Destaque: "e Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará
um outro defensor, para que permaneça para sempre convosco."
Perspectiva Salesiana
No evangelho de hoje Jesus
promete interceder junto ao Pai para que Ele envie um advogado (às vezes
traduzido como Paráclito, em grego Parakletos 'aquele que consola ou apoia') para
que permaneça com seus discípulos e os acompanhe na caminhada da vida.
No dicionário Houaiss encontramos
a seguinte definição de advogado: indivíduo que patrocina ou protege alguém ou
uma causa; patrono, defensor. (a
mesma palavra usada por Jesus)
Também no sentido da palavra
advogado se destaca o verbo responder. Neste contexto, o advogado, o Paráclito,
o Espírito Santo vai responder por todos aqueles que seguem Jesus. Em
outras palavras, este advogado é alguém que nos representa.
Mas espere, tem mais! Quem
de nós percebeu que Jesus promete a seus discípulos "outro" advogado?
A menos que eu esteja errado sobre isso, ele diz que "outro"
significa que este não é o primeiro advogado que foi enviado para nós; ao
contrário, este é um segundo advogado. Isto no leva a perguntar: Quem foi o
advogado anterior?
Foi o próprio Jesus. Jesus
tornou-se o nosso representante no momento em que ele se tornou um de nós; quando
ele se tornou um conosco; quando se tornou um para nós. Jesus se fez nosso
representante vivendo entre nós,
trabalhando por nós, amando-nos e morrendo por nós, para que possamos um dia
subir para sempre através do poder e da promessa da ressurreição.
Mas esperem um
momento. Parece que temos mais um advogado ainda para reconhecer: Deus, o
Senhor, o Pai.
Deus tornou-se o nosso
representante no momento em que criou algo do nada. Deus tornou-se o nosso
representante ao criar formas depois do caos. Deus tornou-se o nosso representante
através da criação, para que possamos compartilhar um pouco da Sua imagem e
semelhança divina. Deus tornou-se o nosso representante através da
Encarnação ao adotar a nossa imagem e semelhança humana.
Numa palavra, parece que Deus
nosso eterno advogado é, entre outras coisas, "um representante".
Como filhos de Deus, como irmãos
e irmãs de Jesus, como templos do Espírito Santo, também nós fomos chamados a
ser advogados. Fomos chamados a representar o que é justo; Fomos
chamados para representar o que é certo; Fomos chamados para representar
tudo o que implica em paz; Fomos chamados para representar tudo o que é
justo e imparcial. Especialmente como membros da tradição salesiana, somos
chamados para representar tudo o que Deus é de forma amorosa, bondosa, paciente,
alegre e atenciosa entre outras coisas da nossa espiritualidade.
Deus nos representa ao criar-nos,
redimir-nos e inspirar-nos. Existe melhor maneira de expressar nossa gratidão
do que vivenciar tudo isso através da nossa disposição para representar-nos uns
aos outros?
P. Michael S. Murray, OSFS - Diretor-Gerente do
Centro de Espiritualidade de Sales.
Tradução e adaptação: P. Tarcizio Paulo Odelli, SDB
Dos escritos de São Francisco de Sales
As leituras de hoje nos lembram
que amar Jesus significa ter presente Sua palavra e pensamento, sentir e agir
de acordo com a Sua palavra. São Francisco de Sales sublinha a importância
de aprender a manter Sua palavra e a viver
Jesus através de uma vida de oração e virtude.
A oração ilumina nossa mente com
o brilho da luz de Deus e expõe nossa vontade para o calor do seu amor. A
oração é como uma corrente de água benta, ajuda as plantas de nossas boas
intenções a crescer e florescer. Todos os dias nós devemos ter tempo para
meditar. Se possível, meditar no início da manhã, quando a mente é
geralmente clara e mais focada depois de ter descansado durante a noite. Para
que possam viver Jesus, peçam a Deus para ajudá-los a rezar
com o coração.
Se vocês meditam sobre a vida de
Jesus, aprenderão com o seu exemplo e moldarão suas ações de acordo com Seu modo
de vida. Aos poucos, se acostumarão a passar facilmente da tranquilidade da
oração ao cumprimento de suas múltiplas tarefas, mesmo se essas tarefas forem
totalmente diferentes dos afetos que receberam durante a oração. O
advogado deve ter a capacidade de passar da oração à defesa de suas causas, o
comerciante as finanças e o pai para cuidar de seus filhos. Os nossos atos
diários, que fazem parte da vida virtuosa que levamos, devem derivar de
meditação.
Cada pessoa deve praticar as
virtudes próprias do tipo de vida que ele ou ela foram chamados a
viver. Quando colocamos em prática as virtudes devemos inclinar-nos por
aquelas que melhor atendam as nossas obrigações, e não aquelas que são mais
agradáveis para nós. Geralmente os cometas parecem ser maiores do que as
estrelas porque estão mais perto de nós. Da mesma forma, às vezes, temos a
tendência a acreditar que certas virtudes são simplesmente melhores, porque elas
parecem ter mais importância. No entanto, para poder avançar no amor santo
devemos escolher as virtudes que contrastam com as nossas deficiências e
fraquezas habituais. Por exemplo, se formos assaltados pela raiva devemos
praticar a bondade, não importando quão pequeno parece ser este ato de
virtude. A verdadeira virtude não tem limites. Se agirmos de boa fé
por reverência a Deus, Ele nos elevará até as alturas grandiosas para que
possamos viver Jesus, mesmo se
sofrermos para fazer o que é certo.
Claro, a Boa Nova do Evangelho de
hoje é que nós não estamos sozinhos - não estamos abandonados à nossa própria
sorte em nossa tentativa de viver Jesus. Contamos
com a promessa que Cristo nos fez: que o Espírito Santo nos ajudará, nos guiará
e nos acompanhará!
(Adaptado a partir dos escritos de São Francisco de
Sales)
Neste final de semana a Família Salesiana de Dom Bosco celebra o dia de sua Mãe e Mestra, Maria Auxiliadora. Dom Bosco foi muito devoto de Maria e nos deixou seu amor a Maria como uma grande herança. Para nós, Maria Auxiliadora é modelo e guia na nossa ação educativa e apostólica. "A entrega cotidiana a Maria caracteriza, portanto, a nossa espiritualidade. A entrega é um dinamismo ascendente: é fazer o dom de si para responder com generosidade à missão a cumprir; mas é também dinamismo descendente: acolher com confiança e reconhecimento o auxílio d'Aquela que guiou Dom Bosco e continua a guiar a Família espiritual que teve nele a sua origem." (Carta de identidade carismática da Família Salesiana de Dom Bosco, 37)
Para São Francisco de Sales, Maria “é a particular auxiliadora das almas que se dedicam a Nosso Senhor.”
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