sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Reflexão Salesiana para o dia da Epifania do Senhor – 08 de janeiro de 2012


Hoje escutamos a narração da visita dos Reis Magos ao Menino Jesus. De volta às suas terras eles levarão aos povos a boa nova de que Deus se faz presente em Jesus. São Francisco de Sales nos diz o seguinte, a este respeito:
Os Reis Magos não empreenderam sua viagem para deleitar-se na cidade de Jerusalém. Eles buscavam a pequena gruta onde encontraram o Deus encarnado no Menino que estava deitado na manjedoura. Acerquemo-nos do pequeno berço como fizeram os Reis Magos e escutemos nosso Salvador que nos fala. Deixemo-nos levar pelas inspirações e afetos que o amor de Deus aviva em nós.
Existem pessoas que acreditam que crescer no amor sagrado requer aprender e dominar certa arte. Amar a Deus não requer nenhuma arte. A única coisa que devemos praticar é como comprazer a Deus com a humildade de nosso coração, sem dificuldades e nem ansiedade. A humildade coloca na Divina Providência os resultados de seus atos. O único propósito da humildade é amar a Deus plenamente. Ser humilde significa que nosso eu interior deve ser congruente com as obras que fazemos no exterior.
Todos foram chamados a trabalhar fielmente no exercício do amor divino sem vergonha, sem tristeza e nem ansiedade. No cumprimento de suas tarefas diárias deixem-se guiar pelo vento de sua humilde e amorosa confiança em Deus para que assim possam progredir imensamente. Então, e sem necessidade de cambalear de um lado para outro, pouco a pouco irão de aproximando do lar, como acontece com aqueles que navegam em alto mar com ventos favoráveis. Desta maneira, qualquer evento, qualquer acidente que possa chegar a ocorrer será recebido com calma e paz. Mesmo quando a travessia pela vida está cheia de perigos, devemos encher-nos de confiança e aventurar-nos a seguir a Estrela de Belém para que esta nos encha com Seu amor. Então seremos como os Reis Magos que armados de confiança foram atrás da Estrela de Belém que nos guiará rumo à glória eterna.

(Adaptação dos escritos de São Francisco de Sales)

Destaque: “Sigam sua estrela...”

Perspectiva Salesiana

Uma canção antiga pergunta: balançarias-te numa estrela, levarias para tua casa raios de lua numa jarra para assim estar melhor do que estás agora, ou preferirias ser como uma mula? (sem mencionar um porco, um peixe ou um mico!) preferirias? A festa da Epifania que hoje celebramos fixa nossos olhos numa estrela e na única estrela que se manifesta para que possamos estar infinitamente melhor do que poderíamos estar de qualquer outra forma. A festa de hoje também levanta algumas perguntas para nossa reflexão e iluminação.
Alguma vez fizeram as malas e viajaram seguindo uma estrela? Os Reis magos o fizeram. Eles são os santos patronos das pessoas que tem uma viagem pendente. As viagens não são pacotes turísticos. As viagens tendem a ser incômodas, pois muitas vezes temos que andar na escuridão que implica fazer uma caminhada errada. Manter-se focado na meta, mesmo tendo dúvidas se a alcançarão, se chegaremos ao final. Francisco de Sales dizia que esta era a natureza da viagem feita pelos reis magos: “Os reis do Leste não encontram prazer na beleza da cidade de Jerusalém, ou na magnificência da corte do rei Herodes, ou no brilho da estrela. Seus corações buscavam a pequena gruta de Belém e seu pequeno Menino” (TAD, Livro 5, Cap. 7). Sua viagem não permitiu diversões. O seguimento desta estrela resplandecente no meio da escuridão terminará com sua iluminação. Eles veem a luz, a luz que é Cristo! Estamos dispostos a embarcarmos numa viagem à luz que é Cristo? Seria uma viagem que nos mudaria. Nós, como os reis magos, jamais seremos os mesmos se nos decidirmos a fazê-lo.
Qual é a direção que nos guia a estrela e estamos preparados para assumir o preço desta viagem? Os reis magos seguiram a estrela que os guiou para a manifestação do menino, Cristo. Os reis magos gastaram seu tempo, talento e tesouros a serviço da missão. Seus corações estavam focados nela. E onde estão os nossos corações? Onde estão focados? Qual é o objeto que guarda os desejos do nosso coração? Francisco nos aconselha: “Fique bem perto do presépio. Se você gosta das riquezas, encontrará o ouro que os Reis deixaram ali. Se aprecia a fumaça das honrarias, encontrará a do incenso e, se quer os encantos dos sentidos, cheire a mirra odorante que perfuma todo o estábulo. Seja rico em amor para com este adorável Salvador, respeitoso na familiaridade com que o trata na oração, e encante-se de alegria, ao perceber em si as santas inspirações e afetos por pertencer-lhe de forma tão particular” (Carta a Sra Gasparde de Ballon). Quando investimos nossos corações na busca de Cristo, sem se importar com o custo, vemos que temos um tesouro abundante. Descobrimos a claridade, encontramos o propósito de nossas vidas e nosso lugar no mundo.
De onde brilha a estrela de Belém hoje? Como cristãos afirmamos que reconhecemos a estrela que nos guia para Cristo, a luz do mundo. Dizemos que o encontramos e que vale a pena a viagem e o preço que implica fazê-la. Professamos que adotamos sua missão como nossa. Na medida em que isto seja certo a estrela de Belém brilha sobre nós. É agora nossa estrela. Agora estamos melhores do que poderíamos estar e sabemos porque. Esta estrela nos levara a outros que também o buscam pelo nosso caminho. Nós fomos iluminados por Cristo e tivemos a oportunidade de sentir o poder da missão da Epifania para fazer com que sua glória se manifeste. Fomos chamados a ser luz para os outros, a serem estrelas do natal para todos aqueles cujos corações ainda estão na busca.

P. Barry Strong, OSFS – Wilmington, Delaware
Tradução do espanhol: P. Tarcizio Paulo Odelli, SDB

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