sábado, 30 de março de 2013

Reflexão Salesiana para o Domingo de Páscoa 31 de março de 2013



















“Ele viu e acreditou” (Jo 20, 8)

Pedro, o jovem João, Maria Madalena e as mulheres se apressaram para ir ao sepulcro. Correram para ver que o Senhor Jesus tinha ressuscitado e acreditaram. Como eles e elas, sintamos alegria de crer e de sentir a presença animadora de Jesus ressuscitado que caminha conosco.
Desejo a vocês uma feliz e santa Páscoa!  E agradeço os votos enviados. Que esta troca seja proveitosa para todos nós!
Um abraço,

Perspectiva Salesiana

"A morte e paixão de Nosso Senhor é a razão mais doce e mais convincente de que o nosso coração pode ser encorajado nesta vida mortal... Os filhos cruz se glorificam nisso. O paradoxo surpreendente que muitos não entendem é que na morte, que devora todas as coisas, surgiu o alimento da nossa consolação. Da morte, que é mais forte do que todas as coisas, veio todo o doce mel do nosso amor." (Tratado do Amor de Deus, Livro 12, capítulo 13)
Verdadeiramente este é o mistério central da nossa fé. Jesus, ao permitir-se a si mesmo ser consumido com paixão e devorado pela morte, ao mesmo tempo, conquistou a morte de uma vez por todas com a paixão que é o poder da vida eterna.
O caminho da paixão, morte e ressurreição de Cristo foi pessoal: foi único. Foi designado pelo Pai desde toda a eternidade. Jesus foi fiel à visão de Deus para ele. Jesus aceitou sua vocação como Messias humilde e gentil. Jesus sofreu a dor da morte. Jesus experimentou o poder da ressurreição.
Deus planejou um caminho pessoal para cada um de nós desde toda eternidade. Cada um de nós tem um papel único a desempenhar na revelação da vida divina, do amor divino, da divina justiça, paz divina e da reconciliação divina do Pai. Ainda assim, o caminho para a ressurreição é o caminho da cruz, o caminho da entrega, o caminho para a libertação, o caminham onde todas as coisas são entregues, os pensamentos, as atitudes e as ações que não nos personificam com a Paixão de Cristo: a paixão por tudo o que é certo e verdadeiro.
Francisco de Sales oferece esta imagem no Livro 9 do Tratado do Amor de Deus: "Deus mandou que o profeta Isaías se despisse completamente. O profeta o fez, e saiu e foi para pregar dessa forma por três dias inteiros (ou, como alguns dizem, por três anos inteiros). Então, quando terminou o tempo que Deus tinha designado, ele colocou suas roupas novamente. Assim, também, devemos tirar todo os afetos, pequenos e grandes, e examinar frequentemente os nossos corações para ver se tudo está realmente pronto para despojar-se de todas as nossas roupas como fez Isaías. Então, no momento apropriado vamos recuperar as afeições que são adequados para o serviço da caridade, para que possamos morrer nus na cruz com nosso Divino Salvador e, em seguida, subir novamente como novas pessoas."
Tenham a certeza de uma coisa: a morte diária em nós mesmos, que faz parte de viver uma vida apaixonada, não se trata da morte em si, nem de nos desfazermos e de deixar certa coisas para o nosso próprio bem-estar. Não, trata-se de que tudo aquilo que pode ser purificado para que possamos viver uma vida de paixão divina de forma mais eficaz e fielmente. Deus não deseja que morramos para nós mesmos como resultado de autodepreciação. Deus quer que morramos para nós mesmos, ironicamente, para que possamos ser mais parecido com aquilo ao qual Deus nos chamou para ser.
"O amor é tão forte quanto a morte, quando se trata de permitirmos o abandono de todas as coisas", escreveu São Francisco de Sales. "É tão magnífico como a ressurreição nos adornar de glória e de honra."
Esta glória e honra não está só reservada para o céu. Na medida em que nós morremos um pouco a cada dia e experimentamos a fidelidade do amor de Deus no meio da adversidade, das provações e das dificuldades, é possível que alguns desses dons possam ser nossos, inclusive aqui na terra.
P. Michael S. Murray, OSFS - Diretor-geral do Centro de Espiritualidade de Sales.


Dos escritos de São Francisco de Sales

Feliz Páscoa! Hoje nós celebramos o momento único na história da humanidade: a ressurreição de Jesus, que triunfou sobre a morte. Hoje congratulamo-nos com os recém-batizados, cuja nova vida em Cristo irá prepará-los para a glória eterna. São Francisco de Sales fala da necessidade de renovar a cada ano o nosso desejo de servir a Deus de viver para Jesus.
Tendo sobrevivido à morte, Jesus continua a existir através de suas obras. Chegará um dia em que nós também ressuscitaremos dos mortos. Então nossos corpos mortais, que estão agora sujeitos à corrupção, se tornarão imortais. Jesus tomou a nossa semelhança e nos deu Sua semelhança, para que pudéssemos ter uma nova vida em abundância.Nosso Deus nos inspira e nos impulsiona a aceitarmos amorosamente conversão. No batismo cada um de vocês se torna filho de Deus, com o compromisso de se formar de acordo com a Lei do Evangelho. Ao sair de seu antigo eu, vocês foram criados de novo em Cristo.
Mas, enquanto estamos vivos devemos renovar e começar de novo. Com os nossos corações acontece o mesmo que com alguns relógios que precisam ser limpos e reparados. Ás vezes é necessário endireitar as peças que foram dobradas e substituir aquelas que já estão desgastados. Façam este exercício todos os anos para confortar os vossos corações, infundir um novo sopro de vida a suas boas resoluções no serviço de Deus, e ajudá-los a florescer com força renovada.
Durante o inverno a terra repousa, descansa e não produz. Quando chega a primavera, a terra se renova, brotam flores que nos enchem de alegria. Como a nossa natureza tende a esfriar facilmente, devemos renovar nossa promessa de amar a Deus acima de todas as coisas, e amar tudo o que é aceitável a Deus, favorável para a honra de Deus, e porque somos destinados para glorificar a Deus. Antes de ir para a glória eterna, o Jardineiro quer plantar muitas flores em nosso jardim. Devemos servir a Deus como Ele quer que façamos. Então vai chegar um dia em que Ele vai fazer o que queremos, e nos dará muito mais do que poderíamos chegar a desejar. Quando criados para conduzir nossas vidas no caminho do amor divino, nós vivemos por nosso Salvador ressuscitado. É o dia que Senhor fez. Alegremo-nos. Aleluia!

(Adaptado dos escritos de São Francisco de Sales) 

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