terça-feira, 30 de novembro de 2010

Pensamento de S. Francisco de Sales para o dia

"No céu, ama-se ininterruptamente, enquanto aqui até os maiores santos, tiranizados pela agitação das necessidades e exigências desta vida mortal, são forçados a sofrer inúmeros desvios, que, muitas vezes, lhes impede amar santamente" (DASal 3,180)

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Francisco estudante em Pádua (6)


Às voltas com os estudos e a vida austera, ficou gravemente enfermo. Os médicos diagnosticaram que mais nada tinham a fazer. Longe dos seus, Francisco colocou tudo nas mãos de Deus: “seja feita a tua vontade!”  Chegou a deixar o próprio corpo em testamento para que fosse usado em estudos de autópsia pelos médicos.

"Por que Cristo fala tantas vezes sobre o juízo e o fim do mundo? Para fazer-nos temer. Mas por que Ele quer que tenhamos medo? Para que amemos, porque o temos é o começo da sabedoria." (Sl 111,10) (DASal 9,144)

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Primeiro Domingo do Advento – Ano A – 28 de novembro de 2010



 As leituras de hoje, primeiro domingo do Advento nos convidam a andar nos caminhos da luz do Senhor. Chamam-nos a responder ao amor de Deus mudando o coração. São Francisco de Sales observa o seguinte: 

Maria que tinha um coração sem igual entregou sua mente, seu coração e sua alma a Deus sem reserva alguma. De maneira perfeita, superando qualquer outra criatura, sua vontade acatava a Vontade de Deus. Se houve alguma mudança em Maria, esta somente contribuiu para que ela continuasse avançando e amadurecendo na prática das virtudes, tornando imutável sua resolução de pertencer completamente a Deus. Não obstante, em nosso caso, devido as constantes vicissitudes da vida e da nossa constante disposição para mudar a maneira como nos relacionamos com os outros, frequentemente nos vemos obrigados a renovar as promessas que fizemos de aceitar e viver a palavra de Deus.

Como poderemos afirmar que pertencemos unicamente a Deus? Cuidando realmente de nosso coração toda manhã e toda noite. Deste modo consagraremos nossa mente, nosso coração e nosso corpo ao amor de Deus e a Seu serviço. A primeira coisa que devemos fazer cada manhã é preparar o nosso coração para que esteja em paz. Em seguida assegurar-nos que o coração retorne frequentemente a este estado de paz. Felizes são aqueles que caminham pelos caminhos do amor a Deus! Seus corações se converteram!

Vocês me perguntarão: como faço hoje para entregar a Deus meu coração, quando ainda está tão cheio de imperfeições? Como isso poderia agradar a Deus, quando poucas vezes me dediquei ai cumprimento de Sua vontade? E eu lhes perguntarei: Por acaso não sabem que Deus converte para o bem o nosso coração? Deus não nos disse: “Entreguem-me um coração puro como o dos anjos ou o de Maria.” Ele disse: “Entreguem-me seus corações”. Portanto, entreguem a Deus seus corações tal como estão, porque Ele somente deseja que vocês sejam o que são.

Esforcemo-nos para alcançar este amor que Deus deseja dar-nos. Da mesma maneira que os veados, ao serem perseguidos pelos caçadores redobram a velocidade, até o ponto de parecer que voaram, nós também devemos avançar na busca daquilo que Deus deseja para nós. Não nos limitemos somente a correr. Oremos a Deus para que nos conceda asas de pombas para com elas alçar voo nesta vida e que também nos ajudem a encontrar o descanso na eternidade.

(Adaptação dos escritos de São Francisco de Sales)

Destaque

“Despojemo-nos das ações das trevas e vistamos as armas da luz.”

Perspectiva Salesiana

Existe um sentido de urgência palpável nas palavras da carta de Paulo aos romanos para o dia de hoje: uma súplica urgente para que “despojemo-nos das ações das trevas” e para que vistamos “a armadura da luz”. Paulo é bastante específico quando descreve as “ações das trevas”. O comentarista bíblico William Barclay argumenta que a leitura desta descrição nos traz material suficiente para que examinemos e avaliemos quem somos e o que fazemos.

Fazer farra – promover tumulto e perturbar os demais em momentos que as pessoas decentes estariam descansando. Em geral este conceito se refere a pessoas que incomodam os outros.
A embriaguez – o estar intoxicado – literalmente envenenado, até o ponto em que alguém perde a razão, a disciplina e o sentido comum.

Exceder-se na sexualidade e na luxúria – Desejar consumir pelo desejo de sentir prazer sem pensar nas consequências ou no impacto que isso possa ter nos outros. Iludir-se pelo fato de não ter nenhuma norma moral.

Ser briguento – ser incapaz de relacionar-se com outras pessoas sem provocar brigas, controvérsias ou conflitos. Esta pessoa sempre quer ganhar ou que sempre quer ter razão.

Os ciúmes – sentir inveja dos benefícios ou da boa fortuna dos outros.

São Francisco de Sales nos diz que não é suficiente que abandonemos estas – ou outras más ações. Também devemos descartar nosso afeto –ou nossa atração – pelos mesmos: “Todos os israelitas saíram do Egito fisicamente, mas muitos deixaram preso lá o seu coração e nem todos  deixaram para traz sua atração por aquele lugar; é por isso que no meio do deserto muitos deles se lamentaram da falta de alimento e de lugares de entretenimento lascivo que havia no Egito. Do mesmo modo existe penitentes que dão as costas ao pecado porém não descartam sua atração pelo mesmo” (IVD Parte I, Cap. 7).

Porque devemos abandonar nossa atração pelo pecado, nossa tendência para seguir as más ações?  “Além de arriscar-nos perigosamente a cair novamente, estas vis tendências podem debilitar nosso espírito terrivelmente e podem se converter numa carga que nos impedirá de fazer boas obras pontuais, diligentemente e frequentemente” (Ibid)

O advento é o tempo da esperança: a esperança de que a promessa que nos foi feita com a vinda de Cristo será cumprida. Esta mesma esperança requer que examinemos seriamente se as obras que fazemos e/ou as que deixamos de fazer nos estão ajudando para que a esperança se torne uma realidade em nossas vidas e nas vidas dos outros. Que estamos dispostos a ir longe em nosso desejo de poder viver uma vida devota, quer dizer, de fazer boas obras pontuais, diligentemente e frequentemente? Se acreditarmos que a única tarefa é somente dar as costas ao pecado, porém, ao mesmo tempo não deixarmos nossa atração pelo pecado, então, simplesmente não estamos dispostos a ir demasiado longe.

O P. Michael S. Muray é o Diretor do Centro Espiritual de Sales

domingo, 21 de novembro de 2010

Pensamento de S. Francisco de Sales para o dia

"Se dissermos que queremos dar tudo, precisamos fazê-lo por completo. Devido à inconstância e volubilidade das nossas inclinações e caprichos, necessitamos renovar e reafirmar, cada hora, cada dia, cada mês, cada ano, a promessa e a palavra que damos de pertencer totalmente a Deus". (DASal9,298s)

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Cristo Rei - 21 de novembro de 2010



Hoje celebramos a Festa de Cristo Rei. São Francisco de Sales nos encoraja a aceitar o Reino de Cristo:

As abelhas sempre se mostram intranquilas quando não têm uma rainha. Mas quando sua rainha nasce se agrupam ao seu redor e cumprem seus desejos. Da mesma forma, nossos sentidos vagam eternamente arrastando atrás de si o nosso "eu interior", desperdiçando tempo e causando preocupação e ansiedade em nós. Tudo isso destrói a paz que é tão necessária ao nosso espírito humano. Nossos sentidos, nossa mente são como as abelhas místicas. Enquanto não temos um soberano, ou seja, enquanto não escolhemos a Nosso Senhor como nosso rei, nossas preocupações continuarão apoderando-se de nós.

Assim, quando escolhemos Nosso Senhor como nosso Rei, devemos nos submeter a Ele. Sua é singularmente bondosa no exercício da misericórdia e da justiça. A misericórdia de Deus faz com que escolhamos fazer a coisa certa, enquanto a justiça de Deus faz-nos rejeitar o mal. Nosso Senhor usa de misericórdia e justiça para extirpar tudo o que nos impede de experimentar os efeitos da Sua bondade. A justiça de Sua Majestade pode transformar nossa consciência através do entendimento. Mas essa tendência gerará em nós tendências que nos permitirão alcançar o nosso bem-estar. Deixar de lado o nosso velho homem para moldar o novo "eu em Cristo" pode nos causar sofrimento. Mas a misericórdia incomparável de Nosso Senhor abre nossos corações e restaurara a nossa saúde por meio do Espírito Santo, que enche nossos corações com amor sagrado.

A paz reinará onde Nosso Senhor é o Mestre. A fim de preservar a nossa paz, devemos cultivar uma intenção pura de trazer a glória de Deus em todas as coisas. Façamos todos os esforços possíveis, ainda que pequenos, para alcançar esse objetivo, e deixar que Deus cuide do resto. Nós oramos para alcançar a felicidade e para cumprir com os desejos do nosso Rei, da mesma forma que as abelhas fazem com a sua rainha, para que possamos começar nesta vida, e com a ajuda do amor de Deus, o trabalho que continuará no Céu junto à eternidade. Viva Jesus!

(Adaptado dos escritos de São Francisco de Sales)

Destaque

"Jesus, lembra-te de mim quando estiveres no teu reino." “Eu te digo hoje estarás comigo no Paraíso".

Perspectiva Salesiana

Francisco de Sales nos diz na introdução à vida devota: "Considere o amor eterno que Deus te deu. Antes que Nosso Senhor Jesus Cristo, que se fez homem, sofresse na cruz por ti, Sua Majestade divina pela sua bondade soberana já havia projetado tua existência e te amava muito”. (Introdução, Parte V, Capítulo 14)

Tão tentado como estava pelas vozes ao seu redor, dizendo-te que usará seu poder real para tua própria libertação ou benefício, Jesus passou seus últimos momentos, o último suspiro, para o benefício de todos. Foi com amor que ele prometeu o paraíso ao ladrão arrependido que lhe pediu com humildade e contrição.

Nesta festa do Reino de Cristo, a Igreja apresenta-nos duas imagens: Davi, o pastor-guerreiro, que foi designado para ser seu rei do seu povo, e Jesus, o verdadeiro rei, rejeitado pelo povo, crucificado e ridicularizado. Com Davi o reinado de Israel foi estabelecido para que dele saísse o Redentor de todos os povos. Mas, como Jesus viveu o seu chamado para ser rei? De acordo com São Francisco de Sales foi para "a perfeita entrega nas mãos de nosso Pai celestial e a esta perfeita indiferença a tudo aquilo que é a vontade de Deus." (São Francisco de Sales - Sermões de Quaresma, Sexta-Feira Santa, 1622)

Para Jesus, ser o rei significava ser um com o seu Pai. Ele vivia em perfeita união com Deus. Como diz Paulo em sua carta aos Colossenses: "é a imagem do Deus invisível.” Para Jesus, ser o rei significava dar-se todo para os outros. Ele deu tudo que tinha a cada pessoa em todos os momentos. Vemos isso em suas palavras para o criminoso arrependido na cruz: Jesus só falava da misericórdia e da aceitação.

Somos chamados a fazer o mesmo. Como cristãos, nossa primeira preocupação deve ser a união com o nosso Deus: "Senhor, é bom para mim estar com você, mesmo se você estiver na cruz ou em sua glória." (Introdução, Parte IV, Capítulo XIII) Francisco de Sales diz no Tratado do Amor de Deus: "O Calvário é o monte dos amantes." (Livro XII, Capítulo XIII) Seguindo o exemplo do nosso Rei, temos que falar de misericórdia e aceitação. Como Jesus, nós não somos chamados a condenar ou rejeitar, mas apenas para o amor.

Santa Leonia Aviat viveu a vida humilde e entregue como nos mostra as Escrituras do dia de hoje. Ela reconheceu e experimentou o sentido da fidelidade autêntica, do poder real: o de passar toda a vida com Deus para os outros. Como uma jovem fundadora de uma comunidade religiosa, as Irmãs Oblatas de São Francisco de Sales, a Madre Aviat se comprometeu em "esquecer-se completamente" e "trabalhar para a felicidade dos outros." O chamado para seguir Cristo ressoou em cada uma de suas palavras e de suas ações assim como ela trabalhava para dar às pessoas aqui na terra uma amostra do paraíso que Cristo prometeu a todos aqueles que o recordam.

Talvez seja esse o ponto. Que melhor maneira de pedir a Deus para que nos lembre de sua presença em cada dia, cada hora e momento? Que melhor maneira de acompanhar a Cristo no céu do que lembrar que temos que chegar aos outros aqui na terra?

O P. Michael S. Murray, OSFS é o Diretor do Centro Espiritual de Sales.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Reflexão Salesiana para o domingo 33º Domingo do Tempo Comum (Ciclo C)


14 de novembro de 2010

No Evangelho de hoje Jesus nos diz que, independentemente de qualquer situação que está acontecendo ao nosso redor, temos que perseverar em nossos esforços para segui-lo. Sobre este assunto, Francisco de Sales diz o seguinte:

Será que existe alguma sociedade, uma religião, uma instituição, um estilo de vida tão protegido que está isento dos ataques do mal? Dado que este perigo atinge tudo, é arriscado conviver com aqueles que se dedicam a fazer o mal. Quando confrontado com o mal, é preciso distinguir entre fatos reais e medos infundados. Deus não nos dá a força para lidar com o conflito imaginário, mas sim para o momento em que a necessidade exige. Muitos dos servos de Deus sentiram medo, quase perderam toda a sua coragem ao enfrentarem-se com os perigos fictícios. No entanto, nos momentos em que o perigo foi iminente, comportaram-se com bravura.

Se nos deixarmos levar por nossos medos infundados podemos perder nossa valentia e não faremos nada para tentar combater o mal. Temos de começar a trabalhar. O Senhor quer lutadores e vencedores do mal. Se sentimos que precisamos de coragem iremos gritar cheios de confiança, "Salva-nos Senhor". Se o nosso desejo de servir a Deus é sincero, mas nos falta força para pôr em prática esse desejo, ofereçamo-lo a ele, que nos dará a capacidade de realizá-lo. Deus irá renovar as nossas aspirações tantas vezes quanto seja necessário para perseverarmos neles. Basta sentir o desejo de lutar com coragem, cheios de confiança verdadeira para que o Espírito nos ajude.

Na medida em que continuarmos a fazer a vontade de Deus, Ele nos ajudará a triunfar em tempos difíceis. Entreguemos ao Senhor a nossa vontade e Ele a renovará para que assim possamos adquirir a coragem necessária e fará que perdure durante toda a nossa vida mortal. As crianças se sentem seguras estando nos braços de suas mães. Sentem que nada pode prejudicá-las enquanto não forem tiradas de suas mãos. Mesmo que os tempos conflitantes criem medo em nós, temos que segurar na mão do nosso "Deus Todo-Poderoso", que nos protege e nos põe a salvo.

(Adaptado dos escritos de São Francisco de Sales)

Destaque

“Para vós, que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, trazendo salvação em suas asas”

Perspectiva Salesiana

Sentir medo do Senhor é o princípio da sabedoria (Salmos 111: 10). Mesmo assim, o Salmista recorda-nos que este temor do Senhor (que está diretamente relacionado à aquisição da sabedoria) é apenas o começo: deve levar-nos a "seguir os preceitos de Deus,” deve levar-nos à ação.

Em outras palavras, ter medo do nome do Senhor deve nos levar a realizar as obras do Senhor!

Como ouvimos na segunda leitura de hoje, São Paulo certamente sabia disso: "Bem sabeis como deveis seguir o nosso exemplo, pois não temos vivido entre vós na ociosidade. Pelo contrário, trabalhamos com esforço e cansaço, de dia e de noite, para não sermos pesados a ninguém. Quem não quer trabalhar também não deve comer”.

Esse temor do Senhor – esse medo do nome de Deus - não se destina a nos paralisar. Não, o seu objetivo é claramente para nos motivar, nos fazer mudar, fazer com que trabalhemos – individual e coletivamente - na busca dos mandamentos do Senhor, para construir o Reino de Deus. Dito de outra forma, o temor de Deus não nos deve tornar passivos, ao contrário, deve tornar-nos ativos.

Isso deveria ser óbvio. Ainda assim, a mensagem oposta pode ser transmitida (involuntariamente) quando consideramos as vida e os legados dos santos que, entre outras coisas, sentiam claramente temor do nome do Senhor: "Quando pensamos em homens e mulheres santos através dos séculos, muitas vezes nos lembramos de esculturas, desenhos e pinturas em que todos os santos aparecem menos ativos. Nossos santos mais ativos muitas vezes não estão fazendo nada mais enérgico do que segurando um lírio ou piamente que olhando para o céu. E embora essas imagens possam vir a comover e inspirar, e mesmo que algumas vezes são úteis em momentos de contemplação, se estamos procurando modelos de ação e energia, estas imagens não são tão atraentes "(James Martin, SJ Patronos e Protetores: ocupações mais por Michael McGrath O'Neill)

É com esta visão que James Martin escreveu que "talvez o fato que mais temos ignorado na história cristã é o fato de que Jesus trabalhou. Podemos facilmente imaginar Jesus sendo instruído por São José, o carpinteiro. Na oficina de José em Nazaré, Jesus aprendeu sobre os materiais de sua arte... José ensinou a seu aprendiz a maneira correta de pregar um prego com o martelo, de cavar um buraco na madeira ou como nivelar uma prateleira." (Ibidem)

E quem teria temido o nome do Senhor e seguido os preceitos de Deus de forma mais clara e mais convincente do que Jesus? Gregory Pierce sugere que precisamos ver e experimentar o trabalho como "todo o esforço (remunerados ou não) que fazemos para tornar o mundo um lugar melhor, um lugar que se assemelhe mais à forma que Deus quer que as coisas sejam."(Espiritualidade e Trabalho, Página 18)

O trabalho, o trabalho de Deus é verdadeiramente a nossa carga na vida, a nossa razão de ser, a finalidade para a qual vivemos. Vamos olhar para a vida em Jesus, este trabalho pode ser árduo, demorado e frustrante. Ainda assim, o que pode ser mais gratificante do que usar toda nossa energia para tornar o nosso pequeno canto do mundo lugares em que o "sol da justiça" pode surgir nos corações e nas mentes de nossos irmãos e irmãs? O temor do Senhor é, em última instância, um convite - e não uma exigência - para fazer a obra do Senhor.

O P. Michael S. Murray, OSFS é o Diretor do Centro Espiritual de Sales. 

sábado, 6 de novembro de 2010

Uma frase muito bonita sobre a santidade

Para curtir neste domingo em que celebramos o dia de todos os Santos, São Francisco de Sales disse: "Observa tu a diversidade dos santos e pergunta como chegaram a isso; e aprenderás que os Apóstolos o alcançaram principalmente pelo amor; os mártires, por sua constância; os Doutores da Igreja, por sua meditação; os confessores, por sua abnegação; e todos, sem distinção, pela humildade." (DASal 7,205)

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O CHAMADO À SANTIDADE


Neste final de semana não temos os comentários do evangelho salesiano do final de semana, pois celebramos a festa de todos os santos, que em outros países se celebra no dia 1º de novembro. Então decidi transcrever este arquivo que tenho sobre a santidade na Espiritualidade Salesiana.  

O CHAMADO À SANTIDADE

1.       DEVOÇÃO: 

-
São Francisco de Sales não costumava usar a palavra espiritualidade. Falava da devoção. Ser devoto significava viver a vida cristã com seriedade, de maneira coerente e comprometida.
- Mas os estudiosos do santo dizem que santidade, perfeição cristã, perfeição da caridade, devoção são sinônimos.
- Santidade para todos: esta é uma das maiores contribuições de São Francisco de Sales para a espiritualidade cristã.
- “Na criação, Deus mandou as plantas produzirem seus frutos, cada um segundo a sua espécie. O mesmo mandamento dirige aos cristãos, que são plantas vivas de sua Igreja, para que produzam frutos de devoção, cada um segundo seu estado e condição. A devoção deve ser praticada em modo diverso pelo fidalgo, pelo artesão, pelo empregado, pelo príncipe, pela viúva, pela mulher solteira e pela casada. Porém, isto não basta: é necessário conciliar a prática da devoção com as forças, as obrigações e deveres de cada pessoa... É um erro e até uma heresia querer expulsar a devoção da corte dos príncipes, dos exércitos, da tenda do operário e da vivenda das pessoas casadas...Enfim, onde quer que estivermos, podemos e devemos aspirar continuamente à perfeição”. (IVD I, 3)

2.       UMA MENSAGEM SURPREENDENTE

- Santidade para todos: surpreendeu fortemente seus contemporâneos: o mundo pinta as pessoas devotas com um rosto sombrio, triste e melancólico – mal-humorados e insuportáveis. (IVD prólogo) e pensavam que santidade era para pouca gente, coisa de frades e monges, de beatas, de quem se retirava do mundo.
- Hoje: a palavra santidade não suscita grandes adesões e entusiasmos. Raramente se fala de santidade. Quando se fala: espiritualismo abstrato e desencarnado. Mentalidade antiquada. Longe dos valores atuais. Para muitos é coisa do passado. Para outros é um ideal demasiado elevado e custoso.
- contra tudo isso SFS quer mostrar que se pode viver no mundo, no meio das preocupações, vicissitudes, ocupações da vida e ser santos! Escreveu então a Introdução à Vida Devota. Produziu grande impacto. Para muitos é como se a religião tivesse sido libertada de duras cadeias.
- São Francisco de Sales se concentra no essencial: amor de Deus.
- Propõe uma santidade não como fuga do mundo, mas como ideal a conquistar.
- a IVD ou Filotéia representa a cristalização da mensagem salesiana da santidade laical, a santidade no mundo, a santidade para todos.

3.       SANTIDADE PARA TODOS

- Todos os crentes são chamados à santidade porque foram criados à imagem de Deus.
- Imprimir em nosso próprio ser, o ser de Deus.
- Fazer crescer e desenvolver em nós esta imagem e semelhança divina – desafio radical e a empresa mais apaixonante que um homem e uma mulher podem empreender.
- Fundamento: desígnio e vontade de Deus. Ele quer a nossa santidade!
Textos:
Ele nos escolheu antes da criação do mundo para sermos santos e imaculados no amor (Ef 1,4).
Sede perfeitos como vosso Pai do céu é perfeito. (Mt 5,48).
Santificados em Cristo Jesus, chamados a ser santos. (1 Cor, 1,2)
Conforme a santidade daquele que os chamou, sede também vós santos em todo o vosso proceder (1 Pd 1,16)
Aperfeiçoamos nossa santificação com o temor de Deus (2 Cor 7,1)
A fim de que o coração de vocês permaneça firme e irrepreensível na santidade (1 Ts 3,13)
- Cristo é o fundamento de toda santidade. A santidade constitui um dever primordial dos cristãos, porque na realidade consiste em viver de maneira coerente a vida cristã.
- Não se realiza somente com a vontade humana. A santidade não é resultado de esforços humanos. Provém de Deus, é dom de Deus. É Deus quem irrompe na história e na vida humana e nos arrasta, nos conduz à sua própria vida, a vida divina.
- Manter sempre muito viva a confiança na ajuda divina. Confiança a abandono são os eixos de toda a vida espiritual.
“Se aproveitássemos as inspirações celestiais em toda a plenitude de sua eficácia, logo faríamos progressos admiráveis de santidade”.

4.       ATUALIDADE DA MENSAGEM SALESIANA

- É importante sublinhar a atualidade da mensagem salesiana, principalmente do chamado à santidade para todos.
- O Concílio Vat. II, no cap. 5 da Lumen Gentium fala sobre a “vocação universal a santidade na Igreja”. O Concílio diz que a Igreja é “indefectivelmente santa”, porque Cristo a amou como sua esposa e se entregou a Si mesmo por ela para santificá-la; por isso na Igreja todos estão chamados à santidade. (LG 40 e 42). O Vaticano II usa quase as mesmas palavras que quase quatrocentos anos disse Francisco de Sales. Paulo VI disse que ele foi precursor do Concílio Vaticano II.
- O chamado à santidade constitui o autêntico pensamento eclesial. Paulo VI disse: “É o elemento mais característico de todo o magistério conciliar e, por assim dizer, seu fim último”. (SC) E João Paulo II: “É o momento de propor novamente a todos com convicção este alto grau da vida cristã ordinária”. (NMI 31 – Novo Milenio Ineunte)
- Contra a tendência ao conformismo, rotina ou mediocridade é preciso insistir na prioridade desta meta.
- A santidade é o pressuposto fundamental para a Igreja realizar sua missão. Vocação comum.
- Para nós: primado de Deus – acolher o amor e viver o amor.
- Neste sentido São Francisco de Sales é modelo para nós!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Altar de São Francisco de Sales em Santiago do Chile


Na Catedral de Santiago do Chile existe um altar dedicado a São Francisco de Sales e fica logo na entrada, à direita. Tentei tirar uma foto, pois a catedral é muito escura. Consegui o que mostra a foto. Existe uma explicação sobre cada altar e no de São Francisco consta uma pequena biografia.