Nas leituras de hoje São Paulo no
diz que devemos “livrar-nos da ansiedade”. São Francisco nos dá alguns
conselhos sobre como administrar a ansiedade:
Existe uma grande tentação de declarar-nos
insatisfeitos com o mundo e nos afligirmos por isso, mesmo que necessariamente tenhamos
que estar aqui. Então imaginamos que nos sentiríamos melhor se estivéssemos em
outro barco. Pode ser que isso seja certo, mas somente acontecerá se nos
decidirmos mudar.
Uma das fontes de nossa ansiedade
é nosso egocentrismo. Porque nossas imperfeições nos surpreendem? Não desejamos
nada mais do que consolo. Nos momentos em que experimentamos nossa própria
miséria e fraqueza, devemos fazer três coisas e então teremos paz. Devemos ter
uma intenção pura para encontrar a honra e a glória de Deus em todas as coisas.
Devemos fazer tudo que esteja ao nossa alcance para conseguir este objetivo e
devemos deixar o resto nas mãos de Deus para que Ele se encarregue de tudo.
Os pequenos momentos da ansiedade
e da tristeza que são o resultado das múltiplas responsabilidades que temos nos
dão a oportunidade de colocar em prática as melhores e mais queridas virtudes
que Jesus nos recomendou: a gentileza e a confiança em Deus. A verdadeira
virtude não se origina na inatividade exterior, do mesmo modo em que os peixes
saudáveis não crescem nas águas estagnadas dos pântanos.
Devemos manter vivo em nossos
corações a paciência e a coragem para que nos protejam destes ataques
inesperados da ansiedade que fazem com que nos enchamos de ressentimento e que
provocam uma raiva súbita se alguém chega a nos incomodar de algum modo. Quando
cambalearmos e quando cairmos não devemos nos sentir envergonhados por estarmos
um pouco sujos e cheios de pó. É melhor estarmos cobertos de pó do que de
chagas. Se nos entregarmos aos cuidados de Deus e deixarmos que o toque
celestial de Seu amor nos cure, tudo estará bem.
(Adaptação dos escritos de São
Francisco de Sales)
Destaque: “Gostaria que
estivesses livre de toda preocupação”.
Perspectiva Salesiana
Onde nos incluímos?
Podemos apreciar a oração de São
Paulo deste domingo que diz que deveríamos ser “livres de toda preocupação”. Todos
nós gostaríamos de estar livres de todas as preocupações. A verdade é que nós
todos nos preocupamos. Existem coisas, situações e relações que nos preocupam
cada dia. Em alguns casos devemos preocupar-nos se não nos preocupamos.
A preocupação faz parte da vida.
A preocupação nos desafia a responder a algo em nossas vidas que necessitam
atenção, a responder a algo que necessita tratamento, a responder a algo que
deve ser examinado, e que deve ser, quanto seja possível, remediado ou quando menos
melhorado de alguma forma. Sabemos por experiência que muitas das coisas que
queremos dependem também das ações dos outros... incluindo Deus.
O problema é que a preocupação
pode se converter em ansiedade. Enquanto a preocupação está focada em coisas
específicas, inquietudes, pessoas ou eventos, a ansiedade é uma emoção que
flutua livremente e que pode paralisar nossa habilidade para lidar com os
desafios da vida. “A ansiedade é o maior mal que pode acontecer a uma alma,
além do pecado”, escreveu São Francisco de Sales. “A ansiedade se origina de um
desejo excessivo de ser libertado do mal que experimentamos ou de adquirir o
bem que esperamos. Mesmo assim não existe nada que agrave mais o mal ou que impeça
mais o bem do que a ansiedade”.
Francisco de Sales sugere que nós
devemos monitorar nosso nível de ansiedade: “Considera se teu coração está sob
teu controle, ou se escapou de tuas mãos para enredar-se de modo excessivo com
um amor, com um ódio, com inveja, avareza, medo ou temor de sentir alegria. Se
te escapou, traga-o suavemente de volta diante da presença de Deus”.
A prevenção é a melhor cura. “Quando
experimentas o início da ansiedade encomenda-te a Deus. Tens que tomar a
decisão de não fazer nada daquilo que teu desejo te urge a fazer até que a
ansiedade tenha passado completamente. A menos que seja algo que não pode ser feito
depois. Neste caso deves frear e controlar o curso do teu desejo de modo gentil
e pacífico. Antes de tudo atue de modo racional, não emocional”.
Que Deus te guarde da ansiedade.
Que todos nos centremos no coração de um Deus amoroso à medida que enfrentamos
os altos e baixos e cada momento de nossos dias. Que Deus nos ajude a prevenir
que os momentos de preocupação se convertam em nosso modo de viver.
P. Michael S. Murray, OSFS –
Diretor do Centro Espiritual de Sales.
Tradução: P. Tarcizio Paulo
Odelli - sdb
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