sexta-feira, 19 de abril de 2013

Reflexão salesiano para o IV Domingo de Páscoa - 21 de abril de 2013





























Dos escritos de São Francisco de Sales

No Evangelho de hoje nós experimentamos Jesus como o Bom Pastor que cuida de seu rebanho. São Francisco de Sales lembra-nos que também nós devemos ser bons pastores, cuja missão é assumir a cuidar do próprio rebanho:
Alguns dizem que os pastores representam todos aqueles que desejam alcançar a santidade. Mas, se cada um de nós é um Pastor, quem são nossas ovelhas? Nossas ovelhas são representadas em nossos desejos, em nossos sentimentos e em nossas emoções. Esse é o rebanho espiritual que devemos vigiar. Jesus nos ensina como gerenciar o nosso rebanho de desejos, sentimentos e emoções, e mantê-lo sob controle.
Assim como um pastor cuida de seus animais, o nosso Bom Pastor nos reúne todos ao seu redor para nos tornarmos parte de Si mesmo. Seu desejo é que nós controlemos nossas vidas à luz da vontade de Deus, ao invés de sermos dependentes de nossa teimosia e de nossas ambições. Em Jesus aprendemos a governar o nosso rebanho para redirecionar os desejos, sentimentos e emoções de modo que levem a saúde espiritual.
Certamente, o que mais agradaria ao Nosso Bom Pastor, seria o fato de lhe oferecermos a ovelha do nosso amor. O amor é o primeiro desejo do espírito humano. O verdadeiro amor é o que temos quando vivemos de acordo com as inspirações e impulsos que Deus semeia em nós.
Nosso Deus é o Deus do coração humano. Nossos corações estão sedentos de Deus. Todos nós temos uma tendência natural a querer conhecer e amar a Deus. Nenhum outro amor pode nos satisfazer mais do que a bondade infinita que Deus pode fazer. Somente através Dele é que conseguiremos o nosso sustento para sempre.
Santo Agostinho dizia: "Ame a Deus. E faça o que quiser." Quando conseguirmos que todos os nossos amores fluam do amor de Deus, então poderemos realmente dizer que nós amamos. Quão felizes nós seremos se continuarmos sempre na presença de Nosso Bom Pastor, e se nos dedicarmos a imitar fielmente o seu exemplo! Então, serviremos Deus da maneira como Ele quer que façamos, e seremos bons pastores, tanto para nós mesmos como para os outros.
(Adaptado a partir dos escritos de São Francisco de Sales)

Destaque: "Conversando com eles, os dois insistiam para que continuassem fiéis à graça de Deus."

Perspectiva Salesiana

O conselho de Paulo e de Barnabé à Igreja de Antioquia, de permanecerem fiéis à graça de Deus, foi o conselho sensato para os novos crentes que estavam vivendo no meio de turbulência religiosa. Mas o que significou esta piedosa exortação para aqueles que ouviram e o que significa para nós hoje em dia, em nossos esforços para manter essas palavras da Escritura em um plano importante em nossas vidas?
É um apelo à humildade e à mansidão Salesiana.
Paulo lembra que os cristãos são chamados a serem fiéis, não perfeitos. Viver na verdade, respeitando quem somos, lembra que precisamos constantemente da misericórdia e do perdão de Deus. Ninguém é perfeito. Nós cometemos erros e precisamos ser gentis quando perdoamos, e não pedir desculpas pelas coisas que não fizemos. A perfeição não permite erros. A fidelidade não permite que sejamos conquistados por eles.
Assume um relacionamento contínuo com Deus em primeiro lugar.
A nossa vida de oração é consistente e honesta? É difícil ser fiel a alguém com quem nunca se conversa.
Requer uma nova visão.
Permanecer fiel à graça de Deus nos chama a ver a vida, suas coisas e eventos como dons que nos foram dados gratuitamente por Deus que nos fortalece e que nos ama, que é para nós e que está sempre do nosso lado. Nosso Deus é um Pai amoroso, um Bom pastor que cuida de suas ovelhas e que se preocupa com a manutenção do bem-estar do rebanho em sua mente, constantemente.
Exige flexibilidade.
A graça, como um dom gratuito, não pode ser controlada. De Sales disse uma vez: Bem-aventurados são os corações flexíveis, porque eles nunca serão derrubados. Talvez possamos acrescentar: Bem-aventurados também são aqueles cuja fidelidade é flexível, porque a graça de Deus sempre estará com eles.
O ministério de Paulo e Barnabé descrito na primeira leitura de hoje mostra flexibilidade quando eles, depois de terem fracassado em seus esforços para pregar aos judeus, decidem ir para aos gentios, guiados pelo Espírito. Eles mostram mais interesse. Eles buscaram e viram a graça de Deus trabalhando, mesmo no meio da rejeição e do abuso. Numa escala mais humilde, mas não menos importante, somos chamados a exercer o mesmo tipo de flexibilidade quando pregamos sobre a graça de Deus e pelo modo como vivemos nossas vidas com paixão e precisão. Paulo e Barnabé estavam repletos da alegria do Espírito Santo. Nossa recompensa não pode ser menor. 

P. Michael S. Murray, OSFS - Diretor-geral do Centro de Espiritualidade de Sales.
Tradução e adptação: P. Tarcizio Paulo Odelli - SDB

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