sexta-feira, 23 de maio de 2014

Reflexão Salesiana para o 6º domingo de Páscoa - 25 de maio de 2014






























Destaque: "e Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará um outro defensor, para que permaneça para sempre convosco." 

Perspectiva Salesiana

No evangelho de hoje Jesus promete interceder junto ao Pai para que Ele envie um advogado (às vezes traduzido como Paráclito, em grego Parakletos 'aquele que consola ou apoia') para que permaneça com seus discípulos e os acompanhe na caminhada da vida.

No dicionário Houaiss encontramos a seguinte definição de advogado: indivíduo que patrocina ou protege alguém ou uma causa; patrono, defensor. (a mesma palavra usada por Jesus)

Também no sentido da palavra advogado se destaca o verbo responder. Neste contexto, o advogado, o Paráclito, o Espírito Santo vai responder por todos aqueles que seguem Jesus. Em outras palavras, este advogado é alguém que nos representa. 

Mas espere, tem mais! Quem de nós percebeu que Jesus promete a seus discípulos "outro" advogado?  A menos que eu esteja errado sobre isso, ele diz que "outro" significa que este não é o primeiro advogado que foi enviado para nós; ao contrário, este é um segundo advogado. Isto no leva a perguntar: Quem foi o advogado anterior?

Foi o próprio Jesus. Jesus tornou-se o nosso representante no momento em que ele se tornou um de nós; quando ele se tornou um conosco; quando se tornou um para nós. Jesus se fez nosso representante  vivendo entre nós, trabalhando por nós, amando-nos e morrendo por nós, para que possamos um dia subir para sempre através do poder e da promessa da ressurreição. 

Mas esperem um momento. Parece que temos mais um advogado ainda para reconhecer: Deus, o Senhor, o Pai.

Deus tornou-se o nosso representante no momento em que criou algo do nada. Deus tornou-se o nosso representante ao criar formas depois do caos. Deus tornou-se o nosso representante através da criação, para que possamos compartilhar um pouco da Sua imagem e semelhança divina. Deus tornou-se o nosso representante através da Encarnação ao adotar a nossa imagem e semelhança humana.

Numa palavra, parece que Deus nosso eterno advogado é, entre outras coisas, "um representante". 

Como filhos de Deus, como irmãos e irmãs de Jesus, como templos do Espírito Santo, também nós fomos chamados a ser advogados. Fomos chamados a representar o que é justo; Fomos chamados para representar o que é certo; Fomos chamados para representar tudo o que implica em paz; Fomos chamados para representar tudo o que é justo e imparcial. Especialmente como membros da tradição salesiana, somos chamados para representar tudo o que Deus é de forma amorosa, bondosa, paciente, alegre e atenciosa entre outras coisas da nossa espiritualidade. 

Deus nos representa ao criar-nos, redimir-nos e inspirar-nos. Existe melhor maneira de expressar nossa gratidão do que vivenciar tudo isso através da nossa disposição para representar-nos uns aos outros? 

P. Michael S. Murray, OSFS - Diretor-Gerente do Centro de Espiritualidade de Sales.
Tradução e adaptação: P. Tarcizio Paulo Odelli, SDB

Dos escritos de São Francisco de Sales

As leituras de hoje nos lembram que amar Jesus significa ter presente Sua palavra e pensamento, sentir e agir de acordo com a Sua palavra. São Francisco de Sales sublinha a importância de aprender a manter Sua palavra e a viver Jesus através de uma vida de oração e virtude. 

A oração ilumina nossa mente com o brilho da luz de Deus e expõe nossa vontade para o calor do seu amor. A oração é como uma corrente de água benta, ajuda as plantas de nossas boas intenções a crescer e florescer. Todos os dias nós devemos ter tempo para meditar. Se possível, meditar no início da manhã, quando a mente é geralmente clara e mais focada depois de ter descansado durante a noite. Para que possam viver  Jesus, peçam a Deus para ajudá-los a rezar com o coração. 

Se vocês meditam sobre a vida de Jesus, aprenderão com o seu exemplo e moldarão suas ações de acordo com Seu modo de vida. Aos poucos, se acostumarão a passar facilmente da tranquilidade da oração ao cumprimento de suas múltiplas tarefas, mesmo se essas tarefas forem totalmente diferentes dos afetos que receberam durante a oração. O advogado deve ter a capacidade de passar da oração à defesa de suas causas, o comerciante as finanças e o pai para cuidar de seus filhos. Os nossos atos diários, que fazem parte da vida virtuosa que levamos, devem derivar de meditação. 

Cada pessoa deve praticar as virtudes próprias do tipo de vida que ele ou ela foram chamados a viver. Quando colocamos em prática as virtudes devemos inclinar-nos por aquelas que melhor atendam as nossas obrigações, e não aquelas que são mais agradáveis para nós. Geralmente os cometas parecem ser maiores do que as estrelas porque estão mais perto de nós. Da mesma forma, às vezes, temos a tendência a acreditar que certas virtudes são simplesmente melhores, porque elas parecem ter mais importância. No entanto, para poder avançar no amor santo devemos escolher as virtudes que contrastam com as nossas deficiências e fraquezas habituais. Por exemplo, se formos assaltados pela raiva devemos praticar a bondade, não importando quão pequeno parece ser este ato de virtude. A verdadeira virtude não tem limites. Se agirmos de boa fé por reverência a Deus, Ele nos elevará até as alturas grandiosas para que possamos viver Jesus, mesmo se sofrermos para fazer o que é certo. 

Claro, a Boa Nova do Evangelho de hoje é que nós não estamos sozinhos - não estamos abandonados à nossa própria sorte em nossa tentativa de viver Jesus. Contamos com a promessa que Cristo nos fez: que o Espírito Santo nos ajudará, nos guiará e nos acompanhará!

(Adaptado a partir dos escritos de São Francisco de Sales) 

















Neste final de semana a Família Salesiana de Dom Bosco celebra o dia de sua Mãe e Mestra, Maria Auxiliadora. Dom Bosco foi muito devoto de Maria e nos deixou seu amor a Maria como uma grande herança. Para nós, Maria Auxiliadora é modelo e guia na nossa ação educativa e apostólica. "A entrega cotidiana a Maria caracteriza, portanto, a nossa espiritualidade. A entrega é um dinamismo ascendente: é fazer o dom de si para responder com generosidade à missão a cumprir; mas é também dinamismo descendente: acolher com confiança e reconhecimento o auxílio d'Aquela que guiou Dom Bosco e continua a guiar a Família espiritual que teve nele a sua origem." (Carta de identidade carismática da Família Salesiana de Dom Bosco, 37)

Para São Francisco de Sales, Maria “é a particular auxiliadora das almas que se dedicam a Nosso Senhor.”

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