sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Reflexão Salesiana para o 7º domingo do Tempo Comum - 23 de Fevereiro de 2014

Destaque: "Vós ouvistes o que foi dito... Eu, porém, vos digo... 
 Perspectiva Salesiana

No Evangelho de hoje Jesus retoma as suas palavras do domingo passado, acrescentando mais coisas. Diz que não devemos assegurar-nos de que as represálias que fazemos são justas, mas, que não devemos fazer nenhum tipo de represália. Não é suficiente amar os nossos vizinhos enquanto nós odiamos nossos inimigos. Também devemos amar os nossos inimigos, orar por aqueles que nos perseguem. Quando alguém nos pede para andar uma certa distância, tentemos ir além. Quando nos solicitarem para ajudar, devemos fazer tudo que estiver ao nosso alcance, sem esperar qualquer retribuição por nossa generosidade. Se alguém nos bate numa face, ofereçamos a outra.
No entanto, seria errado se interpretássemos as palavras de Jesus como um  convite para sermos fracos, para ser objetos de decoração, ou tapetes onde todo mundo pisa: há certos momentos a vida de uma pessoa que ela deve fazer o que é certo, mesmo que se mostre com uma cara de brabo. Isso também aconteceu com Jesus durante a sua vida. O desafio é, então, aprender a nos defender dos outros, mas sem permitir que se gere ódio em nossos corações para com eles. Como nos recorda o livro do Levítico: "Embora às vezes tenham que reprovar seus concidadãos, não se permitam incorrer em pecado por causa deles.  Não sejam vingativos, e não guardem qualquer rancor contra seu povo."
Em sua Introdução à Vida Devota Francisco de Sales observa: "Não há nada que acalme um elefante enfurecido mais rapidamente do que ver um cordeirinho (nota do escritor: Vocês em primeiro lugar! ). Nada diminui a força de uma arma tão facilmente como a lã. Não atribuamos grande valor para as correções decorrentes da raiva, mesmo quando elas têm um toque de razão. Atribuamos valor as que resultam da razão. Quando os príncipes visitam seus povos nas delegações de paz, o povo os honra e isso hes dá grande alegria. Mas quando se apresentam encabeçando os exércitos, mesmo se eles fazem isso para o bem comum, são desagradáveis, inclusive contraproducentes. Da mesma forma, embora seja a razão quem reina, repreendam pacificamente, corrijam e advirtam, mesmo que se torne grave e em tempo-todo, todos amarão e aceitarão." (Parte III, cap. 8)
Se formos obrigados a nos defender, devemos evitar derrubar os outros. Se devemos corrigir, repreender ou criticar os outros, façamos sem permitir que o ressentimento nos corrompa. Se devemos trabalhar no interesse da paz, vamos fazê-lo sem o uso de quaisquer meios desleais. Por experiência própria, sabemos que isso às vezes é mais fácil dizer do que fazer. Francisco de Sales oferece o seguinte conselho para aqueles momentos em que você faz a coisa certa da maneira errada: "quando perceberem que são culpados de ter se deixado levar pela raiva, corrijam a falta imediatamente com um gesto de bondade para com a pessoa da qual estavam com raiva. Assim como o remédio soberano contra a mentira é contradizer a mentira no mesmo instante em que falamos, temos de aprender a reparar erros cometidos por causa de nossa raiva com um ato instantâneo de humildade. Como diz o ditado, são as feridas frescas as que se curam mais rapidamente." (Ibid)
Jesus viveu um "amor maior" na sua vida. Muitas vezes não se trata tanto sobre o que fazemos ou não para os outros. Tudo tem muito mais a ver como o fazemos ou não, para os outros. 

P. Michael S. Murray, OSFS  - Diretor do Centro de Espiritualidade de Sales
Tradução e adaptação: P. Tarcizio Paulo Odelli - SDB

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