Ansioso?... Não o seja!
O futuro
alguma vez o preocupou? O destino de seu filho ou filha, como sobreviver com as
aplicações da aposentadoria, o cuidado durante a velhice ou de um pai inválido?
Alguma vez
você se preocupou com o passado? Sentiu-se mal por decisões tomadas, por romper
com amizades ou por sonhos não realizados?
Alguma vez
teve a experiência de estar preocupado por tudo, mas por nada em particular?
Se você
responder sim, então sabe o que é sentir-se ansioso.
“Depois do pecado, a ansiedade é a coisa mais horrível que pode
acontecer na nossa vida”.
Certamente,
existem muitas coisas na nossa vida que nos fazem sentir ansiosos: lamentarmos
do nosso passado, a incerteza do futuro e tudo aquilo que está entre os dois.
Mas, a ansiedade pode ser tão má, ou inclusive até pior, que as coisas sobre as
quais estávamos preocupados primeiramente.
O dicionário
da língua inglesa (The American Heritage- Houghton Mifflin, 1992) define a
palavra ansiedade como “um estado de
intensa apreensão, incerteza e medo como resultado de... uma situação ou
acontecimento ameaçante, com frequência tal que as funções normais físicas e
psicológicas do indivíduo afetado ficam transtornadas.” O dicionário
Houaiss da Língua portuguesa define assim: “estado
afetivo penoso, caracterizado pela expectativa de algum perigo que se revela
indeterminado e impreciso, e diante do qual o indivíduo se julga indefeso”.
São Francisco
de Sales, certamente, sabia do perigo da ansiedade. Na Introdução a Vida devota
(1609) escreveu o seguinte: “A ansiedade
é o mais funesto que pode acontecer, depois do pecado”.
Linguagem
forte. Ele continuou dizendo: “A sublevação
e os problemas internos arruínam uma nação totalmente e a impedem de poder
resistir a uma invasão estrangeira. Similarmente, quando estamos preocupados e
cansados perdemos nosso poder de manter a virtude que conquistamos. Também
perdemos os meios para resistir às tentações do inimigo, que então faz todo
esforço para pescar, como se diz, em águas agitadas”.
A ansiedade
não somente nos impede de resistir ao mal. Pode também evitar que consigamos o
bom. Quantos encontros e entrevistas para a promoção de um trabalho, ou
esforços para ganhar o “grande” contrato tornaram-se fumaça por causa da
ansiedade?
São Francisco
de Sales escreveu: “A ansiedade surge de
um desejo imenso para se tornar livre do mal que experimentamos ou para adquirir
o bem que esperamos. No entanto, não existe nada que agrave tanto o mal ou
impeça o bem do que a ansiedade e a impaciência.”
A ansiedade,
desejo exagerado é verdadeiramente uma espada de fio duplo.
Já que isso
está em grande parte da vida, como podemos tratá-la?
Santa Joana
Francisca de Chantal foi contemporânea e amiga de São Francisco de Sales. No
conselho que deu a uma mulher que tinha ficado viúva recentemente, a Santa
ofereceu como remédio para a ansiedade: “Trate
de acalmar suas paixões e inclinações e viva de acordo com a razão sensata e a
santa vontade de Deus. De outra forma, você estará sempre ansiosa e perturbada.”
São Francisco
de Sales escreveu: “Quando você está
absorvido por um desejo de libertar-se do mal e de conseguir algum bem,
ponha-se em paz e tranquilidade. Crie um juízo e sua vontade. Então, tranquila
e suavemente siga a razão de seu desejo tomando em conta as maneiras
apropriadas. E quando digo ‘suavemente’, não quero dizer ‘negligentemente’, mas
sem impaciência, confusão, ansiedade. Do contrário estragará tudo.”
Assim, quando
tiver que enfrentar-se com algum pecado ou retrocesso para evitar, ou quando
esteja lutando para conseguir algum dom ou algo bom, permaneça calmo. Peça a
Deus para não perder o prumo e coração para estar centrado, não importa quanto
pequena ou grande seja a tentação de estar ansioso. Considere que Deus lhe dá
força e habilidade para fazer coisas por si mesmo. Considere também, tudo o que
Deus pode realizar.
Talvez Santa
Joana Francisca de Chantal o diga melhor: “O que quero dizer é que em todos
seus bons trabalhos você mesmo deveria unir-se ao prazer da vontade de Deus. Em
todas as suas falhas e imperfeições, você mesmo deveria unir-se à compaixão
suave de Deus e calmamente e com a mente em paz.”
Para Reflexão
pessoal:
1.
Quais são as coisas, pessoas e situações em
minha vida que me deixam ansioso?
2.
O que é o bom que espero? Quais são as
dificuldades que me dão ansiedade?
3.
Como aparecem minhas ansiedades?
4.
Quais são alguns passos práticos e concretos que
devo seguir para reduzir a ansiedade?
5.
Quais são alguns passos práticos e concretos que
devo fazer para conseguir o bem ou lutar contra minhas dificuldades?
6.
Rezo a Deus sobre a fonte de minha ansiedade?
7.
Conto com alguém como com um amigo, colega ou
profissional com quem posso discutir a fonte ou fontes de minha ansiedade?
8.
Fazendo tudo isso, esqueço?
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