quarta-feira, 29 de maio de 2013

Reflexão Salesiana para o dia de Corpus Christi - 30 de maio de 2013

Hoje celebramos a presença real de Cristo na Eucaristia. Eis algumas das reflexões que São Francisco de Sales fez em relação a este Sacramento. 
Após a ressurreição, Jesus entrou na sala onde estavam reunidos os apóstolos, mesmo com as portas trancadas. Ele queria garantir-lhes que ainda estava vivo e que permanecia entre eles. Desta mesma maneira Jesus nos dá Seu corpo e sangue, transformado em pão e vinho, para nos convencer de que sua presença entre nós é real. 
O ponto alto do amor de Deus por nós, um amor que se baseia na autoentrega, manifesta-se na Eucaristia. Cristo instituiu o sacramento da Eucaristia para que toda a família humana pudesse estar intimamente ligada a Ele. Uma vez unidos em Cristo, este sacramento também nos chama, e nos ajuda a unirmo-nos uns aos outros através de um tipo de conexão espiritual que Nosso Salvador quer que exista entre nós. Esta união reúne muitos e diferentes membros, e os molda num só corpo. É por isso que este sacramento é também chamado de Comunhão, pois representa para nós a comum união do amor sagrado que deve existir entre nós. 
Na Eucaristia, a festa permanente da graça divina, nos foi dada uma promessa de felicidade infinita. Quando recebemos a Eucaristia com frequência e com devoção, estamos fortalecendo a nossa saúde espiritual, a fim de evitar o mal de forma efetiva. Isso fortalece o nosso coração e nos faz como deuses neste mundo. As frutas mais delicadas, como os morangos, estão sujeitos à decomposição. Mas elas podem ser facilmente armazenadas por um ano se colocadas entre o mel ou o açúcar. Assim também ocorre, embora de modo mais grandioso, quando recebemos a Eucaristia, já que ela conserva nossos corações fracos e os protege do mal. 
Tanto aqueles que se consideram perfeitos, como aqueles que se consideram imperfeitos, devem receber a Eucaristia com frequência. Os perfeitos porque possuem uma predisposição para ela. Os imperfeitos para que possam alcançar a perfeição. Nosso Senhor nos ama a todos com o mesmo amor. Ele nos acolhe em seus braços através deste sacramento. Devemos fortalecer esses laços suaves e revigorantes do amor divino através da Eucaristia.

(Adaptado a partir dos escritos de São Francisco de Sales) 
Tradução: P. Tarcizio Paulo Odelli - SDB

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Reflexão Salesiana para o domingo da SSma TRINDADE - 26 de maio de 2013


Destaque: proclama a sabedoria de Deus: "eu estava ao seu lado como mestre de obras; eu era seu encanto, dia após dia, brincando todo o tempo em sua presença..." (Pr 8, 30) 


Perspectiva Salesiana

Deus se revela a nós como Pai criador e amoroso, um Filho que nos alimenta e nos redime, e um espírito que nos desafia e nos inspira. Nós fomos criados a imagem e semelhança da Trindade. Somos chamados a viver uns com os outros nesta terra como imagem e semelhança da Trindade. Estamos destinados para a glória do céu que é a imagem e semelhança da Trindade.
A Trindade fala de realização criativa. A Trindade fala da abundância de cura. A Trindade nos fala da generosidade que inspira.
O Espírito Santo, a Sabedoria de Deus, é a fonte dos dons que precisamos para experimentar e personificar a esse Deus Trino em nossas vidas diárias. São Francisco de Sales escreveu em seu Tratado do Amor de Deus. "Precisamos de temperança para aplacar inclinações rebeldes de sensualidade;  justiça , para fazer o que é certo em relação a Deus, com os nossos vizinhos e conosco mesmos;  fortaleza, para que permaneçamos fiéis ao nosso compromisso de fazer o que é certo e para evitar fazer o que é errado;  prudência , para descobrir as formas mais adequadas para que possamos olhar o bem e praticar a virtude;  conhecimento , para que possamos conhecer qual o verdadeiro bem que devemos aspirar e qual o verdadeiro mal que devemos rejeitar; entendimento, para penetrar nos primeiros e os mais importantes fundamentos ou princípios de beleza e excelência da virtude; finalmente, a sabedoria, para contemplar a natureza divina, a fonte primária de tudo o que é bom." (Tratado do Amor de Deus , Livro 11, capítulo 15)?
Soa familiar? Deveria: conhecemos isso como os "sete dons" do Espírito Santo.
O amor que vem de Deus uno e trino, o amor que é uma parte fundamental de quem somos, contém todos esses dons. Francisco de Sales descreveu esse amor como "uma açucena esplendida, com seis pétalas, mas brancas do que a neve, e tendo no centro os pequenos e bonitos martelos dourados da sabedoria que trazem aos nossos corações o sabor amoroso da bondade do Pai, nosso Criador, a misericórdia do Filho, nosso Redentor, e a doçura do Espírito Santo, nosso Santificador." (Ibid)
Mesmo sendo tão misteriosa, o Mistério da SSma Trindade deixa claro duas coisas: (1) somos chamados a encarnar a plenitude criativa de Deus, a abundância de cura de Deus e a generosidade inspiradora de Deus, e: (2) recebemos os dons necessários para fazer deste chamado uma realidade.
O Deus uno e trino, Pai, Filho, Espírito nos ajude a refletir, de forma clara e convincente, sua imagem em nossas mentes, em nossos corações, em nossas atitudes e em nossas ações. Que Ele nos conceda a graça de sermos a alegria na vida das outras pessoas todos os dias.

P. Michael S. Murray, OSFS - Diretor do Centro de Espiritualidade de Sales.
Tradução e adapatação: P. Tarcizio Paulo Odelli - SDB

Dos Escritos de São Francisco de Sales

Hoje é o domingo da Santíssima Trindade. São Francisco de Sales enfatiza que devemos buscar a união no amor uns com os outros, de uma forma que reflita o amor que existe entre as três Pessoas divinas.
Os atos da bondade de Deus para a família humana são atos das três pessoas. Sua bondade transborda sobre a saúde espiritual de toda a família humana que foi criada à imagem e semelhança de Deus. O Pai nos deu todos os meios necessários para que possamos glorificar a bondade divina de Deus. O Filho, que veio a este mundo, elevou a nossa natureza acima dos anjos. Ao tornar-se humano, Nosso Senhor fez-se a nossa semelhança e nos fez à Sua imagem, para que pudéssemos aproveitar o tesouro que é a vida eterna. O Espírito, que veio para animar os apóstolos que formaram a Igreja, continua dando-nos vida através do amor divino.
Ninguém pode imaginar ou entender a ligação entre as três Pessoas da Santíssima Trindade. É por isso que Jesus nos chamou, não para nos unamos de forma idêntica à da Trindade, mas para que nos unamos no amor sagrado de uma forma tão puro e perfeito o quanto possível. Porque por meio de Cristo participamos do amor divino da Trindade, que nos torna filhos de Deus.
Os filhos do mundo estão todos separados uns dos outros, porque seus corações estão em lugares diferentes. Além disso, os filhos de Deus, que tem seus corações "no lugar onde está o teu tesouro", só tem um tesouro que é o próprio Deus.  Permanecem sempre juntos e unidos pelo amor de Deus. Nosso Salvador restabeleceu a igualdade de condições e, sem exceção, nos fez à Sua semelhança. Portanto, não deveríamos sentir um amor ardente e genuíno por esta mesma semelhança nos outros? Nós não somos chamados a amar tudo o que é errado nos outros, mas somente a imagem e semelhança de Deus. Apreciemos, então, o fato de sermos filhos de Deus que buscam unir-se de forma semelhante à das três Pessoas da Santíssima Trindade, cujo amor divino e transbordante alimenta e transforma toda a família humana. 
(Adaptado a partir dos escritos de São Francisco de Sales) 

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Reflexão Salesiana para o domingo de Pentecostes - 19 maio de 2013


Perspectiva Salesiana

Destaque: "Cada um de nós ouve falar em nossas próprias línguas sobre as coisas maravilhosas que Deus fez."

Independentemente do fato de que eles estavam falando a pessoas diferentes, com línguas diferentes e de diferentes culturas, os apóstolos foram compreendidos por todas as pessoas que os ouviram proclamar as maravilhas que Deus tinha feito.
Como isso foi possível? 
Inflamados pelo amor do Espírito Santo, os apóstolos podiam falar a linguagem do coração. Eles estavam falando com entusiasmo. Eles estavam falando com gratidão. Eles estavam louvando e dando graças. Eles estavam falando desde as profundezas do seu ser. Eles estavam falando de sua alma. 
Em suma, eles estavam falando a linguagem universal - a linguagem do coração.
Nós somos muito humanos - nós somos muito divinos - quando falamos a linguagem do coração, quando falamos a linguagem do amor, quando falamos e ouvimos com a alma, quando estamos fundamentados na Palavra feito Carne.
Como bem sabemos, por experiência própria, a comunicação é mais do que o encontro de olhares... ou da língua ou dos ouvidos. Comunicar-se é algo mais fácil de dizer do que fazer. Muitas vezes interpretamos mal. Muitas vezes, presumimos que sabemos o que as outras pessoas estão pensando ou sentindo. Muitas vezes usamos as mesmas palavras, embora tenham significados diferentes. Muitas vezes temos maneiras diferentes de dizer a mesma coisa. Muitas vezes ouvimos, mas muitas vezes não conseguimos ouvir. Estamos sempre falando, mas falar não é o mesmo que comunicar.... Ou falar de coração a coração.
São Francisco de Sales nos diz que o Espírito Santo vem para inflamar os corações de quem tem fé. Quando falamos e ouvimos com o coração inflamado de alegria, verdade e gratidão, o conflito encontra um caminho para a compreensão, a confusão encontra a clareza, a distância encontra o caminho para a intimidade, a dor encontra uma forma de cura, a frustração encontra o perdão, a paz encontra a violência, o pecado encontra a salvação.
Francisco de Sales nos dá o seguinte conselho: "Falem sempre de Deus como Deus, ou seja, com reverência e devoção, não com ostentação ou com afetação, mas um espírito de caridade, manso e humilde.  Deixem que o mel da devoção e das coisas divinas, que são imperceptíveis ao ouvido de uma ou de outra pessoa fluam tanto quanto possam dentro de vocês. Orem em seus corações para agradar a Deus, para que ele faça penetrar nos corações daqueles o ouvem o orvalho abençoado. É maravilhoso como uma proposta doce e amigável atrai os corações dos ouvintes."
Como nós podemos conversar, ouvir e praticar nos dias de hoje a linguagem do amor?

P. Michael S. Murray, OSFS - Diretor do Centro de Espiritualidade de Sales. 
Tradução e adaptação: P. Tarcizio Paulo Odelli - SDB

Dos escritos de São Francisco de Sales e Joana de Chantal (adaptação)


O grande amor e os cuidados de Deus novamente se manifestam na Festa de Pentecostes. O fato de que o Espírito Santo vive em nós é essencial para a espiritualidade de São Francisco de Sales. 
O amor é o que dá vida ao coração. O Espírito Santo que nos foi dado derrama o amor de Deus em nossos corações. O Espírito é como uma fonte de água viva que flui em cada parte de nossos corações e vai distribuindo Sua graça. A graça tem o poder de atrair nossos corações. Através do Espírito Santo, Deus desperta e anima os nossos corações para que tomem consciência da sua bondade. Muitas vezes precisamos que nos acorde e nos leve pela mão para que façamos uso adequado da nossa força e dos dons e talentos. 
Se quisermos sentir a presença do Espírito Santo em nós, devemos nos livrar de nossos caprichos e acomodar a nossa vontade a vontade de Deus. Devemos ser como o barro na mão do oleiro, para que Deus possa moldar-nos e levar-nos para o caminho da verdadeira saúde espiritual. Mesmo quando podemos impedir que Deus inspire nossos corações, todos nós temos o poder de rejeitar o desejo que Deus tem de amar-nos. Da mesma forma, o Espírito Santo não tem vontade de trabalhar em nós sem o nosso consentimento. Mas, se concordarmos  minimamente com a inspiração de Deus, que felicidade nós teremos! 
O único fruto do Espírito Santo, que é o amor divino nos enche de alegria interior e conforto, ao mesmo tempo em que enche os nossos corações de a paz que perdura, mesmo no meio da adversidade, pela paciência. O amor Sagrado nos torna amáveis e gentis e no momento de ajudar os outros o faremos com uma bondade sincera para com eles. Esta bondade que vem do Espírito Santo, é constante e perseverante, e nos dá uma coragem duradoura, nos torna afáveis, agradáveis e atenciosos com os outros. Isso faz com que suportemos as mudanças de seu humor e suas imperfeições. Viveremos uma vida simples que será testemunha de nossas palavras e ações. O amor divino é a virtude de todas as virtudes. Apreciemos e cultivemos o Espírito que habita em nós, para que o amor de Deus possa reinar lá também.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

ASCENSÃO DO SENHOR - 12 de maio de 2013
























Destaque "Ide, fazei discípulos de todas as nações."
Perspectiva Salesiana

Falando sobre o mistério da Ascensão de Nosso Senhor, Francisco de Sales escreveu: "Nós abandonamos a nossa vida humana para viver outra vida mais eminente, acima de nós, escondendo toda essa vida nova em Deus com Jesus Cristo, que é o único a vê-la, a conhecê-la, e a dá-la. A nossa nova vida é o amor celestial, que nos anima e vivifica a alma, e esse amor está completamente escondido em Deus e nas coisas de Deus, com Jesus Cristo. Como dizem as sagradas palavras do Evangelho, depois que Jesus Cristo se deixou ver por instantes aos discípulos, Ele subiu ao céu e uma nuvem o envolveu e o arrebatou, escondendo-o aos olhos deles. Jesus então está escondido no céu, em Deus. Jesus Cristo é o nosso amor e o nosso amor é a vida da nossa alma. Assim, a nossa vida está escondida em Deus com Jesus Cristo, e quando Jesus Cristo, que é o nosso amor e, por conseguinte a nossa vida espiritual aparecer no Dia do Juízo, então estaremos com ele na glória. Isto significa que Jesus Cristo, o nosso amor, há de glorificar-nos, comunicando-nos a sua própria felicidade e glória." (Tratado do Amor de Deus, Livro VII, Capítulo 6).
Nossa vida está, certamente, escondida em Deus. A realidade mais profunda de quem somos é conhecida apenas por Deus. Mesmo assim, segundo Francisco de Sales, viver uma vida escondida em Deus não é o mesmo que manter esta vida em segredo: é testemunhar a nossa verdade mais profunda de quem somos - e quem é Deus - através da qualidade de nossos relacionamentos com os outros. Portanto, é oportuno que Francisco de Sales no convide para praticar as virtudes escondidas, "estas pequenas e humildes virtudes que crescem como flores ao pé da cruz: ajudar os pobres, visitar os doentes, a cuidar de sua família, realizando todas as tarefas que isso inclui, e com a diligência que não vai deixar você se distrair." (Introdução à Vida Devota, Parte III, Capítulo 35).
Através da Ascensão, Jesus foi tirado da nossa vista, mas apenas do alcance da nossa vista física. Mesmo assim, a mesma autoridade que Jesus pediu ao Pai, foi dada a nós em virtude de nossa criação e confirmada em nosso batismo. Nós somos chamados a continuar a obra que Jesus começou, isto é, fazer discípulos - seguidores que acreditam - de e em todas as nações. Somos chamados a sermos símbolos do desafio permanente de redenção de Deus, mas no trabalho simples e comum de cada dia.
Paradoxalmente, enquanto permanecemos fiéis à prática das pequenas e escondidas virtudes que crescem "ao pé da cruz" Jesus não estará mais escondido: ele se tornará visível em nosso amor, na nossa preocupação, na nossa luta em favor da justiça, na nossa promoção da paz, no nosso desejo de perdoar, nas nossas tentativas de curar.
Qual é a forma mais poderosa - e convincente fazer discípulos em todas as nações?
Ou pelo menos, que as pessoas com quem interagimos todos os dias no nosso cantinho do mundo, se tornem discípulos?

P. Michael S. Murray, OSFS - Diretor do Centro de Espiritualidade de Sales.
Tradução e adaptação: P. Tarcizio Paulo Odelli - SDB

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Reflexão Salesiana para o sexto Domingo de Páscoa - 5 de maio de 2013



Destaque: "Deixo-vos a paz, a minha paz vou dou; mas não a dou como o mundo."

Perspectiva Salesiana

No Evangelho de hoje, Jesus faz uma distinção entre "a paz como o mundo oferece" e a paz que vem dele.
Mas o que Jesus quis dizer com isso?
O dicionário define a paz como: relação entre pessoas que não estão em conflito; acordo, concórdia;    relação tranquila entre cidadãos; ausência de problemas, de violência; situação de uma nação ou de um Estado que não está em guerra; cessação total de hostilidades entre Estados, mediante celebração de tratado; armistício; estado de espírito de uma pessoa que não é perturbada por conflitos ou inquietações; estado característico de um lugar ou de um momento em que não há barulho e/ou agitação; calma, sossego.
A visão de paz que o mundo oferece, suficientemente apropriada, nos diz que, a fim de experimentar a verdadeira satisfação interior, devemos primeiro estabelecer um mundo em que não há guerra, não há luta, não há motins, não há divergências, não há desordem pública ou o caos. Mesmo quando esta visão é tentadora, a história do mundo e a nossa dolorosamente ilustra a falácia, a transitoriedade desta promessa de paz... pelo menos esta forma de tentar obtê-la.
Em contraste, a paz que Jesus promete começa a partir de dentro. Trata-se de ter integridade. Trata-se de ter um propósito. Trata-se de encontrar um sentido. Trata-se de ter uma missão. Resumindo, trata-se de ter um sentido claro e inequívoco de ser, o ser que só pode ser compreendido e totalmente atualizado no contexto de nossa relação com Deus, conosco mesmos e com os outros.
Este é o tipo de paz que o mundo não pode nos oferecer.
Ironicamente, a promessa que Jesus nos fez sobre a paz interior nos dá a esperança de paz para o mundo. Só quando deixarmos de lado nossas hostilidades pessoais poderemos realmente trabalhar para alcançar um mundo sem guerra. Só quando deixarmos de lado nossa necessidade de estarmos sempre certos, nós nos esforçaremos para ter um mundo em que as lutas não tem a última palavra. Só quando tivermos estabelecido uma ordem e direção em nossas vidas, poderemos aspirar conseguir este mesmo sentido e ordem numa escala maior. Somente quando experimentamos o poder e as possibilidades que temos pelo conhecimento, e de aceitação, de quem realmente somos aos olhos de Deus, poderemos nos tornar fontes deste mesmo poder e oportunidade na vida dos outros.
A paz de Deus não pode ser medida pela ausência de conflito. A paz de Deus é uma função que depende da nossa dedicação, quando nos esforçamos para saber quem somos e para que possamos ver mais claramente o que o mundo pode ser, e que tipo de medidas devemos tomar juntos, para fazer deste ideal, sem importar quão frágil ou fugaz seja uma realidade.
Querem paz mundial? Pensem globalmente. Mas, como Jesus, ajam localmente. Como diz a última linha de um hino bem conhecido, "Que haja paz na terra... e que esta paz comece comigo."

P.Michael S. Murray, OSFS - diretor do Centro Sales de Espiritualidade.
Tradução e adaptação: P. Tarcizio Paulo Odelli - SDB

Adaptado a partir dos escritos de São Francisco de Sales 


As leituras de hoje nos lembram que amar a Deus significa cumprir Sua palavra. São Francisco de Sales destaca a nossa necessidade de aprender a cumprir a palavra de Deus e viver para Jesus, levando uma vida de oração e virtude.
A oração foca nossa a mente na luz de Deus, e expõe nossa vontade ao calor do amor de Deus. A oração é uma torrente de água benta que faz com que estas plantas que representam nossos bons desejos, cresçam verdes e exuberantes, e que floresçam. Tirem um tempo cada dia para a meditação. Se possível meditem no início da manhã, porque naquele momento as suas mentes são menos suscetíveis a distrações e estão mais ativas após o intervalo da noite. Para que possam viver Jesus, peça a Deus para ajudá-lo a rezar a partir das profundezas do seu coração.
Quando vocês meditam sobre a vida de Jesus, ao mesmo tempo em que aprendem seu modo de ser, moldam as suas ações com base no Seu padrão de vida. Acostumar-se pouco a pouco a passar da oração ao cumprimento de suas obrigações diárias com calma e com facilidade, mesmo que as obrigações diferem totalmente dos afetos que estavam recebendo quando orando. O advogado deve aprender a passar da oração para a apresentação do seu caso, o comerciante ao seu comércio, os pais de família aos cuidados dos seus filhos. Devemos aprender a fazer essa transição sem problemas. Passar de nossa experiência na meditação para o cumprimento de nossas tarefas diárias, e isso requer uma vida de virtude.
Cada pessoa deve implementar, de modo especial, as virtudes necessárias para realizar o tipo de vida ao qual foi chamado. Ao praticar as virtudes devemos preferir aquelas que melhor se encaixam com as nossas obrigações, ao invés de escolher aquelas que melhor se adéquam ao nosso gosto. Geralmente, vemos os cometas muito maiores do que as estrelas porque estão muito mais perto de nós. É só por isso que parecem maiores. Da mesma forma, existem algumas virtudes que consideramos melhores somente porque parecem mais significativas. Mas o que devemos fazer é escolher as virtudes necessárias para neutralizar nossas falhas e nossas fraquezas habituais, e, assim, avançar pelo caminho do amor sagrado. Dou um exemplo: quando forem atacados pela ira, coloquem em prática a doçura. Não importa quão pequeno possa parecer o ato virtuoso, pois a verdadeira virtude não tem limites. Se agirmos de boa fé e reverenciarmos a Deus, Ele vai nos elevar às alturas muito maiores para que possamos viver Jesus.