sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Reflexão Salesiana para o dia da Apresentação do Senhor - 02 de fevereiro de 2014

Dos escritos de São Francisco de Sales

No Evangelho de hoje ouvimos quando Maria e José apresentaram o menino Jesus, o Filho de Deus, no templo. A este respeito, São Francisco nos diz o seguinte: 
O Rito Oriental chama esta festa de "Apresentação do Filho de Deus no Templo," porque esse foi o dia em que Maria e José foram a Jerusalém para apresentar o Filho único de Deus no templo de Deus. Naquela ocasião, havia diferentes tipos de pessoas reunidas na Igreja de Deus. No templo com Maria e José, se encontravam Simeão e Ana, profetisa e um viúvo, bons e fiéis servos, e nosso Senhor, que é Deus e homem (Sermões 2:172-3.) 
Esse é o dia no qual o Filho de Deus é oferecido a seu Pai. Esta oferta é representada lindamente com velas acesas para lembrar-nos do momento em que Maria entrou no Templo trazendo nos braços seu Filho, que é a Luz do mundo. Hoje, quando os cristãos carregam velas acesas em suas mãos dão testemunho de que, se fosse possível, eles levariam Nosso Senhor nos braços do mesmo modo que o fizeram Maria e Simeão (Sermões 2:173). 
O glorioso São Simeão foi muito feliz carregando o Salvador em seus braços. Podemos levá-lo em nossos ombros, se estamos dispostos a suportar e sofrer com um bom coração, tudo o que Deus deseja enviar, sem importa-nos o quão difícil e pesado chegue a ser o fardo que Ele colocou sobre os nossos ombros, tal como o fizeram  alguns santos (Sermões, 2:187). 
Todos podemos carregar Nosso Senhor nos nossos braços como fizeram São  Simeão e Maria. Fazemos isso quando suportamos com amor o trabalho e os sofrimentos que Ele nos envia. Dito de outro modo, fazemos isso quando o nosso amor faz-nos sentir que o jugo de Deus é fácil e agradável, a tal ponto que nós amamos essas dores e este trabalho, e nós somos capazes de recolher doçura na amargura. Se o carregarmos deste modo, Ele, sem dúvida, também nos carregará em Seus braços (Sermões, 2:188). 
Quão felizes seremos se permitirmos que nosso querido Senhor nos carregue em seus braços, e se o carregarmos em nossos ombros e em nossos braços, se nos entregarmos completamente a Ele e concordamos que nos leve para onde Ele deseja! Entreguem-se nos braços de Sua Divina Providência; submetam-se a Sua lei e disponham-se a suportar toda a dor e sofrimento que tenham que enfrentar nesta vida. Depois de terem feito isso, irão perceber que as coisas mais difíceis e dolorosas serão doces e agradáveis e poderão compartilhar a felicidade experimentada por Simeão e Ana, a profetisa. Basta fazer a tentativa de imitá-los nesta vida. Assim abençoarão o Salvador e Ele nos abençoará no céu, junto com os santos gloriosos. (Sermões, 2:188). 
Se imitarmos  Simeão e Ana teremos a capacidade de ver além das vicissitudes de nossas vidas de hoje, e poderemos experimentar  o reino de Deus entre nós.

(Adaptado a partir dos escritos de São Francisco de Sales) 

Destaque: "Vocês ouviram isso antes... mas agora eu sou o único que lhes diz"

Perspectiva Salesiana

"Deus usou muitos e vários meios para manifestar o seu desejo de que todos nós sejamos salvos, e ninguém pode ignorar este fato. Para isso, Ele nos fez "à Sua imagem" durante a criação, e através da Encarnação foi Ele quem assumiu a nossa semelhança, e, consequentemente, padeceu a morte para poder resgatar e salvar toda a humanidade." (Tratado Por amor de Deus , Livro 8, Capítulo 4). 
Certamente todos estão muito familiarizados com o fato de que, por meio da criação, todos foram feitos à imagem e semelhança de Deus. Além disso, é provável que sabemos que Deus, através da encarnação, tornou-se a nossa imagem e semelhança. Independente se estamos ou não a par destes acontecimentos, ambos são verdadeiros. 
São Francisco de Sales foi cativado pela noção de que Deus poderia amar-nos tanto que não só veio para estar conosco, mas se tornou um de nós! Deus assumiu a nossa natureza! Na pessoa de Jesus, Deus ganhou conhecimento em primeira mão e experimentou o que significa dormir, levantar-se, trabalhar, descansar, dançar, chorar, lutar, ter sucesso e êxito. Através desta experiência, Jesus não só resgatou o que significa ser humano, também celebrou o que significa ser humano, ser humano da maneira que Deus sonha que o sejamos.
O autor da Carta aos Hebreus também acreditava nesta verdade. Ele escreve que " Uma vez que os filhos dos homens têm o mesmo sangue e a mesma carne,também Jesus participou igualmente da mesma natureza, " em carne e osso ... e "teve que assumir a semelhança de seus irmãos (e irmãs), em todos os sentidos." Assim, Jesus não só conseguiu resgatar, mas também conseguiu realmente entender-nos. 
Este é realmente um grande mistério. Esta é verdadeiramente uma grande intimidade: Deus nos amou tanto, que assumiu a nossa natureza... Ele se fez a Si mesmo a nossa semelhança e segundo a nossa natureza - a melhor, a natureza verdadeira, como Deus queria desde o início dos tempos. Em certo sentido, através da Encarnação Deus nos mostra como podemos sentir-nos confortáveis ​​em nossa própria pele. Como? Demonstrando-nos que Deus se sente confortável ​​na nossa pele, através da pessoa de Seu Filho Jesus Cristo
Dito de uma maneira mais simples, a natureza de Deus é estar conosco onde quer que estejamos e exatamente como nós somos
 Jesus nos desafia para fazer o mesmo cada dia: para ir ao encontro dos outros onde quer que estejam, assim como eles são, e convidá-los a se sentir confortável em sua própria pele através de nossos esforços para sentir-nos confortáveis na nossa. Ao invés de ceder à tentação de achegar-nos aos outros apenas quando eles estão prontos ou que são dignos, em vez de esperar que são eles deem o primeiro passo na dança da vida, devemos estar abertos para eles e –colocar-nos no lugar dos outros. Tal como Jesus nos mostrou com o exemplo de vida: o primeiro passo em qualquer tentativa de ajudar, apoiar e incentivar, resgatar e redimir os outros, é chegar a conhecê-los.

Padre Michael S. Murray, OSFS – Diretor do Centro de Espiritualidade de Sales.
Tradução e adaptação: P. Tarcizio Paulo Odelli - SDB

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Reflexão Salesiana para o 3º Domingo do Tempo Comum – 26 de janeiro de 2014

Destaque:

"O povo que andava em trevas viu uma grande luz, e para os que viviam na região escura da morte brilhou uma luz."
Perspectiva Salesiana

Em seu livro intitulado “A União da Perfeição”, Wendy Wright faz a seguinte observação a respeito de São Francisco de Sales: "É difícil caracterizar com precisão o status espiritual de qualquer pessoa durante o curso de uma vida. O que se pode fazer são algumas generalizações. A geografia da relação contínua de Francisco de Sales com o divino e com as visões que experimentou de si mesmo, tentando manter esse relacionamento, pode ser comparado, em alguns aspectos, e na íntegra, com grandes pastagens ou com extensas planícies. Há alguma noção de liberdade, espaço, uma visão de horizontes mais amplos e uma sensação de luz que emana dele." (p. 141) 
São Francisco de Sales foi verdadeiramente uma luz para as pessoas do seu tempo, de uma maneira própria. Através de seus escritos, suas pregações e seu toque humano, ele foi uma luz que ampliou os horizontes das pessoas, que aliviou suas cargas e os ajudou a seguir uma vida devota, refletindo o estado e o estágio em que suas vidas se encontravam. Ele foi uma luz que dissipou as trevas da ignorância, a ansiedade, o fatalismo e o medo. Ele foi uma luz que deu as pessoas o coração que precisavam para acolher a vida como ela era... e para sonhar com a vida como poderia ser.
Reconhecemos este homem como um santo, precisamente porque sua própria luz reflete claramente a luz de Jesus Cristo. Cristo é a luz que dissipa as trevas. Cristo é a luz que perdoa os pecados. Cristo é a luz que fortalece os joelhos fracos e os corações deficientes. Cristo é a luz que dispersa a névoa do pecado e da tristeza. Cristo é a luz que indica o início de uma nova era de felicidade e de alegria, de propósito e de promessa. 
A seleção do Evangelho de Mateus deste final de semana, assim como a vida de São Francisco de Sales, nós oferece um poderoso testemunho da natureza da luz divina de Cristo, luz para ser compartilhada. Como Cristo chamou os seus apóstolos para partilhar a sua luz, assim como Cristo chamou Francisco para partilhar a sua luz, assim também Cristo nos chama a todos e cada um de nós para que sejamos fontes desta mesma luz para os outros. Cada um de nós é chamado a dissipar o nevoeiro do desânimo e do desespero quando estes estão presentes nos corações dos outros. Cada um de nós é chamado para aliviar o fardo dos outros. Cada um de nós é chamado a ser uma fonte de esperança para os outros. 
Não se enganem. Existem certas acusações que estão associadas ao fato de não sermos fontes de luz de Cristo na vida dos outros. Nossa luz deve enfrentar o lado escuro da vida: o mal, o pecado, o cinismo, a hostilidade, a desconfiança, o preconceito e o medo, só para citar algumas. Nossa luz deve iluminar não só os outros, mas deve também iluminar e purificar nossas mentes, nossos corações, nossas atitudes e nossas ações. Nossa luz requer que realmente cheguemos a conhecer a nós mesmos... e que realmente cheguemos a conhecer os outros. 
Jesus argumenta que a carga que nos implica de sermos fontes de luz é, paradoxalmente, mais leve do que qualquer outra carga que decidamos tomar ao longo das nossas vidas. (Mateus 11, 29-30) Como isso é possível?  Porque a luz de Cristo nos eleva! Que benditos, que felizes, que “leves de coração” nos sentimos quando aproveitamos as oportunidades que se apresentam diariamente para levantar-nos... e para ajudar os outros a também se levantarem! 

Padre Michael S. Murray, OSFS – Diretor do Centro de Espiritualidade de Sales. 
Tradução e adaptação: P. Tarcizio Paulo Odelli - SDB

Dos escritos de São Francisco de Sales

No Evangelho de hoje, Jesus chama vários pescadores para segui-lo. São Francisco de Sales nos oferece os seguintes pensamentos sobre o chamado feito a eles e a nós também, para que sigamos o nosso Salvador.
Quando nosso Salvador diz a seus apóstolos que escolheu, não faz nenhuma exceção. O Próprio Judas recebeu o convite, mesmo quando fez mal uso da sua liberdade e rejeitou os bens que Deus lhe tinha dado. Devemos estar absolutamente certos de que quando Deus chama alguém para acolher o cristianismo, seja solteiro ou casado, seja religioso, seja padre ou bispo, ele dá a cada pessoa todo o apoio necessário para que possa alcançar a santidade por meio de  sua vocação. 
No entanto, mesmo depois de sua conversão, alguns dos apóstolos estavam sujeitos a certas imperfeições. Tal é o caso de São Pedro, que falhou miseravelmente ao negar o Senhor. Assim, podemos perceber que é impossível superar num dia todos os maus hábitos que adquirimos como resultado de maus cuidados que temos dado à nossa saúde espiritual. No entanto, Nosso Salvador quer que vocês o sirvam tal e como são, por meio de suas orações e ações, de acordo com o estado e o estágio em que se encontram suas vidas. Uma vez que estejam convencidos que devem servir a Deus de seus lugares, continuem a fazer o que estavam fazendo, sintam afeto por seu estado de vida. Sejam bons de coração, cultivem a sua vinha com o amor divino. 
À medida que se dedicam a suas tarefas encomendem-se diariamente nas mãos de Deus, que deseja ajudá-los a realizar todos os seus objetivos com sucesso. Devem ter fé de que Deus fará o que Ele julgue ser o melhor para vocês, sempre e quando vocês façam a sua parte e sejam diligentes. Não se surpreendam se os frutos do seu trabalho demorarem a aparecer. Se realizam a obra de Deus com paciência, seus esforços não serão em vão. Nosso Senhor, que faz casas para tartarugas e caracóis, os guiará bem. Deixem-no fazer isso. Devemos caminhar fielmente no caminho do nosso Senhor, e permanecer em paz, tanto no inverno da nossa esterilidade como no outono da fertilidade. Andem com alegria e sigam sua vocação com plena confiança na Divina Providência. 

(Adaptado a partir dos escritos de São Francisco de Sales) 

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Reflexão Salesiana para o 2 º Domingo do Tempo Comum 19 de janeiro de 2014

Destaque: “chamados a ser santos junto com todos os que, em qualquer lugar, invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo”

Perspectiva Salesiana

São Francisco de Sales acreditava que todas as pessoas são chamadas à santidade, a serem santas. Temos ouvido ou lido isso muitas vezes, mas algumas coisas, especialmente coisas que são importantes, merecem ser repetidas: "Quando ele criou as coisas, Deus ordenou as plantas que produzissem frutos, cada uma segundo a sua espécie. Da mesma forma, Deus ordena que os cristãos, as plantas da Igreja, produzam os frutos de santidade, cada um de acordo com sua posição e vocação de vida." (Introdução à Vida Devota , Parte I, Capítulo 2) 
Aspirar à perfeição, crescer em santidade, "viver em Jesus" é um desafio formidável. Adotar uma vida de virtude requer força e coragem. Renunciar ao pecado requer força e coragem. Fazer ouvidos surdos à tentação requer força e coragem. Num determinado dia, o nosso progresso no caminho da espiritualidade pode ser marcado por êxitos ou fracassos.
No entanto, esta aspiração à santidade torna-se ainda mais difícil quando tentamos ser santos de uma forma que não se encaixa com o momento ou o estado em que nos encontramos: um modo de vida que não tem nada a ver com quem somos. Mesmo se realmente todos nós somos chamados a ser santo, isto não quer dizer que todos nós somos chamados a ser santos, da mesma forma. Francisco nos lembra: "A espiritualidade (o chamado à santidade) deve ser exercida de forma diferente pelo cavalheiro, o trabalhador, o servo, o príncipe, a viúva, os jovens e as mulheres casadas. Eu lhes pergunto: é próprio de um bispo viver sua vida na solidão como um monge? Ou que um homem casado não queira ter mais propriedades do que têm um monge, ou um artesão passar o dia inteiro numa igreja ou que um religioso seja chamado constantemente a ajudar os seus vizinhos, que é um trabalho mais de acordo com a vida do bispo? Talvez, esse tipo de santidade não seria objeto de riso, confusão e algo impossível de viver? " (Ibid)
Francisco de Sales tentou explicar o mesmo assunto de forma diferente numa conferência (sobre as virtudes de São José) para a comunidade de Visitação: "Alguns dos santos destacam-se em certas virtudes, outros, em outras, e até mesmo quando todos salvaram suas almas, o fizeram de forma muito diferente. Porque existem tantos tipos de santidade, como existem santos." ( XIX Conferência ., p 365) 
Uma reflexão contemporânea sobre o assunto foi feita pelo premiado autor laureado com o Nobel e sobrevivente do Holocausto Elie Wiesel: "Há mil portas levando ao pomar da verdade mística. Cada ser humano tem a sua própria porta. Nós cometemos o erro de querer entrar no pomar por uma porta diferente daquela que nos corresponde." (Noite , página 3) 
Para ter certeza, se há realmente um modelo de santidade cristã, esse modelo é Jesus Cristo, no qual todos nós fomos consagrados. Mas ser santos da mesma forma como Jesus é santo, não significa ser como os outros. Ao contrário, ser santo é ter a força e a coragem de ser quem a gente é e como Deus quer que sejamos, precisamente nos lugares, e nas relações  em que nos envolvemos cada dia.

Padre Michael S. Murray, OSFS – Diretor do Centro de Espiritualidade de Sales. 
Tradução e adaptação: P. Tarcizio Paulo Odelli - SDB

Dos escritos de São Francisco de Sales

No Evangelho de hoje João Batista dá testemunho de Jesus dizendo que Ele, o Filho de Deus, veio para tirar o pecado do mundo. São Francisco de Sales diz o seguinte:
 ​​João Batista aceitou e proclamou Jesus como o Filho de Deus. Houve pessoas que se recusaram a reconhecer Jesus como o Salvador. João Batista era um homem de grande humildade. O primeiro passo que damos para a humildade é que não nos subestimem ou idealizem por aquilo que não somos.  João Batista recusou todas as honras e títulos que lhe ofereceram. Ele poderia ter chamado a atenção para si mesmo, mas, ao contrário, reconheceu Jesus como o Redentor, e foi encarregado de encaminhar os outros para Ele. 
Mas o sucesso pode ser algo excelente: se o desfrutamos e nos alegramos nele porque glorifica a Deus, que é o autor de todas as nossas realizações. Ainda assim, o sucesso e a ambição, têm a capacidade de seduzir o coração humano. Infelizmente, a nossa natureza parece sempre muito ansiosa para atrair tudo o que representa um benefício. As pessoas buscam erigir ídolos e imagens que consideram como deuses. Muitos de nós deixamos nos deslumbrar pelas coisas mundanas como a elegância, prestígio, superioridade e celebridade. Nesse sentido o nosso comportamento é completamente diferente daquele de João Batista. Seu espírito foi além do espírito de nosso tempo. Trilhando o caminho da humildade, João Batista aceitou a grandeza de nosso Senhor, e reconheceu sua dependência no Filho de Deus como seu guia. 
João Batista se recusou a ser influenciado pela vaidade. Ele sofreu o martírio como um verdadeiro amante daquilo que era a verdade. Embora nós não sejamos chamados a sermos mártires, devemos ter coragem para sofrer e lutar especialmente nos momentos em que as pequenas tentações nos rodeiam. Se desejamos enfrentar o mal, devemos primeiro nos armar o suficiente com humildade para reconhecer a nossa dependência na grandeza e na bondade de Deus. Se queremos crescer no amor de Deus, em primeiro lugar devemos começar a imitar João Batista, aceitando o amor da verdade e da bondade em nossos corações. Uma vez que tenhamos conseguido isso, então podemos orientar os outros para o nosso Salvador: A luz de todas as nações.

(Adaptado a partir dos escritos de São Francisco de Sales, especificamente Mateus, Fiorelli, ed.) 

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Reflexão Salesiana para o dia do BATISMO DO SENHOR 12 de janeiro de 2014

Destaque: "Jesus andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo demônio, porque Deus estava com ele."

Perspectiva Salesiana

"Deus é tão bom que nunca deixa de trabalhar em nossos corações para que nos afastemos de nós mesmos, das coisas vãs e perecíveis em nossas vidas, para que possamos receber sua graça e nos entregarmos completamente a Ele." (Santa Joana de Chantal) 
Celebramos hoje a festa do Batismo de Jesus. O Batismo de Jesus marca a inauguração da sua vida pública. Isaías na primeira leitura mostra o projeto do ministério de Jesus. Ele escreveu: "pus o meu Espírito sobre ele, ele promoverá o julgamento das nações. Eu te formei... para abrires os olhos dos cegos, tirar os cativos da prisão, livrar do cárcere os que vivem nas trevas."
Com base no que foi coletado nas escrituras sobre a vida de Jesus, sabemos que ele conheceu o projeto que Isaías escreveu. Ele veio para aqueles que tinham sido marginalizados, curou os que estavam doentes, tocou nas vidas daqueles que acreditavam que eram "intocáveis", desafiou os líderes religiosos a "cumprir o que pregavam," e estava constantemente viajando e fazendo caridade. Ainda assim, apesar de todo o bem que ele fez para os outros, Jesus foi crucificado. Como diz o Evangelho de hoje, Ele foi o "Filho amado, em quem o Pai colocou o seu agrado."
Ao celebrar a festa do Batismo de Jesus, também estamos celebrando nosso próprio batismo. Assim como o batismo de Cristo foi a inauguração da sua vida pública, o nosso batismo é a inauguração de nossa vida como cristãos. Cristo nos deu um exemplo de sua vida para nos ensinar como devem viver os que são batizados. Santa Joana nos diz: "Deus não cessa de trabalhar em nossos corações para que nos afastemos de nós mesmos, das coisas vãs e perecíveis em nossas vidas, para que possamos receber sua graça e nos entregarmos completamente a Ele." A Leitura Atos nos diz que "Jesus passou fazendo o bem e curando a todos os oprimidos pelo diabo, porque Deus estava com ele." 
Para viver nossas vidas como seguidores de Cristo, também nós deveríamos "sair de nós mesmos" e ir para "fazer o bem" e levar a presença curadora e a paz de Cristo àqueles a quem o Senhor coloca em nossos caminhos. Como Cristo, também nós devemos visitar os doentes e nos aproximar daqueles que foram marginalizados em nossas comunidades e em nossas famílias. Deveríamos falar com aqueles contra quem temos sentimentos negativos ou que lembram situações dolorosas: todos aqueles que consideramos "intocáveis", todas as pessoas em nossas casas, em nossos bairros ou no trabalho aqueles que evitamos, ignoramos ou, inclusive, que detestamos.
Precisamos ser pessoas que ajam de acordo com o que professamos. Pessoas que ajam como seguidoras de Cristo, e isso requer força e coragem. Da mesma forma que o Pai estava sempre com o Filho durante a sua vida, também temos a presença de Cristo em nossas mentes e em nossos corações, e isso nos dá a força e a coragem que precisamos para sermos autênticos seguidores. 
Então, vamos sair de nossos pequenos mundos, para que possamos ver todo o bem que podemos fazer e como, apoiados pela força do Senhor que vive dentro de nós, podemos ser agentes da presença saneadora Cristo para aqueles que nos rodeiam. 

Reverendo William J. Metzger, OSFS, é pároco da paróquia de Nossa Senhora do Bom Conselho (Nossa Senhora do Bom Conselho) em Viena, Virginia. 
Tradução e adaptação: P. Tarcizio Paulo Odelli - SDB

Dos escritos de São Francisco de Sales

Hoje nós celebramos o Batismo de Jesus. Este evento marca o início do seu ministério. São Francisco de Sales nos diz que Deus também nos chamou para servir, apesar dos defeitos presentes em nossa natureza: 
Nosso Salvador tem maneiras incompreensíveis, porém, por sua vez, diversas e encantadoras de chamar-nos a servi-lo. Quando possuímos uma determinação firme e inabalável de querer servir a Deus, na forma e no lugar em que Ele nos chama para fazer, então estamos demonstrando que a nossa vocação é verdadeira.
Mesmo quando somos fortes e perseverantes em nosso serviço a Deus, podemos cometer faltas. Pode acontecer que cheguemos a duvidar da nossa determinação em fazer uso dos meios que nos foram dados para servir a Deus. Estamos à mercê dos nossos sentimentos e emoções, e, portanto, estamos sujeitos a mudanças e altos e baixos. Não devemos nos preocupar se às vezes experimentamos sentimentos de desgosto ou desânimo ao responder ao nosso chamado para servir a Deus. É normal sentir essas emoções. Mesmo que não sejamos extremamente virtuosos, continuamos sendo aptos para servir a Deus. Mas devemos permanecer firmes frente as nossas mudanças de humor. Há certas virtudes que só podem ser implementadas no meio das dificuldades. É a nossa vontade, e não as nossas emoções e sentimentos, que atesta o quão forte e firme é o nosso compromisso de amar como Deus quer que o amemos. É a luta da vontade de perseverar que determina o nosso compromisso em servir a Deus. 
O bom músico tem o hábito de verificar as cordas do seu instrumento com frequência para ter certeza se elas precisam ser ajustadas. Isto com a finalidade de garantir que, no momento de reproduzir uma melodia esta seja perfeitamente harmônica. Assim nós devemos, igualmente, rever e considerar todos os afetos da nossa alma, para ver se eles estão de acordo com os desejos e as ordens de nosso Salvador. Fortaleçamos nosso fervor reafirmando muitas vezes o nosso compromisso de sermos filhos de Deus, que foram chamados a amar de modo divino. Vivam com coragem, mantendo sua fé ancorada na inclinação original dos seus corações para servir a Deus. Desta forma serão felizes.

(Adaptado a partir dos escritos de São Francisco de Sales)