quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Reflexão Salesiana para o Terceiro Domingo do Advento - 15 de dezembro de 2013

Destaque: "Ide contar a João o que vocês viram e ouviram." Alegra-te! Jesus é o verdadeiro Messias, que traz cura e força para o povo de Deus.

Perspectiva Salesiana

A promessa da salvação de Deus é muito acentuada nas leituras deste final de semana, tanto do Evangelho de Mateus como no livro do profeta Isaías. 
O povo de Deus esperou por um longo tempo a chegada "daquele' que iria salvá-los do pecado. O povo de Deus esperou por muito tempo a chegada daquele que estabeleceria a aliança de Deus com eles para sempre. Mesmo assim, algumas perguntas fundamentais pairavam nas mentes daqueles que esperavam por tanto tempo esta intervenção divina: quando viria o Messias? Como saberemos se é ele quando aparecer? Qual será o significado e qual o tom de sua mensagem? Quais serão os sinais que deveremos ter presentes?
A resposta de Jesus é clara e inequívoca: ele enumera os sinais que anunciam a chegada do Salvador tão esperado. 
O Messias, que é Jesus, passou sua vida redimindo, não condenando o povo de Deus. Os símbolos do ministério de Jesus foram a esperança e a cura. A fonte da mensagem libertadora de Cristo foi o poder e a promessa do amor redentor de Deus. 
O Advento nos recorda que Deus cumpre as promessas que faz. O tempo do Advento nos lembra dos sinais do amor libertador, redentor e transformador de Deus que continuam a se manifestar até hoje.  O Tempo do Advento nos lembra da nossa própria necessidade de uma transformação para mudar o nosso coração, para que possamos conhecer o poder da esperança para a qual todos nós somos chamados.
São Francisco de Sales escreveu: "Quem se atreverá agora a duvidar da quantidade de meios que temos à nossa disposição para alcançar a salvação através do nosso grande Salvador, em cuja imagem fomos criados e em cujos méritos fomos resgatados? "(Tratado do Amor de Deus, Livro II, capítulo 5) No entanto, este grande presente vem a nós junto com uma grande responsabilidade. São Francisco de Sales é enfático em dizer que Deus trabalha em cada coração humano. É por isso que somos cristãos que "vivemos no mundo" e que devemos reconhecer que as nossas relações com os outros são parte integrante do plano contínuo da salvação. Do ponto de vista de Sales, o tempo do Advento nos desafia a perguntar coisas que são fundamentais para nós: somos símbolos convincentes da presença do Messias? Somos símbolos do amor redentor e transformador de Deus? Somos fontes de esperança e cura na vida das outras pessoas? 
Muitos de nós iremos investir tempo e energia para decorar as nossas casas e nossos bairros para comemorar o milagre do nascimento de Cristo, a manifestação do poder e da promessa da encarnação do amor de Deus. Um amor encarnado na vida, o ministério e a mensagem de Jesus Cristo. Estaremos do mesmo modo conscientes e atentos para decorar as nossas vidas com as virtudes que falam da presença do Messias em nossas relações com os outros? Quando nos encontramos com as outras pessoas, elas podem "ver e ouvir" os sinais do Messias?

P. Michael S. Murray, OSFS  - Diretor do Centro de Espiritualidade de Sales
Tradução e adaptação: P. Tarcizio Paulo Odelli - SDB 

Dos escritos de São Francisco de Sales

As leituras de hoje nos dizem que a missão de salvação é alcançada por meio de Jesus Cristo, que estabeleceu o reino de Deus na terra. São Francisco de Sales faz a seguinte observação: 
No Evangelho de hoje, João Batista orienta seus discípulos não para si mesmo, mas na direção de Jesus. Jesus tinha como missão a de ser ele o Salvador. Ele, como verdadeira Luz da Justiça, iluminou o caminho da Igreja com o esplendor da Sua vida. Ele desceu para a humanidade para nos encher da Sua divindade, saciando-nos com a sua bondade, elevando-nos para que fossemos dignos dele, e dando-nos a existência divina de "filhos de Deus". Ele eleva constantemente o espírito pesado dos pobres e humildes, dando-lhes o Seu próprio Espírito, de modo que possam conseguir grandes coisas. 
Nosso Salvador nos ensina que não é suficiente chamar-nos cristãos. Devemos viver de tal modo que os outros possam reconhecer em nós, sem dúvida, pessoas que amam a Deus de todo o seu coração. Como João Batista, os verdadeiros servos de Deus fazem uso de suas palavras e suas obras para guiar os outros ao longo do caminho que conduz a Ele. Prestemos atenção para o exemplo dado por João Batista. Ele nos ensina que alcançar o verdadeiro sucesso na vida consiste em orientar os outros, não na nossa direção, mas na direção a Cristo. Uma vez em Sua companhia, os outros, como nós, têm que aprender a fazer o que é necessário por seu amor e a seu serviço, a fim de alcançar a estabilidade. 
São João Batista foi uma rocha imperturbável em meio às ondas e tempestades que geravam aflições. Ele demonstrava a mesma alegria tanto no inverno das amarguras, como na primavera da paz. Nós, por outro lado, são como juncos que se deixam revolver por qualquer emoção ou mudança no nosso estado de espírito. Deixamos-nos agitar pelos ventos da riqueza, das honras, e das comodidades. Naquilo que diz respeito às coisas terrenas, podemos dizer: 'eu tenho uma quantidade moderada, eu tenho o suficiente.' Mas, quanto aos bens espirituais, nunca teremos o suficiente. Como João Batista, inclinemos os nossos corações para receber o amor de Deus que Nosso Salvador quer nos dar. É o amor de Deus que nos permite que levemos o reino de Deus para os outros, para que ali reine a misericórdia, a justiça e a paz.

(Adaptado a partir dos escritos de São Francisco de Sales) 

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