segunda-feira, 17 de maio de 2010

Dom Bosco e São Franciso de Sales (4)


S. FRANCISCO PATRONO DO ORATÓRIO – Por que S. Francisco de Sales foi declarado Patrono do Oratório – Dom Bosco imitador da doçura deste Santo.

“O nome de São Francisco de Sales se tornava familiar entre os jovens, e Dom Bosco estabeleceu que a festa deste amável santo fosse celebrada com toda solenidade. Alguém poderia perguntar: - como é e por que o referido Oratório foi dedicado em honra ao Bispo de Genebra e começou a chamar-se de São Francisco de Sales? – Dom Bosco estando ainda no Convito Eclesiástico tinha já colocado no seu coração a decisão de pôr todas as obras sobre a proteção do Apóstolo do Chablais, mas aguardava que primeiro o P. Cafasso lhe manifestasse sua opinião sobre este seu pensamento. E o P. Cafasso pronunciou a sua palavra. Encontrando-se num daqueles dias com o Teólogo Borel, discorrendo sobre as dificuldades que Dom Bosco estava encontrando, da paciência que ele manifestava em todas as suas ações, e da contínua prosperidade do Oratório, notou que até este momento este não estava sob a proteção especial de um santo patrono. Depois de breve discussão o P. Cafasso nomeou São Francisco de Sales, e o Teólogo Borel louvou a proposta. D. Bosco aceitou e três foram as principais razões desta escolha. Primeiramente porque a Marquesa Barolo, para ajudar Dom Bosco, tencionava estabelecer no “Refúgio” uma congregação de sacerdotes sob este título, destinada a cuidar espiritualmente não somente dos seus muitos Institutos já existentes, mas também daqueles que tencionava fundar no futuro, entre os quais um Colégio de jovens estudantes em Barolo; e um laboratório dedicado a São José em Turim no Refúgio, para ai manter e educar diariamente mais de cem jovens abaixo de doze anos de idade. Com esta intenção tinha feito executar, sob o muro da entrada do novo local destinado para os sacerdotes capelães, uma pintura de São Francisco (de Sales). Em segundo lugar, porque como Dom Bosco tinha escolhido a juventude para exercer o seu ministério e o que requeria grande calma e mansidão; e por isso ele queria colocar-se sobre a especial proteção de um Santo, que nesta virtude foi modelo perfeito. O confortava uma terceira razão. “Naquele tempo muitos erros, especialmente o protestantismo, começavam a insinuar-se insidiosamente nos nossos lugares, sobretudo em Turim entre o povo simples.” Pois bem, Dom Bosco quis tomar este santo como patrono para que lhe obtivesse do céu a graça especial de ganhar almas para o Senhor. De receber dele a luz e o conforto para combater com êxito aqueles mesmos inimigos, que ele tinha, em sua vida mortal, tão esplendidamente triunfado, para a glória de Deus e da Igreja e em vantagem de inúmeros cristãos. Enfim, julgava que o espírito de São Francisco de Sales fosse o mais adaptado aos tempos para a educação e instrução popular. Deste admirável apóstolo, ele conhecia minuciosamente a vida e os escritos. Agora e depois ia recordando nas suas falas, ora um dito, ora um fato. Procurava vivenciar em si mesmo, sobretudo a doçura do seu coração, a qual tinha reconduzido tantos hereges para o seio da Igreja. “Descrevia-nos, escreveu o P. João Bonetti alguns anos depois, São Francisco de Sales na sua juventude, dizendo que o caráter suave e manso, ele não o tinha por natureza, mas tinha-lhe custado grandes sacrifícios para conquistá-los. Nós, com estas palavras, formávamos uma idéia do ânimo do próprio Dom Bosco. Quando ele era jovem, bem o sabemos, pela sua confissão, era por natureza, de espírito ardente, pronto, forte, intolerante por resistência. E o víamos como modelo de mansidão e respirando sempre paz. De tal maneira era dono de si mesmo que parecia que nada tivesse que fazer. Víamos seus contínuos atos de virtude para frear-se e o fazia de um modo tão heróico que parecia tornar-se uma cópia viva e falante da caridade de São Francisco de Sales.” Assim na capela do grande Bispo de Genebra, o Oratório recebia um ótimo começo. (MB 2,252-254)

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