sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Reflexão Salesiana para o 3º Domingo do Advento – 11 de dezembro de 2011


O Evangelho de hoje nos fala de João Batista. São Francisco de Sales separa certos aspectos do caráter de João que nós poderíamos começar a desenvolver em nossos corações neste tempo do Advento.

João Batista vivia no deserto com uma rocha, inamovível no meio das ondas e das tempestades que as tribulações trazem junto. Nós, ao contrário, mudamos de acordo com o tempo e com a estação. Quando o tempo está bom nada pode igualar nossa alegria. Porém, quando a adversidade se avizinha sobre nós, de repente ficamos totalmente desanimados. Às vezes nos incomodamos por qualquer ninharia que vai contra os nossos gostos. Como resultado, somos incapazes de restabelecer a paz em nossa alma por muito tempo, e não sem antes ter que recorrer ao uso de muitos “unguentos curadores”. Em resumo, espiritualmente somos inconstantes, não sabemos o que queremos. Num momento nosso coração se encontra alegre, no seguinte somos severos e nos amarguramos. Somos como caniços que permitem que qualquer humor ou estado de ânimo os agite em todas as diferentes direções.

João Batista nos diz que devemos aprender a nivelar os caminhos em preparação para a chegada de Nosso Senhor que é para nós o caminho da plenitude. Até certo ponto todos os santos conseguiram a dita nivelação, mesmo que nenhum tenha alcançado a perfeição. Em cada um deles houve algo que estragou a perfeição de sua equanimidade espiritual. Isto aconteceu, inclusive, com João Batista. Nós devemos examinar nossas ações. Devemos reformar aquelas que não contêm boas intenções e aperfeiçoar aquelas que já têm. Nossa meta deve ser atuar numa só intenção: conformar-nos à verdadeira imagem de Deus em nós. Porque a razão pela qual Jesus veio a terra foi para mostrar-nos o verdadeiro rosto de Deus.

Sempre devemos recordar que a graça de Deus nunca falha, e que se somos felizes e cooperarmos com a primeira graça que Deus nos dá, receberemos muitas mais. Por esta razão na Sagrada Escritura Deus nos recomenda que sejamos fiéis no seguimento de nossos impulsos, do nosso entendimento e das nossas inspirações. Quando fizermos isso, a grandeza que encerra a infinita misericórdia de Deus brilhara para nós.

(Adaptação dos Sermões de São Francisco de Sales, V. 4, Ed. L. Fiorelli)

Perspectiva Salesiana

Destaque: “Que o próprio Deus da paz vos santifique totalmente e que tudo aquilo que sois – espírito, alma, corpo – seja conservado sem mancha alguma para a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo!”

Novamente ouvimos o desafio para viver uma vida santa – devota – e ao fazê-lo “conservar sem mancha alguma o espírito, alma e corpo até a chegada de Nosso Senhor Jesus Cristo”.

A santidade fala de integridade, isto é, a santidade é a experiência e o processo de integrar tudo o que somos e de colocar tudo o que somos(especialmente nosso tempo, talentos e tesouro) à serviço de Deus e dos outros, levando em conta que Deus sempre está conosco. Viver a vida de um modo santo é entregar tudo o que eu sou a tudo o que a vida me oferece.

As pessoas que tem integridade reconhecem que na ausência da justiça não pode haver uma paz verdadeira. O Advento nos chama a reconhecer que a forma mais poderosa de tornar realidade a paz de Deus em nossas vidas é relacionando-nos justamente com os outros, por exemplo, dando-lhes o que lhes corresponde.

A essência da justiça é poder reconhecer as obrigações que temos com os outros no amor. Que devemos aos outros? Na mente de São Francisco de Sales estas dívidas incluem reverência, respeito, cortesia, paciência, honestidade e generosidade. Francisco de Sales escreveu sobre esta obrigação na terceira parte da Introdução à Vida devota, Capítulo 36: “Sê justo e equitativo em todas as tuas ações. Coloca-te sempre no lugar do teu vizinho e teu vizinho em teu lugar e poderás julgar de maneira correta. Imagina-te que és o vendedor quando compras e o comprador quando vendes e assim venderás e comprarás justamente. Não perdes nada por viver com um coração generoso, nobre, cortês, real, justo e racional”. Verdadeiramente nós não perdemos nada por vivermos justamente. Porém considera o outro lado da moeda: ao viver justamente ganhamos muito, por exemplo, a riqueza que chega como resultado da luta por sermos pessoas íntegras; a integridade que nos desafia a lutar pela paz que somente o céu pode aperfeiçoar quando trabalhamos juntos pela justiça nesta terra.

Para estarmos seguros, nós cremos que o Senhor fará justiça e o louvor se levantará sobre todas as nações. Assim mesmo, nós sabemos que cada um de nós tem uma tarefa a realizar no projeto do Senhor para conseguir este objetivo.

Estamos prontos? 


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