sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Reflexão Salesiana para o 32º Domingo do Tempo Comum - 10 de Novembro de 2013
























Destaque: "Alguns saduceus se aproximaram de Jesus para perguntar..."

Perspectiva Salesiana

Na vida teológica, religiosa, política e cultural dos judeus era muito importante fazer perguntas. O chamado "Método rabino" presumia que a melhor maneira de conhecer a verdade era aprender a fazer as perguntas certas. 
A pergunta tem sempre um poder, uma promessa, uma possibilidade. 
Este é o contexto para entendermos o texto do Evangelho de Lucas neste final de semana.  Os saduceus fazem uma pergunta sobre o casamento e vida após a morte. Nos versículos anteriores, o sumo sacerdote e os escribas fizeram uma pergunta semelhante, a respeito do imposto a ser pago para o imperador César. Talvez a pergunta não fosse feita simplesmente para fazer Jesus tropeçar ou para desacreditá-lo: também pode ter sido um desejo legítimo para encerrar uma disputa que havia há muito tempo entre os saduceus e fariseus (líderes religiosos e em ambos os grupos) que estavam em desacordo sobre uma variedade de questões, entre elas a que aparece no evangelho de hoje.
No entanto, como nas outras vezes que isso aconteceu, não gostavam, não entendiam ou não aceitavam as respostas de Jesus. 
Eis a tragédia. Os escribas, os sacerdotes, os saduceus e os fariseus foram criados numa cultura que via nas perguntas um caminho para a verdade mística. Ironicamente, eles foram as pessoas que mais tiveram encontros com Jesus. Outros grupos não tiveram esta chance. É triste dizer, mas parece que eles sempre fizeram as perguntas erradas: perguntas de pouca visão, perguntas egocêntricas, perguntas pouco genuínas ou pouco sinceras, todas com uma resposta predeterminada em mente.
Quando perguntado por que ele orava todos os dias, o mentor de Elie Wiesel disse: "Eu rezo dentro de mim para que Deus me dê a força para fazer as perguntas certas." 
Que pedimos, que desejamos, que respostas exigimos em nossas vidas diárias com Jesus e com os outros? Quanta energia gastamos querendo chegar ao fundo de um assunto? Mesmo assim, com todos os nossos esforços, estamos mais perto de saber as coisas que verdadeiramente importam, as preocupações da terra que nos guiam para as coisas do céu? Por que nossa compreensão sobre a vontade de Jesus para conosco, o seu desejo para conosco, o seu amor nos parecem tão difíceis? 
Será que nós também, estamos falhando na hora de fazer as perguntas certas?
"Que o Senhor dirija os vossos corações ao amor de Deus e à firme esperança em Cristo", diz São Paulo na segunda leitura.

P. Michael S. Murray, OSFS - Diretor do Centro de Espiritualidade de Sales.
Tradução e adaptação: P. Tarcizio Paulo Odelli - SDB 

Dos escritos de São Francisco de Sales

No Evangelho de hoje, Jesus nos revela que os filhos de Deus ressuscitarão. Vamos ressuscitar porque o nosso Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos. São Francisco de Sales nos diz o seguinte: 
Nesta vida mortal não devemos buscar nada que seja incomparavelmente perfeito. Nossos corações têm uma sede que não pode ser satisfeita pelos prazeres desta vida mortal. Mesmo moderados, os prazeres mais apreciados e apetecíveis não nos satisfazem. Se forem demasiados, nos sufocam e se tornam prejudiciais. Somente a água da vida eterna, que é o amor de Deus, pode satisfazer a nossa sede e acalmar nossos desejos.
Dado que o amor de Deus é maior do que o nosso, Ele deseja tornar-se um de nós para nos mostrar o que devemos fazer para viver para sempre. Depositar o nosso amor em Jesus Cristo é depositar nossas vidas Nele. O fruto do cacho depende da cepa à qual está ligado. Portanto, a nossa vida em Cristo nos anima e nos encoraja através de um amor saudável. Através do amor sagrado que o Espírito Santo derrama em nossos corações, somos capazes de realizar obras sagradas que levam à glória imortal. 
Mas nesta vida mortal o exemplo de Jesus nos mostra que a nossa salvação é uma jornada em direção à plenitude em Cristo. Suportar ultrajes, contradições e desconfortos de maneira pacífica como Jesus suportou, é o que nos garante a eternidade. Um pingo de paciência adquirida ao longo de um período de prova vale mais do que muita paciência ganha de outro modo. Se sentirem  que seu coração está perturbado, reflitam sobre a paciência e obriguem-se a praticá-la fielmente. Se sentirem neste momento que o seu coração está inquieto, segure-o com a ponta dos dedos e coloque-o de volta no seu lugar. Em seguida, digam: "Alegra-te, meu querido coração."  As grandes obras são o resultado da paciência e do tempo de duração. Tenham coragem. O Deus dos vivos sempre nos acompanha para que possamos voltar nos levantar-nos em Cristo.

(Adaptado a partir dos escritos de São Francisco de Sales) 

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