Destaque: "Tua fé em Nosso
Senhor Jesus Cristo não pode admitir acepção de pessoas"
Perspectiva Salesiana
Escute o que diz São Francisco de
Sales a respeito deste tema: (IVD III, cap. 36)
"Se gostamos de um
exercício, negligenciamos todos os demais e censuramos tudo o que não está
segundo o nosso gosto. Quando alguém é pobre ou se não gostamos da pessoa, encontramos
defeitos em tudo aquilo que ela faz: não deixamos de molestar esta pessoa, e
estamos sendo buscando uma oportunidade para passar por cima dela. Ao
contrário, se gostamos de alguém por causa do seu aspecto agradável,
desculpamos-lhe tudo o que faz, por pior que seja."
"Em geral preferimos os
ricos aos pobres, embora não sejam de melhor condição, nem possuam tantas
virtudes; chegamos mesmo a preferir aqueles que se destacam pela vã aparência
de suas roupas. Defendemos com acurada exatidão os nossos direitos e queremos
que os outros, quanto aos seus, sejam muito condescendentes. Queixamos-nos com
muita facilidade dos nossos vizinhos, mas nossos vizinhos nunca devem
queixar-se de nós. O que fazemos aos outros sempre parece uma grande coisa, mas
o que eles nos fazem parece para nós insignificante".
"Numa palavra: temos dois
corações. Um, doce, caridoso e complacente para tudo que nos diz respeito, e
outro, duro, severo e rigoroso para com o próximo. Temos duas medidas, uma para
medir as nossas comodidades em nosso proveito e outra para medir as do próximo,
igualmente em nosso proveito".
Esta é a essência da
discriminação contra os outros e "em nossos corações:" viver com dois
corações, viver com dupla moral. Como diz São Tiago, quando nos tornamos juízes
(e jurados) de nossos vizinhos e não os julgamos da mesma maneira como nos
julgamos a nós mesmos, estamos "tomando decisões corruptas".
Deus não é parcial. Nós tampouco
devemos sê-lo!
Como poderemos fazer para
remediar nossa tendência de preferir uns e rejeitar outros? Francisco de Sales
é muito claro e inequívoco: "Seja justo e equitativo em todas as tuas
ações. Sempre te coloque no lugar do teu vizinho e teu vizinho no teu para que
possas julgar com justiça. Imagina-te como vendedor quando compras e comprador
quando vendes e assim venderás e comprarás justamente."
"Este é o fundamento de toda
razão."
Texto: Padre Michael S. Murray, OSFS
- Diretor do Centro Espiritual de Sales.
Dos escritos de São Francisco de Sales - adaptação
No evangelho de hoje percebemos e sentimos a presença de Deus atuando através de Jesus Cristo que curou o surdo e avivou a esperança num Novo Mundo para a família humana. A respeito disso São Francisco de Sales diz o seguinte:
A esperança é como uma flecha que se eleva em alta velocidade para as portas do céu, mas ainda não pode entrar, pois é uma virtude exclusivamente terrena. A esperança é possível porque Deus infunde em nossos corações o desejo pela vida eterna, nos assegurando, ao mesmo tempo, que iremos alcançá-la. Deus contribui para que a esperança germine em nossos corações através das muitas promessas feitas nas Escrituras. Ele garante que teremos a oportunidade de conseguir a vida eterna e isto fortalece nossos desejos e traz sossego aos nossos corações. Este sossego é a raiz da virtude que chamamos de esperança. Cheios de fé e de confiança poderemos desfrutar da realização das promessas que Deus nos fez, esperando com paciência, ao mesmo tempo em que vamos crescendo no amor de Deus por nós e nos outros.
Mesmo quando a esperança e as expectativas produzem alegria em nosso coração, também podem chegar a gerar tristeza nas almas fervorosas. Almejando ser santos, nos damos conta que nem sempre conseguimos converter-nos naquilo que desejamos ser. Com frequência desanimamos e desistimos na busca da virtude que nos leva a alcançar a santidade. Tenha paciência, deixe de lado esta preocupação ansiosa pelo seu próprio bem estar e não tema, nada lhe faltará.
Não é preciso se estressar tanto. Devemos empregar os meios que temos a nossa disposição, de acordo com nossa vocação, e permanecer em paz. Devemos continuar andando nos caminhos da vida cheios de fervor, com tranquilidade, com muito cuidado, mas ao mesmo tempo com firmeza. Isto quer dizer que devemos acreditar mais na Providência Divina do que nas nossas próprias obras. Quando toda ajuda humana falhar, Deus se encarregará e cuidará de nós. Temos a Deus que é o nosso Tudo. Confiemos Nele, e com o tempo, Ele nos ajudará a sermos santos. Tendo a Deus como nosso guia nesta caminhada, sempre confiaremos que estará atento para prover-nos de tudo que precisarmos para podermos alcançar a perfeição. Tomemos a decisão de viver bem e de acordo com a nossa vocação: com paciência, gentileza e simplicidade. Porque não existe ninguém, jamais, que tenha depositado sua confiança na bondade e na Providência de Deus e que tenha sido enganado.
Tradução: P. Tarcizio Paulo
Odelli - SDB
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