sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

2º Domingo do Tempo Comum - 16 de janeiro de 2011


Destaque:

"Aos que foram santificados em Cristo Jesus, chamados a ser santos junto com todos os que, que qualquer lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso”.

Perspectiva Salesiana

São Francisco de Sales acreditava que todas as pessoas foram chamadas para serem santas. Todos são chamados a ser santos. Ouvimos falar ou lemos isto muitas vezes. Mas algumas coisas, especialmente coisas que são importantes, vale a pena repetir: "O Senhor, criando o universo, ordenou às árvores que produzissem frutos, cada uma segundo a sua espécie; e ordenou do mesmo modo a todos os fieis, que são as plantas vivas de sua Igreja, que produzissem dignos frutos de santidade, cada um segundo o seu estado e vocação”. (Introdução à Vida Devota, Parte I, Capítulo 3)

Aspirar à perfeição - crescer em santidade – “viver em Jesus"- é um desafio formidável. Adotar uma vida virtuosa exige força e coragem. Renunciar ao pecado exige força e coragem. Fazer ouvidos surdos à tentação exige força e coragem. Num determinado dia, o nosso progresso no caminho da devoção pode ser marcado por sucessos ou fracassos.

Mesmo assim, esta aspiração à santidade se torna ainda mais difícil quando tentamos ser santos de um modo que não se encaixa com a etapa ou com o estado em que nossas vidas se encontram: um modo de vida que não tem nada a ver com quem somos. Pelo fato de todos sermos chamados à santidade, isto não significa que somos chamados a ser santos da mesma maneira. Francisco recorda-nos: "Devoção (santidade) deve ser exercida de forma diferente pelo cavalheiro, o trabalhador, o servo, o príncipe, a viúva, o jovem e as mulheres casadas. Eu pergunto, é próprio de um bispo querer viver sua vida na solidão como um monge? Ou que um homem casado não queira ter mais propriedades que têm um monge, ou um artesão passar o dia numa igreja ou um religioso estar constantemente sujeito aos chamados para ajudar os seus vizinhos, que é um trabalhar mais em sintonia com a vida do bispo?  Talvez esse tipo de santidade não estaria sujeita ao riso, confusão ou algo impossível de se viver?" (Ibid)

Francisco de Sales tratou de explicar o mesmo assunto, de outra maneira, numa conferência (sobre as virtudes de São José) para a antiga comunidade da Visitação: "Alguns dos santos sobressaíram em certas virtudes, outros em outras, e mesmo que todos salvaram suas almas, todos eles fizeram de forma muito diferente. Por que existem muitos tipos de santidade assim como existem santos." (XIX Conferência , p. 365)

Uma reflexão contemporânea sobre este assunto foi feita pelo ganhador do Nobel, autor premiado e sobrevivente do Holocausto, Elie Wiesel: "Há mil e uma portas que conduzem para o pomar da verdade mística. Todo ser humano tem a sua própria porta. Nós cometemos o erro de ir para o jardim por uma porta diferente daquela que nos corresponde." (Night, página 3)

Para termos certeza se existe verdadeiramente um modelo de santidade cristã, esse modelo é Jesus Cristo, aquele no qual todos nós fomos consagrados. Mas ser santo - assim como Jesus é santo - não significa ser como todo mundo. Pelo contrário, ser santo é ter a força e a coragem para ser quem e como Deus quer que sejamos, nos mesmos lugares, circunstâncias e relações em que nos envolvemos todos os dias.

O P. Michael S. Murray, OSFS é o Diretor Sênior do Centro Espiritual de Sales.

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