sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Reflexão Salesiana para o 26º Domingo do Tempo Comum - 29 de setembro de 2013


Destaque: "Combate o bom combate da fé".
Perspectiva Salesiana

Tanto a leitura do profeta Amós como a parábola do Evangelho de Lucas nos adverte em relação à despreocupação, ou seja, ao fato de estarmos satisfeitos  com o tipo de vida sossegada que estamos vivendo.  Inclusive satisfeitos com os nossos defeitos, com a autossatisfação e a falta de preocupação. Estas leituras sugerem que aqueles que são complacentes com isso são os que estão em maior perigo de sofrer um desastre pessoal. 
Poucas pessoas decidem estar satisfeitas o tempo todo com seus defeitos. De forma lenta e sutil nós permitimos que os bons momentos e as experiências nos deem uma falsa sensação de segurança. Então, começamos a acreditar que, de certa forma, estamos acima das provas e das tribulações das outras pessoas.  Então achamos que já "chegamos" mesmo quando lembramos que a jornada da vida, com suas responsabilidades, demandas e desafios estão longe de terminar. 
São Paulo certamente reconheceu a tentação de sentir-se satisfeito com seus defeitos. Qual o remédio que ele apresentou?  "Combate o bom combate da fé. Procure a justiça, a piedade, o amor, a fé, a firmeza, a mansidão".
Justiça - a adesão ao código moral ou ético. 
Piedade - a devoção religiosa ou reverência a Deus e aos outros. 
Fé - a crença na verdade, valor e confiança em uma pessoa, ideia ou coisa. 
Amor - uma emoção profunda, doce, carinho inefável e solicitude para com os outros, um sentido de ser alguém.
Firmeza - lealdade, a perseverança, algo imutável.
Mansidão - considerar-se doce, sem severidade. 
Combater o bom combate exige um esforço constante. Requer energia. Requer vigilância. Preocupar-se continuamente. Ouvimos os ecos disto na compreensão de São Francisco de Sales sobre a devoção: "Fazer o que é certo e bom de maneira cuidadosa, muitas vezes e prontamente." 
Posto de forma simples, a vida espiritual é um processo que dura toda a vida. Não importa quanto progresso fazemos num determinado momento do caminho. Devemos evitar tornar-nos despreocupados, ou tornar-nos "satisfeitos com os nossos defeitos". Não importa o quanto temos conseguido individualmente e coletivamente, no amor de Deus e do próximo. Sempre há muito mais coisas boas que devemos fazer.
Cuidadosamente, com frequência e prontamente.

P. Michael S. Murray, OSFS - Diretor do Centro de Espiritualidade de Sales.
Tradução e adaptação: P. Tarcizio Paulo Odelli - SDB 

Dos escritos de São Francisco de Sales

As leituras de hoje lembram que devemos estar continuamente abertos para receber o amor de Deus e trabalhar por este amor que ainda lhe devemos. São Francisco de Sales observa o seguinte: 
Ricos e pobres são chamados a cumprir o serviço devido a Deus. No Evangelho de hoje, vemos como Lázaro, através do sofrimento, persevera no amor fiel a Deus e morre feliz. Enquanto o rico se agarrou com tanta força a sua riqueza, que esta se tornou o seu deus. 
Tal como o rico, podemos ficar obcecados com as nossas posses. Quando isso acontece, oramos para que Deus faça a nossa vontade, em vez de rezar para que façamos a vontade de Deus. Em outras palavras, tentamos usar Deus como um meio para atingir nossos objetivos, o que é uma ilusão. Deus é o nosso verdadeiro fim. 
A avareza não é a única inclinação desordenada que podemos experimentar. Há outras, incluindo o egoísmo, a raiva, o orgulho ou inveja. Mas, se nos abrirmos para receber o amor de Deus, nem nosso temperamento ou nossas inclinações irão atrapalhar nossos contínuos esforços para viver uma vida santa. Ainda assim, não importa quão abundante seja uma fonte de água. A energia com que esta água irrigará as plantas do jardim será diretamente proporcional ao tamanho do canal que a transporta. O Espírito Santo é como uma fonte de água viva que flui dentro de nossos corações tentando encharcá-los com a sua graça, sempre e quando aceitamos que isso aconteça. 
Depois de sua conversão São Paulo, que por natureza era astuto, descortês e severo, se abriu completamente para receber a graça de Deus. Então, o amor de Deus apoderando-se da severidade de Paulo o converteu num homem decidido e invencível a fazer o bem, para que pudesse enfrentar toda sorte de sofrimentos e trabalhos.  Será que o amor de Deus não está acima da natureza? Sejam perseverantes e, com a ajuda de Deus poderão reestruturar todas as suas inclinações de forma racional. Então vocês se tornarão mais conscientes do amor que devemos a Deus e todas as suas boas obras darão frutos que vêm do Espírito de Deus que é a fonte de nosso próprio espírito.

(Adaptado a partir dos escritos de São Francisco de Sales) 

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