Destaque: "O
que devemos fazer?"
Perspectiva
Salesiana
A multidão
pediu a João Batista: "O que devemos fazer?" É uma pergunta simples,
é uma pergunta desafiadora. É uma pergunta que potencialmente pode mudar nossas
vidas.
Você e eu
vivemos num mundo em que a vinda de Cristo já aconteceu. No entanto, este mundo
em que vivemos é também o lugar onde todas estas possibilidades ainda deevem
ser cumpridas.
Que devemos
fazer? Deveríamos tentar fazer isso
usando apenas o poder da vontade humana? Devemos sacudir os ombros e esperar
que as coisas saiam bem?
A resposta
para nós é a pergunta que João disse para a multidão há milhares de anos:
"Sejam generosos; sejam justos no seu trabalho; não exija dos outros mais
do que se deve ou pode; Resumindo: ao seguir a vontade de Deus, ao seguir o
exemplo de Jesus, ao cooperar com as advertências do Espírito, não estamos
fazendo nada a mais, nada de extraordinário! Não se trata de ser alguém
diferente de quem somos. Trata-se de tentar fazer mais pela vida que vivemos e
fazer mais com o que nós somos, para estarmos do lado da vida, da justiça e da
paz com os outros.
Francisco de
Sales acreditava nisso com firmeza. Ele nos adverte que devemos ser cautelosos
e não nos apressarmos em concluir que seguir Jesus, caminhar com Jesus e ser
Jesus na vida dos outros exija que façamos coisas extraordinárias. Francisco
diz claramente: "Seja quem você é e seja com perfeição." Queremos um
mundo que viva a paz, a esperança, a reconciliação, a justiça e justiça do
Reino de Deus mais perfeitamente. Queremos um mundo que mais claramente
incorpore o cumprimento da promessa que nos foi dada em Jesus. Queremos ocasionalmente
desfrutar da festa que nos espera no céu para sempre.
Que devemos
fazer? Vamos ser generosos. Façamos nosso trabalho e vivamos nossa vida com retidão.
Não tiremos nada dos outros, nem esperemos mais do que deveriam - ou não poderiam
dar. Seja quem você é. E isso será muito bom. Seja quem, o que, porque e como
Deus te criou, redimiu e inspirou a ser: realizado e feliz para o mundo, consigo
mesmo e para com os outros.
P. Michael S. Murray, OSFS - Diretor do Centro de
Espiritualidade de Sales.
Dos escritos de São Francisco de Sales
Na leitura do
Evangelho de hoje continuamos a ouvir as palavras de João Batista, que nos impele
para a conversão. Ele nos diz que devemos compartilhar nossa riqueza, que devemos
dar sentido as nossas atividades diárias e que devemos saber com certeza quem
somos e quem é o nosso Messias. São
Francisco de Sales diz:
João Batista
ama demais a verdade para deixar-se levar pela ambição. Ele vai avisando a todos
aqueles que vinham vê-lo que ele não era o Messias. Ele nos diz que devemos
examinar nossas ações e, neste processo, mudar aquelas que não contêm boas
intenções e aperfeiçoar aquelas que têm.
João Batista
foi uma pedra firme. Ele era um homem com inabalável estabilidade no meio das
novas circunstâncias. Ele teve a coragem de admitir quem ele era. Aquele que não
se conhece a si mesmo de verdade, nunca fica chateado quando é não valorizado e
tratado pelo que é. Quando Deus nos dá luz para que possamos conhecer-nos a nós
mesmos como realmente somos, este é um sinal de um grande processo de conversão
interior.
Ser cristão é
o título mais belo que podemos dar aos outros. Ainda assim, não é suficiente
que sejamos chamados de cristãos. Devemos viver de tal modo que se possa
reconhecer claramente em cada um de nós uma pessoa que ama a Deus com todo o
coração. Alguém que cumpre os mandamentos e que frequenta os sacramentos,
alguém que faz coisas que são dignas de um verdadeiro cristão.
Quando sabemos
que somos amados, nos sentimos obrigados a corresponder a este amor. O mesmo
acontece quando vivemos a nossa vida em Cristo. O amor sagrado de Cristo nos
pressiona de forma especial para que possamos partilhar nossa abundância com os
outros. A compaixão faz com que partilhemos os sofrimentos, as dores e as tristezas
com aqueles que amamos. Mães e pais sofrem com as aflições de seus filhos.
Quanto mais aumentar o nosso amor por alguém, mais profunda é a nossa
preocupação pelo seu bem-estar. O acompanhamos em seus sentimentos, seja na
alegria ou na tristeza. Nosso objetivo é agir com uma única intenção: ajustar-nos
a verdadeira imagem de Deus em nós. Jesus veio ao mundo para nos mostrar o
nosso verdadeiro eu em Deus.
(Adaptado dos
escritos de São Francisco de Sales)
Tradução e adaptação: P. Tarcizio Paulo Odelli - SDB
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