sexta-feira, 20 de agosto de 2010

21 Domingo do Tempo Comum (22 de agosto de 2010 )

Destaque: “Esses enviados anunciarão a minha glória”

Perspectiva Salesiana

O Papa Paulo VI definiu a evangelização como "Levar a Boa Nova a todos os estratos da humanidade e, através de sua influência, transformar a humanidade de dentro para torná-la nova.”

Em seu livro Criando a Paróquia Evangelizadora, os padres paulinos Frank de Siano e Kenneth Boyack nos desafiam a aceitar esta verdade simples: cada um de nós é chamado a ser um evangelizador, a “sair ao mundo e pregar as boas notícias", para testemunhar o poder e a promessa do amor redentor de Deus em nossas vidas. (paulinas, 1993)

Mesmo que a boa notícia seja essencialmente a mesma, os autores insistem que a maneira e o método pelo qual cada um de nós evangeliza, tem origem no estado e na fase em que nossas vidas se encontram. Para se compreender melhor o que isso significa, eles recorreram ao nosso velho amigo e companheiro São Francisco de Sales:
"São Francisco de Sales escreveu um livro maravilhoso chamado Introdução à Vida Devota. Neste livro São Francisco apresenta, de forma simples e profunda o argumento de que (um discípulo) de Jesus deveria observar como está a sua vida e assim poder viver melhor a sua vida cristã.  A esposa e mãe encontra a santidade na maneira como ela vive, em relação ao seu marido, e no modo como cuida de sua família. Ela não pode deixar sua família várias vezes durante o dia, como os monges e as monjas, para participar da Liturgia das Horas... sua espiritualidade, sua maneira de seguir a Cristo é determinada pela sua vocação e seu estilo de vida... e se ela trabalha, deve viver a sua vocação como uma mulher casada e ser um testemunho de Cristo em seu local de trabalho. "

Nós fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Nós fomos redimidos pela vida, amor, morte e ressurreição de Jesus. Somos inspirados e fortalecidos pelo Espírito Santo. Estas são notícias muito boas! Esta boa notícia deve fazer a diferença em nossas vidas e na vida daqueles que nós amamos, com quem trabalhamos, rezamos e jogamos. Essas boas notícias devem ser transformadas e renovadas. Através de nós, estas Boas Novas oferecem a possibilidade de transformação e de renovação para os outros.

A maneira como nós partilhamos estas boas notícias, como evangelizamos, depende de quem somos, onde estamos e como somos. Deve ser compatível com o estado, a etapa, as circunstâncias, as responsabilidades, as rotinas e os relacionamentos que temos cada dia. Para seguir a Jesus não precisamos abandonar a nossa vida cotidiana. Trata-se de viver concretamente na vida diária  o amor de Deus em nossos pensamentos, em nossos sentimentos, em nossas atitudes e em nossas ações.

A evangelização tem muito a ver com o que dizemos: trata-se de " ter " alguma coisa, neste caso, a Boa Notícia de Deus. Mesmo assim, também tem muito a ver (talvez mais ainda) com o que fazemos. O que dizemos só será um sinal convincente do amor de Deus, se for congruente com a forma como nos relacionamos com os outros.

Por todos os meios - por qualquer meio, "saiam ao mundo e contem as Boas Novas" do amor de Deus, do perdão de Deus, da justiça de Deus e da paz de Deus. Mas, sobretudo, faça isso todos os dias nos lugares e com as pessoas onde vivem, trabalham, rezam e jogam.

Padre Michael S. Murray , OSFS é o Diretor do Centro Espiritual de Sales.


Reflexão Salesiana do domingo

No Evangelho de hoje somos lembrados de que para entrar no reino de Deus precisamos ter a mesma coragem de confiar na bondade de Deus como fizeram Abraão, Isaac e Jacó. Aqui estão alguns dos pensamentos de São Francisco de Sales sobre como podemos desenvolver a nossa confiança na bondade de Deus

A confiança em Deus é a vida da alma. A fim de desenvolver a nossa confiança Nele, devemos primeiro aprender a amar Sua bondade. Só podemos experimentar a bondade de Deus quando abrimos os nossos corações e deixamo-Lo entrar. Temos que aprender a falar com Deus, e ouviremos quando Ele nos fala profundamente a nossos corações. Então começaremos a sentir o amor pelas coisas de Deus.

Às vezes, quando passamos por situações difíceis, parece que a nossa confiança em Deus se enfraquece. Quando nos sentimos assim, devemos dizer a Nosso Senhor: "Mesmo que agora eu me sinto não confiando em ti, estou consciente de que tu és meu Deus, e por isso me coloco completamente em tuas mãos, esperando por tua bondade." Mesmo que isso pareça difícil dizer, não é impossível. Quanto mais reconhecermos que não temos forças para confiar em Deus, mais teremos motivos para confiar na Sua bondade e na Sua misericórdia. Até o momento em que Ele nasça em nós, não poderemos evitar o sofrimento na realização do nosso trabalho. Mas tenhamos a certeza de que Deus é tão bondoso e misericordioso para conosco nos nossos momentos de fraqueza e imperfeição, como o é nos momentos de força e perfeição.

Quando a nossa força e a nossa confiança no amor pelas coisas de Deus aumentam, conseguimos nos livrar das emoções inferiores que não provém de Deus. É algo emocionante buscar somente o reino de Deus, e desejar somente dar testemunho de nossa confiança na bondade de Deus através do modo de tratar os outros. Quando aprendemos a confiar em Deus, conseguimos colher os frutos de nossa confiança em Sua bondade. Assim como os marinheiros que chegam ao porto ao qual estavam destinados observam o céu que se estende sobre as suas cabeças, ao invés de ver o mar no qual navegaram, vocês devem observar a Deus. Ele trabalhará com vocês, em vocês, e para vocês. Como resultado, sua confiança na bondade de Deus será fortalecida.

(Adaptado a partir das leituras de São Francisco de Sales)

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