sábado, 16 de novembro de 2013

Reflexão Salesiana para o 33º domingo do Tempo Comum - 17 de novembro de 2013


























Destaque: "Para vós, que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, trazendo salvação em suas asas".

Perspectiva Salesiana

Sentir temor do Senhor é o princípio da sabedoria (Salmo 110, 10). Mesmo assim, o salmista nos lembra de que este temor do Senhor (que está diretamente relacionado com a aquisição de sabedoria) é apenas o começo: deve levar-nos a "seguir os preceitos de Deus", deve levar à ação.
Em outras palavras, sentir medo do nome do Senhor deve nos levar a fazer as obras do Senhor!
Como ouvimos na segunda leitura de hoje, São Paulo certamente sabia disso: "bem sabeis que deveis seguir o nosso exemplo, pois não temos vivido entre vós na ociosidade... Pelo contrário, trabalhamos com esforço e cansaço, de dia e de noite, para não sermos pesados a ninguém... Quem não quer trabalhar também não deve comer". 
Esse temor do Senhor, esse medo do nome de Deus, não tem como objetivo paralisar-nos.  Não, seu propósito é motivar-nos claramente, de mover-nos, de fazer que trabalhemos individual e coletivamente na busca dos preceitos do Senhor, para construir o Reino de Deus. Dito de outra forma, o temor do Senhor não nos deve tornar-nos passivos, pelo contrário, deve tornar-nos ativo.
Isso deveria ser óbvio. No entanto, a mensagem oposta pode ser transmitida (sem intenção), quando consideramos as vidas e legados dos santos, que, entre outras coisas, claramente sentiam temor do nome do Senhor: "Quando pensamos em homens e mulheres santos através dos tempos, muitas vezes nos lembramos de esculturas, desenhos e pinturas em que os santos aparecem de todas as maneiras, menos ativos. Nossos santos mais ativos muitas vezes não estão fazendo nada mais enérgico do que segurando um lírio ou olhando piedosamente o céu. E mesmo que essas imagens pudessem mover-nos e inspirar-nos, e mesmo se, por vezes, fossem úteis em momentos de contemplação, se alguém estiver procurando modelos de ação e energia, estas imagens não são tão atraentes" (James Martin, SJ  em Padroeiros e Protetores: Mais Ocupações por Michael O'Neill McGrath) 
É com esta visão que James Martin escreve que "Jesus trabalhou e talvez seja este o fato que a maioria de nós esqueceu. Podemos facilmente imaginar Jesus sendo instruído por São José, o carpinteiro.  Na oficina de José, em Nazaré, Jesus aprendeu sobre os materiais de sua arte... José ensinou ao seu aprendiz a pregar um prego de modo correto com o martelo, a talhar um buraco na madeira, ou como nivelar uma prateleira". (Ibid) 
E quem teria temido o nome do Senhor e seguido os preceitos de Deus de forma mais clara e convincente do que Jesus? Gregory Pierce sugere que precisamos ver e experimentar o trabalho como "todo o esforço (remunerado ou não) que fazemos para que o mundo seja um lugar melhor, um lugar que se assemelhe mais a maneira que Deus quer que as coisas aconteçam" (Espiritualidade@Trabalho, página 18) 
O trabalho, o trabalho de Deus é verdadeiramente a nossa carga na vida, a nossa razão de ser, a finalidade para a qual vivemos. Olhemos para a vida de Jesus e vejamos como este trabalho pode ser árduo, laborioso e frustrante. Mesmo assim, o que poderia ser mais gratificante do que usar todas as nossas energias para fazer de todos os nossos pequenos cantos do mundo, lugares em que o "sol da justiça" pode surgir nos corações e mentes de nossos irmãos e irmãs?  O temor do Senhor é, em última análise, um convite - não uma exigência - para fazermos a obra do Senhor.

P. Michael S. Murray, OSFS - Diretor do Centro de Espiritualidade de Sales.
Tradução: P. Tarcizio Paulo Odelli - SDB 

Dos escritos do São Francisco de Sales

No evangelho de hoje Jesus nos diz que, independentemente da situação em que nos encontramos, devemos continuar a segui-lo. Francisco de Sales nos diz algo similar: 
Existe alguma sociedade, religião, instituição ou estilo de vida que tem tanta certeza de que ele está livre de todo o mal? Dado que esta ameaça afeta a todos nós, é arriscado viver num mundo de malfeitores. Quando nos confrontamos com o mal devemos saber distinguir a realidade dos medos imaginários. Deus não nos dará força para enfrentar um conflito imaginário, mas certamente nos dará a coragem necessária quando surgir uma verdadeira necessidade. Muitos dos servos de Deus estavam se assustaram e quase perderam a sua coragem diante de um perigo imaginário. No entanto, quando o verdadeiro perigo surgiu mostraram sua coragem. 
Se nos entregarmos a nossos medos imaginários certamente perderíamos a nossa coragem e não faríamos nada para vencer o mal. Precisamos trabalhar. Nosso Senhor quer que sejamos lutadores e conquistadores da maldade. Se sentirmos que não temos coragem, digamos com confiança: "Salve-me Senhor". Se o nosso desejo de servir a Deus é bom e verdadeiro, mas falta-nos a força para colocar o desejo em prática, devemos oferecê-lo a Deus que nos permitirá alcançar o que queremos. Ele renovará as nossas aspirações quantas vezes for necessário fazer para que perseveremos. Somente será necessário ter o desejo de lutar bravamente e com perfeita confiança para que o Espírito nos ajude. 
Na medida em que formos perseverantes no cumprimento da vontade de Deus, Ele vai nos ajudar a sair vitoriosos durante os tempos turbulentos. Entreguemos nossa vontade a Nosso Senhor que a renovará para que possamos ter a coragem suficiente para o resto da nossa vida mortal. As crianças se sentem seguras quando estão nos braços de suas mães. Sentem que nada poderá machucá-las quando estão de mãos dadas. Embora os tempos de conflito produzam medo, temos que dar a mão ao nosso "Deus Todo-Poderoso", que nos protege e nos faz sentir-nos seguros. 

(Adaptado a partir dos escritos de São Francisco de Sales) 

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