem primazia sobre a dos concílios; a santa sé não pode ser julgada por ninguém; se deve obedecer às Bulas. Os padres são acusados de insinuar idéias mais subversivas: o direito do papa dispor das coroas. O direito dos povos e de até particulares matar o tirano.
Em dez anos aprendeu belas-letras, o latim, o grego e o hebraico, as artes da nobreza, a equitação, a esgrima, a dança, a filosofia de Aristóteles, os princípios da teologia. Teve como professores: o sábio latinista Jacques Sirmond, Bernardino Castori; em filosofia: Suarez de Granada (apresentou-lhe Madre Tereza). Dedicava-se ao estudo da língua francesa.
Viu que a fonte do humanismo cristão não se encontrava em Aristóteles, nem em Platão, nem em Plutarco ou em Sêneca, mas nas Escrituras e nos Padres. Maldonado teve influência em sua formação. Era um teólogo helenista, hebraísta. Renovava a ciência religiosa pela exegese, pela história, relo recurso de uma cultura universal – orientada para os princípios da fé. Francisco o chamava de “Seu mestre”
O homem que mais o marcou foi Gilbert Genebrard. Em 1584 comentava o “Cântico dos Cânticos”. Francisco ficou deslumbrado. A história do mundo pareceu-lhe uma história de amor. No Cântico encontra seu alimento deleitável e puro. Esta revelação do amor divino lançou-o em grande fervor.
Embora apaixonado pela beleza dos antigos, rejeitava seu espírito. Dirá mais tarde: “Não as mentiras dos retóricos, mas a verdade dos pescadores; não o amor a Vênus, mas a Maria; não Apolo, mas Jesus Cristo.”
O antigo Colégio dos Jesuítas é atualmente o Liceu Luís, o Grande (Luís XIV) é um estabelecimento de ensino público. Ele abrange o Liceu propriamente dito (800 alunos) e as classes de preparação (900 estudantes). Nele estudaram pessoas célebres que citamos a seguir: Molière, Voltaire, Victor Hugo, todos escritores célebres e todos antigos alunos do Liceu. Outros alunos importantes: Maurice Allais, economista; Charles Baudelaire, Poeta; Henri Béqueres, Fisicista –;Jacques Chirac, Presidente da França;Valéry Giscard d'Estaing - Presidente da França; Jacques-Salomon Hadamard – Matemático; Jean Jaurès - Líder socialista francês; Alain Juppé – Primeiro Ministro da França; Alphonse Laveran – Médico – (descobridor do parasita que causa malária) – 1845; Maurice Papon Criminalista; Jean-Paul Sartre – Filósofo; Léopold Senghor – Presidente do Senegal.
2 fotos do antigo Colégio dos Jesuítas de Paris onde Francisco estudo,
atual Liceu Luís, o grande
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