quarta-feira, 9 de junho de 2010

Como surgiu a Fundação da Visitação


Publico abaixo, o texto do Pe. Herbert Winklehner, OSFS sobre a fundação da Ordem da Visitação, por São Francisco de Sales. No dia 06 de junho celebramos os 400 anos de fundação desta Ordem.

Em 6 de junho de 1610 fundou Francisco de Sales (1567-1622) junto com a Santa Joana Francisca de Chantal (1572-1641) fundou a comunidade religiosa das Irmãs da Visitação de Nossa Senhora, também conhecida como “Salesianas” e “Visitandinas”.
As raízes da fundação, da qual se celebra 400 anos no ano 2010, chegam do ano 1598. Naquele ano Francisco de Sales viajou, enviado pelo seu bispo, para Roma, para relatar ao Papa a situação da sua diocese Genebra-Annecy. Além disso devia fazer um exame de bispo, porque foi previsto como sucessor do bispo de Genebra.

Francisca de Roma

Claro que Francisco de Sales passou brilhantemente pelo exame. Na sua estadia em Roma ficou conhecendo uma comunidade religiosa de mulheres bem especial, que tinha sido fundada pela Santa Francisca de Roma ou Francisca Romana (1384-1440) no começo do século 15 e que se tinham unido como “Oblatas” aos Beneditinos. Francisca Romana, como está sendo chamada queria entrar já como criança num convento, mas foi casada na idade de 11 anos com Lorenzo de Ponciani, o comandante do exército do Papa. Por quarenta anos era esposa e mãe de seis filhos. A Igreja de Roma estava, naquela época num estado deplorável. Era o tempo do Cisma, no qual existiam dois ou até três papas.

Roma estava destruída pela metade, lobos passavam pela cidade, na basílica de São Pedro pastavam ovelhas. Sempre de novo surgiram epidemias de peste e numa das quais morreram ta,bem dois filhos de Francisca. Durante a Grande Peste de 1417-1418 transformou Francisca uma parte da sua residência num hospital e dedicou-se, junto com outras mulheres, aos doentes de peste. No ano 1415, então, fundaram a comunidade de “Oblatas do Convento Beneditino de Santa Maria Nouva”. Em 1436, depois da morte do marido, ela mesma entrou nesta comunidade. Francisca faleceu em 1440 e foi canonizada em 1608. Seus restos mortais estão na igreja, tendo seu nome, Santa Francesca Romana. O especial da sua Comunidade das Oblatas era, que as Irmãs de um lado viviam uma vida monástica clássica segunda à Regra de São Bento, de outro lado saíram para a cidade para exercer atividades caritativas.

O especial da sua Comunidade de Oblatas era, que as irmãs de um lado viviam uma vida conventual clássica segundo as Regras e São Bento, de outro lado saíram para a cidade para lá exercer atividades caritativas.

Esta comunidade impressionou Francisco de Sales eficazmente. Desde a sua viagem para Roma no ano 1598 vivia nele a idéia de uma comunidade de mulheres, que servem a Deus na oração e no serviço aos pobres e desejava, que também um dia existisse na sua diocese uma comunidade parecida.
A Visão da Visitação

Em 8 de dezembro de 1602, Francisco de Sales foi sagrado Bispo da Diocese Genebra-Annecy. Logo se atirou no seu serviço episcopal, e especialmente se dedicou por pessoas em particular, que dele pediram aconselhamento e acompanhamento espiritual.

Eram também conflitos políticos a serem resolvidos. Um deles tratava do Condado de Gex, uma região que eclesiasticamente pertencia à Diocese de Genebra, politicamente, porém, ao Reino da França. Rei Henrique IV provocou uma surpresa, quando decidiu sem consultar a ninguém, entregar a administração deste Condado a André Frémyot, o Arcebispo de Bourges.

Francisco de Sales, como bispo local, não podia aceita isso sem mais nem menos, mas também não queria entrar na justiça com um processo. Para resolver a questão de bispo para bispo, aceitou um convite de Frémyot, de chegar na quaresma na cidade da Borgonha, Dijon, para fazer as Pregações Quaresmais. No tempo da sua visita ir-se-ia ter bastante tempo para esclarecer a questão.

Fins de fevereiro 1604 Francisco de Sales se preparou para esta viagem e estas pregações. Retirou-se por uns dias para sua casa paterna, o Castelo Sales perto de Thorens. Lá, então, ele tinha uma visão especial. Ele viu uma senhora nobre e bela, vestido de preto, passando pelas ruas de Annecy, acompanhada por outras senhoras, para atender lá pobres e doentes. Depois mudou a imagem e ele viu, como num vale começou a crescer uma arvorezinha e pouco depois os ramos desta árvore subiram por acima dos Picos das Montanhas da Sabóia.

Hoje há uma cruz de pedra naquele lugar, onde Francisco de Sales tinha aquela visão. A inscrição lembra que aqui Francisco de Sales previu a fundação da Visitação, que se ia espalhar além das fronteiras da Sabóia, para o mundo inteiro.


Santa Joana Francisca de Chantal

Encontro com Senhora de Chantal

Não muito depois, em 5 de março 1904, Francisco de Sales se encontra com esta dama nobre e bela, vestida de preto: Senhora Joana Francisca Frémyot, Baronesse de Chantal. Já era nesta época viúva, tinha quatro crianças pequenas para cuidar e tinha o mais vivo desejo de poder aprofundar a sua vida cristã. Francisco de Sales e Joana Francisca de Chantal sentiram desde o primeiro momento, que este seu encontro era a vontade de Deus.

Nos anos que se seguiram escreveram-se um número grande de cartas, uma vez por ano viajou a Baronesse para Annecy, para fazer lá fazer junto de Francisco de Sales retiros. Mais e mais amadureceu em Joana Francisca o desejo, seguir a Deus completamente e entrar num convento. Francisco de Sales rejeitou por um tempo este desejo e aconselhou-a de se concentrar completamente nisso, que era a sua tarefa primordial: a educação dos filhos e a preocupação com seus deveres como Baronesse de Chantal.

Nos retiros do ano 1607, porém, Francisco de Sales contou da sua idéia de fundar uma comunidade de senhoras, que deveriam servir a Deus na oração e no cuidado de pobres e de doentes. Joana Francisca relatou mais tarde, que diante desta idéia sentiu surgir dentro dela tranqüilidade interir que fez ela entender, que era justamente isso que Deus queria dela.

Últimos preparativos

Depois disso, as coisas nadavam relativamente rápidas. Em outubro 1609 se realizou um encontro com Francisco de Sales, Joana Francisca de Chantal, seu pai Benignus e seu irmão André. Nesta conversa se tratava, o que seria com os filhos, quando a mãe entrava no convento. A filha mais velha já estava entretanto já casada, . O filho mais velho Celso-Benigno devia ser educado pelo avô e entrar como pajem ao serviço da corte real francesa. As duas outras filhas deveriam morar tanto tempo com a mãe no convento, até também elas tivessem a idade para viverem sua própria vida.

Depois disso, Francisco de Sales começou procurar uma casa em Annecy, onde as primeiras senhoras pudessem viver. Uma amiga de Joana Francisca, Jeanne-Charlotte de Brechard, estava interessada nesta nova comunidade, como também Jacqueline Favre, a filha de seu melhor amigo Antoine Favre, e Anne-Jacqueline Coste, que Francisco de Sales tinha ficado conhecendo em Genebra. Barão e Baronesse de Cusy estavam dispostos, ceder sua “Casa da Galeria” à nova comunidade.

Em janeiro de 1610 faleceu de repente Charlotte, a filha mais nova de Joana Francisca. Fins de março ela deixa a Borgonha e viaja junto com sua filha Francisca e Jeanne-Charlotte de Bréchard para Annecy. O começo da nova comunidade era planejada para a Festa de Pentecostes, mas de uma vez o casal de Cusy não queria mais oferecer a casa, porque pensavam que esta nova comunidade seriam Carmelitas. Francisco de Sales teve com eles longas conversas, o que adiou a fundação.

A fundação
Em 6 de junho 1610, então, chegou a hora. São Francisco de Sales entregou Joana Francisca de Chantal o primeiro esboço da nova Regra com as palavras: “Segue este caminho, minha mui querida filha, e conduze neste caminho todas aquelas, que Ele elegeu para seguir suas pegadas”. Depois disso deu às quatro primeiras Irmãs da Visitação – Joana Francisca de Chantal, Jeanne-Charlotte de Bréchard, Jacqueline Favre e Anne-Jacqueline Coste – sua bênção e acompanhou-as ao seu novo convento, a “Casa da Galeria”.

Texto Original: Thaddäus Bote (Mensageiro de São Judas Tadeu).
Revista dos Oblatos de São Francisco de Sales na Suíça.
N°1, janeiro 2010/Ano 74.
AUTOR: Herbert Winklehner, OSFS
Tradução (português): Marcos Siefermann, OSFS

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