sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Reflexão Salesiana para o 3º Domingo do Tempo Comum – 26 de janeiro de 2014

Destaque:

"O povo que andava em trevas viu uma grande luz, e para os que viviam na região escura da morte brilhou uma luz."
Perspectiva Salesiana

Em seu livro intitulado “A União da Perfeição”, Wendy Wright faz a seguinte observação a respeito de São Francisco de Sales: "É difícil caracterizar com precisão o status espiritual de qualquer pessoa durante o curso de uma vida. O que se pode fazer são algumas generalizações. A geografia da relação contínua de Francisco de Sales com o divino e com as visões que experimentou de si mesmo, tentando manter esse relacionamento, pode ser comparado, em alguns aspectos, e na íntegra, com grandes pastagens ou com extensas planícies. Há alguma noção de liberdade, espaço, uma visão de horizontes mais amplos e uma sensação de luz que emana dele." (p. 141) 
São Francisco de Sales foi verdadeiramente uma luz para as pessoas do seu tempo, de uma maneira própria. Através de seus escritos, suas pregações e seu toque humano, ele foi uma luz que ampliou os horizontes das pessoas, que aliviou suas cargas e os ajudou a seguir uma vida devota, refletindo o estado e o estágio em que suas vidas se encontravam. Ele foi uma luz que dissipou as trevas da ignorância, a ansiedade, o fatalismo e o medo. Ele foi uma luz que deu as pessoas o coração que precisavam para acolher a vida como ela era... e para sonhar com a vida como poderia ser.
Reconhecemos este homem como um santo, precisamente porque sua própria luz reflete claramente a luz de Jesus Cristo. Cristo é a luz que dissipa as trevas. Cristo é a luz que perdoa os pecados. Cristo é a luz que fortalece os joelhos fracos e os corações deficientes. Cristo é a luz que dispersa a névoa do pecado e da tristeza. Cristo é a luz que indica o início de uma nova era de felicidade e de alegria, de propósito e de promessa. 
A seleção do Evangelho de Mateus deste final de semana, assim como a vida de São Francisco de Sales, nós oferece um poderoso testemunho da natureza da luz divina de Cristo, luz para ser compartilhada. Como Cristo chamou os seus apóstolos para partilhar a sua luz, assim como Cristo chamou Francisco para partilhar a sua luz, assim também Cristo nos chama a todos e cada um de nós para que sejamos fontes desta mesma luz para os outros. Cada um de nós é chamado a dissipar o nevoeiro do desânimo e do desespero quando estes estão presentes nos corações dos outros. Cada um de nós é chamado para aliviar o fardo dos outros. Cada um de nós é chamado a ser uma fonte de esperança para os outros. 
Não se enganem. Existem certas acusações que estão associadas ao fato de não sermos fontes de luz de Cristo na vida dos outros. Nossa luz deve enfrentar o lado escuro da vida: o mal, o pecado, o cinismo, a hostilidade, a desconfiança, o preconceito e o medo, só para citar algumas. Nossa luz deve iluminar não só os outros, mas deve também iluminar e purificar nossas mentes, nossos corações, nossas atitudes e nossas ações. Nossa luz requer que realmente cheguemos a conhecer a nós mesmos... e que realmente cheguemos a conhecer os outros. 
Jesus argumenta que a carga que nos implica de sermos fontes de luz é, paradoxalmente, mais leve do que qualquer outra carga que decidamos tomar ao longo das nossas vidas. (Mateus 11, 29-30) Como isso é possível?  Porque a luz de Cristo nos eleva! Que benditos, que felizes, que “leves de coração” nos sentimos quando aproveitamos as oportunidades que se apresentam diariamente para levantar-nos... e para ajudar os outros a também se levantarem! 

Padre Michael S. Murray, OSFS – Diretor do Centro de Espiritualidade de Sales. 
Tradução e adaptação: P. Tarcizio Paulo Odelli - SDB

Dos escritos de São Francisco de Sales

No Evangelho de hoje, Jesus chama vários pescadores para segui-lo. São Francisco de Sales nos oferece os seguintes pensamentos sobre o chamado feito a eles e a nós também, para que sigamos o nosso Salvador.
Quando nosso Salvador diz a seus apóstolos que escolheu, não faz nenhuma exceção. O Próprio Judas recebeu o convite, mesmo quando fez mal uso da sua liberdade e rejeitou os bens que Deus lhe tinha dado. Devemos estar absolutamente certos de que quando Deus chama alguém para acolher o cristianismo, seja solteiro ou casado, seja religioso, seja padre ou bispo, ele dá a cada pessoa todo o apoio necessário para que possa alcançar a santidade por meio de  sua vocação. 
No entanto, mesmo depois de sua conversão, alguns dos apóstolos estavam sujeitos a certas imperfeições. Tal é o caso de São Pedro, que falhou miseravelmente ao negar o Senhor. Assim, podemos perceber que é impossível superar num dia todos os maus hábitos que adquirimos como resultado de maus cuidados que temos dado à nossa saúde espiritual. No entanto, Nosso Salvador quer que vocês o sirvam tal e como são, por meio de suas orações e ações, de acordo com o estado e o estágio em que se encontram suas vidas. Uma vez que estejam convencidos que devem servir a Deus de seus lugares, continuem a fazer o que estavam fazendo, sintam afeto por seu estado de vida. Sejam bons de coração, cultivem a sua vinha com o amor divino. 
À medida que se dedicam a suas tarefas encomendem-se diariamente nas mãos de Deus, que deseja ajudá-los a realizar todos os seus objetivos com sucesso. Devem ter fé de que Deus fará o que Ele julgue ser o melhor para vocês, sempre e quando vocês façam a sua parte e sejam diligentes. Não se surpreendam se os frutos do seu trabalho demorarem a aparecer. Se realizam a obra de Deus com paciência, seus esforços não serão em vão. Nosso Senhor, que faz casas para tartarugas e caracóis, os guiará bem. Deixem-no fazer isso. Devemos caminhar fielmente no caminho do nosso Senhor, e permanecer em paz, tanto no inverno da nossa esterilidade como no outono da fertilidade. Andem com alegria e sigam sua vocação com plena confiança na Divina Providência. 

(Adaptado a partir dos escritos de São Francisco de Sales) 

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