Na Festa de
Pentecostes vemos que o Espírito da verdade capacita os discípulos de Jesus, e
os leva a serem testemunhas autênticas de suas palavras e de suas obras. São
Francisco de Sales nos diz o seguinte sobre isto: O amor sagrado que o Espírito
derrama em nossos corações é muito mais extraordinário do que todas as outras
formas de amor. O amor que o Espírito nos dá nos redime e nos dá a vida eterna.
Na Festa de Pentecostes o Espírito Santo infundiu um novo vigor, fortaleceu e encheu
de virtudes os discípulos de Jesus, para que pudessem continuar o trabalho que o
nosso Salvador tinha começado, através da criação da Igreja.
Vocês também estão desempenhando uma função
apostólica e vivendo a fé através de suas vidas como cristãos. O amor do
Espírito lhes permite continuar a obra de nosso Senhor. O trabalho que
desempenham e que emana do amor do Espírito terá força e autenticidade de
crescer como sementes de mostarda. Este Espírito divino não hesita em
estabelecer sua morada em nós. Portanto precisamos abrir um espaço dentro de
nós para o Espírito Santo. O que devemos fazer para abrir esse espaço? A
primeira coisa que Deus pede de nós é o nosso coração. O espírito que vive em nós
deseja abrir os nossos corações para a bondade de Deus. O Espírito de Jesus deseja
que experimentemos os frutos do amor divino. O Espírito faz isso, dando-nos os
dons e as bênçãos provenientes do amor sagrado, através das quais podemos
alcançar a felicidade eterna.
O nosso desejo de atingir a plenitude de uma vida
santa é uma centelha da chama divina e da obra do Espírito. Se o nosso desejo é
o de embarcarmos na pequena barca da Igreja para navegar pelas águas amargas do
mundo, nosso Salvador vai nos ajudar a deslizarmos no caminho para a felicidade
eterna. Ele fará todo o possível para nos encorajar a tomar os remos e remar
com as mãos. Ele prometeu que, se nos dermos ao trabalho de remar nosso barco,
Ele vai nos levar para outro lugar que é cheio de vida. Na medida em que permitirmos
ao Espírito dilatar nossos corações, ele incrementará nossa capacidade de amar
divinamente. Verdadeiramente bem-aventurados são aqueles que optam por servir a
Deus, mesmo que seja só um pouco! Ele nunca permitirá que eles sejam improdutivos
nem infrutuosos! Quem, então, pode resistir ao amor enriquecedor do Espírito
Santo?
Destaque: "Cada um de nós os ouve
falar em nossa própria língua sobre as maravilhas de Deus".
Perspectiva Salesiana
Independentemente do fato de que eles falaram
para pessoas diferentes, com diferentes línguas e culturas, os apóstolos foram
compreendidos por todos os que ouviam quando proclamaram as maravilhas que Deus
tinha feito.
Como foi isso possível?
Incendiados pelo amor do Espírito Santo, os
apóstolos falavam a linguagem do coração. Eles falavam com entusiasmo. Eles falavam
com gratidão. Eles estavam louvando e dando graças. Eles falavam desde do fundo
do seu ser. Eles falavam a partir de sua alma.
Em suma, eles estavam falando a linguagem
universal - a linguagem do coração.
Nós somos muito humanos - nós somos muito divinos
- quando falamos a linguagem do coração, quando falamos a linguagem do amor,
quando falamos e ouvimos com a alma, quando estamos fundamentados na Palavra
que se fez Carne.
Como sabemos muito bem, por experiência própria,
a comunicação é mais do que um encontro de olhares... da língua ou do ouvido. A
comunicação é algo mais fácil de dizer do que fazer. Muitas vezes não compreendemos.
Muitas vezes, presumimos que sabemos que os outros estão pensando ou sentindo.
Muitas vezes usamos as mesmas palavras, embora tenham significados diferentes.
Muitas vezes temos maneiras diferentes de dizer a mesma coisa. Muitas vezes
ouvimos, mas muitas vezes não conseguimos entender. Estamos sempre falando, mas
falar não é o mesmo que comunicar-se.... ou falar de coração a coração.
São Francisco de Sales diz que o Espírito Santo
vem para acender os corações daqueles que tem fé. Quando falamos e escutamos
com coração incendiado de alegria, verdade e gratidão, o conflito encontra um
caminho para a compreensão, a confusão encontra a clareza, o distanciamento
encontra o caminho para a intimidade, a dor encontra uma maneira de curar, a
frustração encontra o perdão, a violência encontra a paz, o pecado encontra a
salvação.
Francisco de Sales nos dá o seguinte conselho:
"Fale sempre de Deus como Deus, isso significa, com reverência e devoção,
sem ostentação ou maneirismos, mas com um espírito de caridade, dócil, manso e
humilde. Deixe que o mel de devoção, e daquelas coisas divinas que são
imperceptíveis ao ouvido de uma e de outra pessoa, possam fluir o tanto que
puderem. Reze por tua alma para agradar a Deus, e que ele faça com que este
orvalho abençoado penetre nos corações daqueles que te escutem. É maravilhoso
como uma proposta doce e amigável atrai os corações dos ouvintes."
Como devemos falar, ouvir, ou praticar a
linguagem do amor hoje?
P. Michael S. Murray, OSFS -
Diretor do Centro Espiritual de Sales
Tradução e adaptação - P.
Tarcizio Paulo Odelli - SDB
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