sexta-feira, 21 de junho de 2013

Reflexão Salesiana para o 12º domingo do Tempo Comum - 23 de junho de 2013

























Destaque: "A minha alma tem sede de ti, ó Senhor, meu Deus."

Perspectiva Salesiana

Deus derrama sobre nós seu espírito de graça e de oração. No salmo deste domingo (salmo 62) percebemos que somente Deus pode nos saciar. Vimos nestes dias as pessoas nas ruas bradando por mais justiça, mais respeito, mais honestidade, mais verdade... temos sempre sede de tudo isso e somente Deus nos encherá. Porém, também temos que agir COMO Deus. Este como é que faz a diferença.

O que significa estar "sedentos de Deus"?

Significa querer estar perto de Deus.
Desejar conhecer a Deus.
Querer caminhar com Deus aqui na terra.
Desejar viver com Deus para sempre no céu.

Nosso desejo de unir-nos a Deus deve se expressar por meio de nossos esforços para manter a união entre nós. Estar com Deus não é suficiente. Devemos também agir como Deus. Algo que foi dito nas bem-aventuranças: "Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão saciados."
 William Barclay sugeriu que essa fome - essa sede - é própria daqueles que sofrem de fome, sede dos que morrem sem uma gota de líquido. Isto faz-nos perguntar: o nosso desejo de justiça é realmente profundo? De todas as coisas que estamos com fome/sede, qual a prioridade que temos dado ao desejo que se faça justiça?
Pode ser que aqueles que sentem este desejo não necessariamente o vejam realizado nesta terra. Este mundo não é perfeito, não somos seres perfeitos, por isso não deve surpreender-nos ou chocar-nos que ainda temos um longo caminho a percorrer no esforço para fazer da justiça uma realidade na vida de todas as pessoas. Mesmo assim, as bênçãos são dadas para aqueles que, mesmo apesar das suas deficiências e falhas, continuam apegados a esta fome e sede por aquilo que é certo e justo... e lutam para que isso se torne uma realidade para cada um dos seus pequenos cantos do mundo.
Francisco de Sales escreveu certa vez: "Eu sei que você tem uma dívida... nunca tire dos outros aquilo que lhes corresponde" (Stopp, Letters, 69). Sentir fome e sede de justiça de Deus significa que devemos também ser justos: é preciso trabalhar para cumprir com a dívida que temos para com os outros. Isso obviamente levanta a questão: Por que eu tenho uma dívida com os outros? Acaso lhes devo alguma coisa? 
Eis a resposta:

Respeito.
Reverência.
Cortesia.
Paciência.
Honestidade.
Verdade.
Generosidade.

Estar com fome de Deus, estar sedentos de Deus requer, entre outras coisas, que atuemos como Deus: que nós nos esforcemos para tratar os outros com o mesmo respeito, a mesma reverência, a mesma cortesia, a mesma paciência, a mesma honestidade, a mesma veracidade e a mesma generosidade com que Deus nos trata.
Estamos famintos e sedentos?   

P. Michael S. Murray, OSFS - Diretor do Centro de Espiritualidade de Sales.
Tradução e adaptação: P. Tarcizio Paulo Odelli - SDB

Dos escritos de São Francisco de Sales


No Evangelho de hoje ouvimos Jesus dizer aos seus discípulos que se eles desejam segui-lo devem estar dispostos a negarem-se a si mesmos e carregar a sua cruz de cada dia. São Francisco de Sales negar-se a si mesmo significa que devemos deixar de lado todos os amores que não vêm de Deus, para que Ele possa encher com Seu amor divino. Como levar nossas cruzes, ele diz o seguinte:
As cruzes que encontramos fora são excelentes, mas melhor ainda são aquelas que encontramos em casa. Na mesma medida em que elas são insuportáveis, valem mais do que o jejum e inclusive a austeridade. As cruzes que nós inventamos quase sempre pesam muito pouco. Nós as criamos, portanto, não levam a uma transformação significativa.
A vida de Jesus confunde a todos aqueles que tentam ignorar os ensinamentos do Evangelho. O verdadeiro cristão entrega toda sua santidade na sabedoria da cruz. Esta sabedoria é totalmente oposta à sabedoria com base na cultura. Carregar nossas cruzes significa que estamos dispostos a passar trabalho, a suportar perseguições e insultos por causa da justiça.
Não desejem carregar cruzes maiores do que aquelas que hoje estão a suportar com paciência. Não devemos desejar ser mártires, quando na verdade não temos a coragem e paciência necessárias para carregar pequenas cruzes que enfrentamos diariamente. Muitas vezes nos deixamos levar pelo desejo de coisas que não temos, e que jamais encontraremos, apenas para desviar a nossa atenção das coisas que temos e que, por pequenas que sejam, podem beneficiar-nos imensamente.
È possível que na hora de assumir suas cruzes diárias sintam certa impotência. Mas este sentimento de impotência os ajudará a colocarem-se nas mãos de Deus. Nosso Salvador deseja fazer da nossa impotência Seu trono. O que não esperamos de nosso próprio poder, podemos esperar da graça de Deus, cuja bondade divina está sempre presente em nós.
(Adaptado a partir dos escritos de São Francisco de Sales)

Nenhum comentário:

Postar um comentário