Destaque: "Deixai-vos
reconciliar com Deus"
Perspectiva
Salesiana
O tempo da
Quaresma nos desafia a "nos afastarmos do pecado e a crer na boa
notícia." Para usar a linguagem da segunda carta de Paulo aos Coríntios, o
tempo da Quaresma nos lembra da nossa necessidade de afastar-nos das trevas e
ser uma nova criação, ser "a santidade de Deus."
A mensagem é
clara: não é suficiente nos afastarmos do pecado, não é suficiente nos afastarmos
da escuridão. Podemos comparar a nova criação com os dois lados de uma moeda:
ao mesmo tempo em que nos afastamos da escuridão, também devemos andar e nos
aproximarmos da luz.
Devemos ser "embaixadores
de Cristo".
São Francisco
de Sales escreveu: "Não cometer um homicídio pode ser fácil", mas é extremamente
difícil viver de um modo que promova a vida de forma consistente. "É fácil
não roubar nossos vizinhos", mas é muito mais difícil cuidar e tratar
todas as coisas que Deus nos deu, com respeito. "É fácil não dar falso
testemunho no tribunal", mas pode ser muito difícil dizer a verdade numa
conversa. "Pode ser fácil não ficar bêbado", mas viver uma vida
sóbria é totalmente diferente. "Pode ser fácil não desejar a morte de
outra pessoa." Mas desejando felicidade, saúde e sucesso dos outros é
outra coisa. "Não caluniar outra pessoa numa conversa pode ser
fácil", mas falar de tal maneira que contribua para a formação de tal
pessoa pode ser muito difícil.
Nossas práticas
durante a Quaresma, a prática de viver cada dia, cada hora, cada momento, deve
ser equilibrada: devemos afastar-nos do mal e devemos crescer no bem. Às vezes
não nos esforçamos o suficiente para praticar a bondade, justiça e verdade. Anunciar
a boa notícia como embaixadores de Cristo pode ser a forma mais eficaz de renunciar
as más notícias do pecado.
No Evangelho
vemos o quanto Deus está disposto a ir ao nosso encontro para nos ajudar a converter-nos
para a própria santidade de Deus. As ações do filho pródigo (isto é, sua extravagância
precipitada e desperdício) que provocaram sua queda só podem ser reparadas por ações
do pai pródigo. Observem o pai quando ele vai, não uma, mas duas vezes, para
mostrar o extraordinário por seu filho. Também em nossas próprias vidas, quer
reconheçamos ou não, Deus continua impregnando, inspirando e nutrindo seu amor singular,
inspirando-nos a partilhar o mesmo amor extraordinário com os outros. Lembramos
nesta Campanha da Fraternidade que este amor extraordinário deve ser vivenciado
os jovens. O filho pródigo era jovem e o Pai (Deus) o recebeu com mil atitudes
de amor e de carinho quando retornou aos seus braços.
Até onde
estamos dispostos a ir? Estamos dispostos para viver um amor extraordinário em
nossas vidas e no nosso relacionamento com os outros, principalmente com os
mais jovens? Estamos dispostos a ser a ser embaixadores de Cristo e da santidade
de Deus?
P. Michael S.
Murray, OSFS - Diretor geral do Centro de Espiritualidade de Sales.
Tradução e
adaptação: P. Tarcizio Paulo Odelli - SDB
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