sexta-feira, 18 de junho de 2010

Décimo segundo Domingo do Tempo Comum (20 de junho de 2010)


Destaque

"Minha alma tem sede de ti, ó Senhor, meu Deus."

Perspectiva Salesiana

O que significa ser "sedentos de Deus?
• Significa querer estar perto de Deus.
• Querer conhecer a Deus.
• Querer andar com Deus aqui na terra.
• Querer viver para sempre com Deus no céu.

Nosso desejo de nos unirmos a Deus se expressa através dos nossos esforços para manter a unidade entre nós. Estar com Deus não é suficiente. Temos também de agir como Deus, algo que tem sido bem descrito por Jesus quando diz: "Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados."

William Barclay sugeriu que essa fome - que esta sede - é típica daqueles que sofrem de fome, a sede daqueles que morrem sem uma gota de líquido. Isso nos faz perguntar se o nosso desejo de fazer justiça é realmente profundo. De todas as coisas que nós estamos com fome/sede, qual a prioridade que temos dado para o desejo de justiça?

Talvez aqueles que sentem este desejo não o vejam acontecer necessariamente nesta terra. Este mundo não é perfeito - não somos seres perfeitos, por isso não nos surpreendamos ou nos impactemos com o fato de que ainda temos um longo caminho a percorrer no esforço para fazer da justiça, uma realidade na vida de todas as pessoas. Mesmo assim, as bênçãos são dadas àqueles que, mesmo apesar das suas deficiências e fracassos, mantém-se com fome e sede para o que é certo e justo ... e continuam lutando para que isto se torne uma realidade em cada um dos “seus cantinhos do mundo”.

Francisco de Sales escreveu certa vez: "Eu sei que você tem uma dívida ... nunca tire dos outros o que é a sua parte" (Stopp, cartas, P69). Sentindo fome e sede de justiça de Deus significa que nós também devemos ser justos: temos de trabalhar para pagar a dívida que temos para com os outros. Isso obviamente levanta a questão: por que tenho uma dívida para com os outros? O que eu devo, talvez?
• Respeito.
• Reverência.
• Cortesia.
• Paciência.
• Honestidade.
• Veracidade.
• Generosidade.
Estar com fome de Deus - para sedentos de Deus requer (entre outras coisas) que atuemos como Deus: nos esforçemos para tratar os outros com o mesmo respeito, reverência, a mesma cortesia, a mesma paciência, a mesma honestidade, a mesma precisão e a mesma generosidade com que Deus nos trata.

Estamos com fome e sedentos?

Padre Michael S. Murray, OSFS é o Diretor Sênior de Vendas Centro Espiritual.

Reflexão Salesiana

No Evangelho de hoje escutamos o que Jesus diz para os discípulos que desejam segui-lo: devem estar dispostos a negar-se a si mesmos e carregar suas cruzes diárias. Para São Francisco de Sales negar-se a si mesmo quer dizer que devemos deixar de lado todos aqueles amores que não provém de Deus, para que Ele possa enchê-los com Seu amor divino. Quanto a carregar nossas cruzes ele comenta o seguinte:

As cruzes que encontramos fora, são excelentes, mas ainda melhores são aquelas que encontramos em casa. Na mesma medida com que resultam insuportáveis, valem muito mais do que jejuns e inclusive a austeridade. As cruzes que nós inventamos quase sempre valem pouco. Nós mesmos as criamos, portanto, não levam a uma transformação significativa.

A vida de Jesus confunde todos aqueles que intentam fazer pouco caso dos ensinamentos do Evangelho. O verdadeiro cristão sabe que toda a sua santidade vem da sabedoria da cruz. Esta sabedoria é totalmente oposta à sabedoria baseada na cultura. Carregar nossas cruzes significa que estamos dispostos a passar trabalhos, a suportar perseguições e insultos pelo bem da justiça.

Não desejem andar com cruzes maiores do que aquelas que hoje vocês carregam pacientemente. Não devemos desejar sermos mártires, quando de fato carecemos de coragem e da paciência necessárias para carregar as pequenas cruzes que se apresentam no cotidiano de nossas vidas. Muitas vezes não deixamos levar pelo desejo de coisas que temos e que jamais encontraremos, só para desviar nossa atenção daquelas coisas que, por pequenas que sejam, podem nos beneficiar imensamente.

É possível que na hora de assumir suas cruzes diárias sintam certa impotência. Mas, este sentimento de impotência os ajudará a colocarem-se nas mãos de Deus. Nosso Salvador deseja fazer de nossa carência de poder, seu Trono. O que não esperamos de nosso próprio poder, poderemos esperá-lo da graça de Deus, cuja divina bondade sempre está presente em nós.

(Adaptado dos escritos de São Francisco de Sales)

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