sexta-feira, 29 de junho de 2012

Reflexão Salesiana para o dia de S.Pedro e S. Paulo, Apóstolos - 01 de julho de 2012


Leituras Atos 3, 1-10 Salmo 19, 2-5 Gl 1, 11-20 Jo 21, 15-19

Destaque: "Seu som ressoa e se espalha em toda a terra"

Perspectiva Salesiana

     Sobre São Pedro, Francisco de Sales escreveu: "São Pedro foi escolhido para ser o chefe dos Apóstolos, embora ele estivesse sujeito a tantas imperfeições. Ele cometeu algumas até depois de ter recebido o Espírito Santo. Apesar destes defeitos, ele era sempre cheio de coragem, nunca deixando que seus defeitos impedissem sua atuação." (Conferências , Número IV, página 63) Francisco de Sales trata desta duplicidade da natureza de Pedro, no Tratado do Amor de Deus. "Quem não há de admirar o coração de São Pedro, tão intrépido no meio dos soldados armados, que foi o único dos discípulos que empunhou o ferro e feriu? Pois foi esse mesmo que, pouco depois, foi covarde à voz duma mísera serva, até o ponto de renegar o seu divino Mestre." (TAD Livro X, capítulo 9)
     Vamos deixar algum espaço para São Paulo. "Ele combate por todos, faz oração por todos, apaixona-se, inflama-se por todos, e mais ainda ousou fazer pelos seus irmãos segundo a carne. Julgo não exagerar em meu juízo, imaginando que o grande Apóstolo daria de bom grado aos seus semelhantes o lugar que lhe coubesse ao pé de Jesus Cristo. Extraordinária coragem, incrível fervor de espírito! Ele imita a Jesus que por nosso amor se tornou em maldição, tomando as nossas enfermidades, suportando as nossas misérias; para falar com mais sobriedade, foi ele o primeiro, depois do Salvador, que não se recusou ao sofrimento, nem vacilou, em passar por ímpio." (TAD Livro X, capítulo 16) Claro que, como no caso de Pedro, Paulo, também tem seus defeitos. Em uma carta de encorajamento para uma irmã da Visitação, Francisco escreveu: "Não tenha vergonha... mais do que São Paulo, que confessou que havia dois homens dentro de si, um rebelde e outro obediente a Deus." (Stopp, Cartas Seletas, página 224).
     A mensagem dos dois apóstolos como vemos tão claramente em suas vidas, como ouvimos em suas palavras - continua a se espalhar por toda a terra. E essa mensagem continua a ser tão clara e mais relevante hoje, como o foi há mais de dois mil anos. "Deus escolhe os fracos e os torna fortes no testemunho..." (Prefácio da Oração Eucarística dos Mártires) Deus escolhe os fracos e os torna fortes no testemunho do poder e da promessa do seu amor. Deus escolheu Pedro e Paulo para serem, naquele tempo, anunciadores da Boa Nova. Deus nos escolhe, em nosso tempo. O Senhor escolheu-nos como somos - imperfeitos, com defeitos, com falhas e tudo o mais - e nos torna fortes, belos, poderosos e apaixonados por Deus... de um para com o outro.
     Deixe a mensagem de Deus - e a sua - se espalhar por toda a terra, especialmente para aqueles com os quais você convive e partilha a vida de cada dia.

Tradução: P. Tarcizio Paulo Odelli - SDB

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Reflexão salesiana para o dia do nascimento de João Batista - 24 de junho de 2012


Destaque: "Antes de formar-te no ventre materno, eu te conheci; antes de saíres do seio de tua mãe, eu te consagrei e te fiz profeta das nações".  

Perspectiva Salesiana

     Francisco de Sales escreveu: "Muitas vezes me perguntei quem era o mais mortificado de todos os santos que eu conheço, e depois de muita reflexão cheguei à conclusão de que era São João Batista. Ele foi para o deserto, quando tinha cinco anos e sabia que o nosso Salvador tinha vindo a terra e que estava num lugar muito perto, talvez um ou dois dias de caminho. Como seu coração foi tocado pelo amor de seu salvador desde o seio materno, deve ter desejado desfrutar da presença de Cristo. Mesmo assim, ele passa vinte anos no deserto sem ir ver a nosso Senhor, sequer uma vez. E ao deixar o deserto ele catequiza sem ir visitá-lo, mas espera até que nosso Senhor venha procurá-lo. Então, depois de ter batizado Jesus, ele não o segue, mas permanece onde está para continuar fazendo o trabalho que lhe foi confiado. Quão mortificado estava espírito de João! Estando tão perto de seu Salvador e não podendo desfrutar da sua presença! Não é este um espírito totalmente desprendido, desprendido inclusive do próprio Deus, a fim de fazer a vontade de Deus e servir a Deus? Poder-se-ia dizer que o que ele fez foi deixar a Deus para servir a Deus em vez de se apegar e amar a Deus, para poder amá-lo melhor. O exemplo deste grande santo me inunda com sua grandeza. "(Stopp, Cartas Escolhidas, Página 74)
     "Verdadeiramente quão mortificado era o espírito de João Batista." O que quer dizer Francisco de Sales com estas palavras? O dicionário Houaiss define mortificar como "macerar (o corpo próprio ou alheio) com penitência(s), castigo(s); castigar (-se)."  Na verdade, João disciplinou-se: ele recusou muitas coisas, no seu entendimento, para ser fiel aquilo que Deus queria que ele fosse: uma luz para as nações, uma luz que irá destacar a vinda de Jesus.
     Pense nisso: João passa vinte anos no deserto preparando-se para anunciar a vinda de Cristo. Apesar de ter crescido na mesma região, João se encontra com Jesus apenas uma vez - quando ele foi batizado no rio Jordão - e então ele ficou ali, enquanto Jesus chamava outros para serem seus apóstolos e seus discípulos! João nunca verá mais seu primo antes de morrer na prisão nas mãos dos carrascos do rei Herodes.
     João foi fiel à missão que Deus lhe confiou no plano de salvação. João desempenhou esta missão muito bem. Ouça o que o próprio Jesus disse: "Em verdade Eu vos digo que, entre os nascidos de mulher, nunca ninguém foi maior que João Batista." (Mateus 11, 11) E Jesus continua: "No entanto, o menor no Reino do Céu é maior do que ele." João mostra-nos que ser fiéis à vontade de Deus muitas vezes exige privar-nos do desejo de "ter tudo" e de dedicar-nos a discernir e a acolher nossa missão única no plano da salvação de Deus.
     Como são únicas para o nosso estado de vida, Deus também nos chama a ser "uma luz para todas as nações." Estamos preparados para praticar a disciplina necessária para ser essa luz?

Padre Michael S. Murray, OSFS - Diretor do Centro Espiritual de Sales.
Tradução para o português: P. Tarcizio Paulo Odelli - SDB

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Perspectivas Salesianas 4 - Dez qualidades... para uma vida santa




A espiritualidade salesiana é otimista. Ela afirma que a dignidade dada por Deus é inata em cada pessoa. Crê na possibilidade de viver uma vida feliz, saudável e santa.
A espiritualidade salesiana é relativa. Crescer em santidade não acontece em algo vazio. Em troca, lutar pela perfeição cristã sempre conduz a um lugar dentro do contexto de uma relação com Deus, com nós mesmos e com os outros.
A espiritualidade salesiana é prática, é algo simples que todos podem receber. Em seguida veremos dez características ou virtudes que podem ajudar-nos a crescer em santidade, quer dizer, a crescer na correta relação com Deus, conosco mesmos e com os outros.
Primeira: Confie na benevolência, no amor e na misericórdia de Deus. Tratar de viver uma vida santa pode ser algo frustrante. Além de tudo, não somos perfeitos. O pecado, o medo, a debilidade, experiências, a tentação e os fantasmas de outros podem fazer-nos cambalear ou cair. “Não se preocupe por sua perfeição. Tampouco se preocupe sobre tua alma, nos diz Santa Joana Francisca de Chantal. Deus cuidará dela e a encherá de todas as graças necessárias para seu crescimento.”
Segunda: Seja humilde: viva a verdade de quem, como você, está à vista de Deus. Identifique suas fraquezas e sua firmeza. Identifique especialmente a necessidade de amor, misericórdia, perdão e justiça de Deus. “Às vezes, diz Francisco de Sales, estamos tão ocupados, tentando viver como anjos, que nos descuidamos em sermos homens ou mulheres de boa vontade.”
Terceira: Seja dócil. Viva a verdade de quem, como você, está em relação consigo mesmo e com os outros. Trate-os como gostarias que te tratassem. Poderoso é este discernimento de São Francisco de Sales: “Nada é tão forte como a docilidade. Nada é tão dócil como a verdadeira firmeza.”
Quarta: seja paciente. Querer que as coisas cheguem demasiado rápido pode ser contraproducente. Seja paciente com você mesmo. Tome as coisas como são. Recorde que Roma não foi construída num dia. Santa Joana Francisca de Chantal observa que “qualquer dificuldade que alguém aceite tranquila e pacientemente, é uma continua e poderosa oração diante de Deus ‘rápido’.”
Quinta: viva o presente. Não pense no passado. Não tenha obsessão do futuro. Apodere-se do dia, controle o momento. Para prosseguir corretamente São Francisco de Sales recomenda que “nós mesmos temos que andar no caminho mais próximo a Deus para cumprir a jornada de hoje.”
Sexta: não permita que os problemas vençam você. Determine a maneira como você irá afrontá-los. Seja fiel a seus valores, porém, flexível nos detalhes. “Bem-aventurados os corações que se inclinam, observa São Francisco de Sales, porque eles jamais serão quebrados.”
Sétima: qualquer coisa que você faz, seja grande ou pequena, faça-a bem. Porque esperar somente uma oportunidade para fazer uma grande coisa e correr o risco de perder numerosas oportunidades todos os dias para fazer as mais simples, com grande atenção, paixão e afinco? “Nem sempre podemos oferecer coisas grandes a Deus, diz Santa Joana Francisca de Chantal, mas, a cada instante podemos oferecer-lhe pequenas coisas com imenso amor.”
Oitava: permaneça concentrado na sua própria felicidade, saúde e santidade. Você não pode dar o que não tem. Não podemos preocupar-nos demasiado com o bem estar dos outros e descuidar do nosso. “Nem sempre colhes boas intenções na horta do vizinho. É melhor que semeies com diligencia na tua”.
Nona: Esforce-se por conseguir equilíbrio. Evite os extremos. “O sal e o açúcar são coisas excelentes”, diz São Francisco de Sales, “mas usados em demasia, estragam o prato”. Deve-se meditar nisso.
Finalmente: faça e mantenha boas amizades. Não permaneça solitário. Busque amigos que possam apoiar, que lhe deem estimulo, o compreendam e o retenham em seu desejo de crescer na felicidade, saúde e santidade. O livro do eclesiástico diz: “Amigo fiel é remédio que cura, e os que temem ao Senhor o encontrarão.” (Eclo 6,16)

Para reflexão pessoal

Nesta etapa da minha vida...

1. Qual das dez qualidades acho mais atraente? Por quê?
2. Qual me parece mais desafiante? Por quê?
3. Qual considero que devo praticar efetivamente? Por quê?
4. Que qualidade ou qualidades acrescentaria a estas dez, com o objetivo de me ajudarem a cresce em felicidade, saúde e santidade? Por quê?

Meu Deus, te entrego esta ação. Concede-me a graça de conduzir-me nela da melhor maneira a teus olhos. Desde já ofereço fazer todo o bem que possa e aceitar qualquer dificuldade que se apresente no meu caminho.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

11 º Domingo do Tempo Comum (17 de junho de 2012)




Destaque: "Com que mais poderemos comparar o reino de Deus? O reino de Deus é como um grão de mostarda... a menor de todas as sementes sobre a terra. "

Perspectiva Salesiana

Com que mais poderemos comparar o reino de Deus? Na 1ª leitura deste domingo, através do profeta Ezequiel, Deus fala de cedros, árvores, galhos e ramos que deseja que deem frutos e proporcionem sombras para os pássaros. No Evangelho de Marcos, Jesus emprega palavras como semente, broto, grão e ramos. Ele diz que ao mesmo tempo em que produzem frutos, fornecem sombra para as aves do céu.
Este modo de falar através das imagens foi muito usado por São Francisco de Sales. Ele era uma pessoa que observava muito a natureza, por isso usava nos seus escritos muitas imagens tiradas da vida do dia a dia e da observação dos animais, pássaros e principalmente das abelhas. Nos capítulos iniciais da Introdução à Vida Devota, ele escreveu: "Todos são plantas vivas da Igreja e todos devem produzir frutos de devoção segundo o próprio caráter e a própria qualidade, porque Deus, no momento da criação, mandou que cada planta desse fruto segundo sua espécie” (IVD, Parte I, Capítulo 3)
Sendo "plantas vivas da Igreja", que tipo de fruto (s) estamos produzindo? Francisco de Sales oferece algumas ideias numa carta que ele escreveu a Mademoiselle de Soulfour quatrocentos anos atrás: "Pratiquemos as pequenas virtudes do dia a dia, adequadas à nossa pequenez... paciência conosco mesmo e paciência para com o nosso próximo, serviço ao próximo, humildade, mansidão de coração, afabilidade, tolerância com nossas próprias imperfeições e outras pequenas virtudes parecidas... "(LSD, p. 98)
Observe as semelhanças. Jesus mostra que a maior das plantas começa a se formar a partir da menor das sementes. Assim, também, Francisco de Sales sugere que os maiores frutos são colhidos a partir da prática das pequenas e das virtudes mais comuns!
No entanto, não deixe toda essa conversa de sementes pequenas e pequenas virtudes enganá-lo. Tornar-se "vigoroso e robusto" em nossas tentativas de produzir frutos de devoção não é uma tarefa comum, não é para os fracos de coração. São Paulo observa que a nossa vocação exige coragem: muita coragem! Numa carta à Madre de Bréchard, Francisco de Sales escreveu: "Vá em frente para fazer o trabalho para o qual Deus te escolheu. Ele será a tua mão direita, e nenhuma dificuldade irá te intimidar, pois Ele vai te segurar pela mão para que você possa andar em seus caminhos. Então, tenha grande coragem para suportar tudo...
Com que mais poderemos comparar o reino de Deus? Como podemos descrevê-lo? É um povo no qual as outras pessoas podem encontrar abrigo nos ramos da paciência, da humildade, da afabilidade, da tolerância, da gentileza e da generosidade do coração,...
e do amor de pessoas como você e eu.

Tradução e adaptação: Tarcizio Paulo Odelli - sdb

sábado, 9 de junho de 2012

Vivenciando São Francisco de Sales no Noviciado em Curitiba


Nesta semana que passou tive a oportunidade de conviver uns dias com os nossos noviços em Curitiba. Nos dias 04, 05 e 06 apresentei para eles a vida de São Francisco de Sales, a Espiritualidade Salesiana e o Encontro de Dom Bosco com São Francisco de Sales. Confesso que foram momentos muito bons e agradáveis. Assim como temos um grande amor para com Dom Bosco, creio que devemos divulgar tanto a vida como a espiritualidade do Doutor do Amor. Afinal de contas, são nossas raízes. Sem elas, não entenderemos corretamente a nossa espiritualidade. Obrigado Noviços e Comunidade Salesiana do Noviciado Imaculada Conceição de Curitiba por esta oportunidade. Foram dias de alegria e de convivência fraterna, que sempre marcam muito a nossa espiritualidade, centrada no AMOR!

Perspectivas Salesianas 3


Foto: Tarcizio Paulo Odelli - Porto Alegre - maio de 2012

andando em Porto Alegre e contemplando o momento presente, vi num muro, próximo a uma favela no bairro Humaitá (próximo à nova Arena do Grêmio) estas belas flores... é preciso esta sempre atento para captar o tempo presente...pois,

NÃO EXISTE MELHOR TEMPO...
COMO O PRESENTE

Em seu livro intitulado The seven secrets of successful catholics, o autor, Paul Wilk observa: “A nossa vida vivida no tempo presente. Lembranças podem ser preciosas ou dolorosas, planos realizados ou não realizados, mas, tudo o que realmente temos que viver é hoje. Cada dia, cada hora trazem oportunidades para que nossos espíritos se elevem, para que nos voltemos a ser a pessoa que desejamos ser.” Sentes pesar sobre teu passado?  Pensas, muitas vezes, que a tua vida poderia ser diferente se tivesses feito outro tipo de escolhas? Com frequência revives memórias dolorosas ou não resolvidas?

Estás ansioso sobre o teu futuro? Preocupam-te os dias, semanas e anos que estão para chegar? Ocupas-te tratando de antecipar o dia de amanhã?
Bem-vindo à raça humana!
É natural viver com um olho no passado. É natural viver com um olho no futuro. Seja como for, serás roubado no tempo que realmente importa, focando-te somente no passado ou no futuro.
O presente.
A luta para viver o presente não é nada novo. Nosso Senhor Jesus o menciona no evangelho de Mateus (Mt 6,25-34) quando diz:  “Não se preocupem por sua vida... quem de vocês, preocupando-se pode acrescentar uma hora a mais na sua vida? Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado.”
São Francisco de Sales e Santa Joana de Chantal frequentemente aconselhavam pessoas que estavam prisioneiras seja dos pecados passados, lutas, fracassos ou comprometidas com os desafios futuros, provas e tribulações. Algumas almas eram atormentadas por ambas as situações.
O remédio para os escrúpulos que fluem do passado? “O dia que já passou não deve julgar o dia presente: o dia que é presente não deve julgar o dia passado. Somente o Último dia é que julgara a todos.”
O remédio para as ansiedades do futuro?  “Estejamos firmemente resolvidos a servir a Deus com todo o nosso coração e vida. Além disso, não nos preocupemos com o amanhã. Pensemos somente em como viver bem o dia de hoje, e quando chegar o amanhã, será chamado ‘hoje’. Então poderemos pensar nele.”
Viver no presente é uma boa psicologia. O presente é o único lugar onde alguém cresce. Ao crescer, poderá graciosamente soltar um passado penoso. Ao crescer, poderá pacificamente abraçar um futuro incerto.
Em poucas palavras, você experimenta perdão e fortaleza.
Viver no presente se menciona teologia. Não existe nem principio nem fim para Deus: existe somente um eterno “agora”. Concluindo, és como Deus, quando vives o presente. Ao crescer a imagem e semelhança de Deus, você se abre à promessa da providência de Deus.
Em poucas palavras, você experimenta redenção.
Isto pode ser o que São Paulo tinha em mente quando fez esta afirmação: “Eu lhes digo que agora é o tempo do favor de Deus, agora é o dia da salvação.”
Experimente a sanção do passado. Experimente a confiança sobre o futuro. Sobretudo, reconheça as oportunidades que Deus lhe dá cada dia, cada hora, cada momento, “para deixar elevar seu espírito e para fazer-se mais como esta pessoa que Deus quer que você seja”.
Aqui e agora... no presente.

Para reflexão pessoal: 

1.Vivo bem o presente?
2. Existem coisas em meu passado que revivo de vez em quando? Quais são? Por que dominam minha atenção?
3. Existem coisas em meu futuro sobre as quais me sinto ansioso ou distraído? Quais são? Porque retém minha atenção?
4.Viver no presente é um trabalho duro. Requer disciplina, mas é uma habilidade que pode ser desenvolvida com pequenos e simples passos. Que posso fazer para viver melhor e em plenitude?
5. Que requer reconciliação ou sanção em meu passado?
6.  O que necessita é e confiança em meu futuro?

Meu Deus, te entrego esta ação. Concede-me a graça de conduzir-me nela da maneira mais grata aos teus olhos. Desde já ofereço fazer todo o bem que possa e aceitar qualquer dificuldade que se apresentar em meu caminho.”

terça-feira, 5 de junho de 2012

Perspectivas Salesianas 2


Ansioso?... Não o seja!

O futuro alguma vez o preocupou? O destino de seu filho ou filha, como sobreviver com as aplicações da aposentadoria, o cuidado durante a velhice ou de um pai inválido?
Alguma vez você se preocupou com o passado? Sentiu-se mal por decisões tomadas, por romper com amizades ou por sonhos não realizados?
Alguma vez teve a experiência de estar preocupado por tudo, mas por nada em particular?
Se você responder sim, então sabe o que é sentir-se ansioso.

“Depois do pecado, a ansiedade é a coisa mais horrível que pode acontecer na nossa vida”.

Certamente, existem muitas coisas na nossa vida que nos fazem sentir ansiosos: lamentarmos do nosso passado, a incerteza do futuro e tudo aquilo que está entre os dois. Mas, a ansiedade pode ser tão má, ou inclusive até pior, que as coisas sobre as quais estávamos preocupados primeiramente.
O dicionário da língua inglesa (The American Heritage- Houghton Mifflin, 1992) define a palavra ansiedade como “um estado de intensa apreensão, incerteza e medo como resultado de... uma situação ou acontecimento ameaçante, com frequência tal que as funções normais físicas e psicológicas do indivíduo afetado ficam transtornadas.” O dicionário Houaiss da Língua portuguesa define assim: “estado afetivo penoso, caracterizado pela expectativa de algum perigo que se revela indeterminado e impreciso, e diante do qual o indivíduo se julga indefeso”.  
São Francisco de Sales, certamente, sabia do perigo da ansiedade. Na Introdução a Vida devota (1609) escreveu o seguinte: “A ansiedade é o mais funesto que pode acontecer, depois do pecado”.
Linguagem forte. Ele continuou dizendo: “A sublevação e os problemas internos arruínam uma nação totalmente e a impedem de poder resistir a uma invasão estrangeira. Similarmente, quando estamos preocupados e cansados perdemos nosso poder de manter a virtude que conquistamos. Também perdemos os meios para resistir às tentações do inimigo, que então faz todo esforço para pescar, como se diz, em águas agitadas”.
A ansiedade não somente nos impede de resistir ao mal. Pode também evitar que consigamos o bom. Quantos encontros e entrevistas para a promoção de um trabalho, ou esforços para ganhar o “grande” contrato tornaram-se fumaça por causa da ansiedade?
São Francisco de Sales escreveu: “A ansiedade surge de um desejo imenso para se tornar livre do mal que experimentamos ou para adquirir o bem que esperamos. No entanto, não existe nada que agrave tanto o mal ou impeça o bem do que a ansiedade e a impaciência.
A ansiedade, desejo exagerado é verdadeiramente uma espada de fio duplo.
Já que isso está em grande parte da vida, como podemos tratá-la?
Santa Joana Francisca de Chantal foi contemporânea e amiga de São Francisco de Sales. No conselho que deu a uma mulher que tinha ficado viúva recentemente, a Santa ofereceu como remédio para a ansiedade: “Trate de acalmar suas paixões e inclinações e viva de acordo com a razão sensata e a santa vontade de Deus. De outra forma, você estará sempre ansiosa e perturbada.”
São Francisco de Sales escreveu: “Quando você está absorvido por um desejo de libertar-se do mal e de conseguir algum bem, ponha-se em paz e tranquilidade. Crie um juízo e sua vontade. Então, tranquila e suavemente siga a razão de seu desejo tomando em conta as maneiras apropriadas. E quando digo ‘suavemente’, não quero dizer ‘negligentemente’, mas sem impaciência, confusão, ansiedade. Do contrário estragará tudo.”
Assim, quando tiver que enfrentar-se com algum pecado ou retrocesso para evitar, ou quando esteja lutando para conseguir algum dom ou algo bom, permaneça calmo. Peça a Deus para não perder o prumo e coração para estar centrado, não importa quanto pequena ou grande seja a tentação de estar ansioso. Considere que Deus lhe dá força e habilidade para fazer coisas por si mesmo. Considere também, tudo o que Deus pode realizar.

Talvez Santa Joana Francisca de Chantal o diga melhor: “O que quero dizer é que em todos seus bons trabalhos você mesmo deveria unir-se ao prazer da vontade de Deus. Em todas as suas falhas e imperfeições, você mesmo deveria unir-se à compaixão suave de Deus e calmamente e com a mente em paz.”

Para Reflexão pessoal:

1.       Quais são as coisas, pessoas e situações em minha vida que me deixam ansioso?
2.       O que é o bom que espero? Quais são as dificuldades que me dão ansiedade?
3.       Como aparecem minhas ansiedades?
4.       Quais são alguns passos práticos e concretos que devo seguir para reduzir a ansiedade?
5.       Quais são alguns passos práticos e concretos que devo fazer para conseguir o bem ou lutar contra minhas dificuldades?
6.       Rezo a Deus sobre a fonte de minha ansiedade?
7.       Conto com alguém como com um amigo, colega ou profissional com quem posso discutir a fonte ou fontes de minha ansiedade?
8.       Fazendo tudo isso, esqueço?