quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Reflexão Salesiana para o terceiro Domingo do Tempo Comum - 23 de janeiro de 2011


No próximo dia 24 estaremos celebrando São Francisco de Sales, padroeiro da Família Salesiana. Nestes textos do final de semana, vemos Francisco como luz que brilhou nas trevas, indicando caminhos a seguir. Ele o fêz porque estava sempre iluminado pela luz de Cristo e levou esta luz a milhares de pessoas.

No Evangelho de hoje Jesus chama vários pescadores para segui-lo. São Francisco de Sales oferece os seguintes pensamentos sobre o apelo feito a eles, e a nós, para seguirmos nosso Salvador:

Quando nosso Salvador afirma a seus apóstolos que os escolheu, não é por exceção. Até Judas recebeu o convite, mesmo que depois tenha usado abusivamente de sua liberdade e rejeitado os dons que Deus lhe concedera. Temos que estar completamente certos de que quando Deus chama alguém para o cristianismo, seja solteiro ou casado, para ser religioso, seja para padre ou bispo, Ele dá todo o apoio necessário para que possam alcançar a santidade através de sua vocação.

Ainda assim, mesmo após sua conversão, alguns dos apóstolos estiveram sujeitos a certas imperfeições. Tal é o caso de São Pedro, que falhou miseravelmente negando o Senhor. Assim, percebemos que é impossível superar num dia todos os maus hábitos que adquirimos como resultado do pouco cuidado que damos a nossa saúde espiritual. No entanto, nosso Salvador quer que vocês o sirvam tal como são, através de suas orações e ações, de acordo com o estado e a etapa em que se encontram suas vidas. Uma vez que vocês estão convencidos de que devem servir a Deus de seus lugares, continuem fazendo o que estavam fazendo, sintam afeição por seu estado de vida. Sejam bons de coração, cultivem as suas vinhas com o amor divino.

À medida que realizem suas tarefas diárias, coloquem-se nas mãos de Deus, que quer ajudá-los a realizar todos os seus propósitos com êxito. Devem ter fé que Deus vai fazer o que ele acha melhor para vocês, se vocês fizerem a sua parte e se forem diligentes. Não se surpreendam se os frutos de seus trabalhos são lentos para aparecer. Se estiverem satisfeitos com a obra de Deus, com paciência, seus esforços não serão em vão. Nosso Senhor, que faz casa para as tartarugas e os caracóis, vos guiará bem e deixem ele fazer isso. Caminhemos fielmente no caminho de nosso Senhor, e permaneçamos em paz, tanto no inverno da esterilidade como no outono da fertilidade. Caminhemos com felicidade e sigamos nossa vocação com confiança na Divina Providência.

Destaque: "As pessoas que andavam nas trevas viram uma grande luz. Existe uma luz que brilha para aqueles que vivem no meio da escuridão."

Perspectiva Salesiana

Em seu livro intitulado “A União da Perfeição”, Wendy Wright fez a seguinte observação em relação a São Francisco de Sales: "É difícil caracterizar com precisão o estado espiritual de qualquer pessoa durante o curso de sua vida, pois podemos fazer algumas generalizações. A geografia da relação continua de Francisco de Sales com o divino e as visões de si mesmo que ele experimentou, tentando continuar essa relação, pode ser comparada, de alguma forma, e na sua totalidade, com grandes planaltos e prados. Há alguma noção de liberdade, espaço, uma visão de horizontes largos e uma sensação de luz que emana dele" (p. 141)

São Francisco de Sales foi realmente uma luz para o povo de seu tempo, à sua maneira. Através de seus escritos, de sua pregação e do seu toque humano, ele foi uma luz que ampliou os horizontes das pessoas que aliviar suas cargas e os ajudou a buscar uma vida devota de acordo com o estado e na etapa em que suas vidas se encontravam. Ele foi uma luz que dissipou as trevas da ignorância, da ansiedade, do fatalismo e do medo. Ele foi uma luz que deu às pessoas o coração que precisavam para aceitar a vida como ela era... e o sonho de vida, como poderia ter.

Reconhecemos este homem como um santo só porque a sua luz clara reflete a luz de Jesus Cristo. Cristo é a luz que dissipa as trevas. Cristo é a luz que perdoa pecados. Cristo é a luz que fortalece os joelhos fracos e os corações diminutos. Cristo é a luz que dissipa o nevoeiro do pecado e da tristeza. Cristo é a luz que indica o início de uma nova era de alegria e felicidade, de propósito e de promessa.

Os textos do Evangelho de Mateus de hoje e da vida de S. Francisco de Sales nos ofere-cem um poderoso testemunho da natureza da luz divina de Cristo, e esta luz é para ser compartilhada. Assim como Cristo chamou os seus apóstolos para compartilhar a sua luz, como Cristo chamou Francisco para compartilhar sua luz, assim também Cristo nos chama a cada um de nós para sermos fontes de luz para outros. Cada um de nós é chamado para dissipar a névoa de aflição e desespero, quando estão presentes no coração dos outros. Cada um de nós é chamado para aliviar o fardo dos outros. Cada um de nós é chamado a ser uma fonte de esperança para os outros.

Não se enganem, existem certas cargas que estão associadas ao fato de serem uma fonte de luz de Cristo na vida dos outros. Nossa luz deve enfrentar-se com o lado escuro da vida: o pecado, o mal, o cinismo, a hostilidade, a desconfiança, o preconceito e o medo, só para citar alguns. Nossa luz deve iluminar não somente os outros, mas também deve iluminar e purificar as nossas próprias mentes, nossos corações, nossas atitudes e nossas ações. Nossa luz requer que cheguemos a nos conhecer realmente a nós mesmos... e que realmente cheguemos conhecer os outros.

Jesus afirma que o encargo de sermos fontes de Sua luz é, paradoxalmente, mais leve que qualquer outro encargo que decidimos assumir ao longo de nossas vidas. (Mateus 11, 29-30) Como é isto possível? Porque a luz de Cristo nos eleva! Que abençoados, que felizes, que "leves de coração" nos sentimos quando aproveitamos as oportunidades que se apresentam diariamente para levantar-nos... e para ajudar os outros a subir também!

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