Muito interessante esta imagem que encontrei no site Creia em Jesus Cristo, tudo em todos. Mostra claramente o que a liturgia deste final de semana fala para nós. Não adianta dar do supérfluo, daquilo que não faz falta na vida, só para aparecer. Deus aceita o pouco que temos, quando dado com o coração, como foi o caso da viúva.
Destaque: Confiar em Deus nos torna
generoso com os outros.
Perspectiva Salesiana
A primeira leitura e o Evangelho
de hoje nos contam a história de duas viúvas que são muito semelhantes. Elas, em
vez de colocar a confiança em muitas outras coisas, confiaram plenamente em Deus.
Posteriormente ambas receberam o reconhecimento e a recompensa por sua
confiança e por sua fé Nele.
A primeira viúva é estrangeira
para os hebreus. Ela é de Sarepta, uma cidade na costa do Mediterrâneo. Elias
viajou por aquela terra em tempos de fome. Como era de se esperar, quando existem
situações de fome, os ricos se queixam que os pobres morrem de fome. A mulher
era pobre. Quando Elias a conheceu, ela estava recolhendo a última coisa que
tinha, antes de que seu filho e ela morressem. Imaginem um estranho se
aproximando desta mulher e pedindo algo para comer em o nome do Senhor. Imaginem
também esta mulher colocando sua fé em Deus e dando comida para o profeta.
Depois de colocar toda a sua confiança em Deus, o profeta anunciou, da parte de
Deus, que ela teria comida suficiente "até o dia em que o Senhor enviar a
chuva sobre a face da terra".
A segunda viúva foi aquela que,
de acordo com a leitura do Evangelho, colocou duas moedas no tesouro do Templo.
Jesus disse que a sua doação, mesmo que parecesse insignificante era realmente
grande, porque ela tinha dado tudo o que possuía. A maior doação que ela fez foi,
realmente, o ato de depositar sua fé em Deus para que Ele cuidasse dela.
O que estas duas viúvas fizeram são
coisas que para nós se tornam extremamente difíceis. Não importa quão grande seja
a nossa fé. É muito difícil colocar plenamente nossa confiança em Deus. Existe
em nós a tentação de encontrar a solução para os nossos problemas fora do âmbito
da fé. Há uma grande falácia nos nossos tempos: pensar que o dinheiro pode
resolver todos os nossos problemas. O trabalho de anunciantes é vender a ideia
de que podemos comprar a felicidade. Paradoxalmente a felicidade para aqueles
que foram abençoados com riquezas materiais é, muitas vezes, que eles
compartilham livremente os seus sucessos com os outros.
A mensagem mais importante das
leituras de hoje é que coloquemos toda a nossa confiança em Deus, em vez de
colocar nas coisas materiais. Isto é difícil para nós, porque exige que coloquemos
em prática a virtude perdida da humildade. Somente uma pessoa humilde, reconhecendo
a necessidade profunda que tem de Deus, tem a certeza de que a presença de Deus
em sua vida é fundamental para a sua felicidade.
Talvez algum dia tenhamos este
grau tão profundo de fé e confiança em Deus, como o tiveram estas duas viúvas
que confiaram nele. Também é verdade que esta é a razão fundamental pela qual
nos reunimos para adorar, orar e celebrar os Sacramentos: mesmo quando estamos
conscientes de que nossa fé pode ser fortalecida, também reconhecemos que não
podemos fazer isso sozinhos.
Precisamos de Deus. Precisamos uns
dos outros.
Dos escritos de São Francisco de Sales e Santa Joana de Chantal.
As leituras de hoje nos inspiram
a doar-nos algo de nós mesmos, naquilo que somos e temos, num nível mais profundo.
São Francisco de Sales nos apresenta
maneiras simples para realizar isso, estabelecendo prioridades naquilo que é
importante na vida: o amor de Deus é encantador, pacífico e tranquilo.
Nosso amor para ser eficaz, deve
fluir deste amor divino. Para amar como Jesus amou, devemos ter um coração
generoso que se estende para aqueles que são pobres, materialmente e espiritualmente.
Amar os pobres. Seja feliz em vê-los em sua casa e quando visitá-los nas suas
casas. Compartilhe seus bens com eles. Deus irá recompensá-lo não só no outro
mundo, mas mesmo já neste.
Nossos corações devem ser abrir
primeiro ao reino de Deus. Não se importando com o tanto de riquezas que
possuímos, lembremo-nos que somos apenas administradores das coisas da terra.
Deus as confia aos nossos cuidados, mas os nossos corações devem estar
desprendidos delas de tal forma que não nos preocupemos com elas.
Quando cuidamos de nossos bens do
modo como Deus quer, não perderemos a paz de espírito quando forem tirados ou
quando perdemos. Se decidirmos responder aos infortúnios com a paz, mansidão e
calma, vamos alimentar o fogo do amor sagrado que está crescendo em nós. Nós
não queremos perder nada, mas se acontecer, vamos doar mesmo assim, algo que é
nosso para os outros, quando os fatos difíceis nos causam dor. Devemos alegrar-nos
em tais ocasiões, pois são oportunidades para colocarmos nossa confiança mais
plenamente no amor e na bondade de Deus. Assim, em circunstâncias sobre as
quais não temos controle, vamos aceitar com um bom coração, e colocar-nos em
clima de paciência, coragem e alegria. Se vivemos dessa forma, seremos muito
ricos, porque vamos ter o amor divino, que nos possibilita, como aos santos, doar-nos
totalmente algo de nós mesmos para os necessitados.
(Adaptado dos escritos de São
Francisco de Sales e Santa Joana de Chantal.)
P.Michael S. Murray, OSFS - Diretor do Centro de Espiritualidade de
Sales.
Tradução e adaptação: P. Tarcizio
Paulo Odelli - SDB
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