sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Reflexão Salesiana para a solenidade da Imaculada - 08 de dezembro de 2013


Esta é a primeira imagem de Nossa Senhora que D. Bosco mandou fazer para colocar na Capela Pinardi. Encontra-se atualmente no Museu do quarto de D. Bosco.

     “O Pai celestial colocou seus prazeres em ti desde toda a eternidade, destinando teu limpo coração para aperfeiçoar o santo amor, a fim de que um dia amasses a seu único Filho com ternura maternal, da mesma maneira que Ele o quis desde toda a eternidade com amor de Pai”. (Tratado do Amor de Deus - oração dedicatória)
O dia 8 de dezembro é um dia muito importante para a Família Salesiana de Dom Bosco, pois marca o início da Obra do Oratório de São Francisco de Sales. No dia 8 de dezembro de 1841 D. Bosco se encontrou, com um jovem na sacristia da Igreja de S. Francisco de Assis. Conhecemos o fato. Depois da missa, D. Bosco conversou com aquele jovem e, como ele ainda não tinha feito a primeira comunhão, iniciou a sua Obra com "um simples catecismo", depois de rezar a Ave Maria. No domingo seguinte vieram mais jovens e assim D. Bosco foi se envolvendo no trabalho que o levou, depois, a fundar a "Sociedade de São Francisco de Sales". Ao longo de toda a sua vida, D. Bosco teve uma grande devoção a Nossa Senhora. No final de sua vida dirá: "foi Ela quem tudo fez".
São Francisco de Sales também foi um grande devoto de Maria. Ele inicia a sua obra prima, o "Tratado do Amor de Deus", com uma oração dedicada a Maria, onde a denomina "Rainha do amor soberano". Nesta oração ele diz que Maria é "a mais amável, a mais amante e a mais amada de todas as criaturas". Porém, sua devoção a Maria não foi sentimentalista. Tinha raízes profundas, de uma fé viva, enraizada no mistério de Cristo e de Maria. Seu amigo, o bispo de Belley disse que “Foi muito grande a sua devoção a esta Mãe do belo amor, da ciência, do amor casto e da santa esperança. Desde seus mais tenros anos iniciou a honrá-la e se alistou nas confrarias e congregações erigidas sob a proteção de Maria na Igreja. E não é preciso maravilhar-se de que, vivendo sempre sob a proteção deste sinal tão favorável da Virgem, fosse muito grande o seu amor à pureza, e que, sob a proteção e o auxílio desta Rainha das Virgens, se consagrasse a Deus na santa virgindade e continência... e se existe algo que recomendava muito a seus filhos espirituais era esta devoção à Santíssima Virgem”. (J. P. CAMUS, O Espírito de São Francisco de Sales I, Balmes, Barcelona 1947, IV, 30, pp. 343-344)
É muito firme e sólida na experiência e proposta espiritual de Francisco de Sales a dimensão mariana. Maria esteve muito presente em sua vida, por Ela sentiu-se acompanhado filialmente. Viu-a e a contemplou especialmente como Mãe. Experimentou sua proteção materna no seu próprio caminho vocacional, em sua atividade apostólica. Ela o acompanhou nos momentos decisivos, em suas crises e tribulações mais fortes, descobrindo que esta presença e este amor materno acompanha, segundo o desígnio divino, todas as pessoas. E, se no centro da espiritualidade salesiana, como repetidamente destacamos, está o amor, não se pode estranhar que também o amor constitua o eixo de sua espiritualidade mariana.
Por isso São Francisco de Sales nos convida a reavivarmos a nossa espiritualidade mariana. Maria viveu em plenitude o amor que Deus tem por nós. Cumpriu a vontade de Deus. Tentou chegar à perfeição. Para São Francisco de Sales, Maria é também "a mestra da santidade" e, em sua escola aprenderemos a amar a Deus como ela o fez. Para ele, a espiritualidade mariana é sempre missionária. Maria esteve sempre junto com Cristo, na sua missão apostólica e no início da Igreja.
Preparando-nos para o Natal, lembramos Maria. Ela disse sim ao Projeto de Deus. Com que amor não deve ter amado o seu filho Jesus, meditando tudo em seu coração. Também nós somos chamados, todos os dias, a dizer sim ao Projeto de Deus, a seguir em frente, mesmo no meio das agruras da vida. A exemplo de Maria Imaculada, sejamos fiéis servos do reino e cristãos autênticos, buscando sempre mais fazer a vontade de Deus. 

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