sexta-feira, 29 de abril de 2011

Reflexão Salesiana para o Segundo Domingo da Páscoa - 01 de maio de 2011



Destaque: "Ele mostrou-lhes as mãos e o lado."

Perspectiva Salesiana

Na véspera da crucificação e morte de Jesus, os apóstolos estavam trancados com medo. Eles temiam sofrer a mesma punição que o seu mestre.

Jesus aparece em suas vidas, mesmo que trancados: não só no espaço físico em que se tinham refugiado, mas Jesus também entrou na base de suas mentes e de seus corações. Jesus tenta acalmar seus medos, os desafios de estar em paz. Faz isso de um modo quase polêmico e misterioso, mostrando-lhes as feridas de suas mãos e o lado.

A experiência da ressurreição não removeu as cicatrizes das feridas que Jesus sofreu: as marcas da dor, desilusão, incompreensão, rejeição, humilhação, abandono, sofrimento e morte. Mesmo assim, apesar das feridas, a ressurreição de Cristo é uma demonstração poderosa de que a dor, a tristeza, o sofrimento e a injustiça - tão reais como foram - não tem a última palavra. Mesmo que o sofrimento fizesse parte da vida de Jesus, a vida ia além do sofrimento.

São Francisco escreveu: "Devemos lembrar que nosso Senhor nos salvou através de seu sofrimento e resistência e devemos trabalhar a nossa salvação através do sofrimento e da tristeza, suportando as feridas e doenças que agora nós encontramos." (Introdução à Vida Devota, Parte III, Capítulo 3)
Todos nós carregamos as feridas do fracasso, desilusão, engano e perda. Nosso coração, nossa mente, nossas lembranças - nossas almas - tem cicatrizes para provar isso. Como os apóstolos, também nós somos tentados a nos afastar dos outros, para fixar-nos num recanto emocional e espiritual, vivendo no medo de que uma nova dor ou outra decepção para vir até nós. Claro, ao retiramos a vida de uma forma figurada - morreremos - às vezes literalmente.

Jesus demonstra claramente, através de sua própria vida que nossas feridas não devem sobrecarregar-nos nem constranger-nos. Embora estas lesões possam ser permanentes, não devem privar-nos do nosso poder, ou da promessa de recuperação, renovação - a ressurreição - a menos que perdemos a esperança, a menos que nós nos deixarmos vencer pelos pregos da negatividade.

As feridas do nosso passado certamente deixaram sua marca no nosso presente, mas não determinam o rumo do nosso futuro. Voltemos para o amor de Jesus, que sabe o que significa ser ferido, e ele nos mostrará como o seguir, através e além de nossas feridas e das cicatrizes que elas deixam. São Francisco de Sales escreveu: "Voltem seus rostos para Cristo crucificado, nu, maldito, vilipendiado, oprimido e abandonado por todos os tipos de fadiga, tristeza, dor e trabalho." Jesus triunfou sobre as feridas da sua humanidade: e, assim, com a ajuda de Deus, podemos fazer o mesmo.

Podemos ter certeza que a vida pode ser dura. Tal como foi para Jesus, ainda assim nós podemos ser muito mais fortes.

O P. Michael S. Murray, OSFS é o Diretor do Centro Espiritual de Sales.


Hoje, no momento em que Jesus apareceu aos seus discípulos depois da ressurreição, podemos vê-lo no seu corpo glorioso e imortal. São Francisco de Sales nos diz o seguinte:

Observe como a fé dos apóstolos de Jesus foi abalada depois de sua crucificação! Todos estão reunidos em uma sala a portas fechadas com medo. Então, Jesus aparece no meio deles e os cumprimenta: a Paz seja convosco. Ele mostra as marcas e os símbolos da reconciliação da humanidade com Deus e diz: observem minhas mãos e meu lado. Por que isso? Para reafirmar a fé vacilante deles. Sem a presença de nosso Salvador sentiram timidez, faltou-lhes a força. É isso que acontece quando não se está com Deus. Eles estavam com medo. Como um navio em uma tempestade sem um capitão a bordo, este era o estado do pobre barco. Nosso Senhor apareceu aos seus discípulos, trazendo alívio para seus temores.

Que grande alegria experimentaram os Apóstolos quando viram o seu mestre novamente entre eles. Jesus reafirma sua fé acovardada, reaviva as esperanças perdidas e ilumina o santo amor de Deus. A fé, a esperança e o amor e sagrado são essenciais para nós durante a nossa vida na terra. Quando estivermos no céu, somente o amor sagrado perdurará. Nos dias depois da sua ressurreição, nosso Salvador dedica-se a fazer uma coisa, especialmente com seus discípulos e agora a nós: ensinar-nos que é preciso crer, esperar e amar.

Ele vem para restaurar a segurança neste local onde se vive com medo. Ele toma a nossa miséria e a enobrece. Precisam de força? Aqui estão as minhas mãos. Precisam de um coração? Aqui está o meu. Gentilmente, o seu poder nos dá forças. A fé viva reconhece o seu poder. Confortado pelo amor sagrado, a fé viva dedica-se a servir a Deus fielmente. Permaneçamos enraizados na fé, alegres na esperança, e no amor sagrado e fervoroso, nos quais podemos nos alegrar por toda a eternidade.

(Adaptado dos escritos de São Francisco de Sales, especialmente Oeuvres: Sermons)

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