Hoje escutamos a narração da visita dos Reis Magos ao Menino
Jesus. De volta às suas terras eles levarão aos povos a boa nova de que Deus se
faz presente em Jesus. São Francisco de Sales nos diz o seguinte, a este
respeito:
Os Reis Magos não empreenderam sua viagem para deleitar-se
na cidade de Jerusalém. Eles buscavam a pequena gruta onde encontraram o Deus
encarnado no Menino que estava deitado na manjedoura. Acerquemo-nos do pequeno
berço como fizeram os Reis Magos e escutemos nosso Salvador que nos fala. Deixemo-nos
levar pelas inspirações e afetos que o amor de Deus aviva em nós.
Existem pessoas que acreditam que crescer no amor sagrado
requer aprender e dominar certa arte. Amar a Deus não requer nenhuma arte. A única
coisa que devemos praticar é como comprazer a Deus com a humildade de nosso
coração, sem dificuldades e nem ansiedade. A humildade coloca na Divina
Providência os resultados de seus atos. O único propósito da humildade é amar a
Deus plenamente. Ser humilde significa que nosso eu interior deve ser
congruente com as obras que fazemos no exterior.
Todos foram chamados a trabalhar fielmente no exercício do
amor divino sem vergonha, sem tristeza e nem ansiedade. No cumprimento de suas
tarefas diárias deixem-se guiar pelo vento de sua humilde e amorosa confiança
em Deus para que assim possam progredir imensamente. Então, e sem necessidade
de cambalear de um lado para outro, pouco a pouco irão de aproximando do lar,
como acontece com aqueles que navegam em alto mar com ventos favoráveis. Desta maneira,
qualquer evento, qualquer acidente que possa chegar a ocorrer será recebido com
calma e paz. Mesmo quando a travessia pela vida está cheia de perigos, devemos
encher-nos de confiança e aventurar-nos a seguir a Estrela de Belém para que
esta nos encha com Seu amor. Então seremos como os Reis Magos que armados de
confiança foram atrás da Estrela de Belém que nos guiará rumo à glória eterna.
(Adaptação dos escritos de São Francisco de Sales)
Destaque: “Sigam sua estrela...”
Perspectiva Salesiana
Uma canção antiga pergunta: balançarias-te numa estrela,
levarias para tua casa raios de lua numa jarra para assim estar melhor do que
estás agora, ou preferirias ser como uma mula? (sem mencionar um porco, um
peixe ou um mico!) preferirias? A festa da Epifania que hoje celebramos fixa
nossos olhos numa estrela e na única estrela que se manifesta para que possamos
estar infinitamente melhor do que poderíamos estar de qualquer outra forma. A festa
de hoje também levanta algumas perguntas para nossa reflexão e iluminação.
Alguma vez fizeram as malas e viajaram seguindo uma estrela?
Os Reis magos o fizeram. Eles são os santos patronos das pessoas que tem uma
viagem pendente. As viagens não são pacotes turísticos. As viagens tendem a ser
incômodas, pois muitas vezes temos que andar na escuridão que implica fazer uma
caminhada errada. Manter-se focado na meta, mesmo tendo dúvidas se a
alcançarão, se chegaremos ao final. Francisco de Sales dizia que esta era a
natureza da viagem feita pelos reis magos: “Os reis do Leste não encontram
prazer na beleza da cidade de Jerusalém, ou na magnificência da corte do rei
Herodes, ou no brilho da estrela. Seus corações buscavam a pequena gruta de
Belém e seu pequeno Menino” (TAD, Livro 5, Cap. 7). Sua viagem não permitiu
diversões. O seguimento desta estrela resplandecente no meio da escuridão
terminará com sua iluminação. Eles veem a luz, a luz que é Cristo! Estamos
dispostos a embarcarmos numa viagem à luz que é Cristo? Seria uma viagem que
nos mudaria. Nós, como os reis magos, jamais seremos os mesmos se nos decidirmos
a fazê-lo.
Qual é a direção que nos guia a estrela e estamos preparados
para assumir o preço desta viagem? Os reis magos seguiram a estrela que os
guiou para a manifestação do menino, Cristo. Os reis magos gastaram seu tempo,
talento e tesouros a serviço da missão. Seus corações estavam focados nela. E onde
estão os nossos corações? Onde estão focados? Qual é o objeto que guarda os
desejos do nosso coração? Francisco nos aconselha: “Fique bem perto do presépio.
Se você gosta das riquezas, encontrará o ouro que os Reis deixaram ali. Se
aprecia a fumaça das honrarias, encontrará a do incenso e, se quer os encantos
dos sentidos, cheire a mirra odorante que perfuma todo o estábulo. Seja rico em
amor para com este adorável Salvador, respeitoso na familiaridade com que o
trata na oração, e encante-se de alegria, ao perceber em si as santas
inspirações e afetos por pertencer-lhe de forma tão particular” (Carta a Sra
Gasparde de Ballon). Quando investimos nossos corações na busca de Cristo, sem
se importar com o custo, vemos que temos um tesouro abundante. Descobrimos a
claridade, encontramos o propósito de nossas vidas e nosso lugar no mundo.
De onde brilha a estrela de Belém hoje? Como cristãos afirmamos
que reconhecemos a estrela que nos guia para Cristo, a luz do mundo. Dizemos que
o encontramos e que vale a pena a viagem e o preço que implica fazê-la. Professamos
que adotamos sua missão como nossa. Na medida em que isto seja certo a estrela
de Belém brilha sobre nós. É agora nossa estrela. Agora estamos melhores do que
poderíamos estar e sabemos porque. Esta estrela nos levara a outros que também
o buscam pelo nosso caminho. Nós fomos iluminados por Cristo e tivemos a
oportunidade de sentir o poder da missão da Epifania para fazer com que sua
glória se manifeste. Fomos chamados a ser luz para os outros, a serem estrelas
do natal para todos aqueles cujos corações ainda estão na busca.
P. Barry
Strong, OSFS – Wilmington, Delaware
Tradução do espanhol: P. Tarcizio Paulo Odelli, SDB
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