sexta-feira, 29 de abril de 2011

Reflexão Salesiana para o Segundo Domingo da Páscoa - 01 de maio de 2011



Destaque: "Ele mostrou-lhes as mãos e o lado."

Perspectiva Salesiana

Na véspera da crucificação e morte de Jesus, os apóstolos estavam trancados com medo. Eles temiam sofrer a mesma punição que o seu mestre.

Jesus aparece em suas vidas, mesmo que trancados: não só no espaço físico em que se tinham refugiado, mas Jesus também entrou na base de suas mentes e de seus corações. Jesus tenta acalmar seus medos, os desafios de estar em paz. Faz isso de um modo quase polêmico e misterioso, mostrando-lhes as feridas de suas mãos e o lado.

A experiência da ressurreição não removeu as cicatrizes das feridas que Jesus sofreu: as marcas da dor, desilusão, incompreensão, rejeição, humilhação, abandono, sofrimento e morte. Mesmo assim, apesar das feridas, a ressurreição de Cristo é uma demonstração poderosa de que a dor, a tristeza, o sofrimento e a injustiça - tão reais como foram - não tem a última palavra. Mesmo que o sofrimento fizesse parte da vida de Jesus, a vida ia além do sofrimento.

São Francisco escreveu: "Devemos lembrar que nosso Senhor nos salvou através de seu sofrimento e resistência e devemos trabalhar a nossa salvação através do sofrimento e da tristeza, suportando as feridas e doenças que agora nós encontramos." (Introdução à Vida Devota, Parte III, Capítulo 3)
Todos nós carregamos as feridas do fracasso, desilusão, engano e perda. Nosso coração, nossa mente, nossas lembranças - nossas almas - tem cicatrizes para provar isso. Como os apóstolos, também nós somos tentados a nos afastar dos outros, para fixar-nos num recanto emocional e espiritual, vivendo no medo de que uma nova dor ou outra decepção para vir até nós. Claro, ao retiramos a vida de uma forma figurada - morreremos - às vezes literalmente.

Jesus demonstra claramente, através de sua própria vida que nossas feridas não devem sobrecarregar-nos nem constranger-nos. Embora estas lesões possam ser permanentes, não devem privar-nos do nosso poder, ou da promessa de recuperação, renovação - a ressurreição - a menos que perdemos a esperança, a menos que nós nos deixarmos vencer pelos pregos da negatividade.

As feridas do nosso passado certamente deixaram sua marca no nosso presente, mas não determinam o rumo do nosso futuro. Voltemos para o amor de Jesus, que sabe o que significa ser ferido, e ele nos mostrará como o seguir, através e além de nossas feridas e das cicatrizes que elas deixam. São Francisco de Sales escreveu: "Voltem seus rostos para Cristo crucificado, nu, maldito, vilipendiado, oprimido e abandonado por todos os tipos de fadiga, tristeza, dor e trabalho." Jesus triunfou sobre as feridas da sua humanidade: e, assim, com a ajuda de Deus, podemos fazer o mesmo.

Podemos ter certeza que a vida pode ser dura. Tal como foi para Jesus, ainda assim nós podemos ser muito mais fortes.

O P. Michael S. Murray, OSFS é o Diretor do Centro Espiritual de Sales.


Hoje, no momento em que Jesus apareceu aos seus discípulos depois da ressurreição, podemos vê-lo no seu corpo glorioso e imortal. São Francisco de Sales nos diz o seguinte:

Observe como a fé dos apóstolos de Jesus foi abalada depois de sua crucificação! Todos estão reunidos em uma sala a portas fechadas com medo. Então, Jesus aparece no meio deles e os cumprimenta: a Paz seja convosco. Ele mostra as marcas e os símbolos da reconciliação da humanidade com Deus e diz: observem minhas mãos e meu lado. Por que isso? Para reafirmar a fé vacilante deles. Sem a presença de nosso Salvador sentiram timidez, faltou-lhes a força. É isso que acontece quando não se está com Deus. Eles estavam com medo. Como um navio em uma tempestade sem um capitão a bordo, este era o estado do pobre barco. Nosso Senhor apareceu aos seus discípulos, trazendo alívio para seus temores.

Que grande alegria experimentaram os Apóstolos quando viram o seu mestre novamente entre eles. Jesus reafirma sua fé acovardada, reaviva as esperanças perdidas e ilumina o santo amor de Deus. A fé, a esperança e o amor e sagrado são essenciais para nós durante a nossa vida na terra. Quando estivermos no céu, somente o amor sagrado perdurará. Nos dias depois da sua ressurreição, nosso Salvador dedica-se a fazer uma coisa, especialmente com seus discípulos e agora a nós: ensinar-nos que é preciso crer, esperar e amar.

Ele vem para restaurar a segurança neste local onde se vive com medo. Ele toma a nossa miséria e a enobrece. Precisam de força? Aqui estão as minhas mãos. Precisam de um coração? Aqui está o meu. Gentilmente, o seu poder nos dá forças. A fé viva reconhece o seu poder. Confortado pelo amor sagrado, a fé viva dedica-se a servir a Deus fielmente. Permaneçamos enraizados na fé, alegres na esperança, e no amor sagrado e fervoroso, nos quais podemos nos alegrar por toda a eternidade.

(Adaptado dos escritos de São Francisco de Sales, especialmente Oeuvres: Sermons)

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Reflexão Salesiana para o Domingo de Páscoa - 24 de abril de 2011


Hoje vivenciamos o triunfo de Jesus sobre a morte. Que alegria saber que o amor de Deus é mais forte que a morte! São Francisco de Sales comenta o seguinte:

"A ressurreição de Jesus nos enriquece com uma nova vida cheia de glória. Este era o ardente desejo que existia no coração do nosso doce Salvador, que, ao conseguir para nós a salvação, generosamente decidiu dividir conosco a sua glória. Em sua redenção, o amor de nosso Salvador, sendo mais poderoso que a morte, transborda, derrete nossos corações e nos transforma. Com sua chegada a este mundo Ele elevou a nossa natureza sobre todos os anjos, e, ao se transformar, nos faz à sua imagem e semelhança, que poderíamos chegar até a dizer que nos parecemos com Deus. Ao tornar-se um de nós, nosso Salvador assumiu a nossa semelhança e nos deu a Sua.

Reflitam sobre a natureza que Deus nos deu. É a maior que existe neste mundo visível. Tem a capacidade de alcançar a vida eterna e ser perfeitamente unida a perfeição com Deus. Como alimentamos esta união? Temos que começar por amar a divina semelhança do Criador, primeiro em nós mesmos e depois nos outros. Quando Maria Madalena foi ao túmulo, não reconheceu o Salvador, porque Ele estava vestido como um jardineiro. Ela não o viu do modo como queria vê-lo. Por acaso, não é o nosso Salvador, vestido como jardineiro que encontramos durante as provas que enfrentamos todos os dias? Abramos as portas do nosso coração para que o nosso Salvador possa saturá-lo com o amor divino. Então nós poderemos começar a servir ao jardineiro, assim como ele deseja que o façamos.

Nosso Salvador anseia poder plantar muitas flores no nosso jardim, porém, a seu gosto. Nossa tarefa é cultivar bem nossas almas e responder fielmente. Quando a primavera chega, as flores se renovam e nos trazem alegria. Chegará também um dia que nós nos elevaremos também a uma vida de felicidade eterna. Nosso desejo sincero deve ser o de atingir esse paraíso encantador. Encaminhemo-nos rumo a esta terra abençoada que nos foi prometida, deixando de lado tudo o que nos faz mal, tudo o que pode atrasar nossa viagem. Caminhemos, então, no jardim de Jesus ressuscitado. Este é um dia para nos alegrar"!

(Adaptado dos escritos de São Francisco de Sales)

Destaque

"A morte e a paixão de Nosso Senhor é o motivo mais doce e mais convincente que pode avivar nossos corações nesta vida mortal... os filhos da cruz se glorificam nisto, seu maravilhoso paradoxo, que muitos não entendem: a morte que devora todas as coisas, originou alimento de nossa consolação. Da morte, que é forte, acima de tudo, emanou o doce mel do nosso amor" (Tratado do Amor de Deus, Livro 12, Cap. 13)

Perspectiva Salesiana

Este, aliás, é o mistério central da nossa fé. Jesus deixa-se consumir através da sua paixão pela justiça, e por sua morte conquistou, de uma vez por todas, o poder da promessa da vida eterna.

O caminho da paixão, morte e ressurreição de Cristo foi pessoal: foi único. Foi planejado pelo Pai desde a eternidade. Jesus foi fiel à visão de Deus para com ele; Jesus aceitou sua vocação como humilde e manso Messias; Jesus sofreu a dor da morte; Jesus experimentou o poder de ressuscitar.

Deus planejou um caminho pessoal para cada um de nós desde a eternidade. Cada um de nós desempenha um papel único na revelação eterna da vida divina, do amor divino, da justiça divina, da paz divina e da reconciliação divina do Pai. Ainda assim, o caminho para a ressurreição é o caminho da cruz, o caminho da entrega, o caminho do desprendimento, o caminho para deixar de lado todas as coisas, pensamentos, atitudes e ações que não nos permitem encarnar a paixão de Cristo: a paixão por tudo o que é reto e verdadeiro.

Francisco de Sales oferece esta imagem no livro  9 do seu Tratado do Amor de Deus: "Deus mandou o profeta Isaias para se despisse completamente: isso fez o profeta, e, foi assim para a pregação por três dias completos (ou, como contam alguns, por três anos completos). Então, quando o tempo que Deus tinha determinado passou, Isaias se vestiu novamente. Também devemos tirar todos os afetos, grandes e pequenos e fazer exames frequentes de nossos corações para ver se eles realmente estão prontos para despir-se e tirar todas essas roupas, tal como fez Isaias. Então, na hora certa, devemos voltar a cobiçar com os afetos adequados para o serviço da caridade, para que assim possamos morrer nus sobre a cruz com o nosso Divino Salvador, e depois subir novamente como novas pessoas."

Devemos estar seguros de uma coisa: a morte diária de eu pessoal, que faz parte de uma vida de paixão, não se trata de morrer, mas de se despir, de deixar ir, para o nosso próprio bem. Tudo o que somos deve ser purificado, para assim poder viver uma vida de paixão e compaixão mais fiel e efetivamente. Deus não quer que deixemos que nosso eu morra por modéstia, mas que o nosso eu morra para que assim, paradoxalmente, possamos ser o que Ele nos chamou a ser.

"O amor é forte como a morte e morte para permitir-nos abandonar todas as coisas", escreveu São Francisco de Sales. "É tão magnifica como a ressurreição, que nos enriquece com a glória e a honra".

Esta glória, não está só reservada para o céu. Na medida em que morrermos a cada dia um pouco e experimentarmos o amor fiel de Deus no meio das adversidades, as provações e dificuldades, poderemos experimentar um pouco da ressurreição a cada dia.

Desejo a todos uma feliz e santa Páscoa do Senhor!

Reflexão Salesiana para o Domingo de Páscoa - 24 de abril de 2010


Hoje vivenciamos o triunfo de Jesus sobre a morte. Que alegria saber que o amor de Deus é mais forte que a morte! São Francisco de Sales comenta o seguinte:

"A ressurreição de Jesus nos enriquece com uma nova vida cheia de glória. Este era o ardente desejo que existia no coração do nosso doce Salvador, que, ao conseguir para nós a salvação, generosamente decidiu dividir conosco a sua glória. Em sua redenção, o amor de nosso Salvador, sendo mais poderoso que a morte, transborda, derrete nossos corações e nos transforma. Com sua chegada a este mundo Ele elevou a nossa natureza sobre todos os anjos, e, ao se transformar, nos faz à sua imagem e semelhança, que poderíamos chegar até a dizer que nos parecemos com Deus. Ao tornar-se um de nós, nosso Salvador assumiu a nossa semelhança e nos deu a Sua.

Reflitam sobre a natureza que Deus nos deu. É a maior que existe neste mundo visível. Tem a capacidade de alcançar a vida eterna e ser perfeitamente unida a perfeição com Deus. Como alimentamos esta união? Temos que começar por amar a divina semelhança do Criador, primeiro em nós mesmos e depois nos outros. Quando Maria Madalena foi ao túmulo, não reconheceu o Salvador, porque Ele estava vestido como um jardineiro. Ela não o viu do modo como queria vê-lo. Por acaso, não é o nosso Salvador, vestido como jardineiro que encontramos durante as provas que enfrentamos todos os dias? Abramos as portas do nosso coração para que o nosso Salvador possa saturá-lo com o amor divino. Então nós poderemos começar a servir ao jardineiro, assim como ele deseja que o façamos.

Nosso Salvador anseia poder plantar muitas flores no nosso jardim, porém, a seu gosto. Nossa tarefa é cultivar bem nossas almas e responder fielmente. Quando a primavera chega, as flores se renovam e nos trazem alegria. Chegará também um dia que nós nos elevaremos também a uma vida de felicidade eterna. Nosso desejo sincero deve ser o de atingir esse paraíso encantador. Encaminhemo-nos rumo a esta terra abençoada que nos foi prometida, deixando de lado tudo o que nos faz mal, tudo o que pode atrasar nossa viagem. Caminhemos, então, no jardim de Jesus ressuscitado. Este é um dia para nos alegrar"!

(Adaptado dos escritos de São Francisco de Sales)

Destaque

"A morte e a paixão de Nosso Senhor é o motivo mais doce e mais convincente que pode avivar nossos corações nesta vida mortal... os filhos da cruz se glorificam nisto, seu maravilhoso paradoxo, que muitos não entendem: a morte que devora todas as coisas, originou alimento de nossa consolação. Da morte, que é forte, acima de tudo, emanou o doce mel do nosso amor" (Tratado do Amor de Deus, Livro 12, Cap. 13)

Perspectiva Salesiana

Este, aliás, é o mistério central da nossa fé. Jesus deixa-se consumir através da sua paixão pela justiça, e por sua morte conquistou, de uma vez por todas, o poder da promessa da vida eterna.

O caminho da paixão, morte e ressurreição de Cristo foi pessoal: foi único. Foi planejado pelo Pai desde a eternidade. Jesus foi fiel à visão de Deus para com ele; Jesus aceitou sua vocação como humilde e manso Messias; Jesus sofreu a dor da morte; Jesus experimentou o poder de ressuscitar.

Deus planejou um caminho pessoal para cada um de nós desde a eternidade. Cada um de nós desempenha um papel único na revelação eterna da vida divina, do amor divino, da justiça divina, da paz divina e da reconciliação divina do Pai. Ainda assim, o caminho para a ressurreição é o caminho da cruz, o caminho da entrega, o caminho do desprendimento, o caminho para deixar de lado todas as coisas, pensamentos, atitudes e ações que não nos permitem encarnar a paixão de Cristo: a paixão por tudo o que é reto e verdadeiro.

Francisco de Sales oferece esta imagem no livro  9 do seu Tratado do Amor de Deus: "Deus mandou o profeta Isaias para se despisse completamente: isso fez o profeta, e, foi assim para a pregação por três dias completos (ou, como contam alguns, por três anos completos). Então, quando o tempo que Deus tinha determinado passou, Isaias se vestiu novamente. Também devemos tirar todos os afetos, grandes e pequenos e fazer exames frequentes de nossos corações para ver se eles realmente estão prontos para despir-se e tirar todas essas roupas, tal como fez Isaias. Então, na hora certa, devemos voltar a cobiçar com os afetos adequados para o serviço da caridade, para que assim possamos morrer nus sobre a cruz com o nosso Divino Salvador, e depois subir novamente como novas pessoas."

Devemos estar seguros de uma coisa: a morte diária de eu pessoal, que faz parte de uma vida de paixão, não se trata de morrer, mas de se despir, de deixar ir, para o nosso próprio bem. Tudo o que somos deve ser purificado, para assim poder viver uma vida de paixão e compaixão mais fiel e efetivamente. Deus não quer que deixemos que nosso eu morra por modéstia, mas que o nosso eu morra para que assim, paradoxalmente, possamos ser o que Ele nos chamou a ser.

"O amor é forte como a morte e morte para permitir-nos abandonar todas as coisas", escreveu São Francisco de Sales. "É tão magnifica como a ressurreição, que nos enriquece com a glória e a honra".

Esta glória, não está só reservada para o céu. Na medida em que morrermos a cada dia um pouco e experimentarmos o amor fiel de Deus no meio das adversidades, as provações e dificuldades, poderemos experimentar um pouco da ressurreição a cada dia.

Desejo a todos uma feliz e santa Páscoa do Senhor!

domingo, 17 de abril de 2011

Pensamentos de São Francisco de Sales

"Tomar a nossa cruz e seguir a Jesus Cristo não significa outra coisa que tomar e receber, de bom grado, todas as penas, contrariedades, aflições e mortificações que se apresentarem em nossa vida. Ao renunciar a nós mesmos, fazemos ainda alguma coisa que nos contenta, pois é nós que agimos. Mas importa tomar a cruz que se nos impõe. Nisso há menos escolha nossa e, por isso, muito mais perfeição. Nosso Senhor mostrou claramente que não devemos escolher as nossas cruzes, mas que temos que tomar e aceitar aquelas que nos são apresentadas. Dessa forma imitamos a Nosso Senhor que não escolheu a sua própria cruz, mas aceitou humildemente a que lhe foi preparada." (Sermões, 2; C.C. IX, p. 18)

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Reflexão Salesiana de domingo - Domingo de Ramos - 17 de abril de 2011



Hoje caminhamos com Jesus rumo ao Monte Calvário. Pela sua morte na cruz todos nós experimentamos o amor abnegado que Ele sente por nós. Nós também somos chamados a imitá-lo. São Francisco de Sales diz:

Ao contrário da sabedoria do mundo, os cristãos verdadeiros e que buscam a santidade, depositam toda a sua perfeição na loucura da cruz. Todos os Santos foram sábios na loucura de seguir a Jesus. Eles sofreram a humilhação e o desprezo dos eruditos, dos apreciadores da cultura. Mesmo assim, eles lavaram os pés e as mãos nas águas sagradas do perdão. Nós também devemos limpar o nosso trabalho e os nossos afetos, para poder glorificar a Deus.

Como fizeram os santos, devemos ir para o Monte Calvário com nosso Senhor, trabalhar e suportar a perseguição. Quando os problemas internos e externos se apoderam de vocês, tomem boas resoluções e, tal como faria uma mãe que salva seu filho do perigo, depositem-nas nas chagas de nosso Senhor e peçam que os proteja, tanto a vocês como a elas. Permaneçam ai, no abrigo sagrado e aguardem até que a tempestade passe. Com a ajuda de Deus progrediremos muito. Como nos mostra Jesus, o fato de que possamos pecar não significa que temos poder, pelo contrário, significa que ficamos indefesos. Mesmo as perseguições que Jesus teve que suportar nas mãos dos seus inimigos não foram suficientemente poderosas para destruir o amor constante e incomparavelmente forte que o nosso Salvador tem para com todos nós. Assim deve ser o amor que devemos ter uns pelos outros: firme, ardente, forte e perseverante.

Quando aceitamos amar de forma divina, livrando-nos da nossa vontade, lembramo-nos dos pássaros que migram. Então migramos de um mundo invernal, onde os nossos corações são frios e gelados, para a primavera, onde o amor de Deus é o sol que aquece o coração humano. Este Fogo Sagrado nos enche de amor infinito e totalmente comprometido. Esse amor nunca irá dizer: "Basta." Nosso Salvador nos amou com um amor tão fervoroso e perseverante, que mesmo a morte não conseguiu esfriá-lo. O amor divino é mais forte que a morte. Oxalá permaneçamos sempre aos pés da Cruz de Nosso Salvador, a fim de nos alimentar de Seu amor abnegado, ao qual somos chamados a imitar.

(Adaptado dos escritos de São Francisco de Sales, especialmente o Sermão)

Destaque

"A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo..."

Perspectiva Salesiana

Santa Joana de Chantal disse isso sobre a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo: "A Igreja propõe o domingo da paixão para lembrar-nos dos sofrimentos de nosso Salvador... através dos quais a nossa redenção foi conseguida. Nossa redenção iniciou a partir do momento da concepção adorável do Verbo eterno no seio da Virgem, sua Santa Mãe, e foi concluída com a paixão do Salvador. Este domingo nos lembra que devemos nos preparar, recordando as tribulações e sofrimentos de nosso Salvador... considerando o que Deus tem feito por nós e nos dando incentivos para o imitarmos. E, se fosse necessário, como diz a Escritura, que o Filho de Deus entrasse em sua glória e em seu reino depois de passar uma infinidade de provas e tribulações. E estamos enganados se pensarmos que podemos entrar nele de outra maneira. Amemos: amemos os nossos pequenos sofrimentos e preparemo-nos considerando os sofrimentos de Nosso Senhor... Lutemos para deixar nosso amor-próprio, nossas inclinações, tudo o que corrompe nossa natureza e assim Deus nos permitirá viver uma vida nova em sua graça neste mundo e, em seguida, em sua glória para sempre, entregando-se a si mesmo como uma recompensa pelo nossos pequenos trabalhos."(Exortação Conferências XI, página 117-118)

Santa Joana também nos ajuda a ver que a paixão de Jesus não é apenas sofrimento: trata-se, em última análise, de ser obediente, de mente aberta e de ter confiança na Divina Providência. "É um ponto real e da mais alta e sublime perfeição quando nos entregamos totalmente, quando abrimos nossa mente e obedecemos aos eventos da Divina Providência. Se realmente nos entregarmos a Providência, nos sentiremos felizes já aqui ou a cem quilômetros daqui. E ainda mais na Providência teremos mais o prazer de Deus e menos o da nossa própria satisfação. Não teria nenhuma consequência se fossemos exaltados ou humilhados, se fossemos guiados por uma mão ou por outra, se sofrêssemos uma seca ou aridez, nem luto, nem a privação ou se fôssemos consolados pela Divina Providência e desfrutando de Deus. Na verdade, deveríamos manter-nos nas boas mãos deste grande Deus, como tecido nas mãos de um alfaiate que o corta de cem modos diferentes para usá-los como ele o deseja à medida que desenha e sem que nada o distraia nem o detenha. Portanto, suportaremos que a mão poderosa de Deus nos corte, nos martele e nos esculpa de acordo com a sua vontade e seus desejos, e assim fazer-nos pedras dignas para decorar a sua construção."(Palestra XLI pp 280-281)

Agora que refletimos sobre a Paixão de Jesus, sobre a generosidade de Jesus, a obediência de Jesus, a entrega Jesus, temos a oportunidade de examinar nossa própria paixão pela justiça, nossa própria generosidade para com os outros, nossa própria obediência à Vontade do Pai e a nossa própria disposição para nos entregarmos e para que os nossos corações, nossas mentes e nossas ações possam refletir mais precisamente o amor de Deus, que nos chama todos os dias para continuar o ministério de Jesus do modo como estamos vivendo nossa vida no momento presente.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Dia a dia com São Francisco de Sales

O dia 11 de abril de 1591 era sexta-feira santa. Francisco teve autorização de seu preceptor Déage para passar a noite de quinta-feira santa a sexta-feira santa na comunidade dos padres de Santo Antônio, em Pádua, quando era estudante de Direito. Depois de um sermão do P. Jesualde, Francisco, na companhia de outros penitentes, se aplicou disciplinas tão severas que ficou todo ensanguentado. Era o tipo de espiritualidade da época. "Se uma alma não tiver primeiro um profundo conhecimento de suas misérias e do seu nada, não pode ter uma verdadeira confiança em Deus."  Outra frase de Francisco para meditarmos: "Nunca espalhe palavras, se não há esperança que façam o bem."

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Reflexão Salesiana - Quinto Domingo da Quaresma – 10 de abril de 2011


Hoje, ao ressuscitar Lázaro dentre os mortos, Jesus nos exorta para que acreditemos e vivamos Nele.  São Francisco de Sales nos explica o que significa viver no Espírito de Jesus: Jesus quer dar vida àqueles que morreram, para, com isso, testemunhar o amor que Deus tem por nós. Ele se dirige àqueles que estão morrendo por causa do pecado, para reiterar que todos nós podemos ouvir a voz de Deus através do espírito. O Espírito gentilmente nos desperta para uma nova vida humana. Não importa o quão fracos são os nossos corações por causa do pecado, pois o Espírito fortalece um amor sagrado que é reparador e revigorante. O Espírito Santo é como uma fonte de água viva que flui em cada parte do nosso coração, para espalhar o amor divino nele.
Todos os nossos afetos são o amor. No amor, desejamos, sentimos a esperança e o desespero, o medo, o ódio, evitamos coisas, sentimo-nos tristes, com raiva, e nos alegramos. O amor é o fundamento da nossa vida vivida no Espírito de Jesus. Quando o amor divino reina em nossos corações, transforma todos os nossos afetos que escolhemos para que desta forma possamos viver, caminhar e trabalhar no Espírito de Jesus. O Espírito não tem intenção de entrar em nossos corações, sem a nossa permissão. Ele inundará com o amor divino somente se colaborarmos.  Então, o que podemos fazer para nutrir nosso espírito, de modo que o Espírito de Jesus possa habitar nele? Quando permitimos que somente a razão guie os nossos desejos, sentimentos e emoções estamos vivendo o "espírito" Ao contrário, vivemos na "carne" quando permitimos que nossos desejos, sentimentos e emoções determinam nossas ações. Escolhamos inequivocamente a vida no espírito.
Quando um doente toma apenas uma parte do remédio receitado, tem uma recuperação parcial.  Assim acontece com o amor divino. O Espírito enche-nos de santo amor na medida em que estamos de acordo em aceitá-lo em nossas vidas. Portanto, não só devemos estar preparado para receber o amor de Deus que está as portas do nosso coração, mas também devemos recebê-lo com total consentimento. Precisamos alimentar este amor, guiados pela razão e pela sabedoria sagrada. Completamente impregnados pelo amor do Espírito, nossos corações nos levam a praticar atos sagrados que nos conduzem progressivamente para a glória imortal. Aceitemos esta nova vida humana no Espírito de Jesus que nos levanta, caminhando para a glória eterna.
(Adaptado dos escritos de São Francisco de Sales)

Destaque

"Porei em vós o meu espírito, para que vivais, e vos colocarei em vossa terra.”
“O Espírito de Deus mora em vós.”

Perspectiva Salesiana 

Em vez de falarmos sobre o que Francisco de Sales diz sobre a vida no Espírito de Deus, vamos permitir que ele mesmo fale o que escreveu sobre o assunto. 

"Viver de acordo com o espírito significa pensar, falar e agir de acordo com as virtudes que residem no espírito e não de acordo com os sentidos e os sentimentos que residem na carne. Devemos fazer uso e aprender a dominá-los e não viver de acordo com eles. Mas, as virtudes espirituais devem ser cultivadas e tudo o mais deve ser sujeito a elas." 

"Quais são as virtudes do espírito? Existe a fé que revela algumas verdades que não são acessíveis aos sentidos; a esperança que nos faz lutar por coisas que não podemos ver; a caridade, que nos faz amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, não com um amor sensual, natural ou egoísta, mas com um amor que é puro, sólido, que nunca muda e é baseado em Deus."

"O espírito que depende da fé, cresce na coragem quando se depara com dificuldades porque sabe muito bem que Deus ama, apoia e ajuda os necessitados quando eles colocam sua esperança em Deus. A razão humana, ao contrário, quer saber tudo o que acontece porque imagina que se não tem nada a dizer sobre algo é que este algo não é bom; o espírito, ao contrário, se apega em Deus e muitas vezes alega que coisas que não são de Deus, não importa... "

"Viver de acordo com o espírito significa fazer coisas que o Espírito de Deus nos pede que façamos, dizendo as palavras e pensando os pensamentos que Deus quer. E quando eu escrevo "dizendo as palavras e pensando os pensamentos que Deus quer", refiro-me àqueles pensamentos e palavras controlados por nossa vontade. Eu me sinto infeliz, porém, como a caridade exige que eu fale, vou falar. Isso é o que as pessoas que vivem no espírito fazem. Fui desprezado e me regozijo: é isso que os apóstolos fizeram. Assim, pois, viver de acordo com o espírito é fazer o que fé, a esperança e a caridade nos ensinam que devemos fazer, quer em relação a coisas temporais quer em relação às coisas espirituais." 

"Vivam plenamente no Espírito; vivam calma e pacificamente. Tenham confiança de que Deus os ajudará. Em qualquer situação que passarem, repousem nos braços da misericórdia e da bondade de Deus. Que Deus esteja sempre com vocês."

O Espírito está vivo em nós, ativo em nossas vidas, moldando nossas atitudes, impelindo nossas ações. Isso é óbvio para todos aqueles com quem nos encontramos todos os dias.

Ou não? 

(Estas citações são tiradas totalmente de uma carta escrita em abril ou maio 1616 para a Irmã Marie-Bloney de Aimeé, Mestre de Noviças da Visitação de Lyon, França. Pode ser encontrada em cartas selecionadas de S. Francisco de Sales. Traduzidas com uma Introdução por Elisabeth Stopp. Publicadas em 1960 pela Harper & Brothers)

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Pensamentos de São Francisco de Sales

Não nos esqueçamos da máxima dos santos que nos ensinam que todos os dias temos que propor-nos avançar no caminho da perfeição. Não nos admiremos ao encontrar imperfeições em nós e coisas para corrigir. Nunca a obra está completa. Com bom ânimo e sempre de novo, tem que se começar". (Cartas 1049; O.C. XVI, p. 312)