sexta-feira, 10 de junho de 2011

Reflexão salesiana para o final de semana - Domingo de Pentecostes - 12 de junho de 2011



As leituras de hoje contam que Jesus entregou Seu espírito aos discípulos. Desta forma, eles receberam o poder para continuar a sua missão de salvação de toda a família humana. São Francisco de Sales observa:

O Espírito Santo é como uma fonte de água viva que flui em nossos corações e assim pode irrigar o amor divino em nós. O amor divino é infinitamente superior a todas as outras formas de amor. O amor que o Espírito nos dá, confere poder para servir a Deus. O trabalho que fazemos, fundamentados no amor do Espírito, será cheio de vigor e virtude, e crescerá como a semente de mostarda. O fato de que o Espírito Santo não hesite em habitar em nós, é uma coisa maravilhosa.

Mesmo assim, o Espírito Santo não deseja entrar em nós sem o nosso consentimento. A primeira coisa que Deus faz é pedir nossos corações. Na medida em que estamos dispostos a receber o Seu amor, Ele continuará aumentando o amor sagrado em nós. Nosso Salvador prometeu que, se nos dermos ao trabalho de remar com o nosso barco, Ele nos levará a um lugar cheio de vida. Seu desejo infinito é que tomemos o remo em nossas mãos e avancemos. Ele faz tudo o que for possível para que possamos decidir. Ordena-nos, nos incentiva, encoraja-nos a fazê-lo. Se pegarmos o pequeno barco da Igreja para navegar entre as águas amargas deste mundo, Ele nos guiará rumo à vida eterna. No entanto, se recusará a nos levar até lá, se não fizermos a nossa parte, já que por natureza fomos criados para colaborar com ele.

Não é suficiente que sintamos uma inspiração que provém de Deus. Devemos consentir. Mesmo que dermos um mínimo de nossa aprovação, que felicidade vai ser! A inspiração divina, que nos dá o Espírito Santo veio sobre nós, misturando suas ações com o nosso consentimento, animam os nossos movimentos fracos, e revivem nossa frágil vontade de cooperação. As inspirações amorosas de Deus nos dão plena liberdade para decidir seguir ou rejeitar. Ainda assim, o amor de Deus faz com que a água flua entre as rochas, e converte os perseguidores em pregadores. Decidamo-nos a fazer, então, o que estiver ao nosso alcance. Devemos permitir que o Espírito Santo dirija nossas ações e nossos sentimentos no caminho do perdão, para que este, por sua vez, nos conduza à plenitude espiritual. Então, podemos partilhar a Boa Nova a todas as pessoas que encontrarmos no dia a dia.

(Adaptado dos escritos de São Francisco de Sales)

Destaque: "Estes homens que estão falando não são todos galileus? Como é que nós os escutamos na nossa própria língua?"

Perspectiva Salesiana

Mesmo falando diante de muitas pessoas, de muitas línguas e de muitas culturas, os apóstolos foram compreendidos por todos os ouvintes à medida que proclamavam as maravilhas que Deus tinha feito.

Como isto foi possível?

Incendiados pelo poder do Espírito Santo, os apóstolos falavam a linguagem do coração. Eles falavam com entusiasmo. Eles falavam com gratidão. Eles elogiavam e davam graças. Eles falavam do fundo de seu ser. Eles falavam com alma.

Em suma, eles falavam a língua universal, a linguagem do coração.
Nós somos mais humanos, somos mais divinos, quando falamos a linguagem do coração, quando falamos a linguagem do amor, quando falamos e ouvimos com a alma, quando as nossas palavras estão enraizadas no Verbo feito homem.

Como sabemos, por experiência própria, a comunicação envolve muito mais do que aquilo que vemos a olho nu... ou, o que podemos chegar a ouvir ou falar. A comunicação é por vezes mais fácil dizer do que fazer. Muitas vezes confundimos uma com a outra. Muitas vezes, presumimos que sabemos o que os outros estão pensando ou sentindo. Muitas vezes usamos as mesmas palavras para coisas diferentes. Muitas vezes temos maneiras diferentes de dizer a mesma coisa. Frequentemente ouvimos, mas falhamos na hora de ouvir. Nós sempre estamos falando, mas isso não é a mesma coisa que comunicar-nos... ou, falar de coração a coração.

São Francisco de Sales diz que o Espírito Santo vem para acender os corações de quem tem fé. Quando nós falamos e escutamos com nossos corações acessos pela felicidade, pela verdade e pela gratidão, o conflito dá lugar à compreensão, a confusão dá lugar à clareza, à distância dá lugar à intimidade, a tristeza dá lugar a cura, a frustração dá lugar ao perdão, a violência dá lugar à paz, o pecado abre caminho para a salvação.

Francisco Sales nos oferece este conselho: "Falem sempre de Deus como Deus, que dizer, com reverência e devoção, sem ostentação e sem afetação, mas com espírito submisso, cheio de humildade e de caridade. Destilem tanto quanto possam do delicioso mel da devoção (espiritualidade) e das coisas divinas, imperceptíveis aos ouvidos de uma pessoa para outra. Orem a Deus em sua alma para que possam agradá-lo e fazer com que o seu santo orvalho fique impregnado no mais profundo dos corações daqueles que vos escutam. É maravilhoso como o poder de uma proposta simpática e doce faz boas obras e atrai os corações dos ouvintes."

Como devemos falar, ouvir, praticar a linguagem do amor no dia de hoje?

O P. Michael S. Murray, OSFS é o Diretor do Centro Espiritual de Sales.

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