sexta-feira, 13 de julho de 2012

Décimo quinto Domingo do tempo comum - 15 de julho de 2012



Destaque: "O Senhor chamou-me quando eu tangia o rebanho, e o Senhor me disse: Vai profetizar para Israel, meu povo".

"Nele também nós recebemos a nossa parte. Segundo o projeto daquele que conduz tudo conforme a decisão de sua vontade, nós fomos predestinados a ser, para o louvor de sua glória, os que de antemão colocaram a sua esperança em Cristo".
São Francisco de Sales viajou certa vez a Bellevaux com um jovem sacerdote, onde reviveu seus primeiros dias como missionário no Chablais. Os moradores do lugar eram muito tímidos e cautelosos. Francisco e o sacerdote não encontraram lugar para hospedar-se, nem vinho, nem bancos para sentarem-se e tiveram que comer um pão velho, pelo qual pagaram um valor muito alto, pouco queijo, pouca água e o solo por mesa. Não tinham mantos nem capas. Francisco disse: "Esta é a verdadeira vida apostólica, quando podemos imitar, de certa forma, a pobreza de Jesus Cristo e dos apóstolos. Eu estou acostumado a isto porque por dois anos experimentei a mesma crueldade por parte dos moradores de várias vilas".
Apesar destes obstáculos ou por causa deles, Francisco amava as pessoas como pastor. Ele acolhia fraternalmente a todos e os conduzia pelo caminho da generosidade apostólica que ele mesmo praticava. Seguia esta filosofia: "É melhor ser humilde com os pobres, do que repartir despojos com os soberbos". (Pr 16, 19) Ele sabia que o espírito apostólico "está sempre perto daqueles que tem o coração ferido; ele alivia o espírito abatido". (Sl 33, 19)
Francisco escutou a voz de Deus e acrescentou sua voz à do Senhor. Seu intelecto aguçado e sua educação o prepararam para discutir, mas ele colocou de lado o ódio. Francisco tinha um imenso desejo de debater com os ministros protestantes, mas se envolveu muito pouco neste desafio. Alguns na plateia tomavam nota secretamente daquilo que ele falava em seus sermões, faziam cópias e as distribuíam em Genebra. No início, a resposta foi mínima, mas depois aconteceram muitas conversões espetaculares.
Alguém pode fazer muita coisa com o seu próprio estilo de pregação, ensino e trabalho. Permitir que o Espírito de Deus trabalhe em nós e nos outros é um grande dom, e não devemos permitir que as decepções, as tristezas, nem nossa maneira de querer as coisas nos desanimem. Muitos e grandes personagens existiram antes de nós e nos mostraram o caminho a seguir.
Francisco de Sales demonstrou o poder da virtude da esperança, esperança que, eventualmente, dá um ótimo resultado, graças à perspicácia, o vigor e a determinação de um santo que nunca permitiu que a frustração nem a dor o impedissem pregar a palavra do Senhor. Rezemos para que sejamos perspicazes, corajosos e que o seu exemplo nos inspire e nos dê ânimo quando necessário.

Padre Michael S. Murray, OSFS - Diretor do Centro Espiritual De Sales.
Tradução do espanhol: P. Tarcizio Paulo Odelli - SDB

Reflexão Salesiana

No Evangelho de hoje revivemos o momento em que Jesus dá aos apóstolos a autoridade para continuarem seu trabalho, e como a fé Nele os guiará para que possam continuar realizando as boas obras. A respeito disso São Francisco observava o seguinte:
A fé viva gera muitas e boas obras. No entanto, muitas vezes, vemos como existem pessoas que, mesmo sendo fortes e saudáveis, precisam ser motivados frequentemente para que façam bom uso tanto de sua força como de seus talentos. A mão deve guiar o trabalho. Mesmo que a alma carregue uma grande carga, possui o poder para acreditar e depositar suas esperanças no amor de Deus, muitas vezes não tem uma força para precaver-se disso. A angústia se apodera dela. Mas Nosso Senhor jamais nos deixará sozinhos, enquanto caminharmos por suas veredas. O Espírito de Jesus sempre está conosco, instando-nos a seguir adiante, apelando a nossos corações e impulsionando-os a avançar para assim poder fazer bom uso do amor sagrado que Ele coloca em cada um de nós.
Uma mãe amorosa guia seu pequeno filho, o ajuda e o leva nos braços tanto tempo quanto for necessário. Ela deixa que ele dê alguns poucos passos por si próprio em lugares onde possa caminhar sem dificuldades e sem tropeços. Então o toma pela mão e o leva com firmeza. Às vezes o toma em seus braços e o carrega. Deste mesmo modo nosso Salvador cuida constantemente e se encarrega de cuidar de seus filhos. Ele lhes permite caminhar à sua frente. Ele os toma pela mão quando atravessam dificuldades. É por isso que, quando tudo falha, quando nossa angústia chega ao ponto máximo, devemos encomendar-nos a Deus. Ele jamais falha. Levar-nos-á em seus braços quando enfrentamos sofrimentos que Ele considera insuportáveis para nós, sempre e quando deixemos que faça isso.
Deus tem muitos modos de proteger e de cuidar de todos aqueles que têm fé nos ensinamentos de Jesus. Nosso bem estar consiste não somente em aceitar a verdade da Palavra de Deus, mas também em preservá-la. Portanto, devemos demonstrar uma grande coragem e confiança, pois Ele nos ajudará em tudo o que fizermos para glorificá-lo. Façamos com que nossa fé desperte. Avivamo-la demonstrando que acreditamos plenamente no amor e no cuidado de Deus conosco. Então todas as nossas obras darão frutos semelhantes aos que produziram os apóstolos.

(São Francisco de Sales - Tratado do Amor de Deus; Sermões de São Francisco de Sales, Edições L. Fiorelli)

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