sexta-feira, 11 de junho de 2010

11º Domingo do Tempo Comum (13 de junho de 2010)

“Por esta razão, eu te declaro: os muitos pecados que ela cometeu estão perdoados porque ela mostrou muito amor. Aquele a quem se perdoa pouco mostra pouco amor”.(Lc 7, 47)




Perspectiva Salesiana

O Evangelho de hoje nos dá um exemplo poderoso daquilo que se pode chamar "um grande momento de ensino." 'Certo' fariseu desfruta de sua experiência no que diz respeito à lei e os profetas. Porém, parece que uma mulher, “conhecida na cidade como pecadora", tem maior compreensão da misericórdia de Deus e da generosidade encarnada na pessoa de Jesus.

Enquanto o fariseu, sem dúvida alguma, tem um grande conhe-cimento, é a mulher, "conhecida na cidade como pecadora", quem demonstra um grande amor, apesar dos seus pecados e das suas fraquezas.

Vale a pena considerar aqui a visão de Francisco de Sales no que diz respeito à relação entre o amor, o arrependimento e o perdão.

"Teótimo, juntamente com o sofrimento e a dor do verdadeiro arrependimento, Deus muitas vezes coloca o fogo sagrado do amor divino nas profundezas do coração de uma pessoa. É então que o amor se torna a água de nossas lágrimas, e estas, em uma segunda conversão, tornam-se um segundo e mais poderoso fogo do amor. Assim, pois, a bem conhecida amante arrependida, amou primeiro seu Salvador. Depois este amor foi convertido em lágrimas e, em seguida, as lágrimas foram transformadas em um amor que superava tudo. Assim, o nosso Salvador disse que seus muitos pecados lhe foram perdoados, porque ela amava muito ... É por isso que a penitência perfeita tem dois efeitos diferentes.Em virtude da dor e do repúdio, nos separa do pecado e daqueles aos quais estávamos unidos por uma delícia. Em virtude do motivo do amor – onde tem sua origem - nos reconcilia com Deus e nos une a Deus, de quem nos separamos ao menosprezá-lo. Portanto, é uma arte que, ao mesmo tempo que nos retira do pecado, na qualidade do arrependimento, torna a unir-nos a Deus na qualidade do amor "(Tratado, Livro II, capítulo 20)

É interessante observar o que São Paulo diz aos Gálatas, na 2ª leitura de hoje: “ninguém é justificado por observar a lei de Moisés, mas por crer em Jesus Cristo. Assim fomos justificados pela fé em Cristo e não pela prática da lei, porque pela prática da lei ninguém é justificado.” Francisco de Sales diz que após esta relação entre o arrependimento, o amor e o perdão "esse arrependimento amoroso é normalmente colocado em prática pelas elevações ou pelos movimentos do coração a Deus ... Assim, não é sem razão que algumas pessoas dizem que a oração justifica. A oração arrependida, o arrependimento suplicante, que eleva a alma a Deus e a reúne com a bondade de Deus, indubitavelmente obtém o perdão em virtude do amor santíssimo que lhe dá o movimento sagrado.” (Ibidem)

Como é irônico que a grande pecadora (ou o grande pecador, para qualquer um de nós) - ou pelo menos, que reconhece a realidade dos pecados, é aquele que melhor entende o amor e recebe o amor – e o perdão do seu Salvador!

O que podemos aprender com os nossos pecados ... com o nosso arrependimento... com a nossa hospitalidade ... com o nosso grande amor ... e ainda mais grandioso mesmo, do amor do nosso Salvador? Como podemos colocar isso em prática em nossos relacionamentos com os outros?
Padre Michael S. Murray, OSFS é o Diretor do Centro Espiritual de Sales.

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