sexta-feira, 17 de maio de 2013

Reflexão Salesiana para o domingo de Pentecostes - 19 maio de 2013


Perspectiva Salesiana

Destaque: "Cada um de nós ouve falar em nossas próprias línguas sobre as coisas maravilhosas que Deus fez."

Independentemente do fato de que eles estavam falando a pessoas diferentes, com línguas diferentes e de diferentes culturas, os apóstolos foram compreendidos por todas as pessoas que os ouviram proclamar as maravilhas que Deus tinha feito.
Como isso foi possível? 
Inflamados pelo amor do Espírito Santo, os apóstolos podiam falar a linguagem do coração. Eles estavam falando com entusiasmo. Eles estavam falando com gratidão. Eles estavam louvando e dando graças. Eles estavam falando desde as profundezas do seu ser. Eles estavam falando de sua alma. 
Em suma, eles estavam falando a linguagem universal - a linguagem do coração.
Nós somos muito humanos - nós somos muito divinos - quando falamos a linguagem do coração, quando falamos a linguagem do amor, quando falamos e ouvimos com a alma, quando estamos fundamentados na Palavra feito Carne.
Como bem sabemos, por experiência própria, a comunicação é mais do que o encontro de olhares... ou da língua ou dos ouvidos. Comunicar-se é algo mais fácil de dizer do que fazer. Muitas vezes interpretamos mal. Muitas vezes, presumimos que sabemos o que as outras pessoas estão pensando ou sentindo. Muitas vezes usamos as mesmas palavras, embora tenham significados diferentes. Muitas vezes temos maneiras diferentes de dizer a mesma coisa. Muitas vezes ouvimos, mas muitas vezes não conseguimos ouvir. Estamos sempre falando, mas falar não é o mesmo que comunicar.... Ou falar de coração a coração.
São Francisco de Sales nos diz que o Espírito Santo vem para inflamar os corações de quem tem fé. Quando falamos e ouvimos com o coração inflamado de alegria, verdade e gratidão, o conflito encontra um caminho para a compreensão, a confusão encontra a clareza, a distância encontra o caminho para a intimidade, a dor encontra uma forma de cura, a frustração encontra o perdão, a paz encontra a violência, o pecado encontra a salvação.
Francisco de Sales nos dá o seguinte conselho: "Falem sempre de Deus como Deus, ou seja, com reverência e devoção, não com ostentação ou com afetação, mas um espírito de caridade, manso e humilde.  Deixem que o mel da devoção e das coisas divinas, que são imperceptíveis ao ouvido de uma ou de outra pessoa fluam tanto quanto possam dentro de vocês. Orem em seus corações para agradar a Deus, para que ele faça penetrar nos corações daqueles o ouvem o orvalho abençoado. É maravilhoso como uma proposta doce e amigável atrai os corações dos ouvintes."
Como nós podemos conversar, ouvir e praticar nos dias de hoje a linguagem do amor?

P. Michael S. Murray, OSFS - Diretor do Centro de Espiritualidade de Sales. 
Tradução e adaptação: P. Tarcizio Paulo Odelli - SDB

Dos escritos de São Francisco de Sales e Joana de Chantal (adaptação)


O grande amor e os cuidados de Deus novamente se manifestam na Festa de Pentecostes. O fato de que o Espírito Santo vive em nós é essencial para a espiritualidade de São Francisco de Sales. 
O amor é o que dá vida ao coração. O Espírito Santo que nos foi dado derrama o amor de Deus em nossos corações. O Espírito é como uma fonte de água viva que flui em cada parte de nossos corações e vai distribuindo Sua graça. A graça tem o poder de atrair nossos corações. Através do Espírito Santo, Deus desperta e anima os nossos corações para que tomem consciência da sua bondade. Muitas vezes precisamos que nos acorde e nos leve pela mão para que façamos uso adequado da nossa força e dos dons e talentos. 
Se quisermos sentir a presença do Espírito Santo em nós, devemos nos livrar de nossos caprichos e acomodar a nossa vontade a vontade de Deus. Devemos ser como o barro na mão do oleiro, para que Deus possa moldar-nos e levar-nos para o caminho da verdadeira saúde espiritual. Mesmo quando podemos impedir que Deus inspire nossos corações, todos nós temos o poder de rejeitar o desejo que Deus tem de amar-nos. Da mesma forma, o Espírito Santo não tem vontade de trabalhar em nós sem o nosso consentimento. Mas, se concordarmos  minimamente com a inspiração de Deus, que felicidade nós teremos! 
O único fruto do Espírito Santo, que é o amor divino nos enche de alegria interior e conforto, ao mesmo tempo em que enche os nossos corações de a paz que perdura, mesmo no meio da adversidade, pela paciência. O amor Sagrado nos torna amáveis e gentis e no momento de ajudar os outros o faremos com uma bondade sincera para com eles. Esta bondade que vem do Espírito Santo, é constante e perseverante, e nos dá uma coragem duradoura, nos torna afáveis, agradáveis e atenciosos com os outros. Isso faz com que suportemos as mudanças de seu humor e suas imperfeições. Viveremos uma vida simples que será testemunha de nossas palavras e ações. O amor divino é a virtude de todas as virtudes. Apreciemos e cultivemos o Espírito que habita em nós, para que o amor de Deus possa reinar lá também.

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