sexta-feira, 14 de junho de 2013

Reflexão Salesiana para o XI domingo do Tempo Comum - 16 de junho de 2013


Destaque: "Os muitos pecados que ela cometeu estão perdoados, porque ela mostrou muito amor. Aquele a quem se perdoa pouco mostra pouco amor".


Perspectiva Salesiana

Na vida sempre temos "momentos de aprendizado". E sabemos que são muito importantes ainda mais nos dias de hoje, quando devemos reaprender todos os dias. O Evangelho de hoje nos dá um exemplo muito forte de um destes momentos, ligados ao perdão e ao amor. "Certo" fariseu desfrutava de sua experiência no que diz respeito à lei e os profetas, mas não entendia nada de misericórdia, perdão, generosidade. Porém, uma "mulher conhecida na aldeia como pecadora", parece que teve maior compreensão da misericórdia e da generosidade de Deus, encarnada na pessoa de Jesus.
Embora o fariseu, sem dúvida, possuísse grande conhecimento, é a "mulher conhecida na aldeia como uma pecadora", quem mostra um grande amor, apesar de seus pecados e fraquezas.
Vale a pena considerar aqui a opinião de Francisco de Sales, no que diz respeito à relação entre amor, arrependimento e perdão.
"Teótimo, no meio das aflições e amarguras de um vivo arrependimento, Deus põe muitas vezes no fundo do nosso coração o fogo sagrado do seu amor. Depois este amor converte-se na água de copiosas lágrimas, as quais, por uma segunda transformação, são convertidas num maior fogo de amor. Foi assim que a célebre amante arrependida amou primeiramente o seu Salvador. Este amor converteu-se em lágrimas, e estas lágrimas num perfeito amor, pelo que Nosso Senhor disse que muitos pecados lhe eram perdoados, porque tinha amado muito.  Por esta razão, a penitência perfeita tem dois efeitos diversos: em virtude da dor e da aversão, separa-nos do pecado e da criatura a quem o prazer nos havia ligado, mas em virtude por motivo do amor donde procede, reconcilia-nos e reúne-nos ao nosso Deus do qual estávamos separados pelo pecado na sua qualidade de arrependimento, nos liga a Deus na qualidade de amor". (Tratado do Amor de Deus, Livro II, capítulo 20)
É interessante o que Francisco de Sales diz após esta mesma relação entre o arrependimento, amor e perdão tendo presente a segunda leitura de hoje, a carta de Paulo aos Gálatas: "Este arrependimento amoroso pratica-se ordinariamente por impulsos ou elevações do coração para Deus... Por isso, não é sem razão que algumas pessoas dizem que a oração justificava, porque a oração contrita, ou a contrição suplicante, elevando a alma a Deus e unindo-a à sua bondade, obtém sem dúvida o perdão, em virtude do santo amor que lhe dá o movimento sagrado". (Ibid)
É irônico que o grande pecador - ou, ao menos, aquele que reconhece a realidade de seus pecados, seja mais qualificado para espalhar o amor e para receber o amor - e o perdão de seu Salvador! O que podemos aprender com os seus pecados... com o seu arrependimento ... com a sua hospitalidade... com o seu amor... e até mesmo do grande amor do seu Salvador? 
Como podemos colocar isso em prática nas nossas relações com os outros?

P. Michael S. Murray, OSFS - Diretor do Centro de Espiritualidade de Sales. 
Tradução e adaptação: P. Tarcizio Paulo Odelli - SDB



Nos dias 10, 11 e 12 de junho estive em Curitiba, transmitindo a Espiritualidade Salesiana e a vida e obra de São Francisco de Sales para os noviços salesianos e para as lideranças da Paróquia Menino Jesus de Praga. Foram dias proveitosos de convivência e de novas aprendizagens. 


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