sábado, 8 de junho de 2013

Reflexão Salesiana para o décimo Domingo do Tempo Comum - 9 de Junho de 2013


Destaque: "Ao vê-la, o Senhor sentiu compaixão para com ela"

Perspectiva Salesiana

O coração de Jesus é, entre outras coisas, todo compaixão. Como vimos repetidas vezes em cada um dos quatro Evangelhos, o coração de Jesus sempre se comove com as necessidades dos outros e procura atendê-las.
No Evangelho de hoje ouvimos como Jesus se comoveu pela dor da viúva, cujo filho tinha morrido. A compaixão que ele sentiu por ela o levou a aproximar-se do corpo, a pôr a mão sobre ele, e a ordenar que o jovem se levantasse. Quando o jovem retornou à vida, Jesus o entregou a sua mãe. A compaixão de Nosso Senhor não só criou vida, mas também produziu alegria e regozijo ao restabelecer a relação entre uma mãe e seu filho. 
Outra passagem da bíblia lida no dia de hoje fala do mesmo poder da ação de Deus através do profeta Elias. Um jovem foi trazido de volta à vida e à sua mãe, que era viúva. A ação de Elias ao ressuscitar o filho da mulher, tinha como intenção corrigir a noção de que Deus é muito vingativo, que desejava a morte como um castigo pelo pecado. De fato, a maravilhosa obra de Elias enfatizou o amor e a compaixão que Deus tem por todos aqueles a quem Ele quer salvar e reviver. 
Se olharmos para trás no fluxo da história sagrada perceberemos que milagres como a ressurreição dos mortos são um prenúncio do mistério da morte e ressurreição de Jesus. Ele morreu para expiar nossos pecados e ressuscitou para compartilhar a vida com a gente, para que possamos ter participação em Sua vida.
Jesus fala-nos do mesmo modo que falou com o jovem que tinha morrido: "homens e mulheres jovens, homens e mulheres, velhos, crianças, levantem-se!" 
E nós? Deus não nos convidou, desafiou-nos e nos mandou mostrar o seu poder, a Sua bondade amorosa e generosa em nossas relações com os outros? Jesus se comoveu pelas necessidades dos outros e mostrou a força do seu poder de perdoar, curar, alimentar, e até de ressuscitar.
Poderíamos dizer o mesmo de cada um de nós? 

P.Michael S. Murray, OSFS - Diretor do Centro de Espiritualidade de Sales. 
Tradução e adaptação: P. Tarcizio Paulo Odelli - SDB

Dos escritos de São Francisco de Sales

A leitura do Evangelho de hoje narra uma das três ocasiões em que Jesus ressuscitou alguém dos mortos. No entanto, a ressurreição do filho da viúva é específica do Evangelho de Lucas. Os três Evangelhos sinópticos registram a ressurreição da filha de Jairo, e só João narra o sucesso da ressurreição de Lázaro. Mas como Lucas é o único que conta a história de Naim, devemos estar conscientes das questões presentes nesta narrativa, e a ênfase dada por ele. Por exemplo, o fato de que a história centra-se em uma mulher, também viúva, reflete uma tendência de Lucas para revelar a preocupação que Jesus teve com as pessoas mais desfavorecidos da sociedade. Da mesma forma, todo o evento foi apresentado de uma forma que nos faz lembrar de uma ação similar realizada pelo profeta Elias, narrada na primeira leitura de hoje. Ao apresentar Jesus sob o mesmo ponto de vista que o profeta do século IX, que até então havia se tornado uma figura escatológica ligado ao advento do Messias, Lucas destaca as ações de Jesus como atos de significado escatológico e messiânicos.
Diferentemente da maioria dos milagres realizados por Jesus durante toda a sua vida, é importante que a fé não foi mencionada como o motivo que o levou a agir neste caso. Na verdade, a história parece sugerir que Jesus ressuscitou o homem movido unicamente por compaixão. A compaixão é uma força positiva muito poderosa. São Francisco em sua Introdução à Vida Devota escreveu sobre isso: 
"Um dos melhores exercícios que podemos fazer como parte de nossa prática da obediência é nunca deixar que nossas imperfeições nos oprimam. Embora a razão nos obrigue a sentir desgosto e vergonha quando cometemos uma falha, não podemos permitir que o desgosto seja marcado pela amargura, paixão ou ressentimento. Há muitas pessoas que se sentem culpados por isso. Que depois de deixar-se levar pela raiva, ódio, se enfurecem ainda mais ao perceberem que perderam seu temperamento, se preocupam pelo fato de terem-se preocupado, ficam indignados por terem sentido raiva, e nesse ciclo mantêm seus corações imersos e encharcados nas paixões. Alguém poderia pensar que uma segunda onda de raiva poderia cancelar a primeira, mas, na realidade, tudo o que faz é reacender a ira nas pessoas pelo ocorrido inicialmente. Assim como o pai que faz uma repreensão com brandura e afeto tem um efeito muito maior sobre os seus filhos, aquele que os reprime estando cheio de raiva, quando comete uma falta - se repreender o coração com calma e carinho, se mostrar compaixão para com ele, em vez de raiva contra ele, se encorajar a alterar o seu arrependimento pelo erro estará desenvolvendo através deste método algo muito mais profundo e mais eficaz”... (Tema Salesianos seleccionados , p. 5 . # 0012)
A compaixão despertou em Jesus o poder para ressuscitar alguém. Imaginem como essa mesma compaixão poderá contribuir para superar as nossas imperfeições e os nossos esforços para crescer na prática da devoção! 
(Adaptado a partir dos escritos de São Francisco de Sales) 

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