Diante do Santo Sudário
Como sabemos, o Santo Sudário, na época de São Francisco de Sales era propriedade da Casa Real da Sabóia e assim permanecerá até 1983, quando passou a ser propriedade do Vaticano.
Em 1566, para celebrar a entrada da duquesa de Nemours, Ana De Este, em Annecy , como esposa do duque de Genevois, Jacques de Nemours, o duque da Sabóia concedeu que o Santo Sudário fosse trasladado para veneração na cidade de Chambéry. Os Sales fizeram a peregrinação para venerar o Sudário. Francisca de Sionnaz, Senhora de Boisy, estava grávida e consagrou o menino “já concebido” ao Senhor, diante do Santo Sudário. Isso é assegurado pelo confessor do Santo, Miguel Favre e pelo bispo de Bellay, João Pedro Camus, amigo do santo e que conhecia estes fatos por suas confidências. E diz que Francisco de Sales tinha uma grande devoção ao santo Sudário porque apreciava muito que sua mãe, “pela veneração que tinha a esta santa relíquia tinha tido um parto de maneira muito mais feliz do que se esperava.” Esta convicção o inspirava a uma grande devoção pela dita manta, que então se acreditava, sem dúvida alguma, tingida no sangue do Senhor: “a tinha consigo de diversas formas: bordada, pintada, ao óleo, em prancha ao buril, em miniatura, em relevo, gravada. E a colocava em seu quarto, na capela, no oratório, em seu escritório, na sala, na galeria, em todas as partes”. E por que tanta devoção? Ao que ele respondia: “porque minha mãe me dedicou a Nosso Senhor quando ainda eu estava em suas entranhas, diante desta santa relíquia de salvação.”
“Nasci antes do tempo normal, porque tinha muita pressa para começar a amar e louvar a Deus”.
O nascimento de Francisco de Sales foi muito perigoso para sua jovem mãe. A senhora de Boisy teve um parto “com muito mais trabalho” e "foi maravilha não ter perdido a vida.” Francisco de Sales nasceu no dia 21 de agosto de 1567 no castelo de Sales. Primogênito de Francisco e Francisca de Boisy: o pai tem 44 anos e a mãe 15. Terá 12 entre irmãos e irmãs, cinco dos quais morrerão pouco depois do nascimento. A família na qual vai crescer era totalmente francesa de espírito e de cultura. Falava-se o mais puro francês. A família dos Sales era firmemente católica. Calvino quis converter o Sr. de Boisy (nome que se dava ao pai de Francisco depois do casamento). O menino nasceu de sétimo mês e seu estado era tão delicado que tiveram que colocá-lo “num berço de seda e envolvê-lo com algodão”. Dava muita lástima ver certas “comichões nesta carne tão tenra”. Um detalhe digno de ser notado é esta finura de sua epiderme, que o fará ruborizar-se fortemente à menor emoção, e sua sensibilidade sempre será das mais delicadas. Esta emotividade parece ter sido herdada de sua mãe, cujo sono era interrompido por tremendos pesadelos, até o ponto de que os médicos temerem por sua vida. Uma noite despertou sobressaltada, impaciente para ter o seu filho em seus braços. Pedia angustiosamente, porque tinha sonhado que ele tinha morrido e que o iriam enterrar.
Como sua mãe estava muito fraca, procuraram por uma ama-de-leite, uma camponesa muito robusta chamada Petremonde Puthod. E isso foi providencial, porque esta mulher que era forte de corpo e muito santa de alma, o foi fazendo crescer e progredir de tal maneira em robustez e santidade que ninguém esperava tanto. Ela ainda vivia no tempo do 1º processo de canonização. Eis o seu depoimento sobre Francisco: “Francisco era um menino grandemente gracioso, belo de rosto, afável, doce e familiar... jamais conheci uma criança mais fácil de alimentar e de melhor índole”.
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