quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Reflexão Salesiana para o décimo oitavo domingo do tempo Comum - 05 de agosto de 2012


Destaque: "Naqueles dias, a comunidade dos filhos de Israel pôs-se a murmurar contra Moisés e Aarão no deserto..."

Perspectiva Salesiana

Se existe alguma coisa pior do que coisas ruins que nos acontecem é gastarmos tempo e esforço para reclamarmos delas.
Pense nisso. Quem de nós algum dia conseguiu, à custa de reclamações, mudar ou melhorar nossa situação de vida? Mesmo assim nos queixamos... e em nosso próprio detrimento.
Os israelitas passaram um tempo muito difícil no deserto? Claro que sim! Apesar de terem uma vida ruim no Egito, ao menos não tinham três refeições e uma cama? Sim! Por outro lado, no deserto, desfrutaram de algum conforto?  Pois bem, aparentemente, além de liberdade, não é realmente!
Mesmo assim, Deus os tinha libertado da escravidão. Deus lhes tinha dado líderes, cuja tarefa era levar os israelitas à Terra Prometida, um lugar onde corria leite e mel. No entanto, alguém se pergunta de onde os israelitas tiraram a ideia de que esta caminhada seria apenas um passeio, ou esta busca seria apenas um mar de rosas? No entanto se queixaram... coisa que mesmo hoje parece algo banal e mesquinho.
Agora analisemos aquilo que concerne a nós mesmos. Quem entre nós não foi tentado pelo desejo de começar a reclamar quando as coisas não vão do jeito que nós esperamos? Quando o nosso trabalho, nosso casamento, nossos relacionamentos tornam-se mais difíceis ou mais exigentes do que supúnhamos ou esperávamos? E para sermos totalmente honestos, quem dentre nós pode dizer que a reclamação muda a nossa sorte ou faz as coisas melhorarem? De fato, as queixas somente tornam nossa sorte mais dolorosamente difícil.
Francisco Sales é muito claro em relação às queixas constantes: "queixem-se o menos possível das coisas ruins que lhes acontecem. Que não haja dúvida de que uma pessoa que se queixa está cometendo um pecado, ao fazer isso, porque o amor próprio sente que as feridas são muito mais graves do que realmente são." (Introdução à Vida Devota , Parte III, Capítulo 3)
Então isso significa que nunca devemos fazer uma pergunta, uma reclamação ou falar de um problema? Não. Mas temos de ser sensatos quanto as pessoas que escolhemos para comentar nossas preocupações. Francisco dizia: "não se queixem com pessoas raivosas ou que gostam de criticar. Se aparecer um momento justo que mereça que nos queixemos com alguém, seja para corrigir uma ofensa cometida, ou simplesmente para restaurar a paz do nosso espírito, devemos fazer com alguém que é equilibrado e ama verdadeiramente a Deus. Caso contrário, ao invés de acalmar nossas mentes eles irão causar problemas piores, e em vez de ajudar a remover o espinho que lhes está fazendo mal o cravarão ainda mais profundamente em seus pés" (Ibid).
Não há dúvidas de que Deus escuta o clamor daqueles que se queixam. Porém, se formos sinceros. Por acaso não existe melhores maneiras de usar a palavra.... e coisas melhores para ocupar nossas vidas?

Padre Michael S. Murray, OSFS - Diretor do Centro de Espiritualidade de Sales.
Tradução: P. Tarcizio Paulo Odelli - SDB


A respeito do dia do padre, que se celebra neste final de semana:


O Papa Paulo VI escreveu uma belíssima carta sobre São Francisco de Sales, em 29 de janeiro de 1967. Nela, o Papa coloca São Francisco de Sales como precursor do nosso tempo. E citando S. Francisco, diz o seguinte a respeito dos padres: "A Igreja no decorrer dos tempos não pode resplandecer em santidade sem a presença de santos sacerdotes. E o sacerdote, mais do que qualquer outro cristão, é outro Cristo, sua santidade se irradia de Cristo, sacerdote eterno e aperfeiçoador da fé, tornando-se assim um sinal vivente da graça de Cristo. A sincera devoção à Mãe de Deus é necessária a todo fiel, mas, sobretudo para o sacerdote, pois ela, além de outros benefícios singulares, é o modelo de nosso amor a Deus, a Cristo e à igreja"

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