Para fazer o bem Dom Bosco diz que há necessidade de se ter um pouco de coragem, estar prontos para sofrer qualquer mortificação, mas nada fazer sem amor. Usando este sitema os efeitos foram verdadeiramente consoladores, antes magníficos. E aí ele fala de São Francisco de Sales, dizendo: “Qualquer um, ainda hoje em dia, pode ser bem sucedido como eu, porque tem a desenvoltura e a doçura de São Francisco de Sales.”(MB 3,52)
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Reflexão Salesiana do Domingo - Décimo segundo Domingo do Tempo Comum (ciclo C) Agosto 29, 2010
As leituras de hoje nos ensinam que a humildade e a generosidade são valores que nos levam para a vida eterna. Eis alguns dos pensamentos de São Francisco de Sales sobre essas virtudes, que estão presentes em vários de seus escritos:
A humildade é muito generosa, e nos faz assumir todas as tarefas que nos foram confiadas com uma coragem invencível. Quando somos humildes, sobra coragem, porque estamos colocando a nossa confiança em Deus e não em nós mesmos. Ao mesmo tempo, a confiança em Deus, dá lugar a um espírito generoso em nós.
Nosso coração generoso pode estar cheio de dúvidas sobre nossa capacidade de fazer qualquer coisa. Mas não podemos ficar atolados nestas dúvidas. Temos que continuar fazendo essas coisas, pois sabemos que irão agradar a Deus. Quando trabalhamos, surgem dúvidas, principalmente porque valorizamos a nossa reputação. Queremos ser como professores que não querem jamais cometer um erro sequer. Mas são nossas amadas imperfeições que nos forçam a reconhecer nossas falhas e fazem com que coloquemos em prática nossa humildade, o amor sacrificado, a paciência e a vigilância. No final, os processos em que vivemos em meio à dor engrandecem o nosso coração e incrementam nossa coragem. Deus sempre se compraz em poder levantar-nos quando somos fracos.
Não devemos nos preocupar se percebermos que ainda somos iniciantes, quando se trata de pôr em prática as virtudes. A nossa existência é um processo de aprendizagem sobre como amar de forma divina. A nossa obrigação de servir a Deus e continuar o caminho do amor de Deus, continuará até o dia da nossa morte. Embora seja verdade que Deus nos confiou fazermos todo o possível para adquirir as virtudes sagradas, nosso trabalho é cultivar nossa alma corretamente. Portanto, devemos cuidar delas fielmente. Mas no que diz respeito às culturas e as colheitas abundantes, deixemos que Nosso Senhor se encarregue disso. O agricultor não será responsabilizado por não ter uma boa colheita, a menos que não tenha lavrado e semeado suas terras com o cuidado necessário. Então, siga em frente com paciência, e em vez de se preocupar por ter conseguido um mínimo progresso no passado, tente ser mais diligente, a fim de obter melhores resultados no futuro.
(Adaptado a partir dos escritos de São Francisco de Sales)
Destaque
“Filho, realiza teus trabalhos com mansidão e serás amados mais do que um homem generoso. Na medida em que fores grande, deverás praticar a humildade e assim encontrarás graça diante do Senhor”
Perspectiva Salesiana
Como encontrar graça diante de Deus através da nossa humildade? Nesse caso, quando nós nos humilhamos, o que estamos realmente fazendo? Em primeiro lugar, a humildade nos desafia a evitar dois extremos na vida: a tentação de exaltar a nós mesmos, ou o desprezo. Francisco de Sales ofereceu exemplos concretos de como fazer isso . "Quanto a mim, não quisera fazer-me de louco, nem de prudente, porque se a humildade me impede de fazer-me prudente, a sinceridade e a simplicidade me devem impedir de fazer-me de louco; Se a vaidade é contrária à humildade, o fingimento e o ardil são contrários à simplicidade e à candura da alma. A humildade esconde e cobre as outras virtudes para poder preservá-las, mas também as revela quando a caridade o requer para poder enriquecê-las, para melhorá-las e aperfeiçoá-las." (Introdução à Vida Devota, Parte III, Capítulo 5)
Num nível mais profundo, é a humildade de reconhecer nossa pequenez e a grandeza de Deus. "Considere o que Deus fez por nós e o que temos feito contra Deus, e quando refletimos sobre os nossos pecados, um por um, devemos considerar também a graça de Deus, uma por uma. Não há necessidade de temer que o conhecimento dos dons de Deus nos fará sentirmo-nos orgulhosos se somente recordarmos esta verdade: o bom em nós não vem apenas de nós mesmos." (Ibidem)
Finalmente, ter uma visão equilibrada de nós mesmos, reconhecer a nossa pequenez, a grandeza de Deus e agradecer a fidelidade de Deus para conosco, nos leva a viver uma vida de generosidade. "Os espíritos generosos não se divertem com brinquedos insignificantes da honra ou dos títulos. Eles têm outras coisas para fazer. Estes divertimentos pertencem às mentes preguiçosas. Aqueles que possuem as pérolas não estão preocupados com as conchas, enquanto que aqueles que aspiram à virtude não estão preocupados com as honras." (Introdução à Vida Devota, Parte III, Capítulo 4)
A humildade não é menosprezarmo-nos. Não, humilharmo-nos significa tomar o que nos corresponde na vida, como beneficiários do amor de Deus para conosco e como instrumentos do amor de Deus na vida dos outros.
Em última análise, a humildade faz com que conheçamos nosso lugar no plano de salvação e em termos a coragem de assumir este lugar. Esta é a verdadeira humildade, a qual, no tempo certo, deve nos levar suavemente - e respeitosamente a animar os outros nesta luta para que, da mesma forma cheguem a conhecer o seu lugar no plano da salvação e para que eles também tenham a coragem em assumi-la.
Qual a melhor maneira de encontrar o favor de Deus? Juntos.
Padre Michael S. Murray , OSFS é o Diretor do Centro Espiritual de Sales.
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Francisco estudante em Pádua
1588-1592 - PÁDUA
Depois de seus estudos em Paris, volta para sua casa e seu pai quer que se doutor e em direito na Universidade de Pádua. Ali é matriculado em novembro de 1588. Cidade da arte e da ciência. Cidade do “Santo” (Antônio) Impôs-se 8 horas diárias de estudo: 4 horas para o estudo do direito, obedecendo seu pai e 4 horas estudando teologia. À guisa de passatempo estudou botânica e até medicina.
Não se mete em brigas...
Não diz palavrões...
Não é agitador nem agressivo...
Um dia os colegas resolvem atacá-lo, para testar sua valentia! Ele os advertiu várias vezes que ele era paciente, não era nenhum covarde e que a espada que portava, não era só de adorno...
Não lhe dão ouvidos e o atacam. Desarma o primeiro e o segundo.
E o terceiro, que era mais agressivo, conseguiu derrubá-lo por terra e colocando a ponta da sua espada diante de seu coração gritou: “poderia matar-te, porém não o faço, porque creio em Deus.”
Dia a dia com São Francisco de Sales
No dia 24 de agosto de 1604, Francisco de Sales encontrou-se com Joana de Chantal em São Cláudio(Saint Claude – um lugar de peregrinação no Franco Condado). Já tinham passado quatro meses do encontro deles em Dijon. No dia 25 de agosto, dia de São Cláudio, a virtuosa baronesa foi aceita oficialmente como filha espiritual do grande bispo de Genebra e recebeu o seguinte bilhete escrito pelo Prelado: “Em nome de Deus, aceito a tarefa da vossa direção espiritual para emprenhar-me com todo o cuidado e fidelidade que me forem possíveis e enquanto a minha qualidade e os meus compromissos anteriores me permitirem.” Neste encontro ela faz sua confissão geral.
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Dia a dia com São Francisco de Sales
No dia 23 de agosto teve uma visão, que depois contou para seu irmão Luis de Sales. Tinha visto, ao rezar o terço, duas colunas luminosas. Uma referia-se a fundação do Instituto feminino que tinha se proposto fundar. Ele disse: "Deus já me comunicou muita luz sobre o espírito do Instituto feminino que temos que fundar com a baronesa de Chantal." A segunda coluna refere-se ao Monsenhor Camus, que deve "convidar-me para sagrá-lo Bispo". Realmente em seguida chegou o convite. Francisco era vizinho da diocese de Belley, onde consagrou o bispo que será seu grande amigo, João Pedro Camus.
sábado, 21 de agosto de 2010
Dia a dia com São Francisco de Sales
Quinta-feira de 21 de agosto de 1567 – entre oito e nove horas da noite, Francisco nascia num quarto do Castelo de Sales dedicado a São Francisco de Assis. Por seu prematuro de sete meses e por correr perigo de vida, recebeu o batismo de emergência e foi consagrado a Nossa Senhora. Foi um filho de oração, de prodígio, uma criança da Providência que, num meio século de vida realizou tantas obras. Tornou-se um santo, converteu muitas pessoas, dirigiu espiritualmente a muitas pessoas para a perfeição, fundou a Ordem da Visitação de Nossa Senhora, reformou mosteiros, foi reconhecido como um grande orientador e hoje é o Doutor do Amor, Doutor da Igreja, um dos “pais” da espiritualidade moderna.
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Dia a dia com São Francisco de Sales
Continuando em Samoëns, no dia 19 de agosto, São Francisco prega sobre os nomes de Jesus e Maria. Na parte da tarde escuta as queixas, os argumentos, as defesas e acusações das pessoas que vinham a ele, como verdadeiros filhos ao seu pai caridoso.
Francisco continua em Samoëns, no dia 20, pois esta região era habitada por diversas casas da alta nobreza e havia muitas disputas de cavaleiros. Dizia o barão de São Cristóvão, um dos principais cavaleiros de Faucigny, que Francisco era inspirado pelo Espírito Santo e que por isso pequenos e grandes se sujeitaram às decisões dele.
Faucigny e Samoëns nos dias de hoje
21 Domingo do Tempo Comum (22 de agosto de 2010 )
Destaque: “Esses enviados anunciarão a minha glória”
Perspectiva Salesiana
O Papa Paulo VI definiu a evangelização como "Levar a Boa Nova a todos os estratos da humanidade e, através de sua influência, transformar a humanidade de dentro para torná-la nova.”
Em seu livro Criando a Paróquia Evangelizadora, os padres paulinos Frank de Siano e Kenneth Boyack nos desafiam a aceitar esta verdade simples: cada um de nós é chamado a ser um evangelizador, a “sair ao mundo e pregar as boas notícias", para testemunhar o poder e a promessa do amor redentor de Deus em nossas vidas. (paulinas, 1993)
Mesmo que a boa notícia seja essencialmente a mesma, os autores insistem que a maneira e o método pelo qual cada um de nós evangeliza, tem origem no estado e na fase em que nossas vidas se encontram. Para se compreender melhor o que isso significa, eles recorreram ao nosso velho amigo e companheiro São Francisco de Sales:
"São Francisco de Sales escreveu um livro maravilhoso chamado Introdução à Vida Devota. Neste livro São Francisco apresenta, de forma simples e profunda o argumento de que (um discípulo) de Jesus deveria observar como está a sua vida e assim poder viver melhor a sua vida cristã. A esposa e mãe encontra a santidade na maneira como ela vive, em relação ao seu marido, e no modo como cuida de sua família. Ela não pode deixar sua família várias vezes durante o dia, como os monges e as monjas, para participar da Liturgia das Horas... sua espiritualidade, sua maneira de seguir a Cristo é determinada pela sua vocação e seu estilo de vida... e se ela trabalha, deve viver a sua vocação como uma mulher casada e ser um testemunho de Cristo em seu local de trabalho. "
Nós fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Nós fomos redimidos pela vida, amor, morte e ressurreição de Jesus. Somos inspirados e fortalecidos pelo Espírito Santo. Estas são notícias muito boas! Esta boa notícia deve fazer a diferença em nossas vidas e na vida daqueles que nós amamos, com quem trabalhamos, rezamos e jogamos. Essas boas notícias devem ser transformadas e renovadas. Através de nós, estas Boas Novas oferecem a possibilidade de transformação e de renovação para os outros.
A maneira como nós partilhamos estas boas notícias, como evangelizamos, depende de quem somos, onde estamos e como somos. Deve ser compatível com o estado, a etapa, as circunstâncias, as responsabilidades, as rotinas e os relacionamentos que temos cada dia. Para seguir a Jesus não precisamos abandonar a nossa vida cotidiana. Trata-se de viver concretamente na vida diária o amor de Deus em nossos pensamentos, em nossos sentimentos, em nossas atitudes e em nossas ações.
A evangelização tem muito a ver com o que dizemos: trata-se de " ter " alguma coisa, neste caso, a Boa Notícia de Deus. Mesmo assim, também tem muito a ver (talvez mais ainda) com o que fazemos. O que dizemos só será um sinal convincente do amor de Deus, se for congruente com a forma como nos relacionamos com os outros.
Por todos os meios - por qualquer meio, "saiam ao mundo e contem as Boas Novas" do amor de Deus, do perdão de Deus, da justiça de Deus e da paz de Deus. Mas, sobretudo, faça isso todos os dias nos lugares e com as pessoas onde vivem, trabalham, rezam e jogam.
Padre Michael S. Murray , OSFS é o Diretor do Centro Espiritual de Sales.
Reflexão Salesiana do domingo
No Evangelho de hoje somos lembrados de que para entrar no reino de Deus precisamos ter a mesma coragem de confiar na bondade de Deus como fizeram Abraão, Isaac e Jacó. Aqui estão alguns dos pensamentos de São Francisco de Sales sobre como podemos desenvolver a nossa confiança na bondade de Deus
A confiança em Deus é a vida da alma. A fim de desenvolver a nossa confiança Nele, devemos primeiro aprender a amar Sua bondade. Só podemos experimentar a bondade de Deus quando abrimos os nossos corações e deixamo-Lo entrar. Temos que aprender a falar com Deus, e ouviremos quando Ele nos fala profundamente a nossos corações. Então começaremos a sentir o amor pelas coisas de Deus.
Às vezes, quando passamos por situações difíceis, parece que a nossa confiança em Deus se enfraquece. Quando nos sentimos assim, devemos dizer a Nosso Senhor: "Mesmo que agora eu me sinto não confiando em ti, estou consciente de que tu és meu Deus, e por isso me coloco completamente em tuas mãos, esperando por tua bondade." Mesmo que isso pareça difícil dizer, não é impossível. Quanto mais reconhecermos que não temos forças para confiar em Deus, mais teremos motivos para confiar na Sua bondade e na Sua misericórdia. Até o momento em que Ele nasça em nós, não poderemos evitar o sofrimento na realização do nosso trabalho. Mas tenhamos a certeza de que Deus é tão bondoso e misericordioso para conosco nos nossos momentos de fraqueza e imperfeição, como o é nos momentos de força e perfeição.
Quando a nossa força e a nossa confiança no amor pelas coisas de Deus aumentam, conseguimos nos livrar das emoções inferiores que não provém de Deus. É algo emocionante buscar somente o reino de Deus, e desejar somente dar testemunho de nossa confiança na bondade de Deus através do modo de tratar os outros. Quando aprendemos a confiar em Deus, conseguimos colher os frutos de nossa confiança em Sua bondade. Assim como os marinheiros que chegam ao porto ao qual estavam destinados observam o céu que se estende sobre as suas cabeças, ao invés de ver o mar no qual navegaram, vocês devem observar a Deus. Ele trabalhará com vocês, em vocês, e para vocês. Como resultado, sua confiança na bondade de Deus será fortalecida.
(Adaptado a partir das leituras de São Francisco de Sales)
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Dia a dia com São Francisco de Sales
“Ó meu querido povo, a nossa mãe gloriosa sobe, e nós descemos; ela morre de amor e nós vivemos de ódio”, disse Francisco ao visitar, no dia 18 de agosto de 1606, a igreja colegiada de Samoëns. Lembramos que ele está cumprindo uma determinação do Concílio de Trento, segundo a qual os Bispos deveriam fazer Visitas Pastorais as Comunidades de suas dioceses.
Veja abaixo esta cidade nos dias de hoje.
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Dia a dia com São Francisco de Sales
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Francisco Estudante em Paris - A crise espiritual
Aos 18 anos, sendo estudante em Paris, teve que enfrentar a tempestade de uma severa crise espiritual, ao sofrer a tentação de desespero referente à predestinação. Achava que seu destino era o fogo do inferno.
Estes temíveis problemas se alastravam pelas escolas. Duas teologias se confrontavam: a teologia pessimista de Lutero, Calvino, Baius e a teologia otimista do humanismo cristão de Erasmo, Maldonado e Molina.
Lia, consultava sábios e amigos, saia para passear, divertir-se, porém nada. Na cabeça um pensamento fixo; “estou condenado. Estou predestinado para o inferno eternamente”. Isto se transformou numa obsessão angustiante.
Diz a Madre Chantal no processo de beatificação do santo: “Ele caiu em grandes tentações e em extrema angústia de espírito. Parecia-lhe que estava absolutamente condenado... O que o fazia tremer, sobretudo à lembrança da incapacidade que os condenados encontram de amar a Deus e de ver a Santíssima Virgem.”
O primeiro remédio que veio a devolver grande parte de sua paz foi o de repetir esta oração a Nosso Senhor: “Oh meu Deus, se por tua infinita justiça tenho que ir ao inferno para sempre, concede-me que lá possa seguir-te amando. Não me interessa que me mandes todos os suplícios que queiras, contanto que me permitas seguir-te amando para sempre”.
O REMÉDIO DEFINITIVO
Ao terminar esta bela oração Francisco sentiu algo inesperado e emocionante. Foram-se, como que por milagre, todos os pensamentos de tristeza e de desespero e em vez dos amargos pensamentos de que ia condenar-se, voltou-lhe a segurança de que “Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. Quem nele crê não é condenado”
Jovem ainda fez voto perpétuo de castidade e colocou-se debaixo da proteção da Virgem Santíssima.
NOSSA SENHORA DA BOA SALVAÇÃO
A Virgem negra de Paris é uma estátua da Virgem e o Menino, do século XIV em pedra pintada, (calcáreo policromado) tendo sido atualmente restaurada. Ela estava na capela do célebre Colégio da Igreja de Saint-Etienne-des-Grès (rue Saint-Jacques, em frente do grande convento dominicano, os Jacobinos). Dizem que o Colégio tinha sido fundado por St. Denis, o primeiro bispo de Paris. As partes mais antigas da igreja estão localizadas próximo da biblioteca da Faculdade de Direito. A torre com os sinos e a Capela de Nossa Senhora da Boa Salvação remontam ao século XI, e esta estátua substituiu uma mais antiga. O culto de Nossa Senhora da Boa Salvação foi forte no tempo das lutas contra os huguenotes e ela foi invocada como vencedora de todas as heresias. Foi organizada, por decreto do Cardeal Jean Du Bellay (1492-1560), bispo Paris de 1532 a 1551, a Irmandade da Caridade de Nossa Senhora da Boa Salvação que, em breve tornar-se-ia uma Confraria Real, no domingo, 20 de abril de 1533.
Em 1692, se erigirá uma capela dedicada a São Francisco de Sales na igreja de Saint-Etienne-des-Grès. Mais tarde por causa das querelas entre os cônegos de Saint-Etienne des Grès e os mestres da Irmandade de Nossa Senhora da Boa Salvação o Parlamento suprimiu, sem oposição, a procissão e a Confraria, no dia 7 de fevereiro de 1737. No dia 16 maio 1792 a estátua foi colocada à venda com todo o mobiliário e objetos de culto da igreja de Saint-Etienne-des-Grès e a Igreja demolida. A imagem foi comprada pela Condessa de Carignan-Saint-Maurice que a guardou em sua casa (hotel Traversière) na rua Notre-Dame-des-Champs, onde hoje é o Colégio Estanislau. Durante o período do “Terror”, na Revolução Francesa, 18 de setembro de 1793, a Condessa de Carignan-Saint-Maurice que estava na prisão, confiou a preciosa estátua as Irmãs de Santo Tomás de Villanova, onde se encontra atualmente, em Neuilly sur Seine.
Durante a famosa viagem a Paris de 1883, Dom Bosco quis fazer uma peregrinação "salesiana". Sabendo da existência da famosa estátua da Senhora Negra de Paris, diante da qual o jovem Francisco gostava de rezar, foi à igreja onde ela estava e escreveu em francês no registro das Missas: "Abbé Jean Bosco, superior da Pia Sociedade Salesiana, recomenda a São Francisco de Sales todas as obras da quais S. Francisco é o Patrono".
domingo, 15 de agosto de 2010
Dia a dia com São Francisco de Sales
No dia 16 de agosto de 1606 Francisco de Sales está em Morillion, fazendo a visita pastoral à sua Diocese, como pedia o Concílio de Trento. Pregou sobre Maria, pois estavam na oitava da festa da Assunção. Veja abaixo uma foto atual do lago de Morillion. Veja uma foto atual desta região, com seu belíssimo lago.
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
15 de agosto: Assunção de Nossa Senhora
Neste final de semana lembramos a Assunção de Nossa Senhora. Abaixo coloco algumas idéias referentes a teologia mariana elaborada por São Francisco de Sales.
A mais amante e a mais amada das criaturas
São Francisco de Sales inicia sua obra “Tratado do Amor de Deus” com uma oração dedicada a Virgem Maria, “Rainha do amor soberano”, “a mais amável, a mais amante e a mais amada de todas as criaturas”.
A devoção mariana de São Francisco de Sales tem raízes profundas. Provém de uma profunda fé, viva, enraizada no mistério de Cristo e de Maria. Para ele Maria é a criatura mais amada de Deus: Ele colocou nela suas complacências desde toda a eternidade, escolhendo-a e destinando-a para ser a mãe de seu único Filho. Por ser a amada de Deus, é a amante por antonomásia do Filho de suas entranhas: o ama com ternura maternal, da mesma maneira que amou o Pai.
J. P. Camus diz que ele desde seus mais tenros anos a honrou e se alistou nas confrarias e congregações a ela dedicadas. Aprendeu desde os sete anos a rezar o rosário que para ele era verdadeira oração contemplativa, que fazia devagar, lentamente, saboreando os mistérios que contempla. Ainda estudante fez o voto de rezar todos os dias de sua vida o rosário. No Colégio Clermont de Paris fazia parte da Congregação de Maria. Depois veio o combate, a crise. É a Maria que recorre, rezando diante do seu altar(Virgem negra) na Igreja de Santo Estevão de Gres o “Lembrai-vos...” Ali faz o voto de castidade que é renovado em Loreto. Maria o conduz e guia ao sacerdócio. Está presente no seu trabalho missionário no Chablais, como o está depois em sua pregação e ensinamento como Bispo. “Recebi a consagração episcopal no dia da Concepção da Virgem Maria, Nossa Senhora, em cujas mãos coloquei a minha sorte”. Depois funda (6/6/1610) a Ordem da Visitação de Santa Maria.
1. Superior a toda criatura, inferior a Deus
São Francisco de Sales apresenta dois princípios claros: Maria é infinitamente inferior a Deus e ao Verbo encarnado, a Jesus; Ela é criatura, mas ao mesmo tempo é extremamente superior a qualquer criatura, incluídos os anjos e os santos. É Mãe de Deus e, portanto, inigualável a todos os demais seres criados. A escolha de Deus e sua incomparável vocação a ser a Mãe de seu Filho, a situam num lugar único na vida da Igreja. São Francisco de Sales é testemunho preclaro do equilíbrio que a Igreja manifesta no culto que tributa a Virgem Maria. Mostra-se em desacordo com aqueles que, movidos Poe um excesso de devoção, “oferecem um sacrifício” a Maria, bem como com os que, por defeito, “recusam a honra que lhe tributam os católicos”.
Escreve neste sentido: “A uns, a Igreja mostra que a Virgem é criatura, mas tão santa, tão perfeita, tão perfeitamente aliada e unida a seu Filho, tão amada e querida por Deus, que não se pode amar ao Filho mais do que pelo amor dela... e aos outros ela lhes diz que: o sacrifício e o culto supremo de latria só pode ser dado ao Criador...” (Sermão da festa da Assunção, 1602, OEA VII, 458)
Nestes princípios básicos se assenta a teologia e a espiritualidade salesiana. O magistério pontifício se baseou em seus textos para declarar alguns dos dogmas marianos, como o da Imaculada Conceição e o da Assunção. Duzentos e cinquenta anos antes da promulgação do dogma, a doutrina salesiana defende com clareza: que Maria, em consideração dos méritos de seu Filho, Jesus Cristo, foi revestida desde o primeiro instante de sua existência com a graça santificante e que, por conseguinte, foi preservada de todo o pecado; foi concebida sem mancha, sem pecado original. Desde o começo de sua existência possuiu a vida divina da graça para que assim pudesse chegar a ser a Mãe do Redentor, tal como Deus mesmo quis. Uma vez consumada sua carreira terrena, foi elevada em corpo e alma a glória dos céus. Também aqui, unido a uma firma tradição eclesial, o Bispo de Genebra se adianta no ensinamento do dogma católico.
2. Mãe amantíssima
“Maria já não é mais do que amor”. A prova definitiva do amor da Mãe para com seu filho se encontra no Calvário, “o monte dos amantes”, “a verdadeira academia da caridade”. (TAD, XII, 13) Ali o amor se empapa de dor, e a dor, de amor. O maravilhoso intercâmbio: “Filho, eis ai tua mãe”. “Mãe, eis ai teu filho”. Não se trata de uma substituição, mas de uma incorporação real. Maria que está oferecendo e entregando seu Filho ao Pai, tem que renunciar ao Filho amado e aceitar, em seu lugar, toda a humanidade, representada em João.
3. Na escola de Maria
Na devoção e na espiritualidade mariana trata-se de chegar a viver em plenitude o amor que Deus tem por nós, como o viveu Maria. Trata-se de buscar e cumprir a vontade de Deus como Ela. De tentar chegar a perfeição.
Para São Francisco de Sales Maria é a “mestra da santidade”. Na escola de Maria aprenderemos a amar a Deus de todo o coração como ela o fez. “É a particular auxiliadora das almas que se dedicam a Nosso Senhor.” (Sermão da festa da Anunciação, Obras seletas de SFS, I, 360)
A atitude amante de Maria infunde e inspira as atitudes de confiança amorosa. A espiritualidade mariana é sempre missionária. Maria está vinculada à missão da Igreja, porque no centro de toda a atividade apostólica está Cristo. Toda a ação missionária orienta para Cristo: para conhecê-lo e para fazê-lo conhecer, para anunciar seu amor e testemunhá-lo no meio das pessoas. E neste caminho se encontra Maria.
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
12 de agosto - SANTA JOANA FRANCISCA FREMYOT DE CHANTAL
Santa Joana Francisca Fremiot nasceu em Dijon, França, 23 de janeiro de 1572, nove anos depois do Concílio de Trento. Filha de Benigno Fremyot, Presidente do Parlamento da Borgonha, casado com Margarida de Berbisey. Sua mãe morreu quando ela tinha apenas dezoito meses de vida. Seu pai, um distinto homem de muita personalidade e fé, a influenciou muito na sua infância.
Aos vinte e um anos casou-se com o Barão Christophe Rabutin-Chantal. Desta união nasceram seis filhos. Dois deles morreram na primeira infância. Um menino três meninas sobreviveram. Após sete anos de casamento ideal, o seu marido morreu em um acidente caça. Ela educou seus filhos no cristianismo.
No outono de 1602 seu sogro, Guy de Rabutin, Barão de Chantal, pediu-lhe com insistência que fosse viver no castelo de Monthelon, onde vivia quase sozinho e necessitava de alguém que lhe ajudasse. Ficou ali sete anos. Em 1604, durante uma visita ao seu pai, ela se encontrou com S. Francisco de Sales. Assim iniciou um novo capítulo na sua vida.
No dia 6 de junho de 1610 São Francisco de Sales fundou a Ordem da Visitação de Santa Maria, e a baronesa de Chantal passou a ser a Madre de Chantal.
Entregou sua alma a Deus em Moulins, a 13 de dezembro de 1641. Foi beatificada por Bento XIV a 13 de novembro de 1751 e canonizada por Clemente XIII em 16 julho de 1767. À data de sua morte, a Congregação já contava com 87 conventos e, no primeiro século de existência, com 6.500 religiosos.
“Se hoje São Francisco de Sales é o doutor incontestável não só da devoção comum, mas também e sobretudo da mística, deve-o, depois de Deus, à Santa Chantal” (Bremond)
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
XIX Domingo do Tempo Comum (ciclo C) 08 de agosto de 2010
Parabéns aos pais, neste dia a eles consagrado. Muitas vezes, para não termos medo na vida, precisamos do abraço deles.
As leituras de hoje nos exortam para sermos servos fiéis a Nosso Senhor. Este é um tema recorrente nos escritos de São Francisco de Sales.
As Escrituras dizem que temos que nos agarrar firmemente àquilo que temos. Ainda assim, somos como os corais, que facilmente se dobram ao movimento das correntes marinhas. Como nós ainda vivemos no mar deste mundo somos propensos a nos dobrar de um lado para o outro - de um lado para o amor de Deus, e do outro lado para ceder à tentação dos bens, que embora vazios, parecem ser benéficos.
Estes supostos bens são como raposas, que procuram destruir a nossa vinha, enquanto que o amor de Deus nos exorta a fazer do nosso coração um lugar fértil, através das boas obras. Portanto, devemos usar a nossa mente na prática do amor sagrado, para que estes supostos bens, não exerçam sua influência sobre nós. A vontade de Deus não está em proteger-nos dos falsos bens. Ao contrário, Ele quer que pratiquemos plenamente o amor sagrado, resistindo à tentação que eles representam. O que Ele deseja é que, combatendo, obtenhamos uma vitória e que por meio desta vitória cheguemos ao triunfo.
Sempre haverá falsos bens, como a riqueza e as honras, que despertam a cobiça em nós. Se mantivermos nossa fé centrada na Palavra de Deus, ela nos ajudará a distinguir entre os bens verdadeiros, pelos quais devemos trabalhar, e os falsos que devemos recusar. Nossa fé fará que se acenda em nós um alarme diante da aparição de um falso bem, por mais atrativo que este pareça. Imediatamente o amor divino rejeitará esta falsidade, já que nossa fé nos permite ver aquelas coisas que são realmente eternas.
Continuamos pertencendo a Deus, mesmo no meio das muitas ocupações que implicam uma diversidade de coisas terrenas, com as quais lidamos. Não existe oportunidade melhor para testemunhar a nossa fidelidade quando tudo der errado. As dificuldades nos dão a oportunidade de colocar em prática as nossas virtudes e a nossa confiança em Deus, que deseja assistir-nos e prestar sua ajuda quando pedimos. Que felizes seremos se caminharmos pela vida e deixarmos os braços de Nosso Senhor somente para caminhar e para fazer todo possível de colocar em prática as boas virtudes e boas obras, porém, sempre segurando nas mãos do nosso Salvador!
(Adaptado a partir dos escritos de São Francisco de Sales)
“A fé é um modo de já possuir o que ainda se espera, a convicção acerca de realidades que não se veem.”
“Não tenhais medo, pequenino rebanho...”
Perspectiva Salesiana
Como seguidores de Jesus, somos chamados a viver uma vida de fé. Cada dia, cada hora, cada momento de nossas vidas deve ser cheia de oportunidades para crescer na fé, no amor e na compreensão de Deus, de nós mesmos e dos outros.
As Escrituras de hoje fazem uma pergunta: o que é exatamente a fé?
São Francisco de Sales faz a distinção entre fé viva e fé morta: "Examine o seu trabalho e ações. Quando não há sinais de vida consideramos uma pessoa como morta. No inverno as árvores parecem estar mortas, mas, na época da temporada elas produzem folhas, flores e frutos. Da mesma forma, quando a fé morta aparenta estar viva, apenas esta última pode dar frutos de fé em todas as estações. A fé vivenciada no dia a dia é excelente para isso, porque estando unida ao amor e sendo vivificada pelo amor é forte, firme e consistente. "
As pessoas que estão cheias de fé, diz Francisco de Sales, vivem a vida de modo vigilante, forte, prudente e atentas. Ao aderir à verdade de que Deus é amor, que foram criadas, resgatadas e inspiradas no amor, são chamadas a partilhar o amor com os outros. As pessoas que estão cheias de fé, são pessoas de ação, de coragem e de perseverança, sempre caminham para frente, inclusive na direção das coisas que não podem ver.
Compare este poder e esta promessa com a alternativa: a decisão de viver com medo.
As Escrituras de hoje fazem a pergunta: o que é exatamente o medo? "Um estado ou condição marcada por sentimentos de ansiedade e agitação provocada pela presença ou iminência de perigo, um sentimento ou apreensão de perturbação. "(American Heritage Dictionary do idioma Inglês)
Pessoas que vivem com medo, não confiam na verdade de que Deus é amor, não se atrevem a acreditar que foram criadas e que são sustentadas por este amor. Não estão dispostas a partilhar esse amor com os outros. Pessoas que vivem com medo são pessoas que não agem, estão sempre desanimadas e são tímidas. Estas pessoas sempre querem dar meia volta e regressar. Temem olhar para frente. As pessoas medrosas estão, num sentido muito real, mortas desde já.
Não se engane: as pessoas de fé não são imunes ao medo. Elas temem sua própria infidelidade. Elas temem sua própria fraqueza. Elas temem seus próprios pecados. Às vezes, da mesma forma, temem a infidelidade, a fragilidade e os pecados dos outros. Enfim, as pessoas de fé, escolhem viver sem este medo e viver na verdade de Deus, que as chamou para serem pessoas e que devem colocar em Deus a causa e a vida de seus irmãos e irmãs.
As pessoas de fé são seres humanos que procuram ser plenamente humanas. As pessoas de fé sabem que o medo faz parte da vida, mas que há mais vida - muito mais - do que o medo.
Padre Michael S. Murray, OSFS é o Diretor do Centro Espiritual de Sales.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
FRANCISCO ESTUDANTE
A partir de hoje publico em várias etapas, os estudos que São Francisco de Sales realizou na sua vida, a partir dos seis anos.
1573 – Francisco tem 6 anos. Luís de Sales, irmão do Sr. de Boisy decide colocar os três filhos na escola de La Roche, pequena cidade que ficava a três léguas do castelo. O Sr. de Boisy decide que seu filho irá acompanhar os primos. Se revela aluno perfeito, dado como modelo aos colegas. Sua piedade causa admiração e seduz. Quando saiu desta escola, em 1575, “a maioria das pessoas o acompanharam e choravam dizendo que lhe tiravam o que era a bênção de sua cidade”, diz a senhora Chaugay.
1575 – Frequenta o Colégio de Annecy, fundado em 1551 pelo Cônego Eustáquio Chapuys para receber alunos da distinta juventude da Sabóia. Neste período Francisco recebe a primeira comunhão e a confirmação pelo Monsenhor Angelo Justiniani, a 17 de dezembro de 1577 na igreja de S.Domingos de Annecy. Recebe também a tonsura a 20/12/1578. Já alimenta a ideia de tornar-se sacerdote. “Desde meus doze anos, resolvi-me tão fortemente pertencer à Igreja que não teria mudado de resolução nem mesmo para possuir um reino.” (dirá mais tarde, numa conversa com a Madre Angélica Arnaud)
1578-1588 – PARIS – O HUMANISTA
No outono de 1578 (setembro) seu pai decide enviá-lo para Paris. Irá estudar no Colégio de Navarra, freqüentado pela elite da juventude parisiense. Francisco tinha ouvido falar que ali “a juventude não se dava à virtude quanto no Colégio dos Jesuítas, cujo renome e estima tinha cheios os ouvidos”. Através da mãe consegue ir para o Colégio Clermont, atual Liceu Luís, o grande.
Foi matriculado na classe de humanidades. Entra na fortaleza do ultramon-tanismo: os jesuítas ensinam que a autoridade do Papa tem primazia sobre a dos concílios; a santa sé não pode ser julgada por ninguém; se deve obedecer às Bulas. Os padres são acusados de insinuar idéias mais subversivas: o direito do papa dispor das coroas. O direito dos povos e de até particulares matar o tirano.
Em dez anos aprendeu belas-letras, o latim, o grego e o hebraico, as artes da nobreza, a equitação, a esgrima, a dança, a filosofia de Aristóteles, os princípios da teologia. Teve como professores: o sábio latinista Jacques Sirmond, Bernardino Castori; em filosofia: Suarez de Granada (apresentou-lhe Madre Tereza). Dedicava-se ao estudo da língua francesa.
Viu que a fonte do humanismo cristão não se encontrava em Aristóteles, nem em Platão, nem em Plutarco ou em Sêneca, mas nas Escrituras e nos Padres. Maldonado teve influência em sua formação. Era um teólogo helenista, hebraísta. Renovava a ciência religiosa pela exegese, pela história, relo recurso de uma cultura universal – orientada para os princípios da fé. Francisco o chamava de “Seu mestre”
O homem que mais o marcou foi Gilbert Genebrard. Em 1584 comentava o “Cântico dos Cânticos”. Francisco ficou deslumbrado. A história do mundo pareceu-lhe uma história de amor. No Cântico encontra seu alimento deleitável e puro. Esta revelação do amor divino lançou-o em grande fervor.
Embora apaixonado pela beleza dos antigos, rejeitava seu espírito. Dirá mais tarde: “Não as mentiras dos retóricos, mas a verdade dos pescadores; não o amor a Vênus, mas a Maria; não Apolo, mas Jesus Cristo.”
O antigo Colégio dos Jesuítas é atualmente o Liceu Luís, o Grande (Luís XIV) é um estabelecimento de ensino público. Ele abrange o Liceu propriamente dito (800 alunos) e as classes de preparação (900 estudantes). Nele estudaram pessoas célebres que citamos a seguir: Molière, Voltaire, Victor Hugo, todos escritores célebres e todos antigos alunos do Liceu. Outros alunos importantes: Maurice Allais, economista; Charles Baudelaire, Poeta; Henri Béqueres, Fisicista –;Jacques Chirac, Presidente da França;Valéry Giscard d'Estaing - Presidente da França; Jacques-Salomon Hadamard – Matemático; Jean Jaurès - Líder socialista francês; Alain Juppé – Primeiro Ministro da França; Alphonse Laveran – Médico – (descobridor do parasita que causa malária) – 1845; Maurice Papon Criminalista; Jean-Paul Sartre – Filósofo; Léopold Senghor – Presidente do Senegal.
1573 – Francisco tem 6 anos. Luís de Sales, irmão do Sr. de Boisy decide colocar os três filhos na escola de La Roche, pequena cidade que ficava a três léguas do castelo. O Sr. de Boisy decide que seu filho irá acompanhar os primos. Se revela aluno perfeito, dado como modelo aos colegas. Sua piedade causa admiração e seduz. Quando saiu desta escola, em 1575, “a maioria das pessoas o acompanharam e choravam dizendo que lhe tiravam o que era a bênção de sua cidade”, diz a senhora Chaugay.
cidade de La Roche
1575 – Frequenta o Colégio de Annecy, fundado em 1551 pelo Cônego Eustáquio Chapuys para receber alunos da distinta juventude da Sabóia. Neste período Francisco recebe a primeira comunhão e a confirmação pelo Monsenhor Angelo Justiniani, a 17 de dezembro de 1577 na igreja de S.Domingos de Annecy. Recebe também a tonsura a 20/12/1578. Já alimenta a ideia de tornar-se sacerdote. “Desde meus doze anos, resolvi-me tão fortemente pertencer à Igreja que não teria mudado de resolução nem mesmo para possuir um reino.” (dirá mais tarde, numa conversa com a Madre Angélica Arnaud)
1578-1588 – PARIS – O HUMANISTA
No outono de 1578 (setembro) seu pai decide enviá-lo para Paris. Irá estudar no Colégio de Navarra, freqüentado pela elite da juventude parisiense. Francisco tinha ouvido falar que ali “a juventude não se dava à virtude quanto no Colégio dos Jesuítas, cujo renome e estima tinha cheios os ouvidos”. Através da mãe consegue ir para o Colégio Clermont, atual Liceu Luís, o grande.
Foi matriculado na classe de humanidades. Entra na fortaleza do ultramon-tanismo: os jesuítas ensinam que a autoridade do Papa tem primazia sobre a dos concílios; a santa sé não pode ser julgada por ninguém; se deve obedecer às Bulas. Os padres são acusados de insinuar idéias mais subversivas: o direito do papa dispor das coroas. O direito dos povos e de até particulares matar o tirano.
Em dez anos aprendeu belas-letras, o latim, o grego e o hebraico, as artes da nobreza, a equitação, a esgrima, a dança, a filosofia de Aristóteles, os princípios da teologia. Teve como professores: o sábio latinista Jacques Sirmond, Bernardino Castori; em filosofia: Suarez de Granada (apresentou-lhe Madre Tereza). Dedicava-se ao estudo da língua francesa.
Viu que a fonte do humanismo cristão não se encontrava em Aristóteles, nem em Platão, nem em Plutarco ou em Sêneca, mas nas Escrituras e nos Padres. Maldonado teve influência em sua formação. Era um teólogo helenista, hebraísta. Renovava a ciência religiosa pela exegese, pela história, relo recurso de uma cultura universal – orientada para os princípios da fé. Francisco o chamava de “Seu mestre”
O homem que mais o marcou foi Gilbert Genebrard. Em 1584 comentava o “Cântico dos Cânticos”. Francisco ficou deslumbrado. A história do mundo pareceu-lhe uma história de amor. No Cântico encontra seu alimento deleitável e puro. Esta revelação do amor divino lançou-o em grande fervor.
Embora apaixonado pela beleza dos antigos, rejeitava seu espírito. Dirá mais tarde: “Não as mentiras dos retóricos, mas a verdade dos pescadores; não o amor a Vênus, mas a Maria; não Apolo, mas Jesus Cristo.”
O antigo Colégio dos Jesuítas é atualmente o Liceu Luís, o Grande (Luís XIV) é um estabelecimento de ensino público. Ele abrange o Liceu propriamente dito (800 alunos) e as classes de preparação (900 estudantes). Nele estudaram pessoas célebres que citamos a seguir: Molière, Voltaire, Victor Hugo, todos escritores célebres e todos antigos alunos do Liceu. Outros alunos importantes: Maurice Allais, economista; Charles Baudelaire, Poeta; Henri Béqueres, Fisicista –;Jacques Chirac, Presidente da França;Valéry Giscard d'Estaing - Presidente da França; Jacques-Salomon Hadamard – Matemático; Jean Jaurès - Líder socialista francês; Alain Juppé – Primeiro Ministro da França; Alphonse Laveran – Médico – (descobridor do parasita que causa malária) – 1845; Maurice Papon Criminalista; Jean-Paul Sartre – Filósofo; Léopold Senghor – Presidente do Senegal.
2 fotos do antigo Colégio dos Jesuítas de Paris onde Francisco estudo,
atual Liceu Luís, o grande
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