sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Reflexão Salesiana para o quarto domingo do Advento – 18 de dezembro de 2011


No Evangelho de hoje escutamos sobre a boa vontade de Maria para cumprir a vontade de Deus. São Francisco de Sales nos oferece alguns de seus muitos pensamentos sobre como devemos abrir-nos ao amor de Deus, que equivale a cumprirmos Sua vontade em nossas vidas.

O maior dom de Maria foi sua total disposição para receber o amor de Deus. Deus se comunica (uma palavra muito salesiana) conosco através de inspirações e dos movimentos internos de nosso coração. Devemos abrir-nos para aceitar de boa vontade as inspirações que Ele se compraz em enviar-nos. Por inspirações me refiro a todos os desejos internos, a todos os instantes de arrependimento, os pensamentos e os afetos que Deus deposita em nossos corações para despertar-nos e atrair-nos às virtudes autênticas do amor sagrado e das boas resoluções. Em resumo, a tudo o que nos conduzirá pelo caminho do bem estar eterno. Qualquer pensamento que nos produza ansiedade ou medo deve ser afastado, já que estas emoções não provêm de Deus que é o Príncipe da Paz.

Quando lhes chega uma boa inspiração recebam-na como se fosse de um embaixador enviado pelo chefe de uma nação. Abordem-na com simplicidade e gentileza. Escutem com calma a proposta de Deus. Reflitam sobre o amor que inspira vocês e valorizem. Alimentem seus bons desejos e mantenham-se vivos enquanto dormem nos braços da providência de Deus. Em outras palavras, aceitem seu consentimento total, amoroso e permanente às suas inspirações. Aceitem-nas na paz e com plena confiança que Deus lhes dará o amor que precisam para levá-las a bom termo.  Existem ocasiões em que Deus nos pede que façamos uma boa obra o que Ele quer de nós é que demonstremos nossa boa vontade para levá-la a cabo. No tempo que Jesus se ocupava para estabelecer o Reino na terra, deixou como tarefa a seus apóstolos e as futuras gerações que o ajudassem a completar a obra que ele tinha iniciado.

Mesmo assim, antes de aceder e de atuar em base a qualquer inspiração que pareça importante ou inusitada, sempre devem consultar seu conselheiro espiritual para reafirmar se esta é verdadeira ou falsa. Uma vez dada aprovação, devem apressar-se em colocar a dita inspiração em prática. O fruto da prática é a verdadeira virtude a qual nos permite estar em constante disposição, como esteve Maria, para receber o amor infinito de Deus.

(Francisco de Sales- Introdução... Power &Wright, Francisco de Sales, Joana de Chantal)

Perspectiva Salesiana

Destaque: “Vou preparar um lugar para o meu povo, Israel: eu o implantarei, de modo que possa morar lá sem jamais ser inquietado. Os homens violentos não tornarão a oprimi-lo, como outrora... Concedo-te uma vida tranquila, livrando-te de teus inimigos”. “Porque para nada é impossível”.

Imagine um mundo sem inimigos. Imagine um mundo sem intimidades. Imagine um mundo sem pessoas que se aproveitam dos outros ou que usem os outros em sua própria vantagem ou ganância. Imagine um mundo sem palavras ou ações cometidas sob a influência da ira. Imagine escolas nas quais ninguém nunca foi molestado ou zombado. Imagine famílias nas quais nunca ninguém foi maltratado. Resumindo, imagine um mundo onde todos vivam em paz, em todos os lugares, com todo mundo!

Isso é exagero? Uma expectativa irreal? Uma fantasia? Uma farsa? Uma ilusão? Uma desilusão? Somente uma canção famosa? De acordo com a Escritura é muito mais, já que como ouvimos hoje “nada é impossível para Deus”.

Na mente do Cavaleiro Santo (Francisco de Sales) a promessa que “nada é impossível a Deus” nos desafia cada dia a praticar duas grandes virtudes: a esperança e a aspiração.

Francisco de Sales descreve a esperança como aquilo que enfoca nossa atenção nestas “coisas que esperamos obter com a ajuda dos outros” (TAD II, 17) Obviamente entre nós somos incapazes de criar, por nossa própria conta, o mundo que a promessa do Messias que está para chegar tornará possível. Necessitamos o amor de Deus, da salvação de Cristo e da inspiração do Espírito Santo para tornar possível esta realidade. Francisco de Sales descreve a aspiração como a consideração “das coisas pelas quais nós lutamos por nossa própria conta e com nossos próprios recursos”. (Ibidem) Estando conscientes danossa necessidade da ajuda de Deus e do apoio dos outros, a esperança não é simplesmente um pensamento para considerar seriamente o que podemos fazer para que a promessa da paz seja uma realidade no futuro.
Mesmo quando “nada é impossível para Deus”, Francisco de Sales diz que é impossível para nós tentarmos praticar estas virtudes isoladamente: aspirar por um mundo pacífico sem reconhecer nossa necessidade de Deus e dos outros é a máxima expressão da arrogância. Enquanto que anelar a paz sem estarmos dispostos a trabalhar por ela é a máxima expressão da covardia.

À medida que nos aproximamos do Natal a da celebração da paz que Deus nos prometeu em Jesus através do Espírito, mantenhamos a esperança de um amanhã melhor e trabalhemos por um presente melhor, porque nada é impossível para Deus... e para aqueles que juntos caminham nos caminhos de Deus.

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