sexta-feira, 30 de julho de 2010

XVIII Domingo do Tempo Comum (ciclo C) 1º de agosto de 2010


No Evangelho de hoje Jesus lembra como é ruim colocarmos como prioridade da nossa vida o nosso sucesso material e os nossos prazeres. São Francisco de Sales nos ensina como redirecionar esses sentimentos para que "possamos enriquecer-nos com coisas que interessam realmente a Deus."

Às vezes parece que nunca temos o suficiente para satisfazer os nossos desejos. Mesmo sabendo que a riqueza e os bens terrenos são apenas poderosas tentações que gradualmente vão dilapidando o nosso coração, nos apegamos muito a elas. Além disso, deve-mos ter para poder preservar e aumentar o nosso capital, os nossos bens materiais, e isso esgotam as nossas energias. Ainda assim, eu quero incutir em seus corações a riqueza junto com a pobreza. Busque aumentar a sua riqueza e seus recursos, mas faça de forma justa, adequada e de caritativa.

Nada nos fará prosperar mais nesta vida do que dar esmolas aos pobres. Deus recompensa, não só no outro mundo, mas também neste. Nossas posses não são nossas. Elas são um dom de Deus, que deseja que nós cultivemos e que as tornemos produtivas e rentáveis para o reino de Deus entre nós.

Quando trabalhamos para ganhar benefícios terrenos, e andamos no amor pacífico de Deus, nós fazemos nosso trabalho com cuidado, com calma, gentil e agradável. Esta forma suave e simples de agir conduz ao amor divino. O amor divino nunca dirá, basta! O amor sagrado almeja ter a coragem necessária para progredir no caminho da verdadeira felicidade. Vocês podem ter riquezas materiais sem envenenar-se com elas se tão somente as deixarem confinadas em suas casas e em suas carteiras, e não em seus corações. É desta maneira que viveremos com humildade espiritual no meio da riqueza. Concluindo, em vez deixar-se cativar por bens terrenos, deixe que seu espírito hu-mano, que visa o céu, busque a bondade de Deus que cura e dá a sabedoria para o coração humano quando se abre para recebimento do amor divino.

(Adaptado a partir dos escritos de São Francisco de Sales)

Destaque

“Que resta ao homem de todos os trabalhos e preocupações que o desgastam debaixo do sol? Toda a sua vida é sofrimento, sua ocupação um tormento. Nem mesmo de noite repousa o seu coração. Também isso é vaidade”.

Perspectiva Salesiana

A riqueza é um obstáculo para uma vida de retidão? Talvez as posses nos impeçam de viver uma vida de retidão? Devemos escolher entre as coisas que estão nesta terra ou as coisas do céu?

De fato, a riqueza pode vir a tentar-nos a abandonar uma vida centrada em Deus, precisamente porque nos distraem em nossa busca, das coisas que realmente importam na vida: as coisas que duram para sempre. Mesmo assim, a raiz do problema pode não ser a riqueza – as posses - o sucesso, mas a nossa preocupação e ansiedade com tais coisas.

Fiz dois cursos de economia, quando eu estava na faculdade. Infelizmente, eu não me lembro muito dessa caminhada, só que há uma grande semelhança entre as pessoas que são os dois extremos da escala de renda.

Do mais pobre dos pobres ao mais rico dos ricos vive-se com medo de perder o que se têm.

A ansiedade causada pelo acúmulo e preservação da riqueza, em última análise, não nos permite realmente desfrutar das bênçãos e dos sucessos da vida. Como as Escrituras nos dizem hoje, manter a ansiedade de quanto (ou de pouco) que temos, pode levar a conse-quências trágicas.

Francisco de Sales escreveu em sua Introdução à Vida Devota: "Há uma diferença en-tre ter veneno e ser envenenado. Os farmacêuticos mantêm quase todos os tipos de ve-nenos em suas reservas para ser utilizado em determinadas ocasiões, mas o fato de que eles têm esses venenos em suas lojas não significa que eles também têm em seus corpos. Da mesma forma, você pode ter riqueza sem ser envenenado por ela, pode mantê-la em casa, na sua bolsa ou na carteira, mas não em seu coração. (Parte III, Capítulo 14)

O homem da parábola do Evangelho não foi condenado por ter preenchido o seu celeiro de riquezas. Ele tinha permitido que seu coração fosse consumido pelas riquezas. Estava tão preocupado com sua excessiva boa fortuna, que nunca pensou que poderia compartilhar com os outros o que tinha em abundância.

Uma palavra para os ricos... e para os sábios: o melhor remédio para aqueles que foram envolvidos pelas riquezas é praticar a virtude da generosidade. Afinal, como você pode sentir a ansiedade de perder o que você tem, se você estiver muito ocupado com a parti-lha ou mesmo dando aos outros?

Ai está o segredo da verdadeira riqueza... aos olhos de Deus, a riqueza que realmente enriquece - é aquela que dura para sempre. O que me faz rico não é tanto o que tenho ou quanto eu possuo: mas a expressão do que estou disposto a partilhar.

Padre Michael S. Murray, OSFS é o Diretor do Centro Espiritual de Sales.

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